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30 março 2016

IFRS e poder político

Uma querida leitora nos contou pelo twitter que a sua turma de pós-graduação discutiria alguns assuntos trabalhados no blog. Nada mais justo e interessante que pedir uma palhinha pra ela, não é mesmo? Então abaixo segue um texto colaborativo escrito pela Camila Fernanda de Oliveira Coelho. Espero que gostem!


As IFRS e o poder político

Através da indicação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o Brasil obteve em 2014 representação e direito a voto no processo de convergência contábil internacional. Este foi o ponto de partida para início do debate criado para a turma do curso de pós-graduação em Auditoria Empresarial no dia 19 de março de 2016. Abordou-se o trabalho de órgãos como IASB e o IFAC, que são considerados importantes no processo de elaboração e aplicação das normas internacionais de contabilidade.

Os principais pontos colocados em discussão para os alunos foram: quais seriam as vantagens de se adotar as IFRS, descobrir se os alunos realmente acreditam que esses organismos são fontes de desenvolvimento dos normativos contábeis ou seriam apenas instrumentos de manutenção do poder político por parte dos países desenvolvidos.

A maioria dos alunos acreditam que os órgãos normativos são importantes, afinal, cada vez mais os países estão interagindo entre si, seja através de investimentos ou em mercados de capitais e então surge a necessidade de informações contábeis padronizadas de confiança e mais úteis aos usuários. Mas as decisões dessas instituições acabam ficando nas mãos dos países mais desenvolvidos pelo grande poder político e econômico que detêm.

A grande maioria apontou que infelizmente fatores políticos acabam sobrepondo as questões técnicas no momento da tomada de decisões destes organismos, porque em países como o Brasil, o poder político se preocupa mais com os próprios interesses do que com as questões normativas que poderiam favorecer as entidades.

Qual é a sua opinião?

Mapas: Peso do Brasil no mundo

Compilado pelo departamento de pesquisa do Bank of America Merrill Lynch, o "Transforming World Atlas" ("Atlas do Mundo em Transformação") identifica as tendências econômicas mundiais por meio de um conjunto de mapas. [BBC Brasil]
1) População
2) Pobreza
3) Orçamento de defesa
4) Emissão de CO²
5) Procedimentos estéticos
6) Números de tuítes em 24h
7) Interações no Facebook
8) Turismo

Leia mais: aqui

Rir é o melhor remédio

Bradypus infuscatus...

Fonte: Aqui

29 março 2016

Adolescentes preenchendo o IR dos pais

Bem legal o vídeo do Buzzfeed... Alguns adolescentes que vivem em celulares e conectados a mídias sociais ajudam os pais a preencher o formulário norte-americano para a declaração do Imposto de Renda. Achei interessante observar, de uma forma tão descontraída, as características do aplicativo que permite desde ligações para tirar dúvidas em relação a formulários e preenchimentos quanto a captura de informações por meio do documento fotografado.


Efeito secundário da Petrobras

O BNDES, importante acionista da Petrobras, acusou o resultado anual da empresa. Segundo o Estadão:

O lucro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve retração de 27,9% em 2015, para R$ 6,2 bilhões. O principal fator para a redução foi a participação acionária da instituição na Petrobrás – o BNDES é dono de 17,2% do capital da petroleira. Por causa da queda nas cotações dos papéis, o BNDES registrou uma baixa contábil de R$ 7,3 bilhões no balanço financeiro no passado, divulgado nesta segunda-feira, 28.


Mas o resultado do BNDES foi contestado pela KPMG, que considerou uma mudança na forma de registrar a perda do Banco como errônea. Para KPMG o lucro deveria ter sido 3,5 bilhões.

Concentração bancária

A saída de alguns bancos do país (HSBC e futuramente o Citi) fez aumentar a concentração bancária. O Valor Econômico lembra bem um efeito perverso disto: a dificuldade que as empresas terão em rolar as dívidas nos meses.

Outro aspecto merece uma atenção: até que ponto a regulamentação, ao penalizar o risco dos bancos, termina por impedir o acesso de empresas com maior risco ao crédito?

Ao mesmo tempo, a fonte BNDES para os amigos parece ter secado. Estas empresas (ou melhor, algumas delas) podem ter uma grande dificuldade de captar recursos no mercado bancário já que não são viáveis, exceto com o dinheiro do contribuinte. Mas outras, viáveis, podem reduzir ainda mais a oferta de crédito.

