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12 junho 2016

As novas fronteiras da fraude contábil

The Financial Accounting Standards Board and International Accounting Standards Board entered into a memorandum of understanding in 2002 with the goal of developing universal accounting standards in order to improve comparability and reliability in financial statements amongst U.S. and internationally-based companies in a process known as convergence. The purpose of this project was to identify and assess the impacts of convergence on current protections against fraudulent financial reporting, accounting treatments and fraud vulnerabilities for asset valuation, expense and liability treatments, and revenue recognition, and to explore the legal and regulatory implications for U.S. firms. For most of the accounting treatments examined, the impact of convergence is the adoption of more principles-based IFRS standards, which results in a significantly higher reliance on management estimates and discretion, and away from the rules-based framework under GAAP. Research found that these subjective treatments seem to have the greatest vulnerability to improper manipulation, therefore convergence may increase opportunities for fraudulent financial reporting. The literature review was inconclusive as to whether convergence would result in any significant variations in the prosecution or civil litigation connected with misstated financial statements. Despite the potential increase in opportunity for manipulation, it was found that concurrent adaptations to auditing standards, internal controls, and education may place firms in the best possible position to prevent and counter fraudulent financial reporting.

The new frontiers of accounting fraud: The impact of accounting standards convergence on fair and accurate financial reporting by Williams, Bett J., M.S., UTICA COLLEGE, 2016, 68 pages; 1605924

Rir é o melhor remédio

11 junho 2016

Fato da Semana


Fato: Demonstrações Contábeis da ECT de 2015

Data: 9 de junho de 2016

Fonte: Estado de S Paulo

Precedentes
1663 - Nasce o correio-mor
1969 - Criação da ECT, com forte influência dos militares.
2013 - A empresa tem prejuízo, depois de anos com lucratividade.
junho de 2016 - A ECT deverá ter um prejuízo recorde de mais de 2 bilhões de reais.

Notícia boa para contabilidade?
O serviço de correios está em decadência, inclusive em países desenvolvidos. A mudança tecnológica, a concorrência nas entregas expressas, a utilização como instrumento de política econômica (controle da inflação, principalmente) e o aparelhamento da empresa contribuiram para a decadência da ECT. A crise no fundo de pensão da empresa também irá afetar nos próximos anos. A contabilidade deve registrar os eventos e por este motivo a notícia é neutra. Mas pelo lado dos controles internos, a gestão da ECT parece que deixa a desejar.

Desdobramentos: As demonstrações ainda não foram divulgadas. A esperança é o aumento nos preços. E talvez uma mudança na gestão, reduzindo a ocupação dos cargos por pessoas vinculadas ao PDT.

Mas a semana só teve isto? Em relação as últimas semanas, esta foi muito calma. A notícia da elevada taxa de juros no Brasil não é da semana. A mudança do parecer de auditoria ainda não foi efetivamente anunciada.

P.S. : na postagem sobre este assunto, usamos o logo antigo.

Rir é o melhor remédio

Entre as linhas do caderno







Mais: Aqui

10 junho 2016

Novo Parecer

Companhia aberta teme exposição maior com novo parecer do auditor (1)

Os relatórios de auditoria (2) dos balanços (3) das companhias de capital aberto vão ter em breve um novo formato. A novidade passa a valer já para as demonstrações contábeis anuais de 2016. Aumento das despesas com auditoria e maior exposição pública estão entre as preocupações das empresas (4) com a mudança.

Conhecidas como “big four”, as quatros maiores empresas de auditoria do mundo, PwC, Deloitte, EY e KPMG, são unânimes em apontar a principal inovação do novo parecer: a introdução dos chamados “principais tópicos de auditoria”. Os assuntos considerados mais importantes pelo auditor, antes discutidos apenas com as empresas, agora serão públicos.


“A adoção dos principais tópicos de auditoria pretende criar uma aproximação entre o auditor e os interessados nas demonstrações financeiras. Nessa seção, vai ser reportado tudo que o auditor julga relevante, geralmente assuntos mais complexos, não usuais, ou que o auditor passou um grande tempo analisando”, diz Silvio Takahashi, sócio de auditoria da EY.


A definição dos assuntos será customizada por empresa. Podem entrar nesses tópicos, por exemplo, uma aquisição ou provisão para perdas. “Isso é sensível, porque o auditor pode se deparar com dados confidenciais de clientes (5), que eles não querem ver divulgados (6)”, diz o sócio da EY. Por conta disso, vai ser necessário cuidado do auditor e muita conversa com os comitês de auditoria.


