02 abril 2016
Fato da Semana
Fato: Desempenho das Estatais
Data: Durante a Semana
Fonte: Diversos
Precedentes:
28-mar-16 = O lucro do BNDES é de 4,5 bilhões devido ao resultado da Petrobras.31/mar/16 = Eletrobras divulga prejuízo de 14 bilhões.
31/mar/16 = Segundo a Exame, o lucro das empresas brasileiras caiu mais de 80%. As estatais ajudaram muito neste desempenho.
01/abr/16 = O Estado de S Paulo revela que o empréstimo chinês na Petrobras está atrelado a compra de equipamentos daquele país. Esta informação não consta das demonstrações da empresa.
01/abr/16 = O resultado somado de cinco estatais atinge a 60 bilhões de reais de prejuízo
Notícia boa para contabilidade? Novamente, a contabilidade deve refletir a realidade da entidade. Os resultados divulgados são reflexos da má gestão, da recessão na economia e da falta de controle. Quando se considera que parte do desempenho é resultante de problemas de governança e controle, a notícia é ruim para a contabilidade. Infelizmente ela não está desempenhando seu papel.
Desdobramentos - Nos anos anteriores, a distribuição de dividendos ajudou o governo a manter o superavit. Agora a situação indica que as estatais não irão gerar dividendos para União como podem chamar seu controlador para salvar as empresas da derrocada. Problemas no médio prazo.
Mas a semana só teve isto? - A possibilidade de criação de uma associação internacional dos CPAs poderia ser a notícia da semana.
01 abril 2016
60 bilhões
Segundo Daniel Rittner, no Valor Econômico, o prejuízo somado das empresas estatais em 2015 corresponde a 60 bilhões de reais. Isto Correios, Infraero, Telebras, Eletrobras e Petrobras. A tecnologia pode ser uma "justificativa" para o caso dos Correios, mas decisões desastrosas, como ressuscitar a Telebras, rever contratos na Eletrobras e incentivar a corrupção na Petrobras são típicos de má gestão.
Este prejuízo corresponde ao início do processo. Ou alguém acredita ser possível reverter o quadro?
Este prejuízo corresponde ao início do processo. Ou alguém acredita ser possível reverter o quadro?
Empréstimo chinês com garantia de compra
O Estado de S Paulo revelou que o empréstimo de abril de 2015 da empresa Petrobras com o banco de desenvolvimento chinês CDB está condicionado a compra, pela empresa, de produtos chineses no valor correspondente a 60% do empréstimo. O jornal informa que a captação é vantajosa para empresa:
a Petrobrás encara a China como uma solução para, simultaneamente, ter acesso a crédito barato, mesmo sem o selo de grau de investimento (de boa pagadora) das agências de classificação de risco, e ainda comprar produtos mais baratos do que os da média do mercado.
O que estamos interessados é observar a evidenciação da empresa na operação. Os valores contratados podem superar a 10 bilhões de reais, expressivo, mesmo para uma empresa tão endividada como a Petrobras. Se o leitor buscar nas últimas informações que a empresa divulgou irá encontrar o seguinte na DFP apresenta à CVM:
A empresa informa que assinou um termo de compromisso em 2016, mas nada sobre os contratos passados. E que o acordo tem uma previsão de fornecer petróleo para empresas chineses, numa base similar ao acordo de 2009. Mas também não informa as bases da operação ou algo do tipo. Neste documento, na nota explicativa sobre empréstimo, existe um trecho sobre garantias, que comenta que existem instrumentos específicos de fomento com garantias reais lastreados nas exportações. Sem citar nenhuma informação específica.
No formulário de referência de 2015 a empresa destaca que o aumento de caixa deveu-se a um acordo com o banco chinês no valor de 5 bilhões, vencimento em cem anos. Também informa que a empresa contratou pré-pagamentos de exportação de cinco bilhões em meados de 2015, para dez anos. Mais adiante “detalha” as condições:
Nas notas explicativas do Formulário 20F a empresa informa:
E nada mais nas notas explicativas.
a Petrobrás encara a China como uma solução para, simultaneamente, ter acesso a crédito barato, mesmo sem o selo de grau de investimento (de boa pagadora) das agências de classificação de risco, e ainda comprar produtos mais baratos do que os da média do mercado.
