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18 maio 2016

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Demissão do presidente da Mitsubishi por fraude (emissão de poluentes)

Cinco motivos para explicar que o futuro será do carro sem motorista (inclui seguros)

Instrução da CVM altera oferta pública de ação

Análise das finanças dos três times de Pernambuco

Os suecos são tão desonestos como os italianos

Para Meirelles (foto) não há necessidade de capitalização da Petrobras

Como ficar rico rapidamente

Uma ideia simples da empresa CIF. Contratou corretores imobiliários para avaliar uma casa normal da cidade de Londres. O valor médio de três corretores foi de 1,05 milhão de libras esterlinas. A seguir uma equipe de limpeza profissional fez a limpeza na casa com Cif. Outros três agentes foram contratados para avaliar a casa. O valor médio foi de 1,33 milhão ou 21% a mais do que no dia anterior, sem a limpeza. Com o produto Cif o dono da casa aumentaria sua riqueza em 21%. Veja o vídeo a seguir:

Erro bobo?

A unidade mexicana da empresa Diageo [Smirnoff, Guinness e Jonhnnie Walker] cometeu um erro bobo (?) na sua contabilidade:

Diageo’s Mexico unit sold some bottles of Don Julio to the company’s U.S. unit that it recorded as an external sale. The company’s U.S. unit then sold on those bottles and recorded that as a separate sale.

Elsevier compra SSRN

A editora científica Elsevier, uma das maiores do mundo, adquiriu a SSRN, um dos maiores repositório de produção científica do mundo, numa transação que poderia ser considerada como improvável. Afinal, a Elsevier vive de direitos autorais e compra um valor considerável dos leitores para a leitura dos seus periódicos. Já a SSRN não tem taxa nenhuma.

A Elsevier disse que nada irá mudar na SSRN. Enquanto isto, endereços como Scihub permitem que o usuário possa ter acesso às obras de editoras, como a Elsevier. A editora não é bem quista por alguns, como o site Boingboing, que afirma que a Elsevier tem um histórico de criação de falso periódico especializado para ajudar as empresas farmacêuticas. Ou por fazer lobby contra o acesso aberto.

A Mendeley também faz parte desta associação.

O comunicado por parte da SSRN foi feito por Michael Jensen

A ilusão com o Big Data

O mundo vive a era do volume colossal de dados. Muitas pessoas acham que a solução para problemas de diversas áreas virá do acúmulo e análise de grandes volumes de dados. No entanto, descrever em detalhes as moléculas que compõem os investidores no mercado financeiro não ajudará na formulação de políticas para evitar crises financeiras. Em sistemas complexos o mais importante é saber quais informações são as mais relevantes. O segredo é  determinar quais informações são pivotais e alteram o comportamento de um sistema. Para a compreensão dos dados, é necessário identificar os padrões, que são determinados por um pequeno conjuntos de informações. Além disso, é preciso identificar as transições que ocorrem num sistema. Identificar o comportamento passado não é a solução.


Devido a complexidade do mundos, as tradicionais ferramentas do cálculo e da estatística falham em identificar mudanças radicais em diversos sistemas físicos e sociais. Num sistema complexo, as unidades do sistema não agem de forma totalmente independente ou juntas. Em verdade, elas são interdependentes: uma influencia a outra. Assim, as técnicas acadêmicas tradicionais não conseguem capturar esse comportamento interdependente.

Um exemplo de sistema complexo é o mercado de commodities. A teoria econômica tradicional pressupõem que os agentes decidem seus investimentos de maneira racional e independente, gerando uma curva de demanda e oferta em equilíbrio. O problema dessa análise não é a questão da racionalidade, mas da independência.  Pela ótica de sistemas complexos, as decisões das pessoas influenciam as outras e vice-versa (trend-following). Ou seja, não são totalmente independentes, o que leva as ações individuais se combinarem em oscilações coletivas (bandwagon effect). Não entanto, os conceitos e a matemática utilizado pelos economistas não são capazes de descrever essa dinâmica, apesar das evidências dos trabalhos econômicos mostrarem esses efeitos no mercado.

