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09 julho 2016

National Geographic: vencedores do concurso “Travel Photographer” de 2016

1. Primeiro Lugar Geral: “Cavaleiro de Inverno”, Mongólia Interior
Foto: Anthony Lau
Descrição da imagem: O inverno na Mongólia Interior é muito implacável. A uma temperatura congelante de menos vinte e abaixo, com uma brisa constante de neve em todas as direções, era muito difícil me convencer a sair do carro e tirar fotos. Quando vi cavaleiros da Mongólia Interior mostrando suas habilidades e comandando o corcel, rapidamente peguei minha lente teleobjetiva e capturei o momento em que um deles passava pela névoa da manhã.

2. Primeiro Lugar na categoria Cidades: “Ben Youssef”, Marraquexe, Marrocos
Foto: Takashi Nakagawa
Descrição da imagem: Mesmo que houvesse um monte de gente em Ben Youssef, ainda era mais tranquilo e relaxante ali em comparação à rua em Marraquexe. Eu esperei o momento perfeito para fotografar por muito tempo.

3. Primeiro Lugar na categoria Natureza: “Onde Quer Que Você Vá, Eu Te Seguirei”, Hokkaido, Japão
Foto: Hiroki Inoue
Descrição da imagem: O romance está no ar. Era a hora do dia imediatamente após o pôr do sol. Eu ouvi uma voz. “Onde quer que vá, eu te seguirei”, a voz diz.

4. Segundo Lugar na categoria Pessoas: “Sonhos no Telhado”, Varanasi, Índia
Foto: Yasmin Mund
Descrição da imagem: Cheguei na casa de hóspedes em Varanasi às 5:30 da manhã e instintivamente subi os 7 conjuntos de escadas até o telhado (que era o mais alto na vizinhança) para ver o nascer do sol sobre o famoso rio Ganges. Conforme o sol estava nascendo, olhei para o lado direito da varanda e meu queixo caiu em descrença. Abaixo estavam famílias – mães, pais, filhos, irmãos, irmãs e cães – todos dormindo no topo de suas casas. Era o meio do verão em Varanasi e dormir sem ar-condicionado era difícil.

5. Menção Honrosa na categoria Cidades: “Divisa, Manhattan”, Nova Iorque, Estados Unidos
Foto: Kathleen Dolmatch
Descrição da imagem: No helicóptero olhando para o sul em Central Park West – dividindo a arquitetura e Central Park, em 5 de novembro de 2014, um dia antes do meu aniversário de 27 anos. O voo foi o meu presente de aniversário.

6. Menção Honrosa na categoria Natureza: “Ursos em um Iceberg”, Nunavut, Canadá
Foto: John Rollins
Descrição da imagem: Esta foto foi tirada próxima a costa da Ilha de Baffin. Esta ursa polar e seu filhote estão empoleirados no topo de um enorme iceberg coberto de neve quando o mar congelou no inverno. Para mim, a “pequenez” relativa dessas grandes criaturas quando comparadas com a imensidão do iceberg representa a precariedade da dependência do urso polar do mar e do gelo do mar para a sua existência.

7. Terceiro Lugar na categoria Pessoas: “Vida Remota a -21 Graus”, Himachal Pradesh, Índia
Foto: Mattia Passarini
Descrição da imagem: Velhas da tribo Kinnaura em uma vila remota de Himachal Pradesh transportam madeira para sua casa a fim de aquecê-la.

8. Terceiro Lugar na categoria Natureza: “Lagoas Baltinache”, Deserto do Atacama, Antofagasta, Chile
Foto: Victor Lima
Descrição da imagem: As lagoas Baltinache, também chamadas de lagoas ocultas, são um conjunto de sete lagoas de sal localizadas perto de San Pedro de Atacama. Depois de muita pesquisa, acredito ser o primeiro fotógrafo a publicar fotos noturnas deste lugar, mas ainda é necessário confirmar esta informação. Detalhes técnicos: fotografia feita em um clique. Primeiro plano iluminado pela luz da lua.

9. Segundo Lugar na categoria Cidades: “Silenciado”, Guangdong Sheng, China
Foto: Wing Ka H.
Descrição da imagem: Esta foto foi tirada na minha última viagem a Guangzhou, China. Este lugar é os dormitórios da South China Normal University. Quando eu estava passeando por lá, a maioria dos estudantes estava fazendo uma pausa. Depois do almoço, precisavam voltar a estudar.

