A imprensa (aqui e aqui) informa que a empresa Petrobras entrou com um pedido no Supremo para ser “assistente de acusação” do presidente da Câmara Eduardo Cunha. Cunha teria recebido 5 milhões de dólares de propina por contratos de navios-sonda com a petroleira.
Não é muito comum uma empresa ser assistente de acusação, mas a solicitação da Petrobras está coerente com sua estratégia sobre as acusações de corrupção que ocorreram na empresa. Nos últimos meses a linha de defesa da empresa é tentar separar a questão da corrupção das falhas nos controles internos. Basicamente é afirmar que a empresa foi uma vítima de um esquema praticado por terceiros. Isto está claro na afirmação: “a estatal sustenta não haver dúvidas de que foi a maior vítima do esquema de corrupção apurado pela Operação Lava Jato”. Ou nos termos do pedido da empresa onde se diz que “[a empresa] sofreu diretamente os efeitos negativos do delito praticado”.
Sem dúvida nenhuma este é um assunto bastante intricado. Ao adotar a estratégia de vítima, a Petrobras tenta preservar a continuidade. Mas um questionamento óbvio é que provavelmente os maiores prejudicados foram seus acionistas e, também em razão do modelo monopolista adotado no Brasil na produção e distribuição do petróleo, os consumidores do seu produto. Alguns stakeholders parecem que não foram atingidos pelos problemas da empresa. Durante anos os consumidores pagaram um combustível mais caro em razão dos elevados custos de produção e da necessidade de manter o “nosso” petróleo; aqueles que compraram as ações da empresa, incluindo os que adquiriram algum tipo de cota de fundo de investimento com renda variável, também sofreram perdas e foram, e são, vítimas da gestão da empresa.
Outro aspecto interessante da questão é a teoria da agência. A Petrobras é um excelente estudo de caso da aplicação desta teoria. Os objetivos dos agentes, que foram diretores e corrompidos durante anos, eram completamente diferentes daqueles que compraram as ações da empresa em 2011 (outro exemplo está aqui). E não foram criados mecanismos para que houvesse uma convergência dos objetivos; pelo contrário, os mecanismos de governança e gestão de riscos permitiam que as distâncias entre os objetivos fossem gritantes.
Mas um aspecto interessante da teoria da agência é que seus autores afirmam que uma empresa é uma ficção legal (aqui um caso cômico onde isto é demonstrado). Poderia uma ficção legal ser uma parte interessada?
07 julho 2016
Links
Nos últimos dias o jornal Estado de S Paulo publicou uma série de textos vinculados a contabilidade financeira:
Pacote econômico transfere para as teles um patrimônio de R$ 17 bilhões - mudança na regulamentação do setor de telefonia acada com os bens reversíveis (ativos que hoje estão imobilizados por serem indispensáveis para prestação dos serviços das concessões)
Governança em órgãos federais pode virar lei - A Instrução Normativa Conjunta 1, do MPOG e antiga CGU pode ser transformada em lei.
Provisão de bancos contra calote cresce 44% - O aumento foi considerando o primeiro trimestre em relação a 2014.
Após levar matriz a 1o. prejuízo global, Brasil Kirin vende ativos e corta custos
Empresas renegociam R$420 bi em dívidas - Além disto, 40% das empresas da bolsa estariam muito endividadas
Lei das Estatais impacta nomeação de 1,8 mil cargos - refere-se a Lei de Responsabilidade das Estatais
Pacote econômico transfere para as teles um patrimônio de R$ 17 bilhões - mudança na regulamentação do setor de telefonia acada com os bens reversíveis (ativos que hoje estão imobilizados por serem indispensáveis para prestação dos serviços das concessões)
Governança em órgãos federais pode virar lei - A Instrução Normativa Conjunta 1, do MPOG e antiga CGU pode ser transformada em lei.
Provisão de bancos contra calote cresce 44% - O aumento foi considerando o primeiro trimestre em relação a 2014.
