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14 fevereiro 2016

Orçamento público

(...) Nesse contexto, o adiamento para março do anúncio do contingenciamento orçamentário, previsto para esta sexta-feira, confirmam a enorme dificuldade do governo de promover os cortes que se fazem necessários nas despesas da União. Para justificar o não cumprimento da programação financeira, que conforme determina a lei, deve ser divulgada 30 dias após a sanção do Orçamento Federal (que ocorreu no dia 14 de janeiro de 2016), não estava sendo cumprida, o ministro do Planejamento reconheceu que o governo não tinha ainda os números todos, e que estavam “fechando para poder fazer o relatório no mês de março e anunciar o contingenciamento”.

Ficou evidenciado que a decisão de adiar o anúncio do contingenciamento do orçamento de 2016 aconteceu em razão de o governo não dispor de previsibilidade no tocante às receitas. Observa-se que, o governo vem tentando fazer um contingenciamento menor do que o do ano passado, que foi de R$ 78,3 bilhões. Recorde-se que o governo em 2015, conforme definido inicialmente pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), partiu de um superávit primário R$ 66,3 bilhões, o que representa 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), para alcançar no final daquele ano, a um déficit primário de até R$ 111 bilhões, o que representa cerca de 2,0% do PIB.

(...) A decisão da presidente e de sua equipe econômica de analisar por mais tempo as contas federais para definir os cortes mostra como o governo se encontra desnorteado nessa área sensível que diz com a gestão orçamentária. Em que pese tentar minimizar as dificuldades, o governo sabe que a arrecadação de tributos, diante da depressão instalada na economia, vai continuar em queda. Esse quadro desfavorável evidencia que a presidente Dilma terá pela frente sérios obstáculos (tanto no Parlamento como na sociedade) para aprovar a reforma da Previdência Social e a adoção de novas medidas fiscais que melhore a arrecadação. Pode-se argumentar, assim, que o contingenciamento do Orçamento que será realizado no próximo mês de março em nada irá alterar este quadro descrito, pois irá apresentar a mesma falta de previsibilidade do comportamento da receita, com um agravante, o cenário econômico e político, com os desdobramentos da Operação Lava Jato e o andamento do processo de impeachment vai estar bem mais conturbado.


(Estadão Noite, José Matias-Pereira) -  José Matias-Pereira. Economista e advogado. Doutor em ciência política (área de governo e administração pública) pela Universidade Complutense de Madri, Espanha, e Pós-doutor em administração pela Universidade de São Paulo. Professor de administração pública e pesquisador associado do programa de pós-graduação em contabilidade da Universidade de Brasília. Autor, entre outras obras, do Curso de economia política (2015), publicado pela Atlas.

Pirataria acadêmica

Em outubro de 2015, um tribunal distrital de Nova York decidiu a favor da editora académica Elsevier, que tinha acusado Sci-Hub, um site que oferece versões piratas de trabalhos acadêmicos, de violação de direitos autorais. A decisão das autoridades derrubaram o nome de domínio do site, sci-hub.org.

A suspensão de um nome de domínio não exclui um site para sempre; ela só impede os visitantes de saber exatamente onde encontrá-lo. É trivial relançar o mesmo site em outro domínio, como a Sci-Hub fez, instalando-se como sci-hub.io. Agora conhecimento do novo domínio tem se espalhado, com menções dele através de redes sociais (...)


Fonte: QZ

Economia na era do Big Data

Resumo:

The quality and quantity of data on economic activity are expanding rapidly. Empirical research increasingly relies on newly available large-scale administrative data or private sector data that often is obtained through collaboration with private firms. Here we highlight some challenges in accessing and using these new data. We also discuss how new data sets may change the statistical methods used by economists and the types of questions posed in empirical research.

Fonte:  Liran Einav and Jonathan Levin. Economics in the age of big data. DOI: 10.1126/science.1243089 Science 346, (2014)

Pensamento relativo em finanças pessoais


Consider this situation: You’re shopping for headphones. An electronics store has the model you want for $50, a reasonable price. But a sales clerk says: “You know our other branch has this item on sale for $40.” Going to that store will take 30 minutes, and you can’t buy the headphones for that price online. Do you go to the other branch?

Before you answer, consider a slightly modified version of the same situation: Instead of headphones, you are buying speakers. You go to the same store and find the model you want for $400. Again, the price seems reasonable but the sales clerk says it’s on sale at the other branch for $385. What do you do now?

Research by Daniel Kahneman and Amos Tversky, the psychologists whose work helped spawn behavioral economics, suggests that people are more likely to make the trip for the $40 headphones than for the $385 speakers.

At first glance, this makes sense. By taking the trouble to go to the other store, you can save 20 percent on the headphones and only 3.75 percent on the speakers. The bigger percentage in savings is more appealing.

Though intuitive, this way of looking at the choices is mistaken. In each case it will take 30 minutes to save some money. But with the headphones, you save $10; with the speakers, you save $15

It’s as if you had two identical job offers, but one paid $20 an hour and the other $30. Yet you consistently chose the lower-paying job.

We tend to focus on the percentage rather than the amount we save, and fall prey to a mental illusion. After all, when your shopping is done, it is dollars — not percentages — that will be in your bank account.

[...]

Not everyone falls prey to this effect, as Anuj K. Shah, a professor of behavioral science at the University of Chicago, has demonstrated in research done with Eldar Shafir, a psychology professor at Princeton, and me.

For one thing, lower-income people behave more consistently as consumers than more affluent ones. Poorer people tend to value a dollar more consistently, irrespective of the context. It is not simply that those with less money pinch more pennies; it is that they are compelled to value those pennies in absolute rather than relative terms.

Whereas the well-off may dabble in frugality, necessity makes the poor experts in it. To them, a dollar has real tangible value. A dollar saved is a dollar to be spent elsewhere, not merely a piece of token accounting.

The insight here is simple: When it comes to money, stop looking at relative values and start looking at absolutes. Dollars, not percentages, matter. In this case, the well-off can learn something about money management from the poor.


Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

Corrupção

13 fevereiro 2016

Fato da Semana

Fato: Hans Hoogervorst ganha mais um mandato no Iasb
Data: 12 de fevereiro de 2016
Fonte: Reuters

Precedentes

1981 - Hoogervorst forma-se em história pela universidade de Amsterdam
De 1998 a 2007 - Ocupa diversos cargos no governo holandês, incluindo o de Ministro da Fazenda.
Outubro de 2010 - Indicado para o cargo de Chairman do Iasb por sugestão de uma empresa de talentos.
Junho de 2011 - Assume o cargo, reconhecendo que entende pouco de contabilidade
2016 - Ganha mais um mandato de cinco anos

Boa notícia para a Contabilidade? A recondução de Hoogervorst pode ser um sinal de estabilidade na condução do Iasb e crença de que o holandês fez um bom trabalho. Entretanto, para um executivo que foi contrato para tentar fazer a diplomacia com o Fasb, o primeiro mandato dele foi frustante: não somente os projetos conjuntos não foram concluídos a contento, como os EUA (e outros países significativos) não aderiram as normas internacionais. A renovação poderia dar um alento para o Iasb.

Desdobramentos - O resumo da recondução é "mais do mesmo". Não devemos ter mudanças substanciais no Iasb.