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19 novembro 2015

Novas ideias são o que importam nos periódicos

Os rankings de classificação dos periódicos científicos estão baseados no número de citações. Como a classificação por importância é relevante na ciência, já que geralmente selecionamos aquilo que iremos ler baseado nestas classificações: periódicos bem classificados recebem nossa atenção e desprezamos os periódicos com baixa classificação. O crescimento no número de periódicos torna mais relevante ainda estas classificações.

Uma forma de medir a importância de um artigo ou periódico é o número de citações. Mas esta lógica é circular, já que periódicos bem citados recebem os artigos dos melhores cientistas. Packalen e Bhattacharya, em Neophilia Ranking of Scientific Journals, fazem uma crítica a este modelo e propõe avaliar os periódicos baseados num outro critério: a capacidade de abrir novos campos de pesquisa. Os pesquisadores construíram um novo ranking para determinar o periódico de ajudou com “novas ideias” para área médica. No ranking dos autores os periódicos Current Medical Research and Opinion, American Journal of Chinese Medicine e Translational Research foram os destaques, mas nenhum deles estão entre os mais citados.

Ah, entendi...

Como qualquer brasileiro comum achava estranho a propaganda sobre o fim do sinal analógico de televisão. Toda vez que ligava a TV em casa aparecia a informação que era analógica e que num determinado momento do tempo o sinal seria desligado. Qual a razão disto. Ontem, ao ler uma reportagem, entendi o motivo. O texto tratava das pessoas de Rio Verde, que terão o sinal analógico finalizado no dia 29 de novembro como um teste para o que irá ocorrer no resto do país. Eis o texto que esclareceu tudo:

O "apagão" está marcado para o dia 29 deste mês e abre caminho para o uso do espectro pelas operadoras de telefonia celular (Valor Econômico, Daniel Rittner, Desligamento de sinal analógico de TV provoca incerteza em município goiano, 18 nov 2015)
(Cartoon aqui)

Legado amargo

Segundo Braitner Moreira (Dinheiro ainda escoa em nome da Copa, Correio Braziliense, 16/11/2015) doze centros de treinamento que deveria acolher seleções da Copa do Mundo receberam, no total, 14,6 milhões do Ministério do Esporte. Mas o leitor sabe que a Copa já aconteceu. O interessante é que

Dos centros de treinamento que ainda recebem dinheiro do Estado neste ano, apenas dois sediaram algum time durante a Copa de 2014: a Croácia se hospedou no Centro de Treinamento Praia do Forte, em Mata de São João (BA), e a Bósnia ficou no Estádio Municipal Antonio Fernandes, em Guarujá (SP). Os demais entraram na conta da construção de um legado esportivo para o país. (...)

O local onde a Bósnia treinou para o Mundial, por sinal, segue em obras, mesmo um ano depois da eliminação da equipe europeia: é o caso do Estádio Antonio Fernandes, de Guarujá. A entrega está prevista para 31 de dezembro de 2016, com um ano e meio de atraso.

18 novembro 2015

Rir é o melhor remédio






Fonte: Aqui

Lote Econômico de Compra e o Setor Público

Há exatos cem anos, Harris desenvolveu um modelo para determinar a quantidade de estoque que uma empresa deveria adquirir. O Lote Econômico de Compra (LEC) é um modelo útil, elaborado a partir da quantidade vendida de um produto num período de tempo e de um conjunto de suposições sobre a realidade. Para usar o modelo é necessário determinar o custo que a empresa possui na estocagem do produto, incluindo espaço físico e mão de obra, e o custo de se fazer um pedido ou custo de estocagem e custo do pedido, na ordem.

