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20 agosto 2015

Rir é o melhor remédio

Depressão na Pós-Graduação e Pós-doutorado

O que fazer com os estudantes e cientistas que não conseguem estudar e pesquisar?

A imagem de nós cientistas no senso comum, como estereotipada por Einstein, é que somos meio loucos. De fato, como revelado recentemente pela revista Nature, parece que realmente não temos uma boa saúde mental, dada a alta ocorrência de depressão entre pós-graduandos e pós-doutorandos.

Os pós-graduandos são os estudantes de mestrado e de doutorado, enquanto os pós-doutorandos são os recém doutores em aperfeiçoamento, que ainda não conseguiram um emprego estável. Os pós-doutorandos são comuns há muito tempo nos laboratórios da Europa e dos Estados Unidos, já no Brasil este é um fenômeno recente.

Segundo o texto, boa parte dos estudantes de pós-graduação que desenvolvem depressão foram ótimos estudantes na graduação. Lauren, doutoranda em química na Universidade do Reino Unido, começou com dificuldade em focar nas atividades acadêmicas, evoluiu com medo de apresentar a própria pesquisa, e terminou sem nem mesmo conseguir sair da cama. Felizmente, Lauren buscou ajuda e agora está terminando o seu doutorado, tendo seu caso relatado no site de ajuda Students Against Depression, cujo objetivo é “desenvolver a consciência de que a depressão não é uma falha pessoal ou uma fraqueza, mas sim uma condição séria que requer tratamento”, segundo a psicóloga Denise Meyer, que ajudou no desenvolvimento do site.

Para os cientistas em início de carreira, a competição no meio acadêmico pode levar a isolamento, ansiedade e insônia, que podem gerar depressão. Esta pode ser acentuada se o estudante de pós-graduação tiver problemas extracurriculares e/ou com seu orientador. Já que a depressão altera significativamente a capacidade de fazer julgamento racional, o deprimido perde a capacidade de se reconhecer como tal. Aqui, na minha opinião, o orientador tem um papel fundamental, mas que na prática não tenho observado muito: não se preocupar apenas com os resultados dos experimentos, mas também com a pessoa do estudante.

De acordo com o texto, os principais sinais de depressão são: a) inabilidade de assistir as aulas e/ou fazer pesquisa, b) dificuldade de concentração, c) diminuição da motivação, d) aumento da irritabilidade, e) mudança no apetite, f) dificuldades de interação social, g) problemas no sono, como dificuldade para dormir, insônia ou sono não restaurativo (a pessoa dorme muito mas acorda cansada e tem sono durante o dia).

Segundo o texto, a maioria das universidades não tem um serviço que possa ajudar os estudantes de pós-graduação. Não obstante, formas alternativas se mostraram relativamente eficazes. Por exemplo, mestrandos e doutorandos poderiam procurar ajuda em serviços oferecidos a alunos de graduação; já os pós-doutorandos poderiam tentar ajuda em serviços oferecidos a professores, sugerem os autores do texto. A maioria dos tratamentos requer apenas uma sessão em que são discutidas as dificuldades dos estudantes, além de sugestões de como manejar melhor a depressão. Uma das principais preocupações é com relação à confidencialidade, que deve ser quebrada apenas se o profissional sentir que o paciente tem chance iminente de ferir a si ou a outrem. Segundo Sharon Milgram, diretora do setor de treinamento e educação do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, “buscar ajuda é um sinal de força, e não de fraqueza”.

Devo admitir que o texto chamou minha atenção por me identificar com o tema, tanto na minha própria experiência, quanto na de vários colegas de pós-graduação que também enfrentaram problemas semelhantes. Acho que o sistema atual de pós-graduação tem falhas que podem aumentar os casos de depressão, como as descritas a seguir:

1- O próprio nome “Defesa” no caso do doutorado
Tem coisa mais agressiva que isso? Defesa pressupõe ataque, é isso mesmo que queremos? Algumas pessoas vão dizer que os ataques são às ideias e não às pessoas. Acho que isso acontece apenas no mundo ideal, porque na prática o limite entre as ideias e as pessoas que tiveram as ideias é muito tênue. Mas pior é nos países de língua espanhola, pois lá a banca é chamada de “tribunal”.

