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12 setembro 2015

Rir é o melhor remédio


Suki Kim: É assim que se ensina na Coreia do Norte

Durante seis meses, Suki Kim trabalhou como professora de inglês em uma escola de elite para os futuros líderes da Coreia do Norte, enquanto escrevia um livro sobre um dos regimes mais repressivos do mundo. Enquanto ajudava seus alunos a lidar com conceitos como "verdade" e "pensamento crítico", ela se perguntou: "Ensinar esses alunos a buscar a verdade poderia colocá-los em perigo?"

Fato da Semana: Periódicos (37 de 2015)

Fato da Semana: Ao longo dos últimos anos o número de periódicos em contabilidade cresceu substancialmente. A redução dos custos de produção de um exemplar, decorrente da não impressão dos exemplares, aliado ao aumento no número de pesquisas produzidas nos programas de pós-graduação e o desejo de toda instituição de renome de ter seu próprio periódico foram alguns dos fatores motivadores. Junto com os periódicos tivemos a criação de um sistema de separação destes periódicos, baseado em critérios fixados pelo governo.

Nesta semana o blog fez uma interessante pesquisa mostrando a demora na publicação dos artigos em diversos periódicos brasileiros. O resultado mostra que em muitos periódicos o tempo para publicação é superior a um ano. Além disto, como muitos destes artigos passaram por um congresso e/ou uma banca de trabalho de conclusão de curso, o tempo para a divulgação da pesquisa é muito superior.

Qual a relevância disto? No Brasil estamos observando um fenômeno parecido com o que ocorre no primeiro mundo: a grande demora na publicação das pesquisas. Esta demora pode ser decorrente do próprio processo de publicação: ao receber um artigo, o editor geralmente faz uma triagem e depois encaminha para dois avaliadores dar um parecer. O prazo médio é de trinta dias, mas na prática é maior pois estas pessoas são muito ocupados. Um artigo pode ser aprovado ou não, mas em muitos casos o parecer é inconclusivo, sugerindo alterações que podem atrasar a publicação da pesquisa. Este processo, apesar de demorado, garante uma qualidade no trabalho publicado. Em muitos casos, o trabalho não é aceito e os autores encaminham para outro periódico.

A transformação dos periódicos impressos em eletrônicos agilizou um pouco este processo, mas não substancialmente. Geralmente os editores e os avaliadores não são remunerados, e deve-se contar com a boa vontade de todos para que o periódico possa ser fortalecido e melhorar a classificação. O levantamento feito pelo blog ajuda a evidenciar melhor este processo de publicação no Brasil.

Positivo ou Negativo? Neutro. Provavelmente estamos até melhor que a média mundial, mas será que o processo não pode ser melhorado?

Desdobramentos? Esperamos que nossos leitores priorizem os periódicos que produzem respostas mais rápidas. Seguindo esta lógica, aqueles com menor tempo de resposta terão um aumento no número de submissões nos próximos meses. E os mais lentos, poderão melhorar o processo, já que terão menos artigos para analisar.

Contabilidade Sobrenatural

Supernatural (Sobrenatural em português e no SBT) é uma das minhas séries prediletas. Por estar na décima temporada acho que a premissa é conhecida, mas vamos lá:

Supernatural narra a história de dois irmãos, Sam Winchester (Jared Padalecki) e Dean Winchester (Jensen Ackles), que caçam demônios, fantasmas, monstros e outras criaturas sobrenaturais no mundo.

No início era um programa mais simples, voltado para um suspense-maior-de-idade. Mas a série amadureceu e trouxe uma veia cômica excelente. Os casos também foram piorando... se bem que o episódio que mais me dá nervoso é o dos espantalhos, enquanto para outros é o do palhaço. Depois disso, já conhecemos muita aventura bíblica ou mitológica.

