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28 junho 2016

Loterias

Com respeito aos conselhos sobre como ganhar na loteria, a minha turma de doutorado escreveu o seguinte texto coletivo:


No vídeo em questão, Richard Lustig, ganhador por 7 vezes da loteria americana e escritor do livro “Learn how to increase your changes of winning the lottery”, aconselha sobre como ficar rico apostando em jogos de loteria. Lustig fornece três conselhos:


1º Conselho: Buy as many tickets as you can afford. Comprar tantos bilhetes de loteria quanto você consiga pagar.


Quando se aumenta a quantidade de bilhetes comprados, maior se torna a probabilidade de acertar os números sorteados. Entretanto, observando estatisticamente, a chance de ganhar na loteria seria insignificante, tendendo a zero. Considerando que no Powerball, loteria americana, a chance de ganho é de 1 em 292.201.338 e o custo da aposta é de US$ 3,00, para se obter 100% de certeza de ganho seria necessário um investimento de US$ 876.604.014,00, sendo que a maior aposta individual já paga pelo Powerball foi de US$ 370,9 milhões realizada por Gloria MacKenzie, ganhadora em 2013. Deve-se ter em mente também que, na tentativa de ganhar a loteria, muitos apostadores gastam recursos além do disponível, visando aumentar a probabilidade de ganho, afetando, por muitas vezes, seu orçamento pessoal, portanto um limite de gasto deve ser estabelecido. Sob a ótica de investimentos, a chance de retorno dos recursos alocados, estatisticamente, também se aproxima de zero. O que demonstra não ser uma boa estratégia de alocação de recursos, mas também observa-se que, por ser um investimento de alto retorno, as chances de acertar os números são baixas e, portanto, os riscos são altos.



2º Conselho: Don’t buy quick picks. Não terceirizar (quick picks) a escolha dos números, ou seja, não deixe o computador escolher seus números.

Segundo Lustig, cada vez que se utiliza os recursos de um computador para definir suas apostas o jogador esta esquecendo a sua estratégia de ganho, ou seja, não faz pesquisas ou analisar os resultados obtidos de forma a executar uma estratégia que possa levá-lo ao sucesso, portanto o computador vai oferecer as piores chances de ganhar. Observa-se que apesar dos números definidos por programas de apostas serem considerados aleatórios, a programação que executa a escolha é feita através de algoritmos pré-definidos e, também, que as chances de um bilhete fornecido por um computador e os feitos por qualquer pessoa individualmente têm a mesma probabilidade estatística de ganho.


3º Conselho: Pick numbers and never change them. Escolha os seus números e nunca os mude.


Você deverá escolher seus números, sempre jogar os mesmos números, nunca mudá-los e jogar em todos os concursos disponíveis, pois, em algum momento, eles serão sorteados, ou seja, um dos segredos é a persistência. Segundo Damodaran (2015) os ativos devem ser adquiridos com base em sua expectativa dos fluxos de caixa futuros e sua incerteza. Aplicando de forma restrita este conceito, dado o tamanho da incerteza contida na compra de um bilhete de loteria, tal ativo não deveria ser adquirido. A decisão de investimento envolve alocação de recursos para geração de fluxos de caixa positivos. O retorno dos fluxos de caixa decorrentes das apostas em loterias acontece ao acaso, o que inviabiliza sua análise pela ótica de investimentos. Realizar este tipo de investimento é apostar no acaso.


[Acredito que faltou um aspecto importante da questão: a moeda não possui memória. Ou seja, o sorteio de números no passado não garante o seu "não sorteio" no futuro]

Boca Livre

Com respeito a uma investigação da Polícia Federal, envolvendo a KPMG, a empresa informou

“A KPMG no Brasil informa que não é objeto de investigação na denominada Operação Boca Livre conduzida pela Polícia Federal. O fato da PF comparecer ao nosso escritório se deu pelo cumprimento de diligência para coletar documentos referentes a contratos com empresas de publicidade e propaganda (alvos da investigação) e que prestaram serviços para a KPMG no apoio a projetos culturais.

A KPMG, certa de que não cometeu qualquer ato ilícito, está e continuará a contribuir com as autoridades de maneira transparente para o fornecimento das informações necessárias.”

Masp e o auditor independente

Eis uma decisão do STJ que interessa a todos os auditores:

Auditor independente não tem responsabilidade civil por desvio fraudulento realizado por funcionário da empresa auditada, durante o contrato de prestação de serviço, segundo decisão unânime da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Entre 2001 e 2004, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp) contratou a empresa Tufani, Reis e Soares Auditores Independentes para ampliar o controle de quatro lojas abertas pela entidade para divulgação e comercialização de objetos de arte.

Em janeiro 2004, no entanto, foi identificado um deficit de R$ 190 mil. A direção do Masp realizou uma revisão das contas e descobriu que o prejuízo foi resultado de desvio feito por funcionária do próprio museu.

