No dia 10 de agosto de 1835 é publicado no jornal Diário do Rio de Janeiro, edição 8, página 4, o seguinte anúncio, conforme grafia da época:
Francisco Marques de Oliveira Chefe da Casa de Marques, Machado & Comp., declara aos seus amigos e frequezes, que a Sociedade que girava nesta praça, debaixo desta firma, finalizou, e foi armoniosamente dissolvida, ficando lhe pertencendo todo o activo e passivo da extinta Sociedade, e o seu negocio continuará da mesma fórma em seu nome.
É importante destacar que na época não existia um arcabouço jurídico desenvolvido, como um Código Comercial. Ao anunciar num jornal a dissolução de uma sociedade, Francisco Oliveira aos seus clientes uma mudança relevante para a empresa, como uma espécie de fato relevante. O anúncio faz questão de informar que a sociedade foi dissolvida de forma tranquila (harmoniosa) e que este passa a deter os ativos assim como as dívidas.
16 agosto 2015
15 agosto 2015
Fato da Semana: 2+2=5 (33 de 2015)
Fato da Semana: Uma pesquisa mostrou que no processo de contratação o candidato mais “flexível” é o preferido dos entrevistadores.
Qual a relevância disto? De certa forma, a pesquisa confirma que o profissional contábil está muito mais sujeito as influências do que imaginamos. Isto começaria já no processo de contratação e não após o individuo se adaptar a cultura da empresa. O debate sobre ética pode ser bastante interessante.
Positivo ou Negativo? Negativo. Como será possível a representação fiel se o preparador já foi escolhido de maneira a não se adequar?
Desdobramentos? O debate pode abrir um leque maior de pesquisas sobre este assunto na área.
Qual a relevância disto? De certa forma, a pesquisa confirma que o profissional contábil está muito mais sujeito as influências do que imaginamos. Isto começaria já no processo de contratação e não após o individuo se adaptar a cultura da empresa. O debate sobre ética pode ser bastante interessante.
Positivo ou Negativo? Negativo. Como será possível a representação fiel se o preparador já foi escolhido de maneira a não se adequar?
Desdobramentos? O debate pode abrir um leque maior de pesquisas sobre este assunto na área.
Fontes para leitura de textos longos
Hoje eu fui procurar no Google qual a melhor fonte para leitura e encontrei uma postagem que falava um pouco o que eu estava pensando e resolvi compartilhar aqui. Em resumo:
Quais as melhores fontes para ler em pdf? E em livro/papel impresso?
[...]
Quais as melhores fontes para ler em pdf? E em livro/papel impresso?
[...]
Estou finalizando a edição de um artigo traduzido com 24 páginas, então a questão de uma fonte que seja adequada pra uma leitura longa tem ficado na minha cabeça há alguns dias. Lembrei também da tag “fonts” do delicious do Moreno, que tem 35 links sobre fontes (coisa pra caramba!) e enfim… Escolher uma fonte foi se tornando uma tarefa cada vez mais difícil. Na verdade acho que foi que nem escolher vestido pra festa: provei o armário inteiro pra sair com a roupa que eu tinha escolhido inicialmente.
[...]
[...]
Acredito que aconteça uma confusão nos resultados de busca também por conta da ambiguidade da palavra “fontes”: fontes (tipografia?), fontes (bibliográficas, de informação?), fontes (de energia?), enfim. Em inglês cacei “what’s the best font” onde me foram sugeridos: for a resume, for resumes, to use, for a novel, to use on a resume. Apareceu muita coisa e praticamente todos os resultados da primeira página foram bem relevantes e recentes, mas alguns mais que os outros. Entre eles selecionei:
Online Journalism Review, Question of the week: What’s the best font for the Web?(01/06/2008)
Galleycat, What’s the best font for a book? (14/01/2011)
Stackoverflow, What’s the most readable, appealing font? (07/04/2010)
Integral Web Solutions, What’s the best font for websites and blogs? (02/04/2011) – um dos posts que mais gostei.
[...]
Mas o que eu queria saber mesmo é o que as pessoas que conheço – meus colegas – acham que seja uma boa fonte (excetuando-se claro as que ninguém aguenta mais: Arial, Times New Roman e a Comic Sans, que todo mundo adora odiar). [...] Me parece que muita gente [...] acha que as fontes serifadas são melhores para leitura de material impresso.
