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17 agosto 2015

Planos de saúde no Brasil

Com todo mundo falando sobre o Obama Care, vamos olhar um pouco sobre as opções de plano de saúde aqui no Brasil? A reportagem é da Exame, por Marília Almeida.

Os preços dos planos de saúde individuais e familiares podem variar entre 60 reais e 1.813 reais por mês nas operadoras de grande porte, com mais de 100 mil beneficiários. É o que apontam dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O plano individual é o único tipo de plano que pode ser contratado pelo consumidor particularmente. Já os planos coletivos por adesão só aceitam clientes vinculados a uma associação profissional, sindicato ou órgão equivalente e os planos coletivos empresariais só podem ser contratados por empregados de empresas que ofereçam o benefício.

O tíquete médio dos planos individuais oferecidos por cada operadora de planos de saúde passou a ser divulgado pela ANS no último boletim de Dados Integrados de Qualidade Setorial, disponível no site da agência reguladora.

A entidade não divulga o tíquete médio de planos individuais de todas as operadoras, mas as empresas que tiveram a informação listada são responsáveis por 72% dos beneficiários de planos de saúde no país, o que torna a amostra representativa. A ANS opta por não incluir os dados das operadoras cujos dados são considerados inconsistentes e daquelas que estão em fiscalização.

Comparar os preços de planos de saúde pode ajudar o consumidor a economizar e planejar o orçamento para acomodar a despesa, que aumenta conforme a idade do beneficiário.

No entanto, o custo não deve ser o único fator analisado pelo consumidor na hora de contratar um plano. Extensão da cobertura, qualidade da rede credenciada e atendimento da operadora também devem fazer parte da decisão.

Veja a seguir quanto custam, em média, os planos individuais oferecidos por operadoras com mais de 100 mil beneficiários no país. As Unimeds de diferentes regiões aparecem separadas na lista porque, mesmo fazendo parte de uma cooperativa, suas unidades são autônomas:
Operadora de saúdePreço médio de plano individual por mêsQuantidade de planos individuais em comercialização
Omint R$ 1.813,8412
Vitallis R$ 603,6611
Prevent Senior PrivateR$ 367,594
Central Nacional Unimed R$ 354,8415
Unimed Natal R$ 341,2914
Unimed de SantosR$ 323,235
Unimed de João PessoaR$ 316,486
Unimed de FortalezaR$ 315,2220
Unimed de Juiz de Fora R$ 310,8713
Centro Clínico GaúchoR$ 307,4716
Unimed Vitória R$ 306,652
Unimed CuritibaR$ 300,3110
Unimed Norte/Nordeste R$ 296,055
Amil R$ 288,989
Unimed de Ribeirão PretoR$ 288,779
Unimed MaceióR$ 286,4019
Unimed Campo GrandeR$ 284,4815
Unimed UberlândiaR$ 279,349
Unimed de Santa CatarinaR$ 274,3626
Unimed do ParanáR$ 271,213
Unimed Grande FlorianópolisR$ 269,3225
Unimed São GonçaloR$ 268,3116
Unimed CuiabáR$ 264,8310
Grupo Hospitalar do Rio de JaneiroR$ 262,4956
Unimed Nordeste RSR$ 257,3415
Unimed de BlumenauR$ 252,8318
Unimed GoiâniaR$ 244,4311
Unimed CampinasR$ 239,1816
SeisaR$ 234,993
Santa Helena R$ 232,265
Associação do plano de saúde da Santa Casa de SantosR$ 219,898
Unimed Belo HorizonteR$ 209,0111
Unimed de LondrinaR$ 207,6119
Unimed Vale do Taquari e Rio PradoR$ 205,3611
SobamR$ 201,8810
Unimed de PiracicabaR$ 196,925
Unimed JundiaíR$ 193,018
Unimed São José do Rio PretoR$ 191,586
Samp Espírito SantoR$ 184,228
Unimed MaringáR$ 181,0112
São FranciscoR$ 172,4234
Fundação São Francisco XavierR$ 162,288
MedisanitasR$ 158,604
Biovida R$ 152,4516
Unimed DivinópolisR$ 146,1113
Clinipam Clínica ParanaenseR$ 132,1011
Hapvida Assistência MédicaR$ 61,0576
Fonte: ANS

A lista considera apenas as operadoras de saúde de maior porte, com atuação nacional ou regional, e que atualmente comercializam planos de saúde individuais - razão pela qual a SulAmérica e a Bradesco Saúde não foram incluídas.