10. Segundo Lugar na categoria Natureza: “Armadilha Dupla”, Pantanal brasileiro
Foto: Massimiliano Bencivenni
Descrição da imagem: Foto tirada no Pantanal brasileiro. Quando fiz o download não queria acreditar. A natureza sempre nos dá eventos magníficos, mas às vezes extraordinários.

Fonte e mais: Aqui

Raiffa

Segundo o blog Market Designer, faleceu Howard Raiffa. Nascido em 1924, Raiffa influenciou/ajudou a fundar os seguintes campos do conhecimento: teoria de decisão Bayesiana, análise da decisão, teoria estatística da decisão, teoria dos jogos, teoria comportamental da decisão, análise de risco e análise de negociação.

Rir é o melhor remédio

As Olimpíadas segundo Stephen Colbert

08 julho 2016

Painel de Indicadores na UnB

A contabilidade está intimamente relacionada com a comunicação. Conforme a teoria da comunicação, isto significa que o transmissor encaminha uma mensagem através de um canal para um receptor. Se o sinal é recebido, fez-se a comunicação. Para que o receptor entenda o que o transmissor disse é necessário reduzir o ruído. Neste contexto, a diferença de conhecimento entre o transmissor (que tem “maior” conhecimento) e o receptor pode influenciar na comunicação.

Para resolver este desnível o transmissor deve fazer o possível para que a informação seja compreensível. O fato da informação ser compreensível é tão relevante para contabilidade que tem sido considerada uma das características da informação pelo Iasb e, por consequência, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (aqui um exemplo prático desta questão) Mesmo quando a contabilidade está lidando com um setor bem específico, como é o caso do Setor Público, a compreensibilidade precisa estar presente.

É no setor público que o problema aparece. A abordagem conceitual do setor público considera que a contabilidade deve prestar contas e ajudar na decisão dos usuários. Mas como fazer isto num setor muito refratário as mudanças contábeis? Jacob Soll, no livro The Reckoning, mostra como a aplicação da contabilidade na área pública foi difícil, mesmo incluindo a Holanda ou a França de Colbert. E no Brasil é muito pior: já mostramos aqui que as partidas dobradas só foram adotadas na contabilidade pública no Brasil há um pouco mais de cem anos.

Alguns países, no entanto, já possuem a preocupação em ser compreensível na área pública. É o caso da Nova Zelândia, onde as demonstrações contábeis são claras, os gráficos são explicativos, usa-se o regime de competência, com a apresentação de índices analíticos.

No nosso país o gestor está muito mais preocupado em satisfazer os órgãos de controle e as normas legais do que serem compreensíveis. E mesmo a questão de responder as entidades de controle não é muito respeitada. Já mostramos aqui que o relatório de gestão do Conselho Federal de Contabilidade para o TCU não incluía o parecer do auditor em anexo, uma obrigação deste tipo de relatório.

O engessamento da máquina pública e a grande distância entre o gestor e o cliente talvez sejam desculpas razoáveis para manter o status quo. Mas seria suficiente? Há dois anos e meio assumi um cargo na minha universidade e tenho percebido estes sérios problemas. Se alguém for analisar o relatório de gestão da UnB talvez seja crítico e afirme que este documento é incompreensível. E é. Já incluímos alguns gráficos, mas temos um roteiro previamente estabelecido a seguir.

Mas recentemente a universidade avançou um pouco mais. Primeiro, fez um relatório ilustrado , com muitos gráficos. Um belo trabalho do DPO e a Secretaria de Comunicação (olhe que nome interessante e volte no primeiro parágrafo do texto).

Próximo a este relatório, a UnB também lançou um dashboard ou um painel de indicadores. Numa iniciativa dos próprios servidores da UnB, o painel de indicadores é algo inédito no Brasil na área pública. A ideia era trazer informações de forma visual e permitindo a descoberta dos números pelo usuário. E o mais importante: algo que pudesse ser compreendido pelo usuário.