Online Journalism Review, Question of the week: What’s the best font for the Web?(01/06/2008)
Galleycat, What’s the best font for a book? (14/01/2011)
Stackoverflow, What’s the most readable, appealing font? (07/04/2010)
Integral Web Solutions, What’s the best font for websites and blogs? (02/04/2011) – um dos posts que mais gostei.
[...]
Mas o que eu queria saber mesmo é o que as pessoas que conheço – meus colegas – acham que seja uma boa fonte (excetuando-se claro as que ninguém aguenta mais: Arial, Times New Roman e a Comic Sans, que todo mundo adora odiar). [...] Me parece que muita gente [...] acha que as fontes serifadas são melhores para leitura de material impresso.
[...]
[São os tipos que contem serifas, ou seja, pequenos traços, ornamentos e/ou prolongamentos que ocorrem no fim das hastes das letras. Exemplos de tipos: Times New Roman, Baskerville, Bookman, Century, Georgia, Garamond e Rockwell]
Um especialista de design deu as seguintes dicas:
Serifada ou não? Preferivelmente fontes sem serifa. As serifas ajudam na leitura no papel, mas não é exatamente assim que acontece na tela. O formato mais quadrado dessas fontes facilita a leitura.
Contraste: na minha experiência, manter fundo branco e fontes pretas, como nos impressos. Alguns autores, no entanto, defendem o contrário pra leitura web (fundo preto e fontes brancas), pq diminui a emissão de luz e aumenta o conforto do usuário.
Tamanho: algo entre 12 e 14 pontos é legal, dependendo da fonte e do formato do material. se o usuário vai ver o meterial inteiro na tela (100%) sempre, o tamanho acima funciona. Se ele vai ser forçado a puxar o zoom, usar barras de rolagem, etc, pode ser menor (não muito).
Entrelinha: espaçamentos em geral devem ser maiores do que o ‘normal’. Um entrelinha mais generoso pode facilitar a leitura e tirar aquela impressão de texto muito denso pro usuário. Se for muito grande, no entanto, vai ficar mais difícil dele se achar. O espaçamento entre parágrafos também pode ser bem generoso.
Peso: tentar manter o regular pro geral do texto, e dosar bem os destaques em negrito/bold. Muito peso não destaca nada e ‘agride’ o usuário. Pequenos extratos de texto podem usar a versão light das fontes, por exemplo.
Sugestões de fontes: Myriad Pro, Frutiger, Helvetica Neue, Univers (tem uma cara mais display, mas pode funcionar), Optima (essa fonte é semi-serifada, ou seja, tem pequenas serifas que funcionam como linhas-guia, e um pouco de contraste no próprio tipo). O site ExLjbris tem algumas fontes gratuitas. A Calluna Sans e a Fontin Sans também podem ser boas pedidas.
Fonte: Aqui
Um especialista de design deu as seguintes dicas:
Serifada ou não? Preferivelmente fontes sem serifa. As serifas ajudam na leitura no papel, mas não é exatamente assim que acontece na tela. O formato mais quadrado dessas fontes facilita a leitura.
Contraste: na minha experiência, manter fundo branco e fontes pretas, como nos impressos. Alguns autores, no entanto, defendem o contrário pra leitura web (fundo preto e fontes brancas), pq diminui a emissão de luz e aumenta o conforto do usuário.
Tamanho: algo entre 12 e 14 pontos é legal, dependendo da fonte e do formato do material. se o usuário vai ver o meterial inteiro na tela (100%) sempre, o tamanho acima funciona. Se ele vai ser forçado a puxar o zoom, usar barras de rolagem, etc, pode ser menor (não muito).
Entrelinha: espaçamentos em geral devem ser maiores do que o ‘normal’. Um entrelinha mais generoso pode facilitar a leitura e tirar aquela impressão de texto muito denso pro usuário. Se for muito grande, no entanto, vai ficar mais difícil dele se achar. O espaçamento entre parágrafos também pode ser bem generoso.
Peso: tentar manter o regular pro geral do texto, e dosar bem os destaques em negrito/bold. Muito peso não destaca nada e ‘agride’ o usuário. Pequenos extratos de texto podem usar a versão light das fontes, por exemplo.