Após levar matriz a 1o. prejuízo global, Brasil Kirin vende ativos e corta custos
Empresas renegociam R$420 bi em dívidas - Além disto, 40% das empresas da bolsa estariam muito endividadas
Lei das Estatais impacta nomeação de 1,8 mil cargos - refere-se a Lei de Responsabilidade das Estatais
Relaxe, os robôs não vao tomar seu emprego
As an economics professor at the Massachusetts Institute of Technology who focuses on the impact of automation on employment, he’s in a good position to know. He’s surrounded by people creating many of the machines behind the latest wave of techno-anxiety.
His is “the non-alarmist view,” he says.
The 50-year-old believes automation has hurt the job market—but in a more targeted way than most pessimists think. He also doesn’t see the automation wave killing a wider array of jobs as quickly as many predict. Machines are invading the workplace, but in many cases as tools to make humans more productive, not replace them.
His research—presented in August to a packed audience of international central bankers in Wyoming—shows middle-skill jobs like bookkeeping, clerical work and repetitive tasks on assembly lines are being rapidly gobbled up by automation. But higher-paying jobs that require creativity and problem-solving—often aided by computers—have grown rapidly, as have lower skilled jobs that are resistant to automation, resulting in a polarized labor market and stagnant wages.
His is “the non-alarmist view,” he says.
The 50-year-old believes automation has hurt the job market—but in a more targeted way than most pessimists think. He also doesn’t see the automation wave killing a wider array of jobs as quickly as many predict. Machines are invading the workplace, but in many cases as tools to make humans more productive, not replace them.
His research—presented in August to a packed audience of international central bankers in Wyoming—shows middle-skill jobs like bookkeeping, clerical work and repetitive tasks on assembly lines are being rapidly gobbled up by automation. But higher-paying jobs that require creativity and problem-solving—often aided by computers—have grown rapidly, as have lower skilled jobs that are resistant to automation, resulting in a polarized labor market and stagnant wages.
06 julho 2016
Fraude Fiscal: Messi
Lionel Messi e o pai do jogador, Jorge Horacio Messi, foram condenados na Espanha a 21 meses de prisão, além de pagamento de multa, por fraude fiscal. Os dois são acusados de terem sonegado 4,1 milhões de euros em impostos e a sentença foi confirmada nesta quarta-feira (06) pelas autoridades do país.
A condenação, no entanto, não deve implicar em prisão. Isto porque a lei espanhola prevê que condenados a menos de dois anos de prisão e sem antecedentes criminais cumpram suas sentenças em liberdade condicional. Além disso, a decisão desta quarta-feira ainda cabe recursos das partes envolvidas junto a Suprema Corte da Espanha. O jogador, porém, terá que desembolsar uma multa de 2 milhões de euros, enquanto seu pai será obrigado a pagar 1,5 milhão de euros.
Messi e seu pai foram considerados culpados de três acusações de fraude fiscal por terem utilizado empresas em paraísos fiscais para burlar a receita espanhola. A dívida do jogador com o fisco é referente aos anos de 2007, 2008 e 2009, envolvendo valores recebidos como direito de imagem pelo astro do Barcelona.
[...]
A sentença sai um mês depois do julgamento, que aconteceu em junho. Messi, inclusive, precisou deixar temporariamente a seleção argentina durante a Copa América Centenário, nos Estados Unidos, e viajar à Espanha para depor ao tribunal.
Na época, Messi negou qualquer responsabilidade no caso. "Eu me dedico ao futebol e confio no meu pai e nos meus advogados".
O Diário da Catalunya publicou as 58 páginas do caso e ressalta que o documento mostra que Messi "permaneceu sem saber do que estava acontecendo por muito tempo mesmo em uma situação que o beneficiava".
Também é explicado que foram criados contratos de fachada e empresas em paraísos fiscais. "O pai do atleta cuidou da gestão dos interesses econômicos de seu filho, também depois de o atleta atingir a maioridade penal", diz.
Segundo o jornal espanhol Sport, o Barcelona recebeu a notícia sobre a condenação de Messi durante a apresentação do novo reforço da equipe Denis Suárez e ficou indignado com a decisão da justiça. "O Barcelona vê como totalmente injusta a condenação". publicou o jornal.