O que estamos interessados é observar a evidenciação da empresa na operação. Os valores contratados podem superar a 10 bilhões de reais, expressivo, mesmo para uma empresa tão endividada como a Petrobras. Se o leitor buscar nas últimas informações que a empresa divulgou irá encontrar o seguinte na DFP apresenta à CVM:
A empresa informa que assinou um termo de compromisso em 2016, mas nada sobre os contratos passados. E que o acordo tem uma previsão de fornecer petróleo para empresas chineses, numa base similar ao acordo de 2009. Mas também não informa as bases da operação ou algo do tipo. Neste documento, na nota explicativa sobre empréstimo, existe um trecho sobre garantias, que comenta que existem instrumentos específicos de fomento com garantias reais lastreados nas exportações. Sem citar nenhuma informação específica.
No formulário de referência de 2015 a empresa destaca que o aumento de caixa deveu-se a um acordo com o banco chinês no valor de 5 bilhões, vencimento em cem anos. Também informa que a empresa contratou pré-pagamentos de exportação de cinco bilhões em meados de 2015, para dez anos. Mais adiante “detalha” as condições:
Nas notas explicativas do Formulário 20F a empresa informa:
E nada mais nas notas explicativas.
Lucro das empresas caiu 87,2% em 2015
O lucro líquido das empresas de capital aberto do Brasil caiu 87,2% em 2015, lastrado principalmente pela mineradora Vale, a Petrobras e a Eletrobras, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira pela consultoria Economática.
O lucro das 297 companhias brasileiras com ações cotadas na bolsa de São Paulo somou RS 14 bilhões em 2015, frente aos RS 109,8 bilhões no ano anterior.
Excluindo Petrobras, Vale e Eletrobras, os lucros das companhias ano passado chegou a RS 107,4 bilhões, o que representa uma queda de 19,5% em relação a 2014, quando o lucro foi de US 133,5 bilhões.
Dos 24 setores listados, dez tiveram prejuízo em 2015 e entre eles se destacou o da mineração, que fechou o ano com um resultado negativo de US 45,1 bilhões.
[...]
O prejuízo acumulado de Vale, Petrobras e Eletrobras em 2015 foi de RS 93,4 bilhões, quase quatro vezes pior que as perdas de 2014, de RS 23,6 bilhões.
Apesar da crise aguda que o Brasil atravessa o setor bancário, composto por 25 instituições, aumentou seu lucro em 28,3%, dos RS 54,9 bilhões em 2014 para RS 70,5 bilhões em 2015.
Fonte: Aqui
Imagem: Aqui
O lucro das 297 companhias brasileiras com ações cotadas na bolsa de São Paulo somou RS 14 bilhões em 2015, frente aos RS 109,8 bilhões no ano anterior.
Excluindo Petrobras, Vale e Eletrobras, os lucros das companhias ano passado chegou a RS 107,4 bilhões, o que representa uma queda de 19,5% em relação a 2014, quando o lucro foi de US 133,5 bilhões.
Dos 24 setores listados, dez tiveram prejuízo em 2015 e entre eles se destacou o da mineração, que fechou o ano com um resultado negativo de US 45,1 bilhões.
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O prejuízo acumulado de Vale, Petrobras e Eletrobras em 2015 foi de RS 93,4 bilhões, quase quatro vezes pior que as perdas de 2014, de RS 23,6 bilhões.
Apesar da crise aguda que o Brasil atravessa o setor bancário, composto por 25 instituições, aumentou seu lucro em 28,3%, dos RS 54,9 bilhões em 2014 para RS 70,5 bilhões em 2015.
Fonte: Aqui
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