Sugestões de fontes: Myriad Pro, Frutiger, Helvetica Neue, Univers (tem uma cara mais display, mas pode funcionar), Optima (essa fonte é semi-serifada, ou seja, tem pequenas serifas que funcionam como linhas-guia, e um pouco de contraste no próprio tipo). O site ExLjbris tem algumas fontes gratuitas. A Calluna Sans e a Fontin Sans também podem ser boas pedidas.
Fonte: Aqui
Sarcasmo
Apesar de ser a língua da internet, o sarcasmo não é reconhecido como uma forma sofisticada de inteligência ou um estilo de conversação para se fazer amigos. Derivada do grego e do latim, sarcasmo tem sido chamado de “hostilidade disfarçada de humor”, ou seja, um discurso carregado de desprezo que é melhor evitar.
Mas uma nova pesquisa conduzida por Francesca Gino, da Escola de Negócios de Harvard, Adam Galinsky, da Escola de Negócios de Columbia, e Li Huang, da INSEAD, uma escola de negócios europeia, considera que o sarcasmo é muito mais sutil do que pode parecer, e realmente oferece alguns benefícios importantes e ignorados, benefícios esses psicológicos, criativos e organizacionais.
Por essa você não esperava
Para criar ou decodificar o sarcasmo, tanto o emissor da mensagem quanto o receptor precisam superar a contradição (ou seja, a distância psicológica) entre os significados literais e reais das expressões sarcásticas.
Ao que os estudos indicam, este é um processo que ativa a abstração que, por sua vez, promove o pensamento criativo.
Enquanto praticantes de sarcasmo há muito tempo já acreditam intuitivamente que ele proporciona uma “ginástica mental” que exige processos cognitivos superiores, isso não tinha sido claro até agora.
Sarcasmo impulsiona a criatividade
Sarcasmo ativa criatividade tanto em quem fala quanto em quem ouve, desde que a pessoa entenda que determinada mensagem é um sarcasmo de fato.
Pela primeira vez, a ciência foi capaz de demonstrar tais benefícios cognitivos. Além disso, também pela primeira vez, uma pesquisa propôs e mostrou que o sarcasmo é melhor utilizado entre as pessoas que têm uma relação de confiança entre si.
Em uma série de estudos, os participantes foram divididos aleatoriamente. Como parte de uma conversa simulada, eles expressaram algo sarcástico ou sincero, e receberam uma resposta sarcástica ou sincera, ou uma neutra.
Aqueles em condições de sarcasmo, posteriormente, tiveram melhor desempenho em tarefas de criatividade do que aqueles nas condições de sinceridade ou neutras. Isto sugere que o sarcasmo tem o potencial de catalisar a criatividade em todos.
Dito isto, embora não seja o foco da pesquisa em questão, é possível que as pessoas naturalmente criativas também sejam mais propensas a usar o sarcasmo, o que faz com que o sarcasmo seja um resultado da criatividade em vez de causa nessa relação.
Porém, usar sarcasmo no trabalho ou em outras situações sociais é um pouco perigoso. Isso porque o sarcasmo é um estilo de comunicação que pode facilmente levar a mal entendidos e confusões ou, se for um pouco mais afiado, a egos machucados. Mas se as pessoas envolvidas no sarcasmo compartilham uma confiança mútua, há menos chance de sentimentos serem feridos, segundo os pesquisadores.
Mesmo se um conflito surgir, não vai atrapalhar os ganhos criativos para qualquer uma das partes.
Enquanto a maioria das pesquisas anteriores parecia sugerir que o sarcasmo é prejudicial para uma comunicação eficaz, porque é percebido como um desprezo à sinceridade, descobrimos que o contrário pode ocorrer.
O sarcasmo entre os indivíduos que compartilham uma relação de confiança não gera mais do que algumas boas risadas.
No entanto, mais trabalho precisa ser feito para entender melhor como o tom e o conteúdo de tipos específicos de sarcasmo – como crítica sarcástica, elogios sarcásticos, etc – afetam a comunicação nos relacionamentos, bem como nos processos cognitivos dos indivíduos. Mas já podemos considerar esses resultados como um grande avanço.