Também na manhã desta quarta, o clube soltou um comunicado sobre o caso demonstrando total apoio ao pai do jogador e a Lionel Messi. "O clube expressa total apoio a Messi e seu pai na situação com a justiça e acredita que o jogador e sua família farão de tudo para regularizar a situação no Tribunal. O Barcelona fica à disposição da família para prestar auxilio na defesa dos dois no caso".
O Barcelona e alguns de seus principais jogadores têm enfrentado problemas com o fisco. O clube e seus dirigentes tiveram que buscar um acordo para pagamento de multa por conta de fraudes fiscais no pagamento de impostos referentes à contratação de Neymar. O próprio brasileiro e seu pai também enfrentam acusação semelhante e já precisaram depor na Justiça.
Em fevereiro, o zagueiro argentino Javier Mascherano se livrou da prisão por fraude fiscal ao fazer um acordo com a Justiça espanhola. Admitiu sua culpa e aceitou pagar 1,6 milhão de euros de impostos devidos, além de multa de 816 mil euros, para encerrar o processo judicial.
Fonte: Aqui
A condenação, no entanto, não deve implicar em prisão. Isto porque a lei espanhola prevê que condenados a menos de dois anos de prisão e sem antecedentes criminais cumpram suas sentenças em liberdade condicional. Além disso, a decisão desta quarta-feira ainda cabe recursos das partes envolvidas junto a Suprema Corte da Espanha. O jogador, porém, terá que desembolsar uma multa de 2 milhões de euros, enquanto seu pai será obrigado a pagar 1,5 milhão de euros.
Messi e seu pai foram considerados culpados de três acusações de fraude fiscal por terem utilizado empresas em paraísos fiscais para burlar a receita espanhola. A dívida do jogador com o fisco é referente aos anos de 2007, 2008 e 2009, envolvendo valores recebidos como direito de imagem pelo astro do Barcelona.
[...]
A sentença sai um mês depois do julgamento, que aconteceu em junho. Messi, inclusive, precisou deixar temporariamente a seleção argentina durante a Copa América Centenário, nos Estados Unidos, e viajar à Espanha para depor ao tribunal.
Na época, Messi negou qualquer responsabilidade no caso. "Eu me dedico ao futebol e confio no meu pai e nos meus advogados".
O Diário da Catalunya publicou as 58 páginas do caso e ressalta que o documento mostra que Messi "permaneceu sem saber do que estava acontecendo por muito tempo mesmo em uma situação que o beneficiava".
Também é explicado que foram criados contratos de fachada e empresas em paraísos fiscais. "O pai do atleta cuidou da gestão dos interesses econômicos de seu filho, também depois de o atleta atingir a maioridade penal", diz.
Segundo o jornal espanhol Sport, o Barcelona recebeu a notícia sobre a condenação de Messi durante a apresentação do novo reforço da equipe Denis Suárez e ficou indignado com a decisão da justiça. "O Barcelona vê como totalmente injusta a condenação". publicou o jornal.
Também na manhã desta quarta, o clube soltou um comunicado sobre o caso demonstrando total apoio ao pai do jogador e a Lionel Messi. "O clube expressa total apoio a Messi e seu pai na situação com a justiça e acredita que o jogador e sua família farão de tudo para regularizar a situação no Tribunal. O Barcelona fica à disposição da família para prestar auxilio na defesa dos dois no caso".
O Barcelona e alguns de seus principais jogadores têm enfrentado problemas com o fisco. O clube e seus dirigentes tiveram que buscar um acordo para pagamento de multa por conta de fraudes fiscais no pagamento de impostos referentes à contratação de Neymar. O próprio brasileiro e seu pai também enfrentam acusação semelhante e já precisaram depor na Justiça.
Em fevereiro, o zagueiro argentino Javier Mascherano se livrou da prisão por fraude fiscal ao fazer um acordo com a Justiça espanhola. Admitiu sua culpa e aceitou pagar 1,6 milhão de euros de impostos devidos, além de multa de 816 mil euros, para encerrar o processo judicial.
