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26 agosto 2016

S. Bestiale

No final dos anos oitenta, um físico de Palermo, com o nome de Stronzo Bestiale publicou três trabalhos: no Journal of Statistical Physics, no Journal of Chemical Physics e nos Anais da Physical Society estava vinculado ao Institute for Advanced Studies, de Palermo, Itália.

Um detalhe importante é que Stronzo Bestiale não existe. Naquele momento, o físico computacional William G. Hoover teve artigos recusados relacionados com uma nova técnica computacional que ele desenvolveu com Giovanni Ciccotti. Viajando pela Itália, Hoover viu duas mulheres conversando e dizendo “Che Stronzo” e “Stronzo bestiale”. Depois de saber o significado (retardado e babaca total, na ordem), Hoover decidiu enviar os artigos novamente, mudando o título e adicionando um novo autor: S. Bestiale. Os artigos foram aceitos e publicados com este novo autor.

Encontrei esta história no Futility Closet. No verbete da Wikipedia de Hoover não tem nenhuma citação sobre o assunto. Na página pessoal de Hoover http://williamhoover.info/ indica que os artigos foram rejeitados inicialmente e submetidos novamente, com a ordem dos autores alteradas e título diferente. Ele comenta então que “These papers illustrate some of the difficulties in publishing novel work.”

Linguagem concreta nas demonstrações financeiras atrai mais investimentos

Resumo:

As part of its push for more plain English in disclosures, the SEC argues that firms should use more concrete language to make abstract concepts clearer to investors. We use two experiments to show that, when concrete language is highlighted in a prospectus, investors are significantly more willing to invest in a firm than when abstract language is highlighted. Furthermore, we show the effect of concrete language is particularly important when investors feel more psychologically distant from a firm. Drawing on psychology theory, we predict and find that concrete language increases investors’ feelings of comfort in their ability to evaluate an investment. Our study contributes to the literature on how language choices in disclosures affect investors’ judgments by demonstrating that a simple, yet potentially powerful reporting tool of emphasizing concrete language may attract investors who may otherwise be reluctant to invest.

Fonte: Elliott, W.B., Rennekamp, K.M. & White, B.J. Rev Account Stud (2015) 20: 839. doi:10.1007/s11142-014-9315-6



Rir é o melhor remédio

25 agosto 2016

A maior mentira da internet

Obar e Oeldorf-Hirsch fizeram um experimento para testar se as pessoas realmente estão atentas as “políticas de privacidade (PP)” e aos termos de serviço (TS), muito comuns na internet. Mais de 70% ignoraram as PP, selecionando entrar; e mesmo aqueles que resolveram ler, o tempo médio foi de 73 segundos; tendo por base o tamanho do texto, esperava-se 30 minutos para efetuar a leitura. Os TS também tiveram o mesmo resultado: levou-se 51 segundos para “ler” um texto que deveria consumir 16 minutos. (via BB, que escolheu a foto dos irmãos Max)

Desemprego no setor contábil: sem novidades

Os dados de emprego com carteira assinada do Ministério do Trabalho, coletados com exclusividade por este blog, indicam que o problema de emprego persiste no setor contábil. Usando a classificação CBO 2002 e computando Contadores e Auditores, Escriturários de Contabilidade e Técnicos em Contabilidade, o número de admitidos em junho foi de 7406 no Brasil. E o número de desligados atingiu a 8497. Pelo nono mês seguido este número é negativo. Computando desde janeiro de 2014, o número de vagas reduzidas foi de quase 24 mil. Mais precisamente, 23.757. Em termos de salários, estas demissões correspondem a 16 milhões de reais por mês.
Como tem sido comum, o salário dos desligados é muito superior aos admitidos: R$2213 versus R$2656 em julho de 2016. Isto significa uma economia para as empresas, mas reduz a massa salarial do setor contábil. Em julho a diferença foi de 20%, um resultado melhor que junho, quando a diferença ficou em 27%. Em média, os demitidos tinha 33 meses de emprego e cerca de 30 anos de idade.

Na análise por característica do empregado, o único extrato que se salvou foi o empregado com superior completo: um saldo contrato positivo de 36. Nos demais, o número de demissões supera o de admitidos: as mulheres sofreram mais com a crise em julho (uma redução de vagas de 729 versus 362 dos homens), assim como os escriturários (menos 743 vagas).

Os números não são nada animadores.

Rir é o melhor remédio