Translate

04 fevereiro 2016

Rir é o melhor remédio

Ciência: o que, como, por quê?


Via HypeScience:

O astrônomo Neil deGrasse Tyson é famoso, entre outras coisas, pela nova versão do programa de divulgação científica Cosmos, e tem sido uma voz a favor da ciência nos Estados Unidos.

Abaixo, você confere um texto no qual ele explica por que a ciência é importante, como ela funciona, e o que esperar dela. Ele é dirigido para o público dos Estados Unidos, mas uma boa parte é universal.

“Se você ficar selecionando as verdades científicas que servem a objetivos culturais, econômicos, religiosos ou políticos, você enfraquece as bases de uma democracia instruída.

“A ciência se destaca de todos os outros ramos de empreendimentos humanos pelo seu poder de testar e entender o comportamento da natureza em um nível que nos permite fazer previsões com precisão, e até mesmo controlar os resultados de eventos no mundo natural. A ciência em especial melhorou nossa saúde, riqueza e segurança, que é muito maior hoje para muito mais gente na Terra do que em qualquer outra época da história humana.

“O método científico, que está por trás destas conquistas, pode ser resumido em uma frase, que é tudo sobre objetividade: Faça o que for necessário para evitar auto-ilusões e pensar que algo verdadeiro não é, ou de que algo não verdadeiro é verdadeiro.

“Esta abordagem ao conhecimento não se estabeleceu até o século 17, logo depois da invenção do microscópio e do telescópio. O astrônomo Galileu e o filósofo Sir Francis Bacon concordaram: faça experiências para testar tuas hipóteses e dê à elas confiança em proporção à força da evidência. Desde então, aprendemos a não alegar ter descoberto uma nova verdade até que múltiplos pesquisadores, e em último caso, a maioria dos pesquisadores, tenham obtido resultados consistentes uns com os outros.

“Este código de conduta leva a consequências notáveis. Não há nenhuma lei contra a publicação de resultados errados ou distorcidos. Mas o custo em fazer isto é alto. Se sua pesquisa for verificada pelos seus colegas, e ninguém conseguir duplicar suas observações, a integridade de suas futuras pesquisas será posta em dúvida. Se você cometer uma fraude, como falsificar dados de propósito, e mais adiante outros pesquisadores do mesmo campo descobrirem isso, a revelação vai acabar com tua carreira.

“É assim simples.

“Este sistema interno de autorregulação na ciência pode ser único entre as profissões, e não requer o público ou a imprensa ou os políticos para funcionar. Mas ver a máquina funcionando pode ser fascinante. Basta observar o fluxo de trabalhos de pesquisa nas páginas de periódicos científicos revisados por pares. Este terreno fértil para a descoberta é, também, ocasionalmente, um campo de batalha onde a controvérsia científica é desnudada.

“A ciência descobre verdades objetivas. Elas não são estabelecidas por nenhuma autoridade, e também não por um único trabalho científico. A imprensa, ao tentar bombar uma nova história, pode levar a opinião pública ao erro sobre como a ciência funciona, colocando um trabalho recém-publicado como sendo ‘a verdade’, talvez até destacando o pedigree acadêmico dos autores. Na verdade, quando estamos lidando com a fronteira móvel do conhecimento, a verdade não foi estabelecida, então a pesquisa pode apontar para diversas direções, até que os experimentos venham a convergir em uma ou outra direção – ou até em direção nenhuma, geralmente indicando que não há fenômeno algum.

“Uma vez a verdade objetiva tenha sido estabelecida por estes métodos, ela não é mais tarde descoberta falsa. Não vamos revisitar as questões sobre se a Terra é redonda, ou se o sol é quente, ou se os humanos e chipanzés compartilham 98% do DNA, ou se o ar que respiramos é 78% nitrogênio.

“A era da ‘física moderna’, nascida na revolução quântica do início do século 20 e a revolução da relatividade aproximadamente na mesma época, não descartou as leis de Newton para o movimento e a gravidade. O que ela fez foi descrever realidades mais profundas da natureza, tornadas visíveis por métodos e ferramentas de pesquisa ainda maiores. A física moderna engloba a física clássica como um caso especial destas verdades maiores. Então as únicas vezes que a ciência não consegue chegar a verdades objetivas é na fronteira da pesquisa, antes dos consensos, e a única vez em que ela não podia fazer isso era antes do século 17, quando nossos sentidos, inadequados e distorcidos, eram as únicas ferramentas à nossa disposição para informar o que era e o que não era verdade em nosso mundo.

