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23 maio 2016

Como as universidades públicas perpetuam a desigualdade social no Brasil

Excelente estudo feito por Carlos Goes e Daniel Duque. Segue o sumário executivo:


  • Níveis educacionais melhoraram sensivelmente nos últimos 20 anos no país, mas o Brasil continua com resultados comparativamente baixos em relação a seus pares latino-americanos.
  • Em gastos por aluno, o setor público escolheu por priorizar a educação superior. Para cada estudante em uma universidade pública, em média, seria possível manter quatro estudantes de ensino médio ou fundamental na escola.
  • Essa priorização beneficia os mais ricos. Estudantes de universidade pública têm uma renda familiar per capita duas vezes maior do que aqueles que não vão para a universidade. A representação proporcional da classe alta nas universidades públicas é quase o dobro daquela observada na sociedade como um todo.
  • A probabilidade estimada de um jovem com renda familiar per capita de R\$250 ao mês estudar em universidade pública é virtualmente nula: cerca de 2\%. Já aqueles jovens que têm uma renda familiar per capita de R$20 mil reais ao mês têm uma chance de 40% de estudar em uma universidade pública.
  • Existe uma desigualdade também no acesso a cursos mais concorridos. Em universidades públicas, cursos com nota de corte mais alta no SISU tendem a ter uma presença menor de negros. Negros são também sub-representados no Ciência sem Fronteiras.
  • Transferir renda para financiar a educação dos mais ricos com impostos ajuda a perpetuar desigualdades, pois anos adicionais de estudo incrementam a renda de quem recebeu o benefício. Para cada ano adicional de estudo, adultos têm um aumento de sua renda entre 6,5\% e 10%.
  • Mudar o foco das universidades públicas para outros níveis de ensino amenizaria essas desigualdades. Retornos ao investimento em educação, em termos econômicos para a sociedade e cognitivos para as crianças, são maiores quando esses investimentos são direcionados à educação de base.
  • Algumas alternativas em políticas públicas seriam: (a) permitir e financiar a criação de escolas públicas de administração autônoma; (b) criar o ProUni do ensino básico e distribuir vale-escola para estudantes pobres se matricularem em escolas privadas; e (c) estimular a educação na primeira infância, eliminando impostos sobre creches e pré-escolas, facilitando seu processo de criação e registro.
  • Para financiar essas mudanças, seria necessário instituir mensalidades nas universidades públicas federais para aqueles que podem pagar, com bolsas condicionais à renda familiar per capita do estudante ingressante.
  • Com a limitação dos recursos transferidos pelo governo federal, seria necessário reformar a legislação para facilitar e incentivar a captação autônoma de recursos pelas próprias universidades em complementação à cobrança de mensalidades. Entre essas medidas, poderiam se incluir, dentre outras: (a) a reforma na legislação para permitir às universidades receber doações diretas; (b) a ampliação da cooperação existente entre universidades públicas e o setor privado, que deve passar a ser mensurada de forma adequada pelo Ministério da Educação; e (c) a flexibilização da legislação de modo a permitir às instituições de ensino superior licenciar suas marcas e experimentar individualmente métodos distintos de financiamento.
  • Em termos regulatórios, é necessária uma ampla reforma do sistema educacional brasileiro. Na educação superior, a instituição de mensalidades proporcionais à renda familiar do estudante e a flexibilização dos métodos de captação de recursos por universidades reduziria o fardo de impostos necessários para o financiamento dessas instituições. Na educação de base, alternativas de descentralização da educação pública e empoderamento dos pais de crianças pobres na escolha da educação de seus filhos, seja por meio de escolas públicas autônomas ou por vales educacionais, contribuiriam com a melhoria da educação recebida pelos grupos economicamente desfavorecidos.
Fonte: Góes, C.; Duque, D. (2016). “Como as universidades públicas no Brasil perpetuam a desigualdade de renda: fatos, dados e soluções”. Nota de Política Pública n. 01/2016. São Paulo: Instituto Mercado Popular. 

Rir é o melhor remédio

Preparo científico
Fonte: Aqui

22 maio 2016

Top 10 palestras TED envolvendo contabilidade e finanças

#1. Chris McKnett: A lógica do investimento para sustentabilidade

A sustentabilidade é claramente um dos objetivos mais importantes do mundo; mas que grupos podem realmente obter progresso ambiental de vento em popa? Chris McKnett diz que são os grandes investidores institucionais. Ele mostra como grandes dados financeiros não são suficientes, e revela por que investidores também precisam olhar para as estruturas ambientais, sociais e de governança.