Mais um escândalo na Petrobras

Claudia Schuffner faz uma excelente reportagem sobre a gestão de recursos humanos da empresa. O texto completo pode ser encontrado aqui

Os autores da denúncia, que se mantêm no anonimato por medo de represálias, apontam 11 medidas danosas e calculam que apenas duas políticas de remuneração podem ter trazido perdas à estatal da ordem de R$ 40 bilhões. Tais fatos já são ou podem se tornar objeto de contestação judicial se todos os empregados entrarem com ação reivindicando reconhecimento de benefícios, e ganharem.

O número é controverso e pode não ser tão elevado. Mas a base da acusação é o fato de os antigos gestores da empresa terem elevado as contingências trabalhistas em 2.300% entre 2006 e dezembro de 2014, de R$ 500 milhões para R$ 12,3 bilhões. Em setembro do ano passado o valor atualizado havia saltado para R$ 14,3 bilhões, um aumento de 28 vezes em dez anos.

(...) A área de RH da estatal foi comandada por sindicatos da Federação Única dos Petroleiros (FUP) desde o primeiro governo federal do Partido dos Trabalhadores (PT), a partir de 2003. No dossiê encaminhado duas vezes à ouvidoria, são relacionadas contingências nascidas de negociações salariais mal conduzidas por dirigentes sindicais ocupando cargos de gerência na área de RH. Eles teriam deixado brechas que, anos depois, permitiram que os sindicatos liderados pelos mesmos gerentes entrassem com ações contra a estatal, dizem os autores do documento.

(...) Os fatos mencionados ocorreram no período em que a área de RH da Petrobras foi comandada por Diego Hernandez, um ex-sindicalista ligado à FUP que foi assessor da presidência quando José Eduardo Dutra assumiu em 2003.  (...)

O rombo potencial de R$ 20 bilhões, segundo a denúncia, começou a ser gestado em 2007, quando a Petrobras aprovou o Plano de Cargos e Avaliação de Carreiras (PAAC), após negociação com todos os sindicatos dos petroleiros. No Acordo Coletivo de Trabalho daquele ano todos os funcionários da Petrobras que trabalhavam em funções administrativas e sem exposição a riscos ocupacionais passaram a receber um complemento sobre o salário básico depois de negociada uma política salarial chamada Remuneração Mínima por Nível e Regime (RMNR).

Conforme a política, funcionário de mesmo nível e da mesma região que recebesse menos que outro trabalhador passou a receber a diferença. Na prática, esse programa de equalização, que teria tido parecer contrário do departamento jurídico na época, acabou com o adicional de 30% a que tinham direito os trabalhadores expostos a riscos, como os que trabalham em refinarias e plataformas de petróleo.

"O rombo é tão grande que, em caso de derrota - considerado bastante provável, considerando as inúmeras ações individuais com decisões contrárias à Petrobras e os pareceres parciais dos ministros do TST e das instâncias inferiores da justiça que já julgaram o caso -, a Petrobras terá que pagar um passivo que, atualizado e segundo projeções recentes do próprio Jurídico da empresa, deve ultrapassar R$ 20 bilhões", afirmam os autores da denúncia. "A ação coletiva em questão é pública e pode ter seus detalhes consultados diretamente no TST", dizem eles.

Eles observam ainda que entre 10% e 15% do valor da ação "devem inundar os bolsos dos advogados e diretores sindicalistas e o restante fará a alegria dos empregados da estatal, além de quebrá-la de vez, já que esse valor equivale a um ano muito bom de lucro líquido da empresa", referindo-se aos honorários que cabem aos sindicatos.

(...) Os autores da denúncia estimam ainda a possibilidade de existência de outro passivo estimado em R$ 10 bilhões relacionado ao descanso semanal remunerado (DSR). No balanço de 2014 a contingência é tratada apenas como possível e calculada em R$ 1,16 bilhão. Os sindicatos, segundo os denunciantes, estariam pleiteando da empresa a cobrança de folgas semanais a título de DSR, em função do que consideram "uma maluca tabela de horários e regimes de trabalho" negociada pelos sindicatos. (...)