“Verdades objetivas existem fora da nossa percepção da realidade, como o valor do PI, E=mc², a rotação da Terra, e que o dióxido de carbono e metano são gases de efeito estufa. Estas afirmações podem ser verificadas por qualquer um, a qualquer tempo, e em qualquer lugar. E elas são verdades, você acreditando ou não.

“Entretanto, as verdades pessoais são as que você pode dar muito valor, mas que você não tem como convencer outros que discordam, exceto por discussões acaloradas, coerção ou força. São os fundamentos das opiniões da maioria das pessoas. Jesus é o salvador? Maomé é o último profeta de Deus, na Terra? O governo deve ajudar os pobres? Beyoncé é uma rainha cultural? Kirk ou Picard? Diferenças em opinião definem a diversidade cultural de uma nação, e devem ser valorizadas e preservadas em uma sociedade livre. Você não precisa gostar do casamento gay. Ninguém jamais vai te forçar a um casamento gay. Mas criar uma lei que impeça outras pessoas de fazer isso é forçar tuas verdades pessoais nos outros. Políticas que tentam forçar outros a compartilhar as tuas verdades pessoais são, nos seus limites, ditatoriais.

“Note que, na ciência, a conformidade é anátema ao sucesso. As acusações persistentes de que os cientistas estão todos concordando com os outros é de fazer rir qualquer cientista que esteja tentando progredir em sua carreira. A melhor forma de ficar famoso enquanto ainda está vivo é apresentar uma ideia que vá contra a pesquisa prevalente e que consiga obter uma consistência nas experiências e observações. Desta forma fica garantida a discordância saudável permanente quando se trabalha nos limites do conhecimento, nas descobertas.

“Em 1863, um ano em que ele tinha assuntos muito mais importantes para lidar, Abraham Lincoln, o primeiro presidente Republicano, assinou o documento que deu origem à Academia Nacional de Ciência, baseado em um Ato do Congresso. Esta academia deve fornecer conselho independente e objetivo à nação em assuntos relacionados à ciência e tecnologia.

“Hoje, outras agências governamentais com missão científica atendem a objetivos similares, incluindo a NASA, que explora o espaço e a aeronáutica; o NIST, que explora os padrões de medição científica, nos quais todas as outras medições se baseiam; o DOE, que explora a energia em todas formas usáveis; e o NOAA, que explora o clima e meteorologia da Terra.

A mulher negra e pobre que mudou a ciência para sempre (e não foi reconhecida)
“Estes centros de pesquisa, assim como outras fontes confiáveis de ciência publicada, podem empoderar políticos em formas que levem ao governo informado e esclarecido. Mas isto não vai acontecer até que as pessoas no comando, e as pessoas que votam neles, entendam como e por que a ciência funciona.” [HuffingtonPost]

03 fevereiro 2016

Resenha: Experimentos

No início da década de sessenta o cientista social Stanley Milgram recrutou diversas pessoas para um experimento: era solicitado ao indivíduo punir um falso aluno com choques elétricos a cada resposta errada. E quanto mais o aluno errava, mais intensidade tinha o choque. Milgram criou uma situação na qual induzia as pessoas a aplicar um castigo, mesmo sendo uma punição cruel.

Naquele instante, Israel tinha localizado na Argentina o criminoso de guerra Adolf Eichmann, responsável pela execução dos judeus durante a Segunda Guerra. Diante da possibilidade de fuga ou proteção por parte do governo argentino, Israel sequestra Eichman para ser julgado. O julgamento foi controverso e gerou um livro de Arendt denominado Um Relato sobre a Banalidade do Mal.

Arendt teorizou sobre o mal; Milgram mostrou que qualquer ser humano comum seria um Eichman em potencial.

Em suas pesquisas, Milgram demonstrou que sendo “incentivado” por uma autoridade (um cientista, no caso), uma pessoa comum é capaz de dar choques elétricos num desconhecido. Obviamente que Milgram teve o cuidado de não fazer uma tortura real, mas os resultados causaram polêmica e ele foi investigado por comitês de ética e muito criticado.

Milgram foi um dos pioneiros na pesquisa experimental. Trata-se de um ramo da ciência na qual tentamos replicar uma situação do mundo real, para comprovar as teorias. Numa rua movimentada, algumas pessoas, contratadas por Milgram, olham para o céu; as outras pessoas que passam também começam a fazer a mesma coisa, mesmo não existindo nada de anormal acontecendo.