Estou escrevendo isso só para colocar a cola de uma tela! ;)

No episódio 18 da décima temporada, Dean atende assim ao telefone:

Supernatural S10E18 Winchester's Accounting Contabilidade

Não vou contar o resto porque aqui é spoiler free. Só vou dizer que sinto muito a falta do Bobby e da Meg (com a Rachel Miner). E que torço para que realmente criem Wayward Daughters...  There'll be peace when you are done...♪♪♪♪♪  ]

Ah! Quem dera houvesse um tanto mais de contabilidade nas séries né? Por enquanto deixo também a indicação do ... hum... ele não deixou o nome. Mas são webisodes da série The Office, mas com contadores. Ainda não pude assistir, então todos temos esse dever de casa. Vou cobrar só em novembro... ;)

Você assiste Supernatural? Assistia The Office?

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P.S. - Quando eles vão fazer algo sobre o Adam?

Seu trabalho acadêmico, Sra. SALES, ISABEL

Lembra que falamos sobre "Acadêmicos escrevendo livros que ninguém consegue comprar"?
Um dia recebi um e-mail desses... Quem não ficaria desconfiado? Afinal, é super normal me chamarem de SALES, ISABEL.

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Prezada SALES, ISABEL,

Você é a autora do trabalho intitulado "A DINÂMICA DA RELAÇÃO ENTRE OS LUCROS CONTÁBEIS E OS RETORNOS ACIONÁRIOS NAS EMPRESAS BRASILEIRAS DE CAPITAL ABERTO"?
Segundo nossos dados, o trabalho foi escrito no ano 2011 em Universidade de Brasília.

Meu nome é Mônica Figueira e formo parte da equipe editorial das Novas Edições Acadêmicas.

Acredito que a temática em particular poderia ser interessante para uma audiência mais ampla, uma vez que manifestamos o interesse em considerar sua pesquisa para uma possível publicação como livro impresso. Nossos serviços não têm nenhum custo para nossos autores.

SALES, ISABEL, lhe poderia enviar mais informações sobre a nossa proposta?

Desde já agradeço.


--
Atenciosamente

Mônica Figueira
Departamento de aquisições

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m.figueira [at] nea-edicoes . com
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11 setembro 2015

Rir é o melhor remédio





Brasil: um país improdutivo

Uma fábula de improdutividade - Estadão Marcos Mendes 10 Setembro 2015

João é inteligente e nasceu numa família de classe alta. Estudou em boas escolas e entrou para uma universidade pública, gratuita, no curso de Engenharia. Formado, viu que os melhores salários iniciais de engenheiros estavam em R$ 5 mil. Fez concurso para um cargo de nível médio num tribunal: salário de R$ 9 mil mais gratificações, aposentadoria integral, estabilidade, expediente de seis horas. O contribuinte custeou a formação de um engenheiro e recebeu um arquivador de processos sobrerremunerado. Amanhã João estará em frente ao Congresso, com seus colegas, todos em greve por aumento salarial. Não terá o dia de trabalho descontado nem se sente remotamente ameaçado de demissão.

Pedro não tem muito talento intelectual. Mas sua família pôde pagar uma boa escola, o que lhe garantiu uma vaga num curso não muito concorrido em universidade pública. Carente de habilidades acadêmicas, Pedro não se adaptou e mudou de curso duas vezes, deixando para trás centenas de horas-aula desperdiçadas e duas vagas que poderiam ter sido ocupadas por outros estudantes que jamais terão acesso àquela universidade. Foi fácil desistir dos cursos, pois Pedro nada pagou por eles. Após oito anos na universidade, Pedro finalmente se formou em Biologia. Sonha em ter um emprego igual ao de João. Entrou num cursinho preparatório para concursos públicos. Lá conheceu centenas de jovens formados em universidades públicas que, em vez de irem para o mercado de trabalho aplicar os seus conhecimentos, estão em sala de aula decorando apostilas para conseguirem um emprego público.

