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06 dezembro 2015

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

História da Contabilidade: Comentários sobre a Metodologia

Depois de muitas postagens sobre a história da contabilidade eu fiquei com vontade de falar um pouco sobre como estes textos são produzidos. Inicialmente, quando comecei a publicar sobre a história da contabilidade no Brasil utilizava o arquivo do jornal O Estado de São Paulo. Sendo um assinante do jornal, tinha acesso a todas as edições do jornal, desde o século XIX até hoje. Inicialmente sorteava um número do jornal e analisava este número, da primeira página até a última. Este sorteio era por período, de modo que tive uma visão bastante razoável da evolução contábil ao longo do tempo.

Entretanto, o jornal estava restrito a uma região do país e um período histórico relativamente curto. Descobri então o arquivo digital da Biblioteca Nacional e da sua congênere de Portugal. A de Portugal era muito interessante na seção de livros, tendo exemplares bastante antigos. Foi lá que conheci a obra de Gaspar e os manuscritos usados na Aula de Comércio de Portugal. A pesquisa é feita por período de tempo e analisei cada um dos anos, até a independência do Brasil. Olhei também os documentos manuscritos desta Biblioteca.

A Biblioteca Nacional é realmente especial nas postagens sobre a história da contabilidade. Apesar de já ter usado a seção de documentos históricos, a grande maioria dos textos produzidos são provenientes da hemeroteca digital. Lá é possível encontrar as edições dos jornais brasileiros, desde o velho Correio Braziliense até o Jornal do Brasil. Você pode fazer pesquisa por jornal, por localidade, por termo ou por período. Geralmente utilizo o critério do período, não fazendo discriminação da localidade. Na busca da hemeroteca os períodos são divididos em décadas. Assim, informo o período 1840-49 e a palavra de pesquisa, para todos os jornais de todas as regiões do Brasil. Obviamente que o número de resultados da pesquisa aumenta com o passar do tempo, em razão do aumento histórico dos jornais brasileiros. Geralmente utilizo as palavras “escripturação”, “partidas dobradas” e, especialmente, “contabilidade”. Algumas vezes faço pesquisa específica, como foi o caso da postagem sobre Burnier (aqui e aqui também).

Leio cada um dos resultados da pesquisa. Isto dá muito trabalho e muitas vezes não consigo fazer isto em algumas horas somente. Os resultados interessantes são salvos, com a indicação da referência. Depois disto, volto a ler o que foi salvo, tentando imaginar uma postagem para o blog. Em alguns casos, na medida em que estou fazendo a leitura já tenho uma ideia do que seria possível escrever. Em alguns casos, fico eufórico ao fazer descobertas interessantes, como foi o caso de Burnier, um personagem esquecido de nossa história.

Uma postagem pode consumir muitas horas de pesquisa. Nesta semana, por exemplo, tive uma série de problemas no meu trabalho e não consegui avançar na coleta de material para uma postagem, sobre os anos de 1850. (Esta é uma razão para escrever esta postagem. Risos.)

Mas será que isto representa efetivamente a história da contabilidade no Brasil? Com certeza não. Os jornais são fontes parciais, que não captaram toda complexidade da vida contábil do passado. Entretanto, creio que é uma fonte que deve ser explorada, com o devido cuidado, pois em certos momentos de nossa história talvez não tenhamos outra fonte.

O amigo Alexandre Alcântara insiste em que eu faça uma compilação do que foi publicado e divulgue num livro. É uma boa ideia e talvez seja executada num futuro próximo. O material já publicado me permitiu escrever um capítulo que será utilizado numa quarta edição do livro de Teoria da Contabilidade. Sempre tive a expectativa de fazer um pós-doutorado pesquisando a história da contabilidade; quem sabe um dia.

As postagens aqui publicadas tem um suporte poético. Segundo o falecido Fernando Brandt, “o que foi feito é preciso conhecer, para melhor prosseguir”.

05 dezembro 2015

Rir é o melhor remédio

Estou numa vibe comerciais e curtas. Nesta época do ano é melhor ainda se emocionar com exemplos de bondade. Você indica algum?

Doutor e mestre: abreviações

Os textos do site Posgraduando são ótimos e recomendo. segue um que achei interessantíssimo!

Diariamente encontramos a abreviatura de mestre e de doutor em cartões de visitas, assinaturas de e-mails, cartazes e certificados de palestras, slides de apresentações, atas de defesa, ofícios e em vários outros tipos de documentos.

E em todos esses casos, a abreviatura de mestre ou de doutor está presente nas mais diversas variações.

A abreviatura de mestre, por exemplo, pode ser encontrado por aí como “Me.”, “Ms.”, “MSc.” ou “M.e”.

As abreviaturas (ou reduções) podem ser definidas como a representação de uma palavra por meio de suas sílabas (geralmente iniciais) ou de letras, ou seja, são frações de palavras que designam os vocábulos todos.