Durante anos o LEC era o parâmetro usado pelas melhores organizações mundiais na sua gestão de estoques. Mas na década de setenta as empresas japonesas começaram a dominar diversos setores industriais com uma visão aparentemente divergente do LEC. Estas empresas buscavam eliminar o estoque, trabalhando com poucos fornecedores, reduzindo as perdas no processo produtivo e a movimentação dos estoques durante a produção. Os analistas começaram a estudar o fenômeno e descobriram que o LEC estava sendo utilizado de maneira inadequada. De um lado, o custo de estocagem era subestimado ao ser inserido na fórmula; por outro lado, com a redução do número de fornecedores, o custo do pedido poderia ser reduzido. A combinação do aumento do custo de estocagem e a redução do custo do pedido fizeram com que a quantidade apurada no lote econômico de compra fosse bem menor que no passado. Assim, ao contrário de existir uma incompatibilidade entre o LEC e os métodos de produção consolidados no Japão, o tempo mostrou que o modelo continuava válido. (1)

A persistência do LEC na gestão dos estoques tem uma grande razão de ser. Durante anos, os estudiosos mostraram que o LEC poderia ser adaptado a diferentes situações reais. Existe inflação? É possível considerar a variação de preços dos estoques no modelo, levando em consideração os ganhos e perdas de estocagem. O custo de suprir uma empresa com todos os modelos de um produto é elevado? Desenvolveu-se um LEC onde o custo da falta pode ser inserido no modelo. O fornecedor oferece desconto para compras em grande quantidade? Basta ajustar o modelo a estas situações. Até em situações fora do contexto o LEC já foi usado. Baumol tomou a ideia central do modelo para construir uma explicação para a demanda de moeda e gestão de caixa numa empresa.

O lote econômico de compra também ajuda a explicar as situações reais. É o caso do setor público, onde o processo de aquisição de uma mercadoria passa por uma série de trâmites, que inclui a licitação, o pagamento e o recebimento do estoque. Para uma compra não basta encaminhar uma mensagem ao fornecedor para ser atendido. É necessário aprovar dentro da entidade uma solicitação de aquisição, dar publicidade ao ato, fazer a seleção e receber os itens, num processo que leva meses para ser concluído. O resultado disto é que o custo do pedido é muito mais alto que numa empresa privada. Afinal, as normas (e os órgãos de controle), em nome da defesa do bem público, impuseram uma série de procedimentos ao gestor.

Se o custo do pedido é elevado, isto significa que a quantidade adquirida em cada lote de compra deve ser maior. Ou seja, se faz menos compras, com quantidades maiores. O problema é que ao contrário do LEC, que busca o menor custo na gestão dos estoques, o foco no custo do pedido não significa “economicidade”, uma palavra muito usada na área pública. Pelo contrário. Como o custo de estocagem não é observado nos controles compra-se muito, sem o controle dos locais de armazenagem, com grandes perdas de recursos do contribuinte.

Talvez a primeira medida para tentar resolver esta distorção seja estudar este fenômeno. (2) Afinal, só podemos gerenciar aquilo que conseguimos medir. A seguir, procurar simplificar o processo de compras no setor público. Isto inclui a mudança nas normas e a mudança na filosofia dos controles impostos à gestão pública.

Um caminho longo, sem dúvida.

(1) Esta discussão está no livro Administração do Capital de Giro, de Assaf Neto e Silva, Editora Atlas.
(2) Isto é uma provocação aqueles que pesquisam ou pretendem pesquisar na área.

Eleições CRC 2015 - Último dia para votar


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Quem não votar terá 30 dias para justificar.

Coincidência

“Uma análise realizada pelo The Wall Street Journal de startups de tecnologia com valor de mercado de pelo menos US$1 bilhão identificou 12 casos em que uma mesma empresa é avaliada de forma diferente por mais de um gestor de fundos de investimento na mesma data” (Grind, Kirsten. Fundos tem dificuldade para avaliar startups, Valor Econômico, 3 de nov. de 2015)

Como o processo de avaliação corresponde a uma opinião, com estimativas futuras de diversas variáveis (crescimento da receita, participação do mercado, custo do capital etc) o lógico seria a avaliação diferente. Encontrar uma avaliação igual seria muita coincidência.