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11 novembro 2015

Frase


Um professor é a personificada consciência do aluno; confirma-o nas suas dúvidas; explica-lhes o motivo de sua insatisfação e lhe estimula a vontade de melhorar.
Thomas Mann

Curso de Contabilidade Básica

Recebemos a fotografia de Baltazar Guimarães Silva tentando resolver os exercícios do livro de Contabilidade Básica. Para quem acompanha o blog Contabilidade Financeira, em 2013 foi postado uma entrevista com ele, contando sua experiência profissional como contabilista. Em 2010 ele publicou um texto sobre o horário de verão, no mesmo ano que recebeu uma homenagem pelos 50 anos de profissão.

Baltazar é o pai de um dos co-autores do livro Curso de Contabilidade Básica. A fotografia dele fazendo os exercícios foi postada no Facebook e recebeu muitos comentários. O que talvez tenha espantado muitos é que aos quase noventa anos ele ainda tem a disposição para se divertir com a contabilidade.

Os autores do Curso de Contabilidade Básica sabem que encontraram nele um excelente aluno e revisor. E a todos, um exemplo de vida.

Valor da Dívida

O mapa da dívida mostra o tamanho da dívida de cada país proporcional a sua área. Jamaica aparece enorme, pois sua dívida representa muito em relação ao tamanho da economia. As cores representam o crescimento da economia.

Pobreza e auto-controle

Resumo:

We argue that poverty can perpetuate itself by undermining the capacity for self-control. In line with a distinguished psychological literature, we consider modes of self-control that involve the self-imposed use of contingent punishments and rewards. We study settings in which consumers with quasi-hyperbolic preferences confront an otherwise standard intertemporal allocation problem with credit constraints. Our main result demonstrates that low initial assets can limit self-control, trapping people in poverty, while individuals with high initial assets can accumulate indefinitely. Thus, even temporary policies that initiate accumulation among the poor may be effective. We examine implications concerning the effect of access to credit on saving, the demand for commitment devices, the design of financial accounts to promote accumulation, and the variation of the marginal propensity to consume across income from different sources. We also explore the nature of optimal self-control, demonstrating that it has a simple and behaviorally plausible structure that is immune to self-renegotiation.

Bernheim, B. D., Ray, D. and Yeltekin, Ş. (2015), Poverty and Self-Control. Econometrica, 83: 1877–1911. doi: 10.3982/ECTA11374

Links

CVM pune Eike Batista impedindo de assumir cargo administrativo nos próximos cinco anos

Um filme sobre impostos  (e aqui um texto sobre a Pfizer e os impostos no exterior)

Toshiba processa três antigos presidentes pelo escândalo contábil

Uma solução para acabar com o doping no esporte (E a Rússia é acusada de doping em massa)

Segundo a PwC, 28% das empresas inglesas não evidenciam o bônus

A evolução da face humana (vídeo)

Don´t Let Your Children Grow Up to Be Accountants

10 novembro 2015

Rir é o melhor remédio

Avisos que vão te deixar um pouco confuso





Qual é o papel do BNDES?



Estudo de minha autoria* recém-publicado pelo Peterson Institute for International Economics mostra que, se os desembolsos subsidiados do BNDES em relação ao PIB caíssem à metade, a taxa real de juros poderia ser 30% menor.

Reportagem recém-publicada no jornal “O Globo” revela que entre os 20 maiores clientes do banco estão empresas como a Petrobras, a Vale e a Braskem, além de diversos Estados brasileiros.

A presença de grandes empresas na carteira do banco ilustra algo que tenho salientado: ao emprestar para quem pode se financiar de outras formas, o BNDES estrangula o mercado de crédito. Ao permitir que alguns estados se endividem em demasia, o BNDES, com o aval do governo, induz situação periclitante para as finanças subnacionais.

O BNDES foi fundamental para o desenvolvimento do país. O banco financiou os primeiros projetos na área de energia; foi essencial para o desenvolvimento de setores como os de metais, químicos e cimento. Foi peça-chave no processo de substituição de importações, além de ter sido o alicerce das privatizações dos anos 1990.

Nada disso, entretanto, o isenta das críticas que tem recebido, sobretudo após a fracassada tentativa, extinta em 2013, de criar “campeões nacionais”. Urge uma profunda reavaliação do seu papel no século 21.

Bancos de desenvolvimento mundo afora existem para preencher lacunas e falhas de mercado. Por isso as justificativas para que o BNDES se apresente como fiador da infraestrutura, área em que o atual governo vem patinando há tempos.

De acordo com o relatório de competitividade do World Economic Forum (WEF) de 2014-2015, o Brasil continua a amargar a 104ª posição entre 142 países no quesito “qualidade da infraestrutura”. No entanto, como atestam suas próprias estatísticas, o BNDES financia diversos projetos de infraestrutura.

Como financiar a infraestrutura de modo eficaz? O primeiro passo, proposto pelo Ministro da Fazenda, é reduzir a parcela de recursos subsidiados concedidos. Além de onerar o Orçamento público, os subsídios excessivos impedem o aprofundamento dos mercados de capitais que se pretende promover.

O segundo é repensar o papel do banco a partir de experiências bem-sucedidas no resto do mundo. Embora muito tenha sido escrito sobre bancos de desenvolvimento nacionais, falta literatura que reúna estudos de caso comparativos, mostrando o que funciona e o que não funciona.

Na ausência desses estudos, a Colômbia serve como modelo para possível proposta. Criada em 2013, sua Financiera de Desarollo Nacional (FDN) é uma sociedade mista para investimentos na área de infraestrutura, usando boas práticas de project finance para atrair investidores privados locais e externos.

A instituição opera de modo estritamente comercial, com governança e procedimentos que impedem a captura por grupos de interesse. Desde a criação da FDN, a Colômbia foi da 117ª posição na classificação de infraestrutura do WEF para a 95ª.

Qual o tamanho ótimo do BNDES? Que atividades deve financiar? Que produtos e serviços deve oferecer para engajar o setor privado, em vez de afastá-lo? Sem essas respostas, não há como fazer do BNDES, hoje, aquilo para o que foi originalmente criado.

*Bolle, M. B. Do Public Development Banks Hurt Growth? Evidence from Brazil. Policy Brief nº PB15-16. Peterson Institute for International Economics. Setembro de 2015. Disponível emhttp://piie.com/publications/pb/pb15-16.pdf


Fonte: Monica Baumgarten de Bolle- Folha de S. Paulo, 10/9/2015