Fonte: Aqui
Narcos e Roberto Escobar
Todo mundo conhece a história e o homem: Pablo Escobar, o cartel de Medellín, a ascensão sangrenta e inexorável ao poder. No final dos anos 80, Escobar tinha acumulado bilhões de dólares e se estabelecido como um herói folclórico da cidade colombiana, construindo casas e hospitais para os pobres, publicando um jornal e até abrindo um zoológico para o público. Mesmo quando milhares de pessoas foram brutalmente assassinadas e os excessos de sua violência saíram do controle (ele chegou a explodir um avião comercial na tentativa de matar um homem), ele ainda era um herói para os pobres e despossuídos da sociedade de Medellín. Quando morreu naquele telhado em 1993, deixou para trás milhares de enlutados, uma cidade devastada e assolada pela violência – além de seu contador: Roberto Escobar, seu irmão. [...]
Ele contou que era o contador do cartel e que sempre ficou longe do lado de assassinatos, bombas e torturas do empreendimento. “Critiquei meu irmão muitas vezes por causa da violência que ele causou”, garantiu, sem mencionar, convenientemente, que usou os bilhões de dólares desse derramamento de sangue para levar uma vida luxuosa e acima da lei ao lado do irmão.
Tantos bilhões, de fato, pois o cartel gastava US$ 2.500 apenas em elásticos todo mês para manter as notas em pilhas organizadas. Tantos bilhões que 10% dos lucros eram perdidos por ano para os ratos que roíam as pilhas de dinheiro, ou quando a grana apodrecia no chão onde tinha sido enterrada por falta de espaço de armazenagem. Muito do dinheiro escondido, mesmo roído e mofado, continua por ali, ele disse, seu único olho bom observando as nuvens no céu enquanto ele falava do passado. [Vice]
Roberto Escobar, por meio de um acordo com o governo, operava a antiga casa de Escobar como um museu e usava os recursos para financiar o passeio e a fundação médica que ele tinha montado. A residência, considerada, na verdade, um esconderijo, foi o local onde ele viveu com o irmão nos meses finais, armazenando dinheiro e veículos, e onde Pablo acabou encontrando seu fim.
Agora, segundo o Zero Hora, Roberto insiste que o Netflix o deixe revisar a segunda temporada de Narcos "unicamente por caráter informativo". Hum.
A segunda temporada de Narcos será lançada em agosto.
Ele contou que era o contador do cartel e que sempre ficou longe do lado de assassinatos, bombas e torturas do empreendimento. “Critiquei meu irmão muitas vezes por causa da violência que ele causou”, garantiu, sem mencionar, convenientemente, que usou os bilhões de dólares desse derramamento de sangue para levar uma vida luxuosa e acima da lei ao lado do irmão.
Tantos bilhões, de fato, pois o cartel gastava US$ 2.500 apenas em elásticos todo mês para manter as notas em pilhas organizadas. Tantos bilhões que 10% dos lucros eram perdidos por ano para os ratos que roíam as pilhas de dinheiro, ou quando a grana apodrecia no chão onde tinha sido enterrada por falta de espaço de armazenagem. Muito do dinheiro escondido, mesmo roído e mofado, continua por ali, ele disse, seu único olho bom observando as nuvens no céu enquanto ele falava do passado. [Vice]
Roberto Escobar, por meio de um acordo com o governo, operava a antiga casa de Escobar como um museu e usava os recursos para financiar o passeio e a fundação médica que ele tinha montado. A residência, considerada, na verdade, um esconderijo, foi o local onde ele viveu com o irmão nos meses finais, armazenando dinheiro e veículos, e onde Pablo acabou encontrando seu fim.
Agora, segundo o Zero Hora, Roberto insiste que o Netflix o deixe revisar a segunda temporada de Narcos "unicamente por caráter informativo". Hum.
A segunda temporada de Narcos será lançada em agosto.
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Os times de futebol da Espanha (incluindo Real e Barça) receberam ajuda indevida do Estado - somente num dos casos, foram 18 milhões de euros pagos ao Real Madrid
A Jornada do DNA (vídeo)
Canção da contabilidade (vídeo) (Money all day)
Filmes dos anos oitenta que você precisa ver (ou ver de novo)
Amor em código: Times, 1853
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