Jorge, o dono do cursinho, é um brilhante advogado que poderia contribuir para a sociedade redigindo contratos empresariais. Mas descobriu que ganha mais dinheiro preparando candidatos ao serviço público. Um dos professores do cursinho de Jorge é Manuel, que também abandonou sua formação universitária e mudou de ramo. Ao perceber que jamais exercerá a profissão original, ele pediu desfiliação do respectivo conselho profissional. Mas não consegue, porque Márcia, funcionária daquele conselho, tem como missão criar todo tipo de dificuldade às desfiliações e manter em dia a arrecadação compulsória. Manuel desistiu e vai pagar a contribuição pelo resto de sua vida profissional, ainda que não se beneficie em nada e pouca satisfação seja dada pelo conselho profissional acerca do uso desse dinheiro. As limitações acadêmicas de Pedro o impedem de ser aprovado em concurso público. Ele vai ser um medíocre professor numa escola de ensino fundamental de segunda linha (pública ou privada), oferecendo ensino de baixa qualidade às novas gerações das famílias que não podem pagar por uma escola melhor. Pedro só conseguiu essa vaga porque há uma reserva de mercado: por lei, as escolas de ensino fundamental só podem contratar professores com diploma de nível superior. Fosse permitido contratar universitários, diversos graduandos em Biologia mais talentosos e motivados que o diplomado Pedro estariam em sala de aula, oferecendo boas aulas às crianças.

Antônio é tão brilhante quanto João. Daria um excelente engenheiro, mas nasceu em família pobre e estudou em escola pública. Teve professores limitados, no padrão de Pedro, e a desorganização administrativa da escola piorava as coisas: muitas vezes não havia professores em sala. Falta com atestado médico não dá demissão. Antônio até conseguiu passar no vestibular de Engenharia em universidade pública, pelo sistema de cotas, mas sua formação deficiente em Matemática foi uma barreira intransponível. Abandou o curso, deixando mais horas-aula perdidas e mais uma vaga ociosa na conta dos contribuintes. Antônio, porém, é empreendedor. Não se abalou com o insucesso universitário, aprendeu a consertar eletrônicos por meio de vídeos no YouTube. Montou um pequeno negócio de manutenção de smartphones e computadores. Seu talento poderia torná-lo um grande empresário. Mas para crescer ele precisa transferir sua empresa do regime de tributação Simples para a tributação normal, pagando impostos muito mais altos, porque o governo precisa de muito dinheiro para pagar altos salários, para custear a universidade gratuita que desperdiça vagas e para sustentar escolas públicas que não dão aula, entre outras despesas. Mesmo assim, o governo permanece em déficit e toma empréstimo para se financiar, aumentando a taxa de juros. Com impostos altos e crédito caro, Antônio prefere manter seu negócio pequeno. A grande empresa e seus empregos morreram antes de nascer.

Chico é um líder talentoso. Dirige uma central sindical que congrega os sindicatos dos companheiros do Judiciário e dos professores, entre outras categorias. Chico está em frente ao Congresso Nacional apoiando a greve de Pedro por melhores salários. Faz um discurso contra os neoliberais, que só pensam em cortar gastos públicos e arrochar os trabalhadores. Chico não tem muito do que reclamar (embora, como líder sindical, a sua especialidade seja, justamente, reclamar): além da remuneração paga pelo sindicato (e custeada pelo imposto sindical, cobrado obrigatoriamente dos contribuintes), ele está aposentado pelo INSS desde os 52 anos de idade. Até o fim da sua vida receberá muito mais do que contribuiu para a Previdência. Nenhum dos personagens acima citados tem comportamento ilegal. Eles jogam o jogo de acordo com as regras que estão postas. O erro está nas regras. Mudá-las requer superar as dificuldades das decisões coletivas. Não mudá-las implica continuar com talentos profissionais e dinheiro público mal alocados, empregos improdutivos, potenciais inexplorados, gasto público excessivo, oportunidades perdidas, incentivos errados. Uma fábula de improdutividade.


*Marcos Mendes tem graduação, mestrado e doutorado em economia, custeados pelos contribuintes, em universidades públicas. Não se anuncia como ‘economista’, pois não é filiado ao conselho regional de economia e não quer ser processado