Entre as operadoras de planos de saúde com mais de 1 milhão de beneficiários, apenas a Amil, a Central Nacional Unimed e a Hapvida comercializam planos individuais.

Apesar de prever duas formas de contratação de planos de saúde: individual e coletivo, a lei não obriga as operadoras a comercializarem os dois tipos de produtos.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), as opções de planos individuais disponíveis no mercado podem ser ainda menores.

Finanças Pessoais: Qual é a sua motivação?

Existem infinitas variedades de metas financeiras que você pode estabelecer. Algumas podem ser voltadas para o curto prazo, como “hoje não vou gastar um centavo sequer”. Outras exigem um pouco mais de planejamento, como “quero pagar a minha dívida de R$13.743 em um ano”. Algumas exigem décadas de trabalho e dedicação, como “eu quero alcançar a independência financeira com R$ 2 milhões em ativos até 2040”. Estabelecer metas assim e se organizar para alcança-las geralmente causa mais bem do que mal. Estamos todos sujeitos ao fracasso mas quem não arrisca, não petisca, não é mesmo? Se não tentarmos, não conseguiremos.

Metas são coisas boas, mas muitas vezes fazemos as coisas sem saber o porquê. Dizem que se brasileiro vê uma fila, quer entrar. Só depois de um tempo, questiona para o que é aquela espera. Isso é comum: se ouvimos que algo nos beneficiará, vamos em frente e copiamos o comportamento sem muito que se questionar. O maior problema em se perder o “porquê” de tudo é o enfraquecimento da nossa motivação em ver um objetivo ser completado e uma meta alcançada. Nós vamos nos deparar com obstáculos e nesses momentos a justificativa é o que nos manterá motivados, nos dará foco, nos ajudará a seguir em frente, a nos superar e alcançar novos níveis.


Se você não consegue justificar bem, dizer o porquê, então provavelmente a meta não é digna dos seus esforços naquele momento.


O financista G. E. Miller defende que uma grande satisfação em se saber a justificativa de nossos motives é a satisfação alcançada a partir do momento que a meta é atingida. Sem isso, o sucesso pode parecer vazio.



“Quero cortar as minhas despesas para que eu consiga economizar mais?”

Por que?
“Para que eu possa quitar as parcelas do financiamento do meu apartamento.”
Por que?
“Para diminuir meus gastos com moradia ainda mais.”
Por que?
“Porque eu quero poder trabalhar menos horas e passar mais tempo com os meus filhos”.
Por que?
“Porque isso faz meus filhos felizes e me faz feliz também”


Ótimo.



Mas quando você começa com o porquê e termina com a meta financeira é ainda mais significativo e funciona ainda melhor.



“Eu quero uma família feliz?”
O que torna a sua família mais feliz?
“Quando passamos mais tempo juntos.”
Como vocês poderiam passar mais tempo juntos?
“Se eu trabalhasse menos horas.”
Como você poderia trabalhar menos horas?
“Limitando as minhas despesas”.
Como você pode limitar as suas despesas?
“Quitando o financiamento do meu apartamento, abrindo mão de um carro, diminuindo a conta do supermercado.”


Ainda melhor. Agora há vários meios para um fim. Sem uma motivação bem justificada, metas financeiras são apenas esforços para acumular mais dinheiro e mais coisas. E se a resposta para o questionamento for mais dinheiro e mais coisas, em algum momento você ficará insatisfeito e frustrado.

Periódicos

Saiu a nova classificação dos periódicos científicos. Eis os melhores da área de contabilidade:

A2
Revista Brasileira de Gestão de Negócios (Online)
Revista Contabilidade & Finanças (Online)

B1
BBR
Contabilidade Vista & Revista
Enfoque: Reflexão Contábil (Impresso)
Revista Contemporânea de Contabilidade (UFSC)

B2
Base
Custos e @gronegócio Online
RCO - Revista de Contabilidade e Organizações
Revista de Contabilidade e Organizações

B3
Contexto (UFRGS)
Contextus (Fortaleza)
RACE - Revista de Administração, Contabilidade e Economia (Online)
Registro Contábil - RECONT
REPeC - Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade
Reunir: Revista de Administracao, Ciencias Contabeis e Sustentabilidade
Revista Ambiente Contábil
Revista Catarinense da Ciência Contábil
Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade
Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade

B4
AB Custos
Contabilidade, Gestão e Governança
Pensar Contábil
RC&C. Revista de Contabilidade e Controladoria
Revista de Auditoria, Governança e Contabilidade
Revista de Contabilidade da UFBA
Revista de Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças
Revista de Gestão e Contabilidade da UFPI

B5
Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ (Online)
Revista de Estudos Contábeis
Revista de Informação Contábil (UFPE)

Links

Star Wars está quase tomando conta dos parques da Disney. Veja aqui todas as atrações sendo planejadas.

