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27 fevereiro 2016

Desemprego

Como temos feito regularmente, este blog acompanha os dados de desemprego formal do TEM (Ministério do Trabalho e Emprego), mais especificamente de Contadores e Auditores (Classificação do Código Brasileiro de Ocupação). Desde janeiro de 2016 o número de desligados supera o número de admitidos. Isto significa um aumento nos desempregados do setor. Se em dezembro a redução dos postos de trabalho foi de 1.016, um recorde negativo no setor, em janeiro isto diminuiu substancialmente: o número de admitidos foi somente 44 postos menor que o número de demitidos. O gráfico mostra a evolução no quadro de emprego do setor:

Boa notícia? Infelizmente não. Janeiro é um mês tipicamente de contratação. Nos anos anteriores o número deste mês era sempre positivo, conforme o gráfico a seguir. No ano passado, por exemplo, o único mês positivo em termos de mercado de trabalho foi exatamente janeiro.

O gráfico a seguir é mais alarmante. Mostra a evolução acumulada do emprego/desemprego de contadores e auditores. Iniciando em 2014, o número tornou-se negativo em abril de 2014 e não para de cair. São quase sete mil vagas no setor que foram reduzidas.

Rir é o melhor remédio

Serão estes os 43 gifs mais engraçados de todos os tempos?

26 fevereiro 2016

Casino

O grupo francês Casino, que atua no Brasil no mercado de varejo, descobriu que funcionários desviavam mercadorias dos centros de distribuição. A estimativa é um prejuízo de R$177 milhões. A figura a seguir mostra que o desvio tinha como consequência uma estimativa a maior da receita. Além disto, a mercadoria com defeito era revendida, a um preço menor.

Privatização nos estados

Segundo informação do Valor Econômico (Estados poderão ter ganho imediato com venda de estatais para União, Leandra Peres e Assis Moreira, 25 de fevereiro de 2016), a União está estudando uma proposta de privatização das empresas dos estados. O processo ocorrerá da seguinte forma:
Na primeira etapa, o Estado repassa para União o controle ou a participação acionária na empresa. O valor é estimado na avaliação do mercado. Este valor será usado para abater a dívida do Estado com a União. Após a venda das ações, o valor a maior ou a menor é acertado na diferença.

Alguns aspectos relevantes desta operação precisam ser levados em consideração. Uma hipótese básica do modelo em estudo é que a União teria condições de fazer a privatização de maneira mais rápida e eficiente. Em outras palavras, o governo federal teria maior possibilidade de fazer a privatização. Obviamente que as considerações políticas sobre o tema ficam sob a responsabilidade do governo federal.

Sobre a operação de privatização é importante considerar o valor do dinheiro no tempo. Como provavelmente as fases não ocorreram simultaneamente, o processo deverá prever a “atualização” da avaliação. Por exemplo, admita que um Estado repasse a empresa ABC por $1 milhão; dez meses depois é feita a privatização, num valor de R$1,1 milhão. Em razão do valor do dinheiro no tempo, é necessário trazer o valor de R$1 milhão para a data da venda efetiva (ou do pagamento).

Como os momentos de tempo são distintos, o governador que fizer a transferência poderá ter fortes incentivos para tomar a decisão de passar a empresa para a União ou não. Se estiver em término de mandato e concorrendo a reeleição, esta decisão poderá tirar mais votos; é um fator importante para não tomar a decisão. Isto é um fato que o governo deve considerar: aumentar os incentivos políticos para uma decisão positiva.

Finalmente, ao assumir a empresa a União tem um compromisso de efetuar a venda. E se isto não ocorrer? O ônus aqui será do governo federal, que deverá explicar qual a razão de ter feito uma promessa de privatização e não ter levado adiante.

Em linhas gerais: aparentemente o plano proposto pelo Tesouro tem mais contras que prós.

Concentração de Informação

O Valor Econômico de hoje traz 264 páginas. A grande maioria de demonstrações contábeis. Obviamente que a grande concentração de informação produz mudança na forma como o usuário recebe a demonstração. Existe um ramo de estudo especialmente dedicado a isto denominado Economia da Atenção (por sinal, muito importante nos dias de hoje, em razão do grande número de informações/dados/imagens que recebemos). Recentemente Almeida e Silva divulgaram uma pesquisa sobre o tema na contabilidade:

A amostra é composta pela coleta diária no período de 10 anos (2003-2012) das ITR’s, IAN’s e DFP’s das empresas brasileiras e ITR’s e DFP’s das empresas chilenas no decênio. Após essa robusta coleta, foram coletadas as séries temporais dos índices pontos e volumes da Bolsa de Valores de São Paulo (Brasil) e da Bolsa de Comércio de Santiago (Chile) no decênio considerado. Para analisar os dados utilizou-se a estatística descritiva, o teste de Levene e o teste de médias. Os achados da pesquisa revelam que há uma concentração da evidenciação contábil, em determinadas datas, tanto no Brasil quanto no Chile. Os resultados evidenciam também que a concentração da evidenciação contábil brasileira tende a não impactar o retorno, o volume de negociação e a volatilidade do mercado do Brasil. No entanto, quando se analisa o impacto da concentração da evidenciação contábil no Chile, nos dias de grande divulgação, constata-se que este fenômeno tende a impactar a volatilidade desse mercado.

Rir é o melhor remédio

Publicado no Estado de 25 fev 2016

25 fevereiro 2016

Pior prejuízo da história

Notícia do Estadão

O prejuízo da Vale em 2015, de R$ 44,2 bilhões, é o maior prejuízo já registrado por uma empresa de capital aberto desde 1986, segundo levantamento da consultoria Economatica, que só tem dados a partir daquele ano. Os dados foram ajustados pela inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) até dezembro de 2015.