Após detectar a fraude, o Masp enviou correspondência para a empresa de auditoria, notificando o desvio e rescindindo o contrato de prestação de serviços, além de cobrar o valor desviado. A disputa foi parar na Justiça.

O juiz da 39ª Vara Cível do Estado de São Paulo julgou improcedente o pedido do Masp. Inconformado, o museu recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que manteve a sentença do juiz. Para o tribunal paulista, o desvio foi feito por funcionária do museu e não houve “descumprimento de obrigação contratual” por parte da empresa de autoria.

Relator

O Masp recorreu então ao STJ, cabendo a relatoria do caso ao ministro Luis Felipe Salomão, da Quarta Turma, especializada em direito privado. No voto, o ministro sublinhou que a auditoria tem por objetivo verificar os registros contábeis da empresa auditada e sua conformidade com os princípios de contabilidade.

Segundo o ministro, a auditoria consiste em controlar áreas-chaves nas empresas para que se possam evitar situações que provoquem fraudes, desfalques e subornos, por meio de verificações regulares nos controles internos específicos de cada organização.

“Dessa feita, para se constatar a responsabilidade civil subjetiva do auditor, em função de ato doloso ou culposo por ele praticado, há que se demonstrar não apenas o dano sofrido, mas também deve haver um nexo de causalidade com a emissão do parecer ou relatório de auditoria”, disse o relator.

Para o ministro, não cabe ao auditor independente executar ação dentro da empresa, ao constatar fraude ou erro nos registros. “A incumbência, no caso, é estritamente ligada a esta (empresa), que detém o know-how do seu próprio empreendimento”, afirmou o ministro, ao manter a decisão do TJSP.

10 regras simples para o uso efetivo da Estatística

Fiz uma síntese apertada de cada uma das regras, quais sejam:

Rule 1: Statistical Methods Should Enable Data to Answer Scientific Questions

O pesquisador deve estar preocupado com as questões científicas que ele deseja investigar e não somente com os testes ou tecnicas estatísticas.

Rule 2: Signals Always Come with Noise

A estatística está preocupada em analisar o sinal dos dados na presença do ruído, ou seja, visa modelar a variabilidade que importa.

Rule 3: Plan Ahead, Really Ahead

Faça o planejamento de todos os possíveis estágios da sua análise.

Rule 4: Worry about Data Quality

Certifique a qualidade dos dados e faça uma análise exaustiva de suas características.

Rule 5: Statistical Analysis Is More Than a Set of Computations

A análise estatística deve ser interpretada dentro do contexto da questão científica que está sendo estudada. A estatísitica auxilia a análise, mas não a define.

Rule 6: Keep it Simple

Comece com tecnicas ou algortimos simples, mesmo se o problema for complexo.

Rule 7: Provide Assessments of Variability

Sempre reporte análises sobre a incerteza dos dados, como: erro-padrão ou intervalo de confiança.

Rule 8: Check Your Assumptions

Verifique as hipóteses do modelo estatístico que você está usando. Em geral, os softwares não destacam essas hipóteses.

Rule 9: When Possible, Replicate!

Replique seu estudo em outra base de dado ou em experimentos parecidos para evitar ou minimizar o efeito  Data Snooping, que consiste em encontrar padrões espúrios (inexistentes) nos dados.

Rule 10: Make Your Analysis Reproducible

Torne o seu trabalho reprodutível, fornecendo todas as etapas, dados ou códigos utilizados.

Fonte: Kass RE, Caffo BS, Davidian M, Meng X-L, Yu B, Reid N (2016) Ten Simple Rules for Effective Statistical Practice. PLoS Comput Biol 12(6): e1004961. doi:10.1371/journal.pcbi.1004961 




Rir é o melhor remédio

Se o Google fosse um cara...


Indicado por Renata Henriques, a quem agradecemos.

27 junho 2016

Acrônimos

Usamos siglas na contabilidade sem perceber que as mesmas podem ter outro significado.

AC = Acre; Corrente alternada
ANC = Assembleia Nacional Constituinte
BP = Brad Pitt
CFC = Centro de Formação de Condutores ou clorofluorcarbono, componente usado em gás de refrigeração, um dos responsáveis pelo buraco na camada de ozônio ou Coritiba Football Club
CMV = citomegalovírus (vírus da família da herpes)
CPC = Código de Processo Civil
CRC = Certificado de registro cadastral; Cyclic Redundancy Check
DMPL = Linguagem de processamento do microprocessador digital
DR = Discutir a relação
PC = Partido Comunista; Paulo César; Per Capita; pós coito
PL = Liga Pokémon (em inglês); Partido Liberal; Plutônio;
PNC = Parceiros no Crime; Probabilidade de não conformidade