#2. Loretta Napoleoni: A intrincada economia do terrorismo

Loretta Napoleoni detalha sua rara oportunidade de entrevistar membros do grupo italiano Brigadas Vermelhas, uma experiência que despertou seu interesse pelo terrorismo. Ela mostra os bastidores do complexo sistema econômico por trás do terrorismo e revela uma surpreendente conexão entre lavagem de dinheiro e o Ato Patriótico dos Estados Unidos.

#3. Paul Kemp-Robertson: Bitcoin. Suor. Ace. Conheça o futuro da moeda de marca.

Dinheiro — as notas e moedas que você tem em sua carteira e na sua conta no banco — é baseado no comércio, na crença de que os bancos e o governo são confiáveis. Agora, Paul Kemp-Robertson nos apresenta uma nova geração do dinheiro, sustentada pelo mesmo comércio ... mas em nome de uma marca privada. Dos pontos de suor da Nike até embalagens de Ace (que têm sido usadas inesperadamente em mercados negros), conheça o futuro "sem bancos" do dinheiro.

#4. Cameron Herold: Vamos educar as crianças para serem empreendedoras

Entediado na escola, fracassando nos estudos, descordando com colegas: Essa criança deve ser uma empreendedora, é o que diz Cameron Herold. No TEDxEdmoton, ele estimula a criação e educação que ajudará futuros empreendedores a amadurecerem - como crianças e adultos.

#5. Annette Heuser: As três agências com poder de construir ou destruir economias.

A forma como classificamos economias nacionais está toda errada, diz a reformadora de agências de classificação de risco Annette Heuser. Com misteriosos e obscuros métodos, as três agências de classificação americanas detêm imenso poder sobre economias nacionais em todo o mundo, e as consequências podem ser catastróficas. Mas, e se existisse outro jeito? Nesta audaciosa conversa, Heuser compartilha conosco sua visão de uma agência sem fins lucrativos que traria mais igualdade e justiça ao cenário atual.

#6. Mariana Mazzucato: Governo: investidor, assume os riscos, inovador

Por que o governo simplesmente não sai do caminho e deixa o setor privado, os "verdadeiros revolucionários", inovar? É a retórica que se escuta em todo lugar, e Mariana Mazzucato quer acabar com isso. Em uma palestra enérgica, ela mostra como o Estado, que muitos veem como um gigante lento e antiquado, é realmente um de nossos mais animados assumidores de riscos e formadores de mercado.

#7. Gayle Tzemach Lemmon: Mulheres empresárias, exemplo não exceção

Mulheres não são micro — então por que elas só conseguem microempréstimos? Em TEDxWomen, a repórter Gayle Tzemach Lemmon argumenta que mulheres administrando todos os tipos de empresas — de negócios na própria casa às maiores fábricas — são a solução negligenciada para o desenvolvimento econômico.

#8. Geoff Mulgan: Pós-colapso, investindo em um mundo melhor

À medida que reiniciamos a economia mundial, Geoff Mulgan levanta uma questão: Ao invés de favorecer financeiramente velhas empresas, por que não usar estes fundos para estimular companhias novas e socialmente responsáveis — e fazer do mundo um lugar melhor?

#9. David S. Rose em: Fazendo Apresentações para um Investidor de Riscos I.R. (Venture Capitalists V.C.)

Pensando em abrir um negócio? Palestra na Universidade TED no estilo fogo cruzado de David S Rose na qual ele fala sobre como fazer a apresentação de seu negócio a um I.R. - Investidor de Risco e sobre as 10 coisas que você precisa saber sobre si — e provar ao investidor de risco — antes de disparar seus slides.

#10. Jessica Jackley: Pobreza, dinheiro — e amor

O que você pensa das pessoas que vivem na pobreza? Talvez o mesmo que Jessica Jackley costumava pensar: que "eles" precisam da "nossa" ajuda, na forma de algumas moedas como doação. A co-fundadora da Kiva.org fala sobre como sua percepção mudou e como seu trabalho com micro-empréstimos deu poder às pessoas que vivem com poucos dólares por dia.

Fontes: Aqui e aqui.