Outra preocupação é como será a recepção do novo conteúdo. “As pessoas podem interpretar o principal assunto de auditoria como um problema, e não é isso necessariamente”, diz Charles Krieck, sócio da KPMG. Ele explica que, se num tópico, o auditor chegar à conclusão de que os controles não foram certos, isso será alvo, como hoje, de ressalva.


As companhias de capital aberto criticam a mudança. “É um padrão imposto pela Europa (7) que simplesmente temos que aceitar, como o [padrão contábil] IFRS, que veio como um rolo compressor (8) sobre nós”, afirma o vice-presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), Alfried Plöger. “Você gostaria que seus defeitos fossem colocados em praça pública? (9) Não gostaria (10)”, diz.


Segundo Plöger, a negociação entre empresas e auditorias quanto ao conteúdo final do relatório será agora muito mais cuidadosa. Além de mais horas de dedicação dos auditores, o novo padrão exigirá o envolvimento de executivos mais seniores, segundo o sócio da KPMG Rogério Andrade, elevando custos.


As firmas de auditoria podem ter dificuldade para repassar esses custos (11), pois em 2017 acontece o rodízio obrigatório (12), exigido a cada cinco anos, quando as empresas pressionam por redução de gastos. “É uma pressão adicional para as companhias esse ano, tratar desse assunto com o auditor atual, desenvolver o novo formato de divulgação, e começar a contratar o novo auditor”, diz Vagner Alves, sócio líder de auditoria da Deloitte(13) .


Além da introdução dos principais assuntos de auditoria, outra novidade é a mudança na ordem do relatório, com a opinião do auditor passando a ser a primeira seção do documento. A descrição da responsabilidade da administração e do auditor será agora mais detalhada.


O novo relatório também deverá apresentar sempre uma declaração do auditor sobre a capacidade de continuidade operacional da empresa. Atualmente, a auditoria somente se posiciona quanto à capacidade da companhia de se manter operando no caso de empresas em dificuldades no mercado, com alto endividamento e sem crédito, por exemplo. Agora, a comunicação quanto a isso será contínua.


Apesar da resistência da entidade que representa as companhias brasileiras (14), a experiência de países como Inglaterra e Holanda, que se anteciparam à obrigatoriedade da mudança, mostra boa aceitação das empresas, relata o sócio da PwC Valdir Coscodai, que atuou de 2009 a 2015 como representante da América Latina no Iaasb, organismo que edita as normas internacionais de auditoria.


Como preparação para a mudança, a PwC tem realizado reuniões com outras unidades da empresa no mundo para troca de experiências. A firma de auditoria começou treinamentos internos em 2015 para introduzir a novidade à sua equipe, além de estar realizando projetos pilotos junto a clientes, com a adaptação do relatório do ano passado ao novo formato. EY, KPMG e Deloitte adotam processo de preparação parecidos.


Apesar dos projetos pilotos, o vice-presidente da Abrasca se diz preocupado com a falta de conhecimento da administração das empresas sobre a mudança, ainda mais porque ela passa a valer já para o balanço de 2016. “Este é um tema que está fora do radar, restrito ainda a um público especializado”, diz Plöger.


(1) Um título tão amplo poderia sugerir ao leitor que o jornal se baseou numa pesquisa com as empresas abertas. Infelizmente não. O título surgiu de uma declaração do vice-presidente da Abrasca. Mas ele falava pela instituição?
(2) Fazer um texto jornalístico é difícil. Um dos pontos é descobrir palavras iguais para evitar a repetição. Se no título tem “parecer do auditor”, na primeira linha aparece “relatórios de auditoria”, no plural, indicando existir mais de um.
(3) O relatório (ou parecer) é das demonstrações contábeis e não somente do balanço.
(4) Novamente parece que foi fruto de uma investigação. A questão da despesa vem do depoimento de um sócio da KPMG; da exposição, do vice-presidente da Abrasca.
(5) Isto faz parte do trabalho do auditor.
(6) Não significa que a informação será divulgada. O auditor irá falar em termos genéricos.
(7) Faz parte do pacote da convergência aceitar as regras impostas pela “Europa”. Não seria pelo Iasb?
(8) Acusa as normas de ser rolo compressor. Posso até entender a revolta, mas esta foi a regra dada pela lei.
(9) É isto mesmo? Eu li direito? A Abrasca está defendendo “esconder” os defeitos? Se existir um problema na empresa – como falhas no controle interno ou desvios – este defeito não deve ser colocado em praça pública.
(10) Respondeu que os defeitos não devem ser evidenciados.
(11) Dificil de acreditar. É um oligopólio.
(12) Existe realmente esta relação entre o rodízio, o aumento dos custos e a relação empresa e auditor?
(13) Será isto tão relevante assim?
(14) Aqui fica claro que a Abrasca é contrária a modificação.

Publicado no Valor. Pode ser obtido aqui