29 produtos super inteligentes – para crianças – que você precisa ter em sua vida: aqui

Aqui 15 gafes culturais que você deve evitar em Londres e aqui como se comportar no metrô de cinco grandes cidades.

Em defesa de computadores desktop, veja aqui porque o seu próximo computador não deveria caber no seu colo.

A database dos mortos. Quantas pessoas com o seu nome já morreram? Aqui apenas uma Isabel Sales, um Pedro Correia e nenhum César Tibúrcio. Eles também colocam quantas pessoas com o seu primeiro nome nasceram e morreram, qual a média de vida para quem tem o mesmo nome que você ou o mesmo sobrenome.

Lista: Escolas com melhores notas no Enem


1º lugar: Colégio Objetivo Integrado - São Paulo (SP)
Mensalidade do 3º ano do ensino médio: R$ 2.383,46 (12 parcelas)
Outras taxas: R$ 1535,14 de material didático
Média geral no Enem: 742,96

2º lugar: Farias Brito Colégio de Aplicação – Fortaleza (CE)
Mensalidade: R$ 1.249 (12 parcelas)
Outras taxas: R$ 1.249 de taxa de matrícula + R$ 1.200 de taxa de material didático
Média geral no Enem: 737,88

3º lugar: Colégio Olimpo Integral – Goiânia (GO)
Mensalidade do 3º ano do ensino médio: R$ 2.700 (12 parcelas)
Outras taxas: não cobra
Média geral no Enem: 735,02

4º lugar: Christus Colégio Pré-Universitário – Fortaleza (CE)
Preço da mensalidade: R$ 1.205 (12 parcelas)
Outras taxas: matrícula (R$ 1.205) e material didático (R$ 1.419)
Média geral no Enem: 731,38

5º lugar: Colégio Bernoulli – Unidade Lourdes – Belo Horizonte (MG)
Mensalidade do 3º ano do ensino médio: R$ 1.629 (12 parcelas)
Outras taxas: R$ 1.690 de material didático
Média geral no Enem: 730,33

6º lugar: Colégio Ari de Sá Cavalcante - Fortaleza (CE)
Mensalidade do 3º ano do ensino médio: R$ 1.115 reais (13 parcelas)
Outras taxas: R$ 1.600 reais de material didático
Média geral no Enem: 725,09

7º lugar - Pensi (Ponto de Ensino) - Rio de Janeiro (RJ)
Mensalidade do 3º ano do ensino médio: 900 reais (12 parcelas)
Outras taxas: R$ 1.200 reais de taxa de material didático + R$ 800 de taxa pedagógica
Média geral no Enem: 720,73

8º lugar: Colégio Elite Vale do Aço - Ipatinga (MG)
Mensalidade do 3º ano do ensino médio: R$ 965 (11 parcelas)
Outras taxas: R$ 965 (matrícula) + R$ 1.380 de taxa de material didático
Média geral no Enem: 719,81

9º lugar: Coleguium - Belo Horizonte (MG)
Mensalidade do 3º ano do ensino médio: R$ 1.200 (12 parcelas)
Outras taxas: R$ 1.200 de material didático + R$ 800 mensais de taxa pedagógica
Média geral no Enem: 719,71

10º lugar - Colégio Objetivo Integrado - Mogi das Cruzes (SP)
Mensalidade do 3º ano do ensino médio: R$ 2.127 reais (12 parcelas)
Outras taxas: R$ 2.127 de taxa de matrícula + R$ 288 mensais de taxa de material didático
Média geral no Enem: 718,66

Fonte: Aqui

16 agosto 2015

Rir é o melhor remédio


Exemplos da Finlândia para a educação no Brasil

Quatro professores de um grupo de 35 brasileiros capacitados no país nórdico contam o que trouxeram da experiência e que impacto ela pode ter no ensino público do Brasil. A reportagem é de Paula Adamo Idoeta, da BBC Brasil:

Dona de um dos sistemas de ensino mais elogiados do mundo, a Finlândia recebeu, de fevereiro a julho deste ano, 35 professores de institutos federais brasileiros para treinamento e capacitação.

