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02 maio 2016

Hedge

Quando uma empresa possui algum tipo de contato com mercados de outros países, o seu resultado passa a depender do comportamento da taxa de câmbio. A valorização ou desvalorização da moeda afeta o lucro. Veja a figura a seguir. A empresa vende seu produto no exterior. Recebe em dólar e tem despesas em reais. Quando o real se desvaloriza isto significa que consegue receber mais por cada dólar vendido. Por exemplo, se vende US$10 dólar e a taxa está 2R$ por cada dólar, a receita é de R$20. Se o real se desvaloriza, valendo agora 3R$ por dólar, a empresa irá receber R$30. Um aumento de R$10 na receita.

Mas tudo que funciona numa direção tem seu efeito contrário. Quando o real se valoriza, a empresa recebe menos por cada dólar vendido. No exemplo, se 1R$ é igual a um dólar, a receita irá reduzir de R$20, na situação original, para R$10. Um grande problema disto tudo é que passa a existir mais um risco para a empresa: da variação do câmbio.

Para evitar este problema existem algumas possíveis soluções. Uma delas é a empresa transformar algumas despesas para a moeda da sua receita. Isto pode ser feito captando empréstimos em dólar. Com isto a despesa financeira também será em dólar. Se o real valorizar, a empresa terá uma receita menor, mas também pagará menos juros. Se o real desvalorizar, haverá aumento da receita em reais, mas também as despesas financeiras serão maiores.

Para o investidor interessa saber se a empresa está adotando uma destas soluções. Se não estiver, o lucro pode variar muito. Em outras palavras, aumenta o risco. Mas mesmo quando a empresa adota, o risco pode continuar existindo. Este parece ser o caso da empresa JBS. Segundo o jornal O Estado de S Paulo (Política de Hedge da JBS é alvo da CVM, Mariana Durão, 30 de abril de 2016, p. b18), “A JBS informou que sua cobertura pode extrapolar em até 50% o risco concreto a ser protegido”. O ideal seria a empresa usar a solução somente dentro do montante necessário. Ultrapassar ao valor pode ser um sintoma de apostas na taxa de câmbio. E experiências mostram como é difícil prever o comportamento desta variável.

01 maio 2016

História da Contabilidade: A Obra de Pacioli foi relevante?

Quando Pacioli publicou a Summa, este livro de matemática permitiu a divulgação do método das partidas dobradas. Mas Jacob Sell, em The Reckoning, chama a atenção para um aspecto importante: a obra de Pacioli não teve um impacto expressivo pela forma como as pessoas do início dos anos 1500 tratavam os negócios. É bom lembrar que as cidades italianas estavam em decadência e as potências ocidentais mais fortes tinham uma estreita ligação com a religião.

Mas Sell chama a atenção para outra obra, que fez muito mais sucesso que a Summa. Trata-se de Il Cortegiano, uma obra publicada originalmente em 1528, que foi traduzida em diversas línguas. O livro é de autoria de Castiglione descrevia as atitudes esperadas de um cortesão (daí o título do livro). Traduzido em seis línguas, o livro afirma que o nobre ideal não deveria envolver-se com o mundo intrincado das finanças. Ele não mencionava finanças e seu livro não tinha números nem quaisquer coisas que lembrasse os negócios.

O Cortesão estava em consonância com o neoplatonismo que teve grande importância no mundo pós-medieval. Sell lembra que Erasmo, em “Educação de um Príncipe Cristão”, nunca mencionou nada relacionado com a contabilidade. Os jesuítas, que ensinavam geometria, navegação e engenharia, não incluía contabilidade no currículo. Talvez por este motivo a obra de Pacioli tenha sido “traduzida” em Portugal somente em partes, mas não o capítulo relacionado com as partidas dobradas. Dinheiro era sujo e esta visão foi propagada fortemente. Por consequência, a obra de Pacioli talvez não tenha tido a importância que deveria.
Prova disto está na pintura de Marinus van Reymerswaele, o contador e sua esposa, de 1539, que acompanha este texto. A Summa poderia ter influenciado as pessoas, mas ao contrário do livro O Cortesão, não foi tão lido e apreciado pela nobreza. E a visão dos comerciantes, sem escrúpulos e contrários as leis cristãs atrapalhou ainda mais a divulgação das partidas dobradas.

Tim Urban: Por dentro da mente de um mestre na procrastinação

Tim Urban sabe que a procrastinação não faz sentido, mas ele nunca conseguiu se livrar do hábito de esperar até o último minuto para fazer as coisas. Nesta palestra hilária e inspiradora, Urban nos leva a uma jornada por horas intermináveis no YouTube, leituras compulsivas da Wikipedia e momentos de divagação olhando pela janela - e nos encoraja a pensar firmemente naquilo em que estamos realmente procrastinando, antes que não dê mais tempo.