Mas uma nova pesquisa conduzida por Francesca Gino, da Escola de Negócios de Harvard, Adam Galinsky, da Escola de Negócios de Columbia, e Li Huang, da INSEAD, uma escola de negócios europeia, considera que o sarcasmo é muito mais sutil do que pode parecer, e realmente oferece alguns benefícios importantes e ignorados, benefícios esses psicológicos, criativos e organizacionais.
Por essa você não esperava
Para criar ou decodificar o sarcasmo, tanto o emissor da mensagem quanto o receptor precisam superar a contradição (ou seja, a distância psicológica) entre os significados literais e reais das expressões sarcásticas.
Ao que os estudos indicam, este é um processo que ativa a abstração que, por sua vez, promove o pensamento criativo.
Enquanto praticantes de sarcasmo há muito tempo já acreditam intuitivamente que ele proporciona uma “ginástica mental” que exige processos cognitivos superiores, isso não tinha sido claro até agora.
Sarcasmo impulsiona a criatividade
Sarcasmo ativa criatividade tanto em quem fala quanto em quem ouve, desde que a pessoa entenda que determinada mensagem é um sarcasmo de fato.
Pela primeira vez, a ciência foi capaz de demonstrar tais benefícios cognitivos. Além disso, também pela primeira vez, uma pesquisa propôs e mostrou que o sarcasmo é melhor utilizado entre as pessoas que têm uma relação de confiança entre si.
Em uma série de estudos, os participantes foram divididos aleatoriamente. Como parte de uma conversa simulada, eles expressaram algo sarcástico ou sincero, e receberam uma resposta sarcástica ou sincera, ou uma neutra.
Aqueles em condições de sarcasmo, posteriormente, tiveram melhor desempenho em tarefas de criatividade do que aqueles nas condições de sinceridade ou neutras. Isto sugere que o sarcasmo tem o potencial de catalisar a criatividade em todos.
Dito isto, embora não seja o foco da pesquisa em questão, é possível que as pessoas naturalmente criativas também sejam mais propensas a usar o sarcasmo, o que faz com que o sarcasmo seja um resultado da criatividade em vez de causa nessa relação.
Porém, usar sarcasmo no trabalho ou em outras situações sociais é um pouco perigoso. Isso porque o sarcasmo é um estilo de comunicação que pode facilmente levar a mal entendidos e confusões ou, se for um pouco mais afiado, a egos machucados. Mas se as pessoas envolvidas no sarcasmo compartilham uma confiança mútua, há menos chance de sentimentos serem feridos, segundo os pesquisadores.
Mesmo se um conflito surgir, não vai atrapalhar os ganhos criativos para qualquer uma das partes.
Enquanto a maioria das pesquisas anteriores parecia sugerir que o sarcasmo é prejudicial para uma comunicação eficaz, porque é percebido como um desprezo à sinceridade, descobrimos que o contrário pode ocorrer.
O sarcasmo entre os indivíduos que compartilham uma relação de confiança não gera mais do que algumas boas risadas.
No entanto, mais trabalho precisa ser feito para entender melhor como o tom e o conteúdo de tipos específicos de sarcasmo – como crítica sarcástica, elogios sarcásticos, etc – afetam a comunicação nos relacionamentos, bem como nos processos cognitivos dos indivíduos. Mas já podemos considerar esses resultados como um grande avanço.
14 agosto 2015
Brasileira cria aplicativo com apoio de Harvard
A estudante de Comunicação Jéssica Behrens, 23, teve uma ideia empreendedora que começou com um exercício de desapego. Jéssica decidiu se desfazer de um pertence por dia ao longo de um ano, seguindo uma sugestão encontrada na internet. A ideia era viver com o mínimo necessário. As dificuldades para pôr em prática essa filosofia de vida fizeram a estudante, que está prestes a se formar pela Universidade de Brasília (UnB), perceber um mercado a ser explorado e lançar uma empresa com apoio da Universidade de Harvard.
“Percebi que não conseguia encontrar gente de forma rápida para ficar com minhas coisas. E eram coisas legais, não podiam ir para o lixo. Aí eu percebi que não existia uma forma rápida e fácil de conectar minhas coisas às pessoas que estavam precisando delas. Um dia tive um insight. Pensei: 'E se existisse um Tinder para produtos?'”, conta, referindo-se ao aplicativo de paquera online. No Tinder, o usuário visualiza fotos de outros interessados em se relacionar e seleciona potenciais parceiros. No Tradr, o aplicativo criado por Jéssica, as imagens são de produtos à venda.