Embora em 2012 o país nórdico tenha caído do topo para a 12ª posição do Pisa, o principal exame internacional de educação (o Brasil ficou na 58ª posição do ranking, entre 65 países), ele ainda é apontado pela OCDE – a entidade que aplica o Pisa – como "um dos líderes mundiais em performance acadêmica" e se destaca pela igualdade na educação, alta qualificação de professores e por constantemente repensar seu currículo escolar.

Os docentes brasileiros foram selecionados pelo programa Professores para o Futuro, do CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Ministério da Educação), para passar cinco meses estudando a educação finlandesa.

A BBC Brasil conversou com quatro desses professores, para conhecer o que viram na Finlândia e saber se lições trazidas de lá podem facilitar seu trabalho em sala de aula e melhorar o aprendizado nas instituições públicas de ensino onde atuam.

Apesar das diferenças com o sistema brasileiro, os professores disseram ver como "pequenas revoluções" o que podem agregar do ensino finlandês em suas rotinas.

"Vou começar com um trabalho de formiguinha, mostrando aos meus colegas o que aprendi, gravando minhas aulas e adaptando (as metodologias) à nossa realidade e aos nossos estudantes", diz a professora Giani Barwald Bohm, do Instituto Federal Sul-rio-grandense.

Os 25 institutos federais que enviaram professores ao país nórdico reúnem cursos de ensino médio, profissional e superior com ênfase em ciência e tecnologia.

Veja o que os professores aprenderam na Finlândia:

1. Usar mais projetos nas aulas

Os professores entrevistados pela BBC Brasil dizem que projetos elaborados por alunos e a resolução de problemas estão ganhando protagonismo no ensino finlandês, em detrimento da aula tradicional.

São as metodologias chamadas de "problem-based learning" e "project-based learning" (ensino baseado em problemas ou projetos). Neles, problemas – fictícios ou reais da comunidade – são o ponto de partida do aprendizado. Os alunos aprendem na prática e buscam eles mesmos as soluções.

"Os projetos são desenvolvidos sem o envolvimento tão direto do professor, em que os alunos aprendem não só o conteúdo, mas a gerir um plano e lidar com erros", diz Bruno Garcês, professor de Química do Instituto Federal do Mato Grosso, que pretende aplicar o método em aulas de experimentos práticos.

Os professores brasileiros visitaram, na Finlândia, cursos superiores baseados inteiramente nessa metodologia.

"Um curso de Administração tem disciplinas tradicionais no primeiro ano. Mas, nos dois anos e meio seguintes, os alunos deixam de ter professores, passam a ter tutores, formam empresas reais e aprendem enquanto desenvolvem o negócio", diz Francisco Fechine, coordenador do Instituto Federal de Tecnologia da Paraíba.

Não é uma estrutura que sirva para qualquer tipo de curso, mas funciona nos voltados, por exemplo, a empreendedorismo, explica Joelma Kremer, do Instituto Federal de Santa Catarina.

"E os alunos têm uma carga de leitura, para buscar (nos livros) as ferramentas que precisam para resolver os problemas."

2. Foco na produção de conteúdo pelos alunos

A resolução de problemas e projetos é parte de um ensino mais centrado na produção do próprio aluno. Ao professor cabe mediar a interação na sala de aula e saber quais metas têm de ser alcançadas em cada projeto.

"Nós (no Brasil) somos mais centrados em o professor preparar a aula, dar e corrigir exercícios. O aluno faz pouco. Podemos dar mais espaço para o aluno avaliar o que ele vai desenvolvendo", diz a professora Giani Barwald Bohm, do Instituto Federal Sul-rio-grandense.

"No modelo tradicional de ensino, quem mais aprende é o professor. Lá (na Finlândia) é o aluno quem tem de buscar conteúdo, e o professor tem que saber qual o objetivo da aula. Para isso você não precisa de muita tecnologia, mas sim de capacitação (dos docentes)", agrega Joelma Kremer.
Professores Fechine, Bruno Garcês e Kelly Santos em sala de aula finlandesa: mais projetos práticos e autonomia dos alunos (Foto: Bruno Garces)

3. Repensar o papel da avaliação

Nesse contexto, a avaliação tem utilidade diferente, diz Kremer: "A avaliação está presente, mas os alunos se autoavaliam, avaliam uns aos outros, e o professor avalia os resultados dos projetos".

