Cofres Públicos
23 junho 2016
22 junho 2016
Oi
Dados da empresa – A Oi possui 34% do mercado de telefonia fixa, com quase 15 milhões de linhas em operação. Em telefonia móvel a empresa possui quase 50 milhões de clientes. Além disto, a empresa está presente na banda larga (6 milhões), TV (1 milhão) e Wi-fi (2 milhões). É 18º maior empresa brasileira. Por tudo isto, este é o maior processo de recuperação judicial de uma empresa no país.
Negociação – a proposta da Oi no início de junho era trocar 32 bilhões de títulos por 8,8 bilhões, quase 30% do valor. Metade seriam títulos de dívida e outra metade em ações. A contraposta era 9 bilhões em novas dívidas e ações que garantiriam o controle do capital da empresa.
História
2002 – A Telemar cria a marca Oi para a telefonia celular.
2005 – Compra a Gamecorp, numa operação polêmica com o filho do presidente e que até hoje não foi esclarecida.
2006 – Andrade Gutierrez é a principal doadora do presidente reeleito.
2008 = adquiriu a Brasil Telecom, que trouxe 5 bilhões em passivos. Neste momento, recebe forte apoio do governo, que queria criar uma “campeã” nacional na área de telefonia.
2013 = anuncio da fusão com a Portugal Telecom. Mais 30 bilhões de novas dívidas.
2014 = O Grupo Espirito Santo, da Portugal Telecom, quebra.
2015 = Tentativa de fusão com a TIM Brasil.
Março de 2016 = contra uma empresa para fazer a reestruturação da dívida
10 junho = presidente não obtém o apoio do conselho
Bancos – Recuperação judicial é sinônimo de dívida. Na Oi não é diferente. A empresa deve mais de 16,9 bilhões para vários bancos, sendo R$2,4 bilhões de crédito rotativo. Com o BNDES a empresa tem dívida de R$3,5 bilhões, mas esta dívida está atrelada a garantias, o que seria uma vantagem do banco oficial (os credores com garantia real possuem prioridade). Os bancos oficiais seriam responsáveis por 17% da dívida, segundo o ministro da Fazenda. Só o Banco do Brasil tinha 4,4 bilhões de empréstimos para a empresa. Mas os credores são inúmeros e rendem quase 400 páginas.
Reação do Mercado – Apesar dos problemas já serem conhecidos, a queda do preço da ação foi de quase 20%. Ou seja, o mercado de capitais tinha uma leve esperança que a empresa não pediria recuperação judicial. As ações dos bancos que forneceram empréstimos a empresa também tiveram queda.
Contaminação – Permanece a dúvida se este seria o ápice da crise econômica nas empresas brasileiras ou somente o início. Falava-se na Sete Brasil.
Provisão – um aspecto importante, segundo o Estado de S Paulo, é que a provisão que alguns bancos fizeram para Oi era muito baixa. Fala-se em 10%; outros em 3%, como é o caso do Banco do Brasil (vide texto de Felipe Marques, Banco do Brasil deve ter maior impacto em despesas de provisão). De qualquer forma, com a recuperação judicial, esta provisão deve ser aumentada para 30%.
Legislação – A recuperação judicial é um instrumento para preservar a empresa e possibilitar que os credores não percam tanto. A questão de lidar com empresas em dificuldades é antiga no Brasil, mas existe pouca segurança jurídica. Isto é expresso na garantia dos direitos dos credores (todos e não somente de uma parcela privilegiada). É importante saber se quem irá ganhar com esta recuperação será somente a família Jereissati e a Andrade Gutierrez. Estes dois acionistas tiveram certas vantagens em situações passadas. (Vide para isto o artigo Preocupe-se, antes de tudo, com o acionista controlador, de Fernando Torres)
Negociação – a proposta da Oi no início de junho era trocar 32 bilhões de títulos por 8,8 bilhões, quase 30% do valor. Metade seriam títulos de dívida e outra metade em ações. A contraposta era 9 bilhões em novas dívidas e ações que garantiriam o controle do capital da empresa.
História
2002 – A Telemar cria a marca Oi para a telefonia celular.
2005 – Compra a Gamecorp, numa operação polêmica com o filho do presidente e que até hoje não foi esclarecida.
2006 – Andrade Gutierrez é a principal doadora do presidente reeleito.