Peço aos leitores, principalmente aqueles da área pública: VISITEM este painel. Se tiverem dúvidas, enviem e-mails cobrando explicação. Sugestões serão bem recebidas. Passem o link para os alunos, conhecidos e estudiosos. Se gostaram do painel, ajudem a divulgar. Quem sabe teremos em algum tempo outras entidades trabalhando no seu painel de indicadores. Para que possamos atingir o objetivo da entidade: prestar contas e ajudar na decisão.

25 erros na interpretação do p-valor, intervalo de confiança e poder do teste.

A cada dia que passa fica mais evidente que as pessoas (incluindo cientistas) não sabem do que estão falando quando se trata de p-valor.

Resumo:

Misinterpretation and abuse of statistical tests, confidence intervals, and statistical power have been decried for decades, yet remain rampant. A key problem is that there are no interpretations of these concepts that are at once simple, intuitive, correct, and foolproof. Instead, correct use and interpretation of these statistics requires an attention to detail which seems to tax the patience of working scientists. This high cognitive demand has led to an epidemic of shortcut definitions and interpretations that are simply wrong, sometimes disastrously so—and yet these misinterpretations dominate much of the scientific literature. In light of this problem, we provide definitions and a discussion of basic statistics that are more general and critical than typically found in traditional introductory expositions. Our goal is to provide a resource for instructors, researchers, and consumers of statistics whose knowledge of statistical theory and technique may be limited but who wish to avoid and spot misinterpretations. We emphasize how violation of often unstated analysis protocols (such as selecting analyses for presentation based on the P values they produce) can lead to small Pvalues even if the declared test hypothesis is correct, and can lead to large P values even if that hypothesis is incorrect. We then provide an explanatory list of 25 misinterpretations of P values, confidence intervals, and power. We conclude with guidelines for improving statistical interpretation and reporting.

Fonte: Greenland, S et al. Eur J Epidemiol (2016) 31: 337. doi:10.1007/s10654-016-0149-3

Rir é o melhor remédio


07 julho 2016

Parte interessada

A imprensa (aqui e aqui) informa que a empresa Petrobras entrou com um pedido no Supremo para ser “assistente de acusação” do presidente da Câmara Eduardo Cunha. Cunha teria recebido 5 milhões de dólares de propina por contratos de navios-sonda com a petroleira.

Não é muito comum uma empresa ser assistente de acusação, mas a solicitação da Petrobras está coerente com sua estratégia sobre as acusações de corrupção que ocorreram na empresa. Nos últimos meses a linha de defesa da empresa é tentar separar a questão da corrupção das falhas nos controles internos. Basicamente é afirmar que a empresa foi uma vítima de um esquema praticado por terceiros. Isto está claro na afirmação: “a estatal sustenta não haver dúvidas de que foi a maior vítima do esquema de corrupção apurado pela Operação Lava Jato”. Ou nos termos do pedido da empresa onde se diz que “[a empresa] sofreu diretamente os efeitos negativos do delito praticado”.

Sem dúvida nenhuma este é um assunto bastante intricado. Ao adotar a estratégia de vítima, a Petrobras tenta preservar a continuidade. Mas um questionamento óbvio é que provavelmente os maiores prejudicados foram seus acionistas e, também em razão do modelo monopolista adotado no Brasil na produção e distribuição do petróleo, os consumidores do seu produto. Alguns stakeholders parecem que não foram atingidos pelos problemas da empresa. Durante anos os consumidores pagaram um combustível mais caro em razão dos elevados custos de produção e da necessidade de manter o “nosso” petróleo; aqueles que compraram as ações da empresa, incluindo os que adquiriram algum tipo de cota de fundo de investimento com renda variável, também sofreram perdas e foram, e são, vítimas da gestão da empresa.

Outro aspecto interessante da questão é a teoria da agência. A Petrobras é um excelente estudo de caso da aplicação desta teoria. Os objetivos dos agentes, que foram diretores e corrompidos durante anos, eram completamente diferentes daqueles que compraram as ações da empresa em 2011 (outro exemplo está aqui). E não foram criados mecanismos para que houvesse uma convergência dos objetivos; pelo contrário, os mecanismos de governança e gestão de riscos permitiam que as distâncias entre os objetivos fossem gritantes.

Mas um aspecto interessante da teoria da agência é que seus autores afirmam que uma empresa é uma ficção legal (aqui um caso cômico onde isto é demonstrado). Poderia uma ficção legal ser uma parte interessada?