Tem normas criadas pelo legislador que servem para beneficiar uma pequena minoria e prejudicar o cidadão honesto. Este é o caso de uma grande quantidade de leis que alguns estados estão criando para dificultar a cobrança. Com a justificativa de "proteger" as pessoas de terem seu nome negativado injustamente, os efeitos são horrorosos.
Para a empresa e sua contabilidade se tem o aumento da despesa operacional e da PDD.
Leia mais em OYAMADA, Aline; MARQUES, Felipe. Lei que dificulta cobrança se espalha pelo Brasil. Valor Econômico, 7 de abril de 2016. (via aqui)
13 abril 2016
Elijah Watt Sells
Marcos Magnusson de Carvalho (New Hampshire), graduado pela Universidade de São Paulo em Contabilidade e com MBA em Finanças, além de empregado com a PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes em São Paulo, Brasil foi um dos vencedores do Elijah Watt Sells de 2015. Ou seja, conseguiu uma nota de 95,50 no CPA dos Estados Unidos. Foram 75 pessoas entre 93.667 que fizeram o exame.
12 abril 2016
Hedge e a Petrobras
Um ex-conselheiro da Petrobras solicita que os balanços de 2013 a 2015 da empresa seja refeito em razão da contabilidade do hedge (VALENTI, Graziella. CVM avalia balanços da Petrobras, Valor Econômico, 12 de abril de 2015):
Desde 2013, a Petrobras usa seus contratos de exportação de petróleo para diminuir o efeito negativo da alta do dólar sobre sua dívida em moeda estrangeira. Rodrigues da Cunha foi conselheiro da estatal, eleito por minoritários donos de ações ordinárias, de abril de 2013 a abril de 2015.
Se não fosse esta prática contábil, o prejuízo da Petrobras seria de 71 bilhões de reais (e não 35).
De forma simplificada, o que a empresa faz é subtrair, do total que a dívida cresce por causa da alta do dólar, o quanto as exportações também aumentam em valor.
O argumento do ex-conselheiro é muito interessante:
Na opinião de Rodrigues da Cunha, a prática da Petrobras não é adequada pois é importadora líquida. A contabilidade de hedge da Petrobras é o oposto do retrato verdadeiro e justo da realidade, pondera ele. "Ela [a prática contábil] a permite operar - como tem operado - com enorme descasamento cambial, sem que seu lucro líquido seja proporcionalmente afetado. Ou seja, além de levar o investidor a "interpretar equivocamente a realidade econômica, pode ainda servir de conforto para que a administração assuma risco cambial desproporcional.
Em texto anterior (CARRANÇA, Thais. Hedge tira R$36 bi do prejuízo da Petrobras, Valor Econômico) o jornal apresentava uma defesa da metodologia:
Especialistas [QUEM???] em contabilidade, no entanto, defendem a adoção do mecanismo, considerado uma tendência internacional.
O texto afirma que as receitas de exportação serviriam de proteção. No final do texto, um argumento horrível do presidente do Ibracon:
A não utilização da contabilidade de hedge traria volatilidade ao resultado
Não é e nem deveria ser função da contabilidade evitar a volatilidade. Há fortes questionamentos neste sentido - que os acadêmicos chamam de suavização - que confunde com manipulação.
Desde 2013, a Petrobras usa seus contratos de exportação de petróleo para diminuir o efeito negativo da alta do dólar sobre sua dívida em moeda estrangeira. Rodrigues da Cunha foi conselheiro da estatal, eleito por minoritários donos de ações ordinárias, de abril de 2013 a abril de 2015.
Se não fosse esta prática contábil, o prejuízo da Petrobras seria de 71 bilhões de reais (e não 35).
De forma simplificada, o que a empresa faz é subtrair, do total que a dívida cresce por causa da alta do dólar, o quanto as exportações também aumentam em valor.
O argumento do ex-conselheiro é muito interessante:
Na opinião de Rodrigues da Cunha, a prática da Petrobras não é adequada pois é importadora líquida. A contabilidade de hedge da Petrobras é o oposto do retrato verdadeiro e justo da realidade, pondera ele. "Ela [a prática contábil] a permite operar - como tem operado - com enorme descasamento cambial, sem que seu lucro líquido seja proporcionalmente afetado. Ou seja, além de levar o investidor a "interpretar equivocamente a realidade econômica, pode ainda servir de conforto para que a administração assuma risco cambial desproporcional.