2008 = adquiriu a Brasil Telecom, que trouxe 5 bilhões em passivos. Neste momento, recebe forte apoio do governo, que queria criar uma “campeã” nacional na área de telefonia.
2013 = anuncio da fusão com a Portugal Telecom. Mais 30 bilhões de novas dívidas.
2014 = O Grupo Espirito Santo, da Portugal Telecom, quebra.
2015 = Tentativa de fusão com a TIM Brasil.
Março de 2016 = contra uma empresa para fazer a reestruturação da dívida
10 junho = presidente não obtém o apoio do conselho
Bancos – Recuperação judicial é sinônimo de dívida. Na Oi não é diferente. A empresa deve mais de 16,9 bilhões para vários bancos, sendo R$2,4 bilhões de crédito rotativo. Com o BNDES a empresa tem dívida de R$3,5 bilhões, mas esta dívida está atrelada a garantias, o que seria uma vantagem do banco oficial (os credores com garantia real possuem prioridade). Os bancos oficiais seriam responsáveis por 17% da dívida, segundo o ministro da Fazenda. Só o Banco do Brasil tinha 4,4 bilhões de empréstimos para a empresa. Mas os credores são inúmeros e rendem quase 400 páginas.
Reação do Mercado – Apesar dos problemas já serem conhecidos, a queda do preço da ação foi de quase 20%. Ou seja, o mercado de capitais tinha uma leve esperança que a empresa não pediria recuperação judicial. As ações dos bancos que forneceram empréstimos a empresa também tiveram queda.
Contaminação – Permanece a dúvida se este seria o ápice da crise econômica nas empresas brasileiras ou somente o início. Falava-se na Sete Brasil.
Provisão – um aspecto importante, segundo o Estado de S Paulo, é que a provisão que alguns bancos fizeram para Oi era muito baixa. Fala-se em 10%; outros em 3%, como é o caso do Banco do Brasil (vide texto de Felipe Marques, Banco do Brasil deve ter maior impacto em despesas de provisão). De qualquer forma, com a recuperação judicial, esta provisão deve ser aumentada para 30%.
Legislação – A recuperação judicial é um instrumento para preservar a empresa e possibilitar que os credores não percam tanto. A questão de lidar com empresas em dificuldades é antiga no Brasil, mas existe pouca segurança jurídica. Isto é expresso na garantia dos direitos dos credores (todos e não somente de uma parcela privilegiada). É importante saber se quem irá ganhar com esta recuperação será somente a família Jereissati e a Andrade Gutierrez. Estes dois acionistas tiveram certas vantagens em situações passadas. (Vide para isto o artigo Preocupe-se, antes de tudo, com o acionista controlador, de Fernando Torres)
21 junho 2016
Sabedoria do Twitter: previsão dos retornos via tweets
Resumo:
With the rise of social media, investors have a new tool to measure sentiment in real time. However, the nature of these sources of data raises serious questions about its quality. Since anyone on social media can participate in a conversation about markets -- whether they are informed or not -- it is possible that this data may have very little information about future asset prices. In this paper, we show that this is not the case by analyzing a recurring event that has a high impact on asset prices: Federal Open Market Committee (FOMC) meetings. We exploit a new dataset of tweets referencing the Federal Reserve and shows that the content of tweets can be used to predict future returns, even after controlling for common asset pricing factors. To gauge the economic magnitude of these predictions, the authors construct a simple hypothetical trading strategy based on this data. They find that a tweet-based asset-allocation strategy outperforms several benchmarks, including a strategy that buys and holds a market index as well as a comparable dynamic asset allocation strategy that does not use Twitter information.
With the rise of social media, investors have a new tool to measure sentiment in real time. However, the nature of these sources of data raises serious questions about its quality. Since anyone on social media can participate in a conversation about markets -- whether they are informed or not -- it is possible that this data may have very little information about future asset prices. In this paper, we show that this is not the case by analyzing a recurring event that has a high impact on asset prices: Federal Open Market Committee (FOMC) meetings. We exploit a new dataset of tweets referencing the Federal Reserve and shows that the content of tweets can be used to predict future returns, even after controlling for common asset pricing factors. To gauge the economic magnitude of these predictions, the authors construct a simple hypothetical trading strategy based on this data. They find that a tweet-based asset-allocation strategy outperforms several benchmarks, including a strategy that buys and holds a market index as well as a comparable dynamic asset allocation strategy that does not use Twitter information.
Links
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