O mercado reagiu a duas importantes notícias de duas grandes empresas brasileiras. A Gerdau está sendo investigada pela Polícia Federal por sonegação de impostos (primeiro gráfico) e a Vale anunciou um prejuízo elevado (segundo gráfico). O resultado foi uma queda, segundo Valor Data, de -5,31% e -4,53%
25 fevereiro 2016
Prejuízo de 12 bilhões na Vale
A Vale acaba de divulgar seu resultado de 2015. Destaque para o prejuízo de 12,1 bilhões, sendo que 7,5 bilhões são originários de variações monetárias e cambiais, 8,9 bilhões de impairment. Como o lucro bruto caiu de 12,5 bilhões, em 2014, para 5,1 bilhões, em 2015, os efeitos das variações e do impairment foram decisivos para o prejuízo da empresa. O resultado só não foi pior em razão do crédito do imposto diferido, de 5,5 bilhões.
Em 2014 a receita da empresa foi de 38,2 bilhões; no ano de 2015 uma queda 32%, em especial a venda de minérios de ferro, o principal negócio da empresa. A empresa vendeu menos para China (3,5 bilhões) e no mercado interno (2,2 bilhões). Mas a principal explicação da redução da receita foi o recuo no preço do minério: queda de 41% no preço de referência.
Apesar do prejuízo, o fluxo das atividades operacionais foi positivo: 4,5 bilhões (versus 13 bilhões em 2014). A diferença entre o prejuízo e o FCO é explicada pelo fato de que os efeitos do impairment não entram no FCO.
P.S. (valores em US$)
Em 2014 a receita da empresa foi de 38,2 bilhões; no ano de 2015 uma queda 32%, em especial a venda de minérios de ferro, o principal negócio da empresa. A empresa vendeu menos para China (3,5 bilhões) e no mercado interno (2,2 bilhões). Mas a principal explicação da redução da receita foi o recuo no preço do minério: queda de 41% no preço de referência.
Apesar do prejuízo, o fluxo das atividades operacionais foi positivo: 4,5 bilhões (versus 13 bilhões em 2014). A diferença entre o prejuízo e o FCO é explicada pelo fato de que os efeitos do impairment não entram no FCO.
P.S. (valores em US$)
24 fevereiro 2016
Não concordou com a opinião sobre a continuidade
Segundo o Business Time a empresa Ceres Inc. resolveu trocar de auditor em razão do segundo ano que a KPMG faz uma observação sobre a continuidade da empresa no parecer. A KPMG afirmava num parágrafo que os prejuízos recorrentes e o nível de caixa suficientes até janeiro de 2016 colocavam em dúvida a continuidade. A empresa diz que não concorda com a opinião da KPMG e por isto a troca.
A Ceres atua em biotecnologia e tem sede na Califórnia. Fundada em 1996, tem uma subsidiária no Brasil, a Ceres Sementes.
A Ceres atua em biotecnologia e tem sede na Califórnia. Fundada em 1996, tem uma subsidiária no Brasil, a Ceres Sementes.
Uma empresa chamada UEPS
Uma empresa chamada UEPS despertou a atenção dos analistas recentemente por um motivo insólito: a qualificação do seu dirigente (CEO em inglês). É bem verdade que a empresa também tem algumas práticas questionáveis, incluindo declarações de dirigentes que são divergentes das constantes das demonstrações contábeis.
O Senhor Belamant, CEO da UEPS, tem a titulação informada pela empresa de PhD em tecnologia de informação e gestão. Especificamente, na Burkes University.
Mas uma pesquisa do ValueWalk indica algo interessante: aparentemente a Burkes nunca existiu na Inglaterra, mas parece existir uma universidade com este nome das ilhas Turcas e Caicos, com cursos on-line.
O Senhor Belamant, CEO da UEPS, tem a titulação informada pela empresa de PhD em tecnologia de informação e gestão. Especificamente, na Burkes University.