A ideia começou a virar realidade quando ela comentou o assunto com um amigo. “Ele se formou em Harvard. Achou a ideia muito legal e me colocou em contato com pessoas que ele conhecia que desenvolviam startups (começar algo, em tradução livre, normalmente uma empresa, a partir de uma ideia inovadora). Duas pessoas largaram projetos que estavam fazendo para participar desse. A gente passou por um processo seletivo e foi aceito no Laboratório de Inovação de Harvard”, recorda Jéssica, que viajou para os Estados Unidos. A universidade cedeu a infraestrutura, e o grupo conseguiu patrocínio de um pequeno investidor.
Segundo Jéssica, dois fatores foram determinantes para que a universidade norte-americana considerasse o projeto inovador e decidisse apoiá-lo. “Primeiro, porque a gente desenvolveu um algoritmo que, conforme a pessoa usa o aplicativo, registra as coisas que ela gosta e mostra cada vez mais produtos daquele tipo. Também porque consideraram que ele [o aplicativo] fomenta a economia colaborativa. É uma forma de conectar as pessoas, ver o que alguém está vendendo a 50 metros de você. Isso cria um espírito de comunidade, estimula a comprar e vender localmente. E é bom para o meio ambiente, pois você está deixando de consumir coisas novas”, explica a estudante.
Jéssica ressalta que o aplicativo pode ser, também, uma plataforma para quem tem interesse em empreender. “A gente abre um espaço para a economia marginal, como pessoas que produzem artesanato e não têm espaço para loja física ou rios de dinheiro para gastar com marketing digital”, comenta. A estudante explica que cuidou da parte de design, arquitetura da informação, marketing e comunicação no desenvolvimento do aplicativo. Seus colegas de projeto ficaram responsáveis pela programação, pelas finanças e pelo desenvolvimento de um algoritmo. Atualmente, o aplicativo, que está disponível há cerca de um mês em versão beta – versão para teste – tem 2,2 mil usuários.
O Tradr está disponível para download e, por enquanto, funciona apenas no sistema iOS, da Apple. A participação é gratuita e, de acordo com Jéssica, os desenvolvedores ainda estudam uma forma de monetização do aplicativo. A ideia é continuar não cobrando dos usuários comuns. “A gente estuda fornecer um serviço de inteligência de dados para quem quiser ter uma conta premium. Por exemplo, a pessoa está colocando à venda um sapato vermelho e outro branco e a gente consegue mostrar a ela estatísticas de qual dos dois tem mais aceitação”, exemplifica.
O professor do Departamento de Administração da UnB José Pinho, especialista em RH, marketing e estratégia empresarial, afirma que as possibilidades criadas por recursos como a internet e o surgimento das redes sociais ajudam o empreendedorismo, mas não são determinantes. “O desenvolvimento das comunicações ajuda porque abre muitas perspectivas. A pessoa vê as coisas acontecerem, percebe as necessidades. Mas isso não é determinante. Antes de haver internet, Thomas Jefferson tinha um monte de invenções. Cada uma, ele transformava em empresa. Simplesmente, agora, [a internet] estimula e evidencia as oportunidades”, ressalta.
Segundo Pinho, entre as características de quem tem perfil empreendedor estão capacidade de assumir riscos e pensamento em longo prazo. Para o professor, o ambiente no Brasil não é favorável para empreender.
“Vamos supor que você tem R$ 200 mil. Você vai entrar em um negócio, pagar 40% de imposto e sair com um lucro que vai representar mais ou menos 20% [do investimento], correndo risco? É preferível só aplicar e sair com todo o dinheiro e mais um pouco do outro lado. Aquele capitalismo de ter uma boa ideia, constituir empresa e crescer foi praticamente abolido pelo capitalismo financeiro”, comenta. Para ele, o maior problema para as empresas no país é a alta carga tributária.