As abreviaturas utilizadas na língua revelam o ritmo acelerado da vida moderna, que faz com que se economizem palavras e tempo, mediante uma comunicação mais rápida, que reduz frases, expressões e palavras.

VOLP que te falo

Antes de entrar no mérito das diferentes formas de abreviatura para títulos acadêmicos, é preciso que você conheça o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, ou VOLP, para os íntimos.

O VOLP é editado pela Academia Brasileira de Letras (ABL), entidade que tem delegação legal para listar oficialmente os vocábulos existentes em português, bem como fornecer seu gênero, grafia e modo de pronúncia.

Pois no VOLP existe uma seção de reduções mais recorrentes, em que é possível encontrar as seguintes abreviaturas:

M.e – mestre
M.a – mestra
Ms. – manuscrito
MS. – manuscrito
D.r – doutor
Drs. – doutores
D.ra – doutora
Dr.as – doutoras

Observe que segundo a Academia Brasileira de Letras, “Ms.” ou “MS.” são abreviaturas de “manuscrito”. Entretanto, sempre achei as formas “M.e” e “D.r” um tanto quanto estranhas, para não dizer esteticamente intragáveis.

Outras versões de abreviatura de mestre ou de doutor

A PUC do RS possui um manual de redação disponível online, que também possui uma seção de abreviaturas, em que é possível encontrar:

Me ou Me. – mestre
Ma ou Ma. – mestra
D.r ou Dr. – doutor
D.rs ou Drs. – doutores
D.ra ou Dra. – doutora
D.ras ou Dras. – doutoras

De onde vem então o “MSc.” E o “PhD.”?

A Academia Brasileira de Letras apresenta no VOLP as reduções das palavras em latim Scientiae Magister e Philosophiae Doctor como:

Sc.M. – Scientiae Magister (mestre de/em ciência)
Ph.D. – Philosophiae Doctor (doutor de/em filosofia)

Entretanto, a confusão aqui reside no fato de que “MSc.” é a abreviação de “Master of Science” (mestre em ciências) e que “PhD.” é a redução de “Philosophy Doctor” (doutor em filosofia), que são as abreviaturas e títulos conferidos aos que concluem, respectivamente, os cursos de mestrado e doutorado, em diversas áreas, em países de língua inglesa.

E se eu tenho um pós-doutorado?

Se você concluiu o pós-doutorado, parabéns!

Mas pós-doutorado não é um curso e não te dá um título, apesar de muitos erroneamente pensarem isso.

Pós-doutor não existe.

Quem tem um pós-doutorado é, na verdade, ainda um doutor.

E irá utilizar na frente de seu nome a abreviação de doutor.

Mas afinal de contas, qual é a forma correta?

A abreviatura de mestre e/ou de doutor é uma questão polêmica, em que cada forma de abreviação possui defensores fervorosos, muitas vezes motivados mais pela emoção que pela razão.

Alguns argumentam que a lista de reduções do VOLP é apenas uma compilação das formas utilizadas no século passado, com o intuito de averiguar o uso e orientar sobre o que é mais comum e prático, ao invés de legislar o uso.

Afinal, a língua é um processo dinâmico, em que os usuários vão determinando na realidade se a língua se modifica ou não se modifica.

Outros defendem que apesar do curso de mestrado ou doutorado não ter sido realizado em um país de língua inglesa, o inglês é a “língua oficial da ciência” e que, por esse motivo, o uso de “MSc.” e do “PhD.” deveria ser aceito.

Mas não vamos dizer aqui qual é “a” forma correta.

Além de existir muita controvérsia, este não é o blog da Glória Kalil e não foi criado com a intenção de ditar regras.

A ideia deste post foi apenas a de apresentar as origens e os significados das abreviaturas, bem como listar algumas fontes para que você possa formar sua opinião.

Mas se você ficou curioso, particularmente, eu utilizo “Me.” e “Dr.” em meus documentos.

E você, que forma prefere?

Fato da Semana: Mariana (49 de 2015)

Fato da Semana: É bem verdade que o desastre de Mariana já ocorreu há dias. Mas nas últimas semanas, muitos fatos relevantes ocorreram, o que terminou por encobrir a relevância deste fato e seus efeitos sobre a contabilidade.

Qual a relevância disto? O desastre de Mariana poderá ser um excelente estudo de caso sobre o processo de comunicação de uma empresa perante um desastre ambiental, as falhas na avaliação de risco, a estimação dos passivos da empresa, a responsabilidade dos acionistas controladores, a relação entre uma empresa e entidades reguladoras, a possibilidade de falência de uma empresa e o dilema do poder público entre a punição exemplar e a possibilidade de fechamento da Samarco e os efeitos sobre as comunidades, a mensuração do impacto ambiental, a questão da ética empresarial entre outros fatos.

Positivo ou Negativo? Pelo lado do desastre é negativo.

Desdobramentos - A empresa tentará reduzir os efeitos do desastre no seu ativo. Será que consegue? Provavelmente terá uma das maiores multas por crime ambiental. Mas será que isto não colocará em questionamento a sua continuidade?