2- Avaliações pouco frequentes
Em vários casos, principalmente no começo do projeto, as avaliações são pouco frequentes, o que faz com que o desespero fique todo para o final. No meu caso, os últimos meses antes da “Defesa” foram os piores da minha vida, pois tive bastante insônia, vontade de desistir de tudo etc. Pior também foi ouvir das pessoas que poderiam me ajudar que aquilo era “normal” e que “fazia parte do processo”… Isso não aconteceu apenas comigo, mas com vários colegas de pós-graduação. Acho que para fazer ciência bem feita, como todo trabalho, tem que ser prazeroso, e acredito que avaliações mais frequentes podem evitar o estresse ao final do trabalho.

3 – Prazos pouco flexíveis
Cada vez mais me é claro que a ciência não é linear, e previsões geralmente são equivocadas. Dessa forma, acredito que não deveria haver nem mestrado nem doutorado com prazo fixo. O pós-graduando deveria ter bolsa por 5 anos para desenvolver sua pesquisa, e a cada ano elaboraria um relatório sobre suas atividades e resultados. Uma comissão deveria julgar esse relatório para ver se o estudante merece continuar. Como cada caso é um caso, em alguns casos, dois anos já seriam suficiente para ter um resultado que possa ser publicado num jornal científico de reputação. Isso daria ao cientista a possiblidade de bolsa por mais 5 anos, por exemplo, para ele continuar sua pesquisa. Em outros casos, 5 anos de trabalho não é suficiente, o que pode ser por causa da própria complexidade da pesquisa, ou outros motivos como atraso na importação de material etc. Nesse caso, acho que o estudante deveria ter pelo menos mais 3 anos de tolerância para poder concluir sua pesquisa, caso os relatórios anuais sejam aprovados, e o estudante comprove que não é por sua culpa que a pesquisa está demorando mais que o previsto.

Senti falta no texto uma discussão com relação ao fato de que para os futuros cientistas que ainda não tem um emprego definitivo, a ausência de estabilidade financeira é também um fator que contribui para o estado de humor dessa classe tão específica e especial de seres humanos.

Sugestão de Leitura
Gewin, V. (2012) Under a cloud: Depression is rife among graduate students and postdocs. Universities are working to get them the help they need. Nature 490, 299-301.

Fonte: Aqui

Contabilidade em 1945

O vídeo (em inglês) descreve o trabalho do contador em 1945.

Links

Admiração e atenção da mídia

Como as pessoas negociam em diferentes países (gráficos)

Gráfico com o risco país no mundo hoje

O jardim de flores de Dubai (construído no deserto) (fotografia)
  A SEC quer modernizar os relatórios contábeis, incentivando a informação online

Fiscalização e multas altas são ineficientes no combate à sonegação (aqui link para não assinantes)

Homem com irmãs mais velhas são menos competitivos

19 agosto 2015

A wikipédia pede doações


Vi hoje na Wikipédia:
CAROS LEITORES DA WIKIPÉDIA, Vamos direto ao assunto: Hoje pedimos que você ajude a Wikipédia. Para proteger a nossa independência, nunca iremos publicar anúncios. Nós sobrevivemos de doações de cerca de R$25. Apenas uma pequena porção dos nossos leitores doarão. Se todos lendo isso agora doassem R$10, a nossa arrecadação de fundos terminaria em uma hora. É isso mesmo, o preço de um lanche é tudo que precisamos. Nós somos uma pequena organização sem fins lucrativos com custos inerentes a um website de ponta: servidores, colaboradores e programas. A Wikipédia é muito especial. É como uma biblioteca ou um parque público, onde todos podem ir para aprender. Se a Wikipédia lhe tem sido útil, pedimos que dedique um minuto para mantê-la online e livre de publicidade. Obrigado.
E me lembrei já ter lido sobre algo semelhante no blog. Aí achei:

Wikipédia: propaganda ou doações? (em 2011)

E também:

Declínio da Wikipedia

[...] Entretanto, a ambição da Wikipedia sobre alguns graves problemas. Segundo o texto da MIT Technology Review, a redução do número de voluntários, a dificuldade de defesa contra vandalismo, fraudes e manipulação, a cobertura enviesada (compare os verbetes sobre Pokemon e dos países da África), a burocracia que impede a participação de novos autores são alguns fatos que implicariam na perda de relevância da Wikipedia.