“Percebi que não conseguia encontrar gente de forma rápida para ficar com minhas coisas. E eram coisas legais, não podiam ir para o lixo. Aí eu percebi que não existia uma forma rápida e fácil de conectar minhas coisas às pessoas que estavam precisando delas. Um dia tive um insight. Pensei: 'E se existisse um Tinder para produtos?'”, conta, referindo-se ao aplicativo de paquera online. No Tinder, o usuário visualiza fotos de outros interessados em se relacionar e seleciona potenciais parceiros. No Tradr, o aplicativo criado por Jéssica, as imagens são de produtos à venda.
A ideia começou a virar realidade quando ela comentou o assunto com um amigo. “Ele se formou em Harvard. Achou a ideia muito legal e me colocou em contato com pessoas que ele conhecia que desenvolviam startups (começar algo, em tradução livre, normalmente uma empresa, a partir de uma ideia inovadora). Duas pessoas largaram projetos que estavam fazendo para participar desse. A gente passou por um processo seletivo e foi aceito no Laboratório de Inovação de Harvard”, recorda Jéssica, que viajou para os Estados Unidos. A universidade cedeu a infraestrutura, e o grupo conseguiu patrocínio de um pequeno investidor.
Segundo Jéssica, dois fatores foram determinantes para que a universidade norte-americana considerasse o projeto inovador e decidisse apoiá-lo. “Primeiro, porque a gente desenvolveu um algoritmo que, conforme a pessoa usa o aplicativo, registra as coisas que ela gosta e mostra cada vez mais produtos daquele tipo. Também porque consideraram que ele [o aplicativo] fomenta a economia colaborativa. É uma forma de conectar as pessoas, ver o que alguém está vendendo a 50 metros de você. Isso cria um espírito de comunidade, estimula a comprar e vender localmente. E é bom para o meio ambiente, pois você está deixando de consumir coisas novas”, explica a estudante.
Jéssica ressalta que o aplicativo pode ser, também, uma plataforma para quem tem interesse em empreender. “A gente abre um espaço para a economia marginal, como pessoas que produzem artesanato e não têm espaço para loja física ou rios de dinheiro para gastar com marketing digital”, comenta. A estudante explica que cuidou da parte de design, arquitetura da informação, marketing e comunicação no desenvolvimento do aplicativo. Seus colegas de projeto ficaram responsáveis pela programação, pelas finanças e pelo desenvolvimento de um algoritmo. Atualmente, o aplicativo, que está disponível há cerca de um mês em versão beta – versão para teste – tem 2,2 mil usuários.
O Tradr está disponível para download e, por enquanto, funciona apenas no sistema iOS, da Apple. A participação é gratuita e, de acordo com Jéssica, os desenvolvedores ainda estudam uma forma de monetização do aplicativo. A ideia é continuar não cobrando dos usuários comuns. “A gente estuda fornecer um serviço de inteligência de dados para quem quiser ter uma conta premium. Por exemplo, a pessoa está colocando à venda um sapato vermelho e outro branco e a gente consegue mostrar a ela estatísticas de qual dos dois tem mais aceitação”, exemplifica.
O professor do Departamento de Administração da UnB José Pinho, especialista em RH, marketing e estratégia empresarial, afirma que as possibilidades criadas por recursos como a internet e o surgimento das redes sociais ajudam o empreendedorismo, mas não são determinantes. “O desenvolvimento das comunicações ajuda porque abre muitas perspectivas. A pessoa vê as coisas acontecerem, percebe as necessidades. Mas isso não é determinante. Antes de haver internet, Thomas Jefferson tinha um monte de invenções. Cada uma, ele transformava em empresa. Simplesmente, agora, [a internet] estimula e evidencia as oportunidades”, ressalta.
Segundo Pinho, entre as características de quem tem perfil empreendedor estão capacidade de assumir riscos e pensamento em longo prazo. Para o professor, o ambiente no Brasil não é favorável para empreender.
“Vamos supor que você tem R$ 200 mil. Você vai entrar em um negócio, pagar 40% de imposto e sair com um lucro que vai representar mais ou menos 20% [do investimento], correndo risco? É preferível só aplicar e sair com todo o dinheiro e mais um pouco do outro lado. Aquele capitalismo de ter uma boa ideia, constituir empresa e crescer foi praticamente abolido pelo capitalismo financeiro”, comenta. Para ele, o maior problema para as empresas no país é a alta carga tributária.
Fonte: Aqui
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