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28 fevereiro 2016

História da Contabilidade: O papel da contabilidade pública segundo o Ministro da Fazenda

A história da contabilidade pública no Brasil é bastante rica e merece, por si só, um longo debate. De certa forma podemos dizer que a contabilidade pública é o reflexo da forma como os políticos e o povo enxerga o bem público. Se existe um zelo pelo bem público certamente a contabilidade pública será valorizada e respeitada. Isto é válido para a história como um todo, conforme demonstra Jacob Soll no livro The Reckoning (1).

Depois de várias postagens históricas sobre este assunto podemos concluir que a contabilidade pública no Brasil adotou, tardiamente, o método das partidas dobradas de maneira corriqueira e sistemática somente no século XX (2). Isto é espantoso e demonstra que de uma maneira geral a contabilidade pública reflete a falta de zelo com o bem público no nosso país.

Nas pesquisas realizadas tenho encontrado muitas normatizações. Mas a sensação geral é que existiu, na história brasileira, um grande descasamento entre a lei e a prática contábil na área pública. O exemplo mais claro disto foi citado anteriormente: a adoção das partidas dobradas. Embora a maioria das citações insiste em destacar a norma de 1808, com a chegada da família real no Brasil, que obrigava a adoção das partidas dobradas, no início do século XX isto ainda não era uma realidade. Isto enfatiza a necessidade de estudarmos a contabilidade pública não sob a ótica das normas, mas da prática existente.

Como consequência, tenho sido cético nas minhas pesquisas quando encontrou uma norma ou um discurso sobre este assunto. Minha preferência tem sido na contabilidade das entidades privadas, justamente aquelas onde a documentação é menor.

Mas tive a grata surpresa de encontrar um discurso, proferido pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Fazenda e publicado no O Brasil (3). Depois de expor a mazelas da situação contábil da administração, o ministro afirma:
A contabilidade é indispensável para as finanças públicas. Simples e tão atual.

(1) Voltaremos a falar sobre esta obra num futuro breve.
(2) Já mostramos como isto ocorre em postagens anteriores.
(3) O Brasil, 17 de janeiro de 1859, vol. Xii, n. 1563, p. 2. Provavelmente trata-se de Joaquim José Rodrigues Torres ou Visconde de Itaboraí. É interessante notar que Torres formou-se em matemática em Portugal; naquela época, a relação entre contabilidade e a matemática era muito próxima.

Rir é o melhor remédio


27 fevereiro 2016

Fato da semana

Fato da Semana: Prejuízo da Vale

Data: 25 de Fevereiro de 2016

Fonte: Vale

Precedentes:
1997 - A empresa Vale do Rio Doce é privatizada durante o governo do FHC. Nos anos seguintes a empresa teve uma forte expansão, adquirindo empresas e conquistando mercados.
2002 a 2013 - A Vale cresce, adquirindo empresas, como Inco, e conquistando mercados.
2015 - A redução da atividade econômica na China ajuda a derrubar o preço do minério. Ao mesmo tempo, uma subsidiária da empresa é responsável pelo maior desastre ambiental do Brasil.

Notícia boa para contabilidade? Apesar do elevado prejuízo, nós somos otimistas. A empresa divulgou um resultado que reflete sua realidade (ao contrário do controverso resultado da Petrobrás do ano passado). A contabilidade fez a sua parte em mostrar o que estava ocorrendo na empresa. Outro aspecto é que a empresa ainda é viável.

Desdobramentos - A situação ainda será difícil para a empresa em 2016. A empresa poderá desfazer de alguns negócios para enfrentar os desafios futuros.



Capitalização da Petrobrás seria a solução

Jorge Simino escreve um texto para o Valor onde defende a capitalização em dinheiro da Petrobrás:

Os argumentos a favor são óbvios: tira a empresa de uma situação absolutamente sufocante; reduz a percepção de risco da empresa (o CDS de dez anos da Petrobrás é negociado a quase 1.100 pontos-base); deve reduzir também a percepção de risco país, dado que o Tesouro Nacional tem (direta ou indiretamente) 60% do capital votante da empresa; permite que a empresa não pressione seus fornecedores além do limite razoável ...

(Cartoon: Korean Times)

Dívida entre emergentes

A tabela, publicado no Valor Econômico, mostra a evolução da dívida bruta de cinco países em relação ao tamanho da economia. A exceção da Índia, todos demais apresentaram um índice de endividamento abaixo de 50%. E a Índia já fez o ajuste, o que não ocorreu com o Brasil.

Links

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CBF terá que evidenciar suas contas

Chances de ser um milionário nos EUA depende da raça

Aplicativos de paquera

Uma consequência interessante do uso maior de aplicativos de paquera é

É possível que os aplicativos de paquera fortaleçam a tendência ao “acasalamento dirigido”, em que as pessoas optam por ter relacionamentos amorosos com indivíduos de renda e qualificação similares às suas. Estima-se que a tendência seja responsável por cerca de 18% do aumento na desigualdade de renda observado nos EUA entre 1960 e 2005. Estudo recente realizado na Coreia do Sul mostra que a paquera algorítmica estimula a formação de casais com mesmo nível de escolaridade.


(Cartoon: aqui)