Translate

15 setembro 2016

Desempenho das Empresas e Economia

É algo óbvio que o desempenho de uma empresa depende do que está ocorrendo na economia. Quando existe crescimento econômico, espera-se que as receitas cresçam e os lucros aumentam.

Esta semana o Valor Econômico divulgou os resultados anuais de mil empresas brasileiras. Entre as informações, a principal medida de desempenho de uma entidade: o resultado líquido. Neste quesito, o resultado de 2015 indica um prejuízo somado de 81,6 bilhões de reais. Deste total, a Petrobras responde por 43% ou R$35,2 bilhões. Somando com o resultado da Vale tem-se um subtotal de prejuízo de 80 bilhões. Antes de concluir que o prejuízo somado das mil empresas se deve a estas duas empresas é preciso notar que o Valor não considerou o resultado da empresa Sete Brasil, por alguma razão não explicada pelo jornal. O prejuízo desta empresa, quando somado, elevaria o prejuízo acumulado em 117 bilhões de reais!

Para verificar esta relação, tomei os dados de resultado líquido de 1999 até 2015, segundo apurado pelo Valor Econômico. A evolução encontra-se no gráfico abaixo, na linha azul (valores em R$ bilhões):
Com estas informações, calculei uma regressão com os dados do ano e a variação do PIB (Produto Interno Bruto, a informação mais relevante sobre a economia de um país). O resultado foi que a regressão tinha um r-quadrado de 0,59 e as variáveis mostraram um valor adequado. Se a regressão for calculada somente com a variação do PIB, o r-quadrado aumenta para 0,70; ou seja, ficou melhor ainda. Com os dados da primeira regressão, calculei o lucro “previsto” (na verdade calculado) para os anos de 1999 a 2015. O resultado está no gráfico na linha vermelha. Para a segunda regressão tivemos o segundo gráfico, apresentado a seguir:

Em ambos os gráficos é possível notar que o ano de 2009 destoa. Mas que a previsão para 2015 é melhor: 89 bilhões de prejuízo no modelo versus 82 bilhões apurado pelo Valor.

Rir é o melhor remédio





Capas de álbuns versão Star Wars

14 setembro 2016

Relevância das universidades

The Conversation reflete sobre a perda de relevância das universidades. Segundo o texto, a academia não consegue impor algumas verdades triviais, como a evolução das especies, a existência do holocausto entre outros.

Para o autor, existe esperança. As universidades devem focar na pesquisa, ensino e serviço. Mas também no impacto no mundo. Isto passaria por melhorar o discurso público da ciência, mas também entender e participar do impacto da mídia social na sociedade. Ou, "engajar nas novas realidades da idade da informação". Isto significa inclusive ir onde as pessoas estão e treinar os professores para esta nova realidade. Isto inclui também ter um blog para divulgar as novas verdades.

Em frente Contabilidade Financeira!

Links

Depois de 11 anos, os EUA irão julgar o executivo da AIG

As três diferentes perspectivas das filas: psicológica, engenharia e econômica

Amnésia ética: comportamentos pior do que lembramos

Os maiores investidores

Número de anos e percentagem de desempenho

Dell


Recentemente a Corte de Delaware decidiu um caso relacionado com avaliação da empresa de computadores Dell.

Tudo começou quando a empresa anunciou, em janeiro de 2013, que iria retirar suas ações do mercado de capitais e torna-la uma empresa de capital fechado. Usando um empréstimo da Microsoft, Michael Dell e Silver Lake Partners, existia a proposta de comprar as ações por 13,65 cada. Este preço foi majorado para 13,88, sendo aceito em setembro de 2013.

Mas alguns acionistas não ficaram satisfeitos com a oferta e entraram na justiça, alegando que o preço estava baixo. Durante o julgamento da questão, as partes envolvidas contrataram especialistas. Da parte da Dell, os especialistas concluíram que o preço mais adequado seria 12,68 por ação. Já os peritos dos reclamantes consideraram que o valor justo da Dell seria 28,61 por ação. Uma diferença de mais de 100%, ou 28 bilhões.

Em maio o tribunal decidiu que o valor correto seria $17,62. O caso da Dell é interessante pela utilização do processo de avaliação de empresas numa questão judicial. Um lado de avaliação é uma opinião; dependendo das suposições empregadas no laudo, os valores podem realmente apresentar diferenças enormes. No caso da Dell, por exemplo, os avaliadores partiram de diferentes pesos para dívida e capital próprio na estrutura de capital da empresa. Isto naturalmente afeta a taxa de desconto, com efeitos no valor final.

Um texto do New York Times (link de Histórias Contábeis) pergunta: “quem decide o valor justo?” A resposta seria o júri. Entretanto, este é um caso que não faz sentido trabalhar com valor justo. Não existiu uma transação tradicional ou algo que se aproxima disto. AO contrário que deseja o jornal, é uma disputa entre duas partes sobre o valor de transação para um ativo.

(Uma curiosidade: o símbolo da Dell tem um "e" parecido com a Evil Corp, de Mr. Robot)

Ativos Culturais

Com o advento do processo de convergência da contabilidade pública brasileira aos padrões contábeis internacionais, os bens de uso comum devem ser incorporados ao patrimônio das entidades públicas responsáveis pela sua administração e controle, entre eles os ativos culturais (heritage assets). Em razão da natureza única que quase sempre cerca o registro desses valores, o presente estudo tem como objetivo identificar as práticas contábeis adotadas por cidades históricas no reconhecimento, mensuração e evidenciação dos ativos culturais no âmbito do Setor Público. Para tratar a questão da pesquisa, foram realizados estudos nas cidades históricas de Pirenópolis e Goiás [foto], situadas no Estado de Goiás, a partir da análise das contas do Ativo Permanente dos Balanços Patrimoniais relativos aos exercícios de 2013 e 2014, e efetuada uma entrevista com o diretor responsável pela Diretoria de Planejamento e Implementação de Sistemas do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás – TCMGO, entidade fiscalizadora desses Municípios. Os achados do estudo mostram que apesar de as duas cidades possuírem importantes obras como patrimônio histórico e artístico, tendo bens tombados há mais de meio século, e de essas obras tombadas atenderem aos critérios de reconhecimento, mensuração e evidenciação de ativos segundo a Teoria da Contabilidade, não há evidências de ativos culturais contabilizados. Entre as principais dificuldades está a falta de pessoal qualificado nas Prefeituras para a realização dos levantamentos e avaliações que serão necessários. (ATIVOS CULTURAIS: UMA ANÁLISE DO TRATAMENTO CONTÁBIL EM CIDADES HISTÓRICAS DO ESTADO DE GOIÁS. Lorena Almeida Campos, Vânia Arcelino dos Santos, Diana Vaz de Lima. Universo Contábil)

Além deste aspecto, a mensuração do valor de ativos culturais é muito subjetiva.