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Resenha: CSI


CSI (Crime Scene Investigation) é um programa clássico sobre a investigações de crimes. Quando criada, a série optou utilizar como diferencial um foco geek, mostrando os cientistas envolvidos na análise forense sendo eles, então, os “investigadores da cena do crime”, como o título sugere. Eles colhem evidências e as analisam, colhem digitais, observam padrão de respingos de sangue para entender a forma como o crime ocorreu, examinam detalhes em balas para estabelecer se pertencem ou não a determinada arma e, o que mais fez sucesso, utilizam DNA para pegar os bandidos.

Para demonstrar um pouco da grandiosidade dessa série, voltei em algumas de nossas postagens. Há, em uma postagem de maio de 2007, o seguinte texto: “CSI, a série da televisão, está mudando a forma como as pessoas percebem o sistema judicial. Apesar dos exames de DNA serem probabilísticos, existe uma tendência a acreditar nos seus resultados como certeza.” Em junho de 2008 publicamos outro link com uma reportagem que afirmava que a serie estava afetando julgamentos. Já nesta postagem de 2010 colocamos um link para uma reportagem que diz que CSI está influenciando o sistema legal e outro link dizendo que CSI não está influenciando o sistema legal. Aqui, em março de 2008, falamos sobre o “Efeito CSI” em imóveis onde a serie e um spin off eram filmados. Em abril de 2008 comentamos que o varejista Target montou um laboratório inspirado em CSI para combater crimes. E por aí vai...

Em 15 temporadas foram apresentados diversos casos, dos mais triviais aos que nos davam pesadelos (como criancinhas tranuilas, lindinhas e psicopatas). Para mim o auge foi o último episódio da quinta temporada “Grave Danger”, dirigido por ninguém menos que Quentin Tarantino (Episódios 24 e 25 da 5ª temporada). Eu fui ao êxtase com esse episódio e mesmo se você não acompanha a série todo dia, vale sim quebrar as regras e dar uma espiada. Mas de acordo com o site IMDB, os episódios mais bem avaliados são: For Gedda (episódio 17 da oitava temporada); For Warrick (primeiro episódio da nona temporada); Lady’s Heather Box (episódio 15 da terceira temporada – e a Lady Heather fará uma aparição especial no grand finale!).

Para honrar o legado da série haverá um episódio especial de duas horas (clique aqui para algumas cenas dos bastidores), também considerado um telefilme, a ser exibido em 27 de setembro nos EUA que contará a participação de alguns dos preferidos dos fãs que saíram do elenco ao longo dos anos, como Gil Grissom (William Petersen) e Catherine Willows (Marg Helgenberger). Sabe-se lá porque, o Nick Stolkes (George Eads) não participará! O Laurence Fishburn também não, mas ainda bem porque o achei um péssimo protagonista. Foi uma época em que assistir a serie era sofrível!

Vale a pena: Sim, se você gostar de séries e filmes que envolvam crimes. Se você se ressabia com violência, não chegue perto. Não é uma série agressiva, mas em todos os episódios há, em média, dois crimes a serem resolvidos. Na verdade, a essa altura do campeonato acredito que quem gosta desse tipo de série já assiste CSI (mesmo que não frequentemente). Mas achamos válido resenhar a série esta semana como uma última homenagem.

Formato: Seriado
Gênero: Policial, Drama, Mistério
Temporadas: 15
Episódios: 335 + telefilme
Produtor: Jerry Bruckheimer
Transmissão Original: 6 de outubro de 2000 a 27 de setembro de 2015
Duração: 41 a 45 Minutos // 60 Minutos (1 Episódio) // 2 Horas (Telefilme)
Emissora de televisão original: CBS

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