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09 maio 2016

Esqueletos

Uma série de reportagens do Estado de S Paulo estimou que os esqueletos que poderiam ser deixados pelo governo Dilma devem atingir a R$250 bilhões. Mas algumas estimativas chegam a R$600 bilhões, conforme o cenário. Ou R$3 mil por brasileiro. Neste valor inclui recursos para Petrobras, Eletrobras e CEF. O quadro a seguir resume um pouco esta situação:

Links

Efeito do viés político na decisão (estudo nos EUA)

Andrea Bocelli na festa do Leicester cantando Con te Partirò (e aqui uma análise financeira)

O valor das velharias tecnológicas no eBay

O mundo quer aprender a falar inglês (segundo Duolingo, mapa)

Auditoria da PwC no Vaticano foi suspensa

Corrupção e maus motoristas


Desculpas

A empresa Andrade Gutierrez publicou nos jornais de hoje um pedido de desculpas:
A empresa anunciou a conclusão da negociação com o Ministério Público. Irá pagar uma indenização de 1 bilhão e reconheceu "erros graves [que] foram cometidos [pela empresa] nos últimos anos e, ao contrário de negá-los, estamos assumindo-os publicamente".

Além disto, a empresa está melhorando as práticas.

Doutorado: comparativo entre Brasil e EUA

Da dissertação de mestrado de Andrea Silveira:


Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

08 maio 2016

História da Contabilidade: A primeira adoção das partidas dobradas na contabilidade pública brasileira

Na postagem anterior mostramos que a obra de Pacioli não foi bem aceita pela nobreza europeia. Em alguns países, o desconhecimento das partidas dobradas foi quase que absoluto e pode ter sido responsável pela derrocada de impérios, conforme discute Jacob Soll em The Reckoning.

A Espanha foi, no século XVI premiada com uma abundante riqueza originária dos reinos andinos. Entretanto, o reino espanhol tinha sérios problemas nas finanças públicas. Em 1573 o Rei Felipe nomeia Juan de Ovando para implementar reforma nas finanças públicas com a finalidade de evitar a falência do reino. Mas Ovando não conhecia as partidas dobradas e seu trabalho foi dificultado pelas decisões de Felipe. Em 1580 Felipe começa a aceitar algumas das recomendações de Ovando e convida Torregrosa, que trabalhava na Casa de la Contratación, para reformar a contabilidade pública da Espanha. Ao contrário de Ovando, Torregrosa conhecia as partidas dobradas e criou um livro geral de receitas e despesas. Torregrosa tentou adotar as partidas dobradas, mas as reformas falharam já que existiam resistências e não havia recursos humanos treinados no método. A tentativa de reforma o Tesouro espanhol falhou e deixou poucos rastros. Torregrosa morreu em 1607, depois do rei Felipe (1598). O rei Felipe III, que sucedeu ao anterior, nomeou um novo tesoureiro e as reformas de desapareceram.

Um aspecto curioso desta história é que entre 1580, quando Torregrosa começa sua missão, e 1640, Portugal esteve unido à Espanha. De certa forma podemos acrescentar o ano de 1580 na história da contabilidade pública portuguesa (e brasileira, por consequência) em razão da tentativa de adoção das partidas dobradas. Mas foi com a invasão holandesa que ocorreu a efetiva primeira adoção do método de Veneza no nosso país (como já descrevemos anteriormente).