Mas uma pesquisa do ValueWalk indica algo interessante: aparentemente a Burkes nunca existiu na Inglaterra, mas parece existir uma universidade com este nome das ilhas Turcas e Caicos, com cursos on-line.
Moody's tira grau de investimento do Brasil
Saiu no G1:
A agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota do Brasil e tirou o grau de investimento – selo de bom pagador – do país nesta quarta-feira (24), como já era esperado. A nota do país passou de Baa3, o último nível dentro do grau de investimento, para Ba2, que é a categoria de especulação. A agência também colocou o Brasil em perspectiva negativa, indicando que pode sofrer novo rebaixamento.
Em nota, a Moody's afirma que o corte da nota foi influenciado pela maior deterioração das métricas de crédito do Brasil, em um ambiente de baixo crescimento, com expectativa de que a dívida do governo ultrapasse 80% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos três anos. A agência também aponta a "dinâmica política desafiadora" vai continuar a complicar os esforços de consolidação fiscal e atrasar as reformas estruturais.
"A perspectiva negativa reflete a visão de que os riscos são de uma consolidação e uma recuperação ainda mais lentas, ou de que surjam mais choques, o que cria incertezas em relação à magnitude da deterioração do perfil de crédito do Brasil".
Entre as três grandes agência internacionais, apenas a Moody's mantinha o Brasil com grau de investimento. No dia 9 de dezembro, entretanto, a agência colocou a nota do país em revisão para possível rebaixamento, indicando que ela poderia ser reduzida em breve.
A primeira a tirar o selo de bom pagador do Brasil foi a Standard and Poor's (S&P), em setembro do ano passado. Em dezembro, foi a vez da Fitch, que ao mesmo tempo colocou a nota do país em perspectiva negativa, indicando que ela pode voltar a ser rebaixada.
Como principal motivo para a retirada do grau de investimento do país, as agências apontam a deterioração das contas públicas, o aumento do endividamento público e a preocupação com a retomada do crescimento da economia.
No mercado financeiro, a nota de um país funciona como um "certificado de segurança" que as agências de classificação dão a países que elas consideram com baixo risco de calotes a investidores.
Leia mais: Aqui
A agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota do Brasil e tirou o grau de investimento – selo de bom pagador – do país nesta quarta-feira (24), como já era esperado. A nota do país passou de Baa3, o último nível dentro do grau de investimento, para Ba2, que é a categoria de especulação. A agência também colocou o Brasil em perspectiva negativa, indicando que pode sofrer novo rebaixamento.
Em nota, a Moody's afirma que o corte da nota foi influenciado pela maior deterioração das métricas de crédito do Brasil, em um ambiente de baixo crescimento, com expectativa de que a dívida do governo ultrapasse 80% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos três anos. A agência também aponta a "dinâmica política desafiadora" vai continuar a complicar os esforços de consolidação fiscal e atrasar as reformas estruturais.
"A perspectiva negativa reflete a visão de que os riscos são de uma consolidação e uma recuperação ainda mais lentas, ou de que surjam mais choques, o que cria incertezas em relação à magnitude da deterioração do perfil de crédito do Brasil".
Entre as três grandes agência internacionais, apenas a Moody's mantinha o Brasil com grau de investimento. No dia 9 de dezembro, entretanto, a agência colocou a nota do país em revisão para possível rebaixamento, indicando que ela poderia ser reduzida em breve.
A primeira a tirar o selo de bom pagador do Brasil foi a Standard and Poor's (S&P), em setembro do ano passado. Em dezembro, foi a vez da Fitch, que ao mesmo tempo colocou a nota do país em perspectiva negativa, indicando que ela pode voltar a ser rebaixada.
Como principal motivo para a retirada do grau de investimento do país, as agências apontam a deterioração das contas públicas, o aumento do endividamento público e a preocupação com a retomada do crescimento da economia.
No mercado financeiro, a nota de um país funciona como um "certificado de segurança" que as agências de classificação dão a países que elas consideram com baixo risco de calotes a investidores.
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