Em texto anterior (CARRANÇA, Thais. Hedge tira R$36 bi do prejuízo da Petrobras, Valor Econômico) o jornal apresentava uma defesa da metodologia:
Especialistas [QUEM???] em contabilidade, no entanto, defendem a adoção do mecanismo, considerado uma tendência internacional.
O texto afirma que as receitas de exportação serviriam de proteção. No final do texto, um argumento horrível do presidente do Ibracon:
A não utilização da contabilidade de hedge traria volatilidade ao resultado
Não é e nem deveria ser função da contabilidade evitar a volatilidade. Há fortes questionamentos neste sentido - que os acadêmicos chamam de suavização - que confunde com manipulação.
Juros Simples nas dívidas dos Estados
A possibilidade de usar os juros simples nas dívidas estaduais pode ser seriamente desastrosa:
Recalcular a dívida dos Estados com base em juros simples significa impor um enorme ônus para a União, que ficaria com um ativo que rende juros simples e um passivo, decorrente da renegociação, sobre o qual incidem juros compostos. (...)
O impacto dessa decisão judicial sobre as já cambaleantes finanças públicas brasileiras não deve ser subestimado. De imediato, a dívida líquida do Tesouro Nacional subiria em valor equivalente a 5,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Além do agravamento das contas públicas, o ajuste aumentaria a concentração regional de renda, visto que os maiores beneficiários seriam os Estados mais desenvolvidos. Nada menos que 82% do desconto beneficiaria os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
A falta de respeito aos contratos é crucial para um país permanecer no grau de subdesenvolvimento.
Recalcular a dívida dos Estados com base em juros simples significa impor um enorme ônus para a União, que ficaria com um ativo que rende juros simples e um passivo, decorrente da renegociação, sobre o qual incidem juros compostos. (...)
O impacto dessa decisão judicial sobre as já cambaleantes finanças públicas brasileiras não deve ser subestimado. De imediato, a dívida líquida do Tesouro Nacional subiria em valor equivalente a 5,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Além do agravamento das contas públicas, o ajuste aumentaria a concentração regional de renda, visto que os maiores beneficiários seriam os Estados mais desenvolvidos. Nada menos que 82% do desconto beneficiaria os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
A falta de respeito aos contratos é crucial para um país permanecer no grau de subdesenvolvimento.
O uso indevido de Modelos Teóricos em Finanças e Economia
Resumo:
In this essay I discuss how theoretical models in finance and economics are used in ways that make them “chameleons” and how chameleons devalue the intellectual currency and muddy policy debates. A model becomes a chameleon when it is built on assumptions with dubious connections to the real world but nevertheless has conclusions that are uncritically (or not critically enough) applied to understanding our economy. I discuss how chameleons are created and nurtured by the mistaken notion that one should not judge a model by its assumptions, by the unfounded argument that models should have equal standing until definitive empirical tests are conducted, and by misplaced appeals to “as-if” arguments, mathematical elegance, subtlety, references to assumptions that are “standard in the literature,” and the need for tractability.
Fonte: Chameleons: The Misuse of Theoretical Models in Finance and EconomicsPaul Pfleiderer, March 2014
In this essay I discuss how theoretical models in finance and economics are used in ways that make them “chameleons” and how chameleons devalue the intellectual currency and muddy policy debates. A model becomes a chameleon when it is built on assumptions with dubious connections to the real world but nevertheless has conclusions that are uncritically (or not critically enough) applied to understanding our economy. I discuss how chameleons are created and nurtured by the mistaken notion that one should not judge a model by its assumptions, by the unfounded argument that models should have equal standing until definitive empirical tests are conducted, and by misplaced appeals to “as-if” arguments, mathematical elegance, subtlety, references to assumptions that are “standard in the literature,” and the need for tractability.
Fonte: Chameleons: The Misuse of Theoretical Models in Finance and EconomicsPaul Pfleiderer, March 2014
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