Em outra pesquisa muito relevante para os dias de hoje, Milgram deixou correspondências espalhadas por diversos locais com a recomendação de que quem achasse, tentasse encaminhar para uma pessoa desconhecida, morador de outra cidade. Muitos fizeram a recomendação da pesquisa e Milgram conseguiu rastrear a maneira como as pessoas se esforçaram para entregar a correspondência. Mesmo não conhecendo o destinatário, muitos foram aqueles que atingiram o objetivo. Milgram calculou que em média a correspondência passou entre cinco a seis pessoas antes de chegar ao desconhecido. Este é um número “mágico” que mostra o elo existente entre dois desconhecidos: entre cinco a seis pessoas, independente da distância física existente entre eles. Lembra as redes sociais de hoje.

Vale a pena? O filme é a descrição da vida e obra de Stanley Milgram. É muito didático e destaca os principais feitos do psicólogo. Talvez não seja uma obra de arte (a nota no IMDB é somente 6,6), mas consegue mostrar, sem muita violência, as suas principais realizações. Para quem deseja conhecer um pouco sobre o método experimento ou sobre rede social ou sobre a origem do mal é muito indicado. Com Peter Sarsgaard no papel de Milgram e Winona Ryder como esposa do cientista.

Relação causal não-linear entre as redes socias e os preços de mercado

Resumo:

We provide empirical evidence that suggests social media and stock markets have a nonlinear causal relationship. We take advantage of an extensive data set composed of social media messages related to DJIA index components. By using information-theoretic measures to cope for possible nonlinear causal coupling between social media and stock markets systems, we point out stunning differences in the results with respect to linear coupling. Two main conclusions are drawn: First, social media significant causality on stocks’ returns are purely nonlinear in most cases; Second, social media dominates the directional coupling with stock market, an effect not observable within linear modeling. Results also serve as empirical guidance on model adequacy in the investigation of sociotechnical and financial systems.

A nonlinear impact: evidences of causal effects of socialmedia on market prices -Thársis T. P. Souza1 e Tomaso Aste1,

02 fevereiro 2016

Google versus Apple

A empresa Alphabet tornou-se a maior empresa do mundo em capitalização, ultrapassando a Apple. A Alphabet inclui a Google e outras ramificações, incluindo investimentos em veículos, drones e saúde.

Enquanto os resultados da Alphabet foram excelentes (tanto receita como lucro), as vendas dos principais produtos da Apple recuaram. O resultado é que o valor de mercado da Alphabet atingiu 570 bilhões de dólares versus 535 da Apple

Rir é o melhor remédio


Bill Gates sobre professores

Os melhores professores deixam impressões duradouras ou eternas em seus alunos.

O Business Insider publicou um texto sobre uma postagem que Bill Gates fez em seu blog discursando sobre o professor, laureado com o Nobel, Richard Feynman. Apesar de nunca ter sido aluno de Feynman, Gates admira seu estilo de ensino e, para celebrar os 50 anos da premiação de Feynman, Bill Gates compartilhou suas opiniões sobre o que torna um professor especial.

Estas são as qualidades que podem ser aplicadas em qualquer sala de aula:

- Bons professores estão animados com o assunto:
Gates says he loves the way Feynman's face lit up when he explained how fire works. He radiated an obvious love of knowledge, and it made the students excited about science too.
"In that sense, Feynman has a lot in common with all the amazing teachers I’ve met in schools across the country," Gates writes. "You walk into their classroom and immediately feel the energy — the way they engage their students — and their passion for whatever subject they’re teaching."

Podem transforar assuntos difíceis em tópicos de fácil aprendizado:
Physics can seem complicated and abstract, but Gates says the best teachers make difficult subjects relatable.
Feynman once did a series of lectures at California schools for people who didn't specialize in physics, and made the topic digestible for everyone. You can now watch those lessons online for free.
"He's taking something that's a little mysterious to most people and using very simple concepts to explain how it works," Gates says. "He doesn't even tell you he's talking about fire until the very end, and you feel like you're figuring it out with him."
- Os alunos se tornam comprometidos
Like all great teachers, Feynman engaged his students and made physics fun.
"Feynman made science so fascinating," Gates says. "He reminded us how much fun it is, and everybody can have a pretty full understanding.

They have a complex range of interests.
Feynman wasn't just a great teacher and renowned scientist — he was apparently also quite the character. He knew a lot about a bunch of different disciplines, from translating Mayan hieroglyphics to playing the bongo, and he brought that energy for learning into the classroom.

Para mais: