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05 março 2016

Ser corruptor vale a pena?

Um dos lados de um esquema de corrupção é saber se o corruptor realmente obtém benefício com o ato. Tudo leva a crer que a resposta seria positiva: afinal, o corruptor paga para obter uma vantagem sobre seus concorrentes. Se numa disputa por uma obra pública ou para ser o fornecedor preferencial de uma empresa, o corruptor efetua pagamentos para quem toma a decisão, os benefícios que consegue obter posteriormente devem compensar seu ato. Talvez seja por isto que muitos corruptores arriscam sua reputação e uma punição futura: o benefício compensa o custo.

Uma pesquisa publicada no último número da Accounting Review (vide aqui também) parece sugerir que a corrupção não traz tantos benefícios assim. O artigo ”An Analysis of Firms' Self-Reported Anticorruption Efforts”, de Paul M. Healy e George Serafeim utilizou dados da Transparência Internacional e comparou o desempenho das empresas que se esforçam para combater a corrupção e aquelas que não o fazem. Os autores descobriram que as empresas mais propensas a atos ilícitos de corrupção geralmente conseguem obter maiores vendas nos mercados altamente corruptos. Aparentemente isto seria um claro benefício da corrupção, como já era de esperar. Entretanto, quando Healy e Serafeim analisaram o desempenho global encontraram nenhuma diferença na rentabilidade.

Aparentemente o ganho advindo com a corrupção com os preços maiores e o ganho de escala não cobre os custos da corrupção.

É importante salientar, obviamente, que isto não significa que o “o crime não compensa”. Como toda pesquisa científica é necessário ter cuidado para não extrapolar as conclusões. Somente com mais evidências podemos realmente concluir que uma empresa corruptora não tem muito a ganhar com esta atitude.

03 março 2016

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Carreira pública ou privada? Uma análise com opções reais

Resumo:

A escolha da carreira é uma decisão importante e em geral é feita em um ambiente repleto de incertezas por pessoas relativamente jovens e inexperientes. Neste estudo, buscou-se analisar a decisão de escolha entre uma carreira em uma empresa privada e outra em um órgão público, considerando que existe flexibilidade para migrar do setor privado para o público por meio de concurso. Para tanto, utilizou-se a metodologia das opções reais para modelar essa opção
de troca, assumindo-se que os ganhos futuros no setor privado são incertos. Os resultados sugerem que a opção de ingressar na carreira pública pode ter valor significativo em relação à privada.

Palavras-chave: escolha de carreira, concurso público, opções reais, árvore binomial.

Alguns trechos do artigo:

[...]
Os resultados indicam um valor significativo da opção de ingressar na carreira pública em relação à carreira privada, o que aumenta a atratividade da carreira privada devido à possibilidade de troca futura para a carreira pública. Sendo assim, do ponto de vista do graduado é mais interessante ingressar primeiramente na carreira privada. Caso não se alcance o salário almejado, haveria a possibilidade de exercer a opção de abandono e iniciar a carreira pública

[...]

Essa maior atratividade do setor privado sugere ao setor público uma reformulação dos salários e benefícios pagos, nas carreiras estudadas, visando aumentar sua atratividade e assim captar os melhores profissionais. Caso contrário, o setor privado tenderá a reter os profissionais mais capacitados.


Fonte: aqui

Volume: 50 - Número: 2 - Data: abril / maio / junho 2015
Título: Decisão de escolha de carreira no Brasil: uma abordagem por opções reais
Autor: Matheus Silveira Catauli dos Santos, Luiz Eduardo Teixeira Brandão e Vinicius Mothé Maia