Yuliy Sannikov ganha a medalha John Bates Clark

Yuliy Sannikov is a theorist who has developed new methods for analyzing continuous time dynamic games using stochastic calculus methods. His work has not only broken new ground in methodology, it has had a substantial influence on applied theory. He has significantly altered the toolbox available for studying dynamic games, and as a result of his contributions, new areas of economic inquiry have become tractable for rigorous theoretical analysis. The areas of application include the design of securities, contract theory, macroeconomics with financial frictions, market microstructure, and collusion.

Yuliy Sannikov, a professor at Princeton University, won the John Bates Clark young economist award.

Sannikov was honored for theoretical work that has expanded the ability of economists to analyze a whole range of issues from the design of securities to collusion in markets, the Nashville, Tennessee-based American Economic Association said Friday in astatement on its website.

“Sannikov’s work is impressive,” the AEA said. “It is elegant, powerful, and it paves the way for further analysis on lots of problems.”

Alan Blinder, a fellow professor at Princeton and a former Federal Reserve vice chairman, said Sannikov “has displayed an unusual ability to apply deep economic theory to important questions about monetary policy and the financial system.”

Fed Chair Janet Yellen cited his work with Markus Brunnermeier, another Princeton professor, in a speech she gave at the International Monetary Fund in 2014. In a footnote, Yellen said the two economists had developed an economic model to explore whether long periods of relative economic stability led to excessive risk-taking and financial imbalances that damaged the economy when they were unwound.

Fed Symposium

In a presentation to the Kansas City Fed’s Jackson Hole symposium in 2012, Brunnermeier and Sannikov argued that central bankers can’t just focus on achieving stable prices.

"Policy rules that ignore financial stability fail to lean against the buildup of imbalances and systemic risk in normal times and are not credible in crisis times," they said.

They also highlighted the impact that monetary policy can have on the distribution of wealth in a society -- a sore point among some critics of the Fed who have accused it of pursuing strategies that benefited investors without helping ordinary Americans.

Brunnermeier said in an interview that he and Sannikov were able to provide a "totally different picture" of how the economy operates by focusing on frictions in the financial system.

Small Shocks

In particular, they were able to explain and explore how a small shock can at times have outsized economic impacts as it feeds on itself. In addition, they were better able to analyze the effects of quantitative easing, he said.

Sannikov also has studied the best way to structure incentive contracts to avoid rewarding corporate executives, private equity managers and others for work today that ends up being damaging in the longer run.

He earned a bachelor’s degree in mathematics from Princeton in 2000, then went on to get a Ph.D. in business administration four years later from Stanford University. He won three gold medals in the International Mathematical Olympiads in 1994 to 1996, according to his resume.

Research Interests

His research interests include game theory, corporate finance and macroeconomics.

Mais detalhes sobre o impacto de sua pesquisa pode ser econntrado aqui


[...]

Fonte; aqui

30 abril 2016

Fato da Semana: Iran Siqueira Lima


Fato: Faleceu Iran Siqueira Lima

Data: 29 de abril de 2016

Data Fato
1973 - Gradução em contabilidade pela AEUDF, em Brasília, depois de ter feito o curso de economia na UERJ
1976 - Mestre em Contabilidade pela USP
1987 - Começa a trabalhar na Fipecafi, onde chegaria ao posto máximo. Antes, chegou fez carreira no Banco Central. Também ministrou aula na UnB.
Década de 80 - Torna-se membro de diversos conselhos de várias empresas de capital aberto.
1998 - Doutor em Contabilidade na USP
2005 - Membro do CPC (além do Ibracon, Abrasca etc)

Notícia boa para contabilidade?
Iran contribuiu para o fortalecimento do conhecimento contábil no Brasil. Como gestor, dirigiu a Fipecafi, uma entidade que simboliza muito para o conhecimento brasileiro da área. Teve participação ativa em conselhos de administração e fiscal.
A participação do professor Iran deve ser lembrada na história da contabilidade do Brasil. Foi professor de graduação, na Universidade de Brasília, na área de Mercado de Capitais. Era muito comprometido com suas tarefas, mesmo exercendo um cargo importante no Banco Central. Aproximou a instituição da pesquisa acadêmica, através de um convênio com a Fipecafi, que aproximou os professores da USP da burocracia.

Desdobramentos
A Fipecafi tinha no professor Iran um profissional e gestor brilhante.

Mas a semana só teve isto?
A divulgação de alguns resultados de diversas empresas, no Brasil e no mundo. Mas isto é muito pouco relevante.
Ensino médium


29 abril 2016

Medidas não financeiras

O uso de medidas fora dos padrões de contabilidade tem sido objeto de atenção por parte dos reguladores. Os dados a seguir explicam as razões:

Fonte: Adaptado daqui