Top 10 blogs de economia de 2016

1. CONSCIENCE OF A LIBERAL
Conscience of a Liberal is one of the best economics blogs on the web. It is a New York Times column written for wider audiences, is authored by Paul Krugman. Paul is an American economist who was awarded the Nobel Economics Prize in 2008 and is known in academia for his work on international economics. He is also a Distinguished Professor of Economics at the Graduate Center of the City University of New York.
Popular topics: income distribution, taxation, macroeconomics, and international economics.
Pro Tip: Great for Beginners

2. REAL TIME ECONOMICS
As a blog of the Wall Street Journal, this blog analyzes a wide range of topics and is frequently updated. This incredibly informative blog dives deep into topics while remaining accessible to a wider audience. An excellent resource for those looking to remain informed about the economics news around the world.
Popular topics: U.S. and global economy, central bank policy and economics.
Pro Tip: Great for Beginners

3. FREE EXCHANGE
Free exchange is an economics blog by The Economist. The posts are written in short form by some of The Economist’s leading reporters. The blog features reasoned argument and empirical evidence and also features a weekly 10 minute podcast.
Popular topics: Global economics and public policy.

4. THOMAS PIKETTY’S BLOG
Hosted by French daily newspaper Le Monde, Thomas Piketty’s blog is authored by a French economist named Thomas Piketty. Piketty is the author of the best-selling book Capital in the Twenty-First Century, which focuses on wealth concentrations and distribution over the past 250 years. The posts focus on Mr. Piketty’s take on current social and political issues in France, Europe and the world.
Popular topics: Current social, economic and political issues in the world.

5. FIVETHIRTYEIGHT
FiveThirtyEight, created by Nate Silver, who is best known for election forecasts such as the 2012 presidential election in which FiveThirtyEight correctly predicted the vote winner of all 50 states. The site regularly publishes articles by creating or analyzing statistical information on a wide variety of topics in current politics and economic news.
Popular topics: Federal economics policies and economics
Pro Tip: Check out the In Real Terms column, which analyzes the week in economic news

Leia os top 100 blos de economia aqui.

Rir é o melhor remédio

Boa professora, ótimo ser humano, uma gracinha


21 maio 2016

Fato da semana: Eletrobras

Fato: Eletrobras e as demonstrações de 2014

Data: De 16 a 20 de maio de 2016

Fonte: Imprensa, Governo, Empresa

Precedentes
2010 - Entre 2001 a 2010 a empresa teve oito presidentes.
Março de 2014 - Começa a operação lava-jato. Uma das investigações inclui a corrupção na Eletronuclear e obras de Angra 3. Além disto, as denúncias incluíram as obras da usina BeloMonte.
2015 - As demonstrações contábeis do exercício de 2014 são publicadas no Brasil, mas não foram entregues na bolsa de Nova Iorque. A empresa de auditoria recusou assinar o parecer sem uma investigação. Uma empresa é contratada para fazer os trabalhos, que ainda não terminou.
17/05/2016 - A empresa informa ao mercado que não depositaria as demonstrações do exercício findo em 31/12/2014 na prorrogação do prazo. A bolsa dos EUA suspenderia as negociações do papel da empresa.

Notícia boa para contabilidade?
Aparentemente a Eletrobras foi mais uma empresa que foi usada para fins alheios ao seu objeto social. A lentidão na apuração dos problemas de corrupção "poderia" ser justificada em razão da complexidade da teia societária, mas não convence muito. O fato dos sistemas de controles, incluindo aqui a empresa de auditoria e comitês internos, terem deixado passar os problemas também não ajuda.

Desdobramentos
Tudo leva a crer que a divulgação irá demorar muito. A possibilidade da empresa sair da bolsa dos EUA é real. Em 2004 a Eletrobras saiu do PND, mas sua volta pode ocorrer. Há comentários que a falta de pagamento do subsídio à região norte pode provocar, nos próximos meses, um apagão.

Mas a semana só teve isto?
Não. O anúncio do rombo (ou "rambo") fiscal de R$170 bilhões é muito maior do que o esperado (R$120 era o número comentado). A compra da SSRN também é relevante para a ciência. A demissão do presidente da Mitsubishi por fraude é um fato internacional importante.



Em tempo: Como ressaltado pelo Rossandro, a nomeação de Pedro Parente para a presidência da Petrobras também merece ser ressaltada. O currículo dele é sensacional e eu, particularmente, considero uma ótima nótícia. Ele terá um trabalho árduo pela frente. Isabel Sales

Rir é o melhor remédio

Ouvindo música: em público x em casa