Sob esse contexto, uma explicação para a formação de bolhas quebras é a interação entre investidores especuladores (denominados trend-followers, que compram quando o preço está subindo e vendem quando o preço está caindo) e investidores fundamentalistas ( que compram na baixa e vendem quando o mercado está em alta). Com o uso do método da  renormalização em grupo , é possível identificar com sucesso a dinâmica de bolhas e quebras do mercado de commmodities, por exemplo. Quando o preço está subindo, os investidores que seguem tendências (trend-followers) tendem a entrar no mercado comprando o ativo, levando o preço para longe do seu equilíbrio. Quando o preço está em alta, investidores fundamentalistas passam a vender o ativo e o preço cai em direção ao equilíbrio. Nesse momento, a interação entre os agentes leva a um efeito de vagão, em que os investidores seguem o comportamento uns dos outros e acabam vendendo o ativo, gerando mais vendas e por consequência, o mercado quebra. Um raciocínio simétrico é válido para o caso de bolhas. Em suma, quando os investidores seguem tendências, bolhas ou quebras são induzidas por esse padrão de comportamento em larga escala.



O problema das metodologias tradicionais utilizadas pela academia (como o cálculo e a estatística) é que elas apenas modelam sistemas simples, em que há separação do comportamento entre a escala micro e macro. Não obstante, a interação entre as partes, gera o comportamento de larga escala, que não é correspondente a separação entre as partes. Assim, uma nova ferramenta matemática denominada  renormalização em grupo foi desenvolvida por físicos para dar detemerminar quais informações são importantes em larga escala. Ou seja, esse método considera a importância da informação (escala). O método da renormalização em grupo  já foi aplicado com sucesso em áreas da biologia e sistemas sociais.

Descrever todos os detalhes de um sistema complexo ( como sistemas biológicos e sistemas sociais), gera excesso de informação. Por outro lado, descrever  somente a média é insuficiente para entender o funcionamento do sistema. Assim, é preciso saber quais variáveis são relevantes.

O perfil de complexidade representa a quantidade de informação necessária para descrever um sistema em função de sua escala . Quanto maior a escala, menos informação é necesária para representar de maneira fidedigna o sistema. Segundo esse perfil, cada pedaço de informação de um sistema tem um tamanho. Dessa maneira, ao invés de acumular detalhes sobre o sistema, é melhor começar a compreender o sistema pelo seu padrão de comportamento em larga escala e adicionar informação apenas quando necessário.

Quanto maior a escala de um sistema, menos detalhes são visíveis e apenas distinções agregadas são vistas. A agregação das partes de um sistema é uma função de como cada parte depende uma da outra. Entender como as propriedades das partes se unem auxilia a compreensão das propriedades do sistema em larga escala. Assim, modelar sistemas com o método de  renormalização em grupo  permite a compreensão das interdependências de um sistema, indentificação de sua a estrutura e entendimento de como realizar intervenções de maneira formal.


Fonte: Yaneer Bar-Yam and Maya Bialik, Beyond Big Data: Identifying important information for real world challenges,2013

Rir é o melhor remédio


17 maio 2016

JBS

A empresa JBS informou ao mercado que pretende fazer uma reorganização societária. A empresa irá criar a JBS Foods International, que será listada na bolsa de Nova Iorque e na bolsa brasileira. Os objetivos para esta reorganização seriam segundo a empresa:

i. melhor refletir a presença global e a diversidade das operações internacionais da Companhia, mediante a constituição da JBS Foods International;
ii. melhorar o acesso aos mercados internacionais de capital e dívida que reforçará a capacidade da Companhia na obtenção de financiamentos para suportar suas operações, reduzindo o seu custo de capital. Isso aumentará a capacidade da Companhia de participar da crescente consolidação da indústria global de alimentos e melhorará a competitividade com outras empresas globais de alimentos;
iii. alavancar o perfil da Companhia entre a comunidade global de investidores institucionais;
iv. criar um programa de BDR e manter a JBS S.A. como companhia aberta, permitindo aos acionistas brasileiros participar do crescimento global e da esperada captura de uma melhor avaliação da Companhia; e
v. maximizar o valor da JBS S.A. e da JBS Foods International, beneficiando todos os seus stakeholders.


A questão da redução do custo de capital é controversa. Acredita-se que a JBS foi imensamente beneficiada com empréstimos governamentais. Considerando que a possibilidade de novos empréstimos tenha se encerrado, a criação da nova empresa poderia substituir a fonte BNDES da empresa; mas afirmar que irá reduzir talvez seja questionável. Outro aspecto sobre esta redução é que o custo de capital é composto do custo do capital próprio e de terceiros. Neste último, a alíquota do imposto é relevante. Numa entrevista, o executivo da empresa afirmou que “não podemos dizer que tem benefício porque não temos análise e esse não foi o foco do trabalho”. Se a empresa concluiu que a operação irá reduzir o custo do capital, certamente levou em consideração o valor da alíquota.