"Ao reduzir o número de testes (formais) e avaliar mais trabalhos em grupo e atividades diferentes, os professores têm um filme do desempenho do aluno, e não apenas a foto (do momento da prova)", diz Fechine.

"Conhecemos um professor de física finlandês que avaliava seus alunos pelos vídeos que eles gravavam dos experimentos feitos em casa e mandavam por e-mail ou Dropbox."

4. Usar tecnologia e até a mobília para ajudar o professor

A tecnologia não é parte central desse processo, mas auxilia o trabalho do professor em estimular a participação dos alunos finlandeses.

"Em vez de proibir o celular, os professores os usam em sala de aula para estimular a participação dos alunos – por exemplo, respondendo (via aplicativos especiais) enquetes que tivessem a ver com as aulas", conta Kremer.
Algumas salas têm mobília especialmente projetada para que os alunos possam ser agrupados ou separados (Foto: Giani Bohm)

"Isso torna a aula mais interessante para eles. E é complicado para a gente ficar dizendo, 'desliga o celular', algo que já começa estabelecendo uma relação de antipatia com o aluno."

Os professores brasileiros também conheceram algumas salas de aula com mobília especialmente projetada, diferente do modelo tradicional de cadeiras individuais voltadas à lousa.

"Muitas salas têm sofás, poltronas, mesas ajustáveis para trabalhos individuais ou em grupo e vários projetores", agrega Kremer. "É um mobiliário pensado para essa metodologia diferente de ensino."

Fechine vai reproduzir parcialmente a ideia no Instituto Federal da Paraíba, trocando as carteiras de braço por mesas que possam ser agrupadas para trabalhos.

5. Desenvolvimento de habilidades do século 21

A professora Giani Barwald Bohm conta que o ensino fundamental finlandês continua dividido em disciplinas tradicionais, mas focado cada vez mais no desenvolvimento de habilidades dos alunos, e não apenas na assimilação de conteúdo tradicional.

"(São desenvolvidas) competências do século 21, como comunicação, pensamento crítico e empreendedorismo", diz ela.

Para Fechine, estimular a independência do estudante é uma forma de romper o ciclo de "alunos passivos, que só fazem a tarefa se o professor cobrar, interagem muito pouco".

6. Intervalos mais frequentes entre as aulas

A Finlândia adota aulas de 45 minutos seguidas de 15 minutos de intervalo na educação básica – prática que Bruno Garcês acha que poderia ser disseminada por aqui. "Tira a tensão de ficar tantas horas sentado", diz.

Fechine também considera a ideia interessante, mas aponta que a grande carga horária no ensino médio brasileiro dificulta sua aplicação e lembra que na Finlândia ela é acompanhada de uma forte cultura de pontualidade. "As aulas começam no horário e aluno rapidamente entra na (rotina de) resolução de problemas."

7. Cultivar elos com a vida real e empresas

Muitos dos projetos dos estudantes finlandeses são tocados em parcerias com empresas, para aumentar sua conexão com a vida real e o mercado de trabalho, algo que Garcês acha que poderia ser mais frequente no Brasil.

"Aqui na área rural do Mato Grosso podemos ter uma interação maior com as fazendas locais, ministrando aulas a partir do que os produtores rurais precisam."

A vantagem disso é que o aluno vê sentido prático e profissional no que está aprendendo, explica Giani Barwald Bohm. "Ele desenvolve algo diretamente para o mercado de trabalho, que vai ter relevância para o próprio estudante e é contextualizado com as empresas locais."

Ela destaca também as competições de habilidades práticas desenvolvidas por escolas locais (um preparativo para a competição internacional WorldSkills, que neste ano será realizada em São Paulo, pelo Senai, entre quarta e sábado desta semana).

"As empresas são envolvidas na organização e acompanham os alunos no dia a dia e até ficam de olho para contratá-los depois."

8. Formação mais prática e valorização do professor

A formação dos professores é apontada como a principal chave do sucesso do ensino finlandês. Os brasileiros observaram lá uma capacitação mais prática, voltada ao dia a dia da sala de aula, e mais interação entre o corpo docente.

"Algumas salas têm dois professores - um como ouvinte do outro caso seja menos experiente", relata Fechine.

"Há uma relação mais direta (entre os professores), com muita conversa entre quem dirige o ensino e quem dá aula", agrega Barwald Bohm.

"Além disso, há uma valorização cultural do professor lá, semelhante à de outras profissões. O salário é equivalente e as condições de trabalho dão bastante tempo para o planejamento das aulas", diz Bruno Garcês.