Translate

21 julho 2015

Rir é o melhor remédio

Teoria Econômica + Inteligência Artificial = Machina Economicus

Segue um artigo muito interessante publicado na Revista Science, um dos periódicos científicos mais prestigiados do mundo ( com um fator de impacto de 33,611 ano passado). Em seguida uma entrevista com os autores da pesquisa.

Science

Vol. 349 no. 6245 pp. 267-272
DOI: 10.1126/science.aaa8403  

 Economic reasoning and artificial intelligence

The field of artificial intelligence (AI) strives to build rational agents capable of perceiving the world around them and taking actions to advance specified goals. Put another way, AI researchers aim to construct a synthetic homo economicus, the mythical perfectly rational agent of neoclassical economics. We review progress toward creating this new species of machine, machina economicus, and discuss some challenges in designing AIs that can reason effectively in economic contexts. Supposing that AI succeeds in this quest, or at least comes close enough that it is useful to think about AIs in rationalistic terms, we ask how to design the rules of interaction in multi-agent systems that come to represent an economy of AIs. Theories of normative design from economics may prove more relevant for artificial agents than human agents, with AIs that better respect idealized assumptions of rationality than people, interacting through novel rules and incentive systems quite distinct from those tailored for people.

http://www.sciencemag.org/content/349/6245/267.full


Outros artigos sobre o tema de inteligência artificial podem ser encontrados na mesma revista aqui. Em seguida a entrevista com os autores do artigo.


The unintended consequences of rationality


DAVID PARKES DISCUSSES HOW ARTIFICIAL INTELLIGENCE IS CHANGING ECONOMIC THEORY
July 16, 2015


A century of economic theory assumed that, given their available options, humans would always make rational decisions. Economists even had a name for this construct: homo economicus, the economic man.

Have you ever met a human? We’re not always the most rational bunch. More recent economic theory confronts that fact, taking into account the importance of psychology, societal influences and emotion in our decision-making.

So, are the theories that are predicated on homo economicus extinct? David C. Parkes, the George F. Colony Professor and Area Dean of Computer Science at Harvard John A. Paulson School of Engineering and Applied Sciences, doesn’t think so. Humans may not always make rational decisions, but well-conceived algorithms do.

In a paper out today in the journal Science, Parkes and co-author Michael Wellman, of the University of Michigan, argue that rational models of economics can be applied to artificial intelligence (AI) and discuss the future of machina economicus.

 Continua aqui

 

 

Rodízio de Auditores e Ceticismo

Uma das características relevantes do trabalho do auditor é o ceticismo. O profissional que verifica as contas de uma empresa deve questionar sempre, duvidando de todas as informações. Somente assim poderemos ter uma auditoria mais confiável. Acredita-se que um auditor que trabalhe durante anos com uma empresa perca esta característica; por outro lado, um novo auditor será mais cético com respeito aos números apresentados.

Mas parece que isto não é verdadeiro. Uma reportagem da CFO (Auditor Rotation May Actually Inhibit Skepticism) teve acesso a uma pesquisa acadêmica que será publicada no próximo número da prestigiosa Accouting Review. Os autores concluíram que o rodízio dos auditores pode reduzir o ceticismo, não aumentá-lo. Isto é muito importante, pois contraria o senso comum.

Os autores usaram um experimento, reproduzindo a relação entre auditor e executivo da empresa. Para isto, contaram com a ajuda de estudantes de graduação. (Para quem ainda não acredita na pesquisa experimental com estudantes, será que a publicação irá mudar de ideia?) O efeito é comportamental:

“Rotating auditors, aware that they will not be in a long-term relationship, will … likely perceive themselves to be less competent in evaluating the honesty or dishonesty of the [corporate] manager relative to auditors who do not rotate,” write authors Kendall Bowlin of the University of Mississippi, Jessen Hobson of the University of Illinois at Urbana-Champaign, and M. David Piercey of the University of Massachusetts Amherst. As a result, “rotating auditors would find it difficult to garner psychological support for the probability of manager dishonesty, leading them to be less likely to choose high levels of audit effort than non-rotating auditors.”

20 julho 2015

Rir é o melhor remédio


Finanças Pessoais: Não cometa estes erros

Enquanto procurávamos um novo assunto para hoje, encontramos algumas fontes apontando erros que não devem ser cometidos ao se tratar de finanças pessoais. Achamos válido listá-los para que fortifiquemos a nossa educação financeira. Quando decidimos colocar as nossas finanças no lugar, organizar os gastos, cortar supérfluos, podemos ficar um pouco desnorteados. O que fazer? Por onde começar? Será isso suficiente? Conseguirei seguir com essas alterações no meu estilo de vida?

Se você leva a sério e quer tomar controle das suas finanças e alterar seus hábitos financeiros ruins, então é necessário lidar com algumas questões e ir voltando ao trilho.

Vamos a alguns pontos fundamentais:
1) Pagar apenas o mínimo das suas dívidas: Nunca pague apenas o mínimo exigido nas cobranças e ajude as pesssoas que você conhece a também não cometer esse erro. Junto com o cheque especial, pagar o mínimo da fatura do cartão de crédito entra como rasgar dinheiro. O filme Shopaholic (Os Delírios de Consumo de Becky Bloom) é bem engraçado, mas nunca façam nada semelhante, especialmente no Brasil (i. e. ignorar faturas, fugir de cobradores, gastar muito mais do que ganha e se convender de que é um investimento). Não entre em negação e vire as costas para as suas dívidas, não pague apenas o mínimo para resolver depois. Os juros são absurdos e não compensam. Seja proativo, pague as suas dívidas. Se livrar disso te trará paz e te fornecerá um bom ponto de partida financeiro para o resto de sua vida.

Esse pode ser um dos passos mais difíceis de serem tomados, mas a partir do momento em que você se compromete a se livrar das dívidas, tudo é possível.

2) Não guardar o suficiente para a aposentadoria: vários jovens de vinte e poucos anos nem pensam em poupar para a aposentadoria porque concluem que há toda uma carreira a sua frente. Esse é um erro financeiro gigantesco. A melhor coisa de poupar quando se é jovem é que você terá os juros compostos a seu favor. A partir do momento em que você conseguir seu primeiro emprego, comece a separar 10% da sua folha de pagamento para a sua aposentadoria.

Você vai achar que é impossível abrir mão de tanto, mas a verdade é que, quanto mais velho você ficar, mais despesas terá. É simplesmente cada vez mais complicado se separar do seu suado dinheiro.

3) Não possuir um fundo emergencial: se você não possui um fundo para emergências significa que está a uma emergência de um desastre financeiro. O que acontecera se você tiver uma crise de saúde, se for preciso investir dinheiro em um advogado, ajudar alguém que você quer muito bem. O que acontecerá se você não puder trabalhar? Falaremos especificamente sobre fundos de emergência em outra postagem, mas comece a separar algum dinheiro especificamente para isso.

4) Gastar tudo o que você ganha: acho que quase todo mundo sabe que não se deve gastar tudo o que ganha, não é mesmo? Mas e você? Está separando poupando algum dinheiro? Além do seu fundo para emergências, você precisa poupar para objetivos específicos. Independente de o seu foco ser comprar um carro ou viajar... há diversas metas que estabelecemos e que custam muito e precisamos poupar para isso. Comece a alcançar esses objetivos separando algum dinheiro durante o ano.

5) Ostentação: com o advento do Facebook, Instagram e n outras mídias sociais, pode ser uma armadilha tentar acompanhar algumas tendências ou personalidades. Toda vez que você vê a foto de alguém em uma viagem, com um carro novo, com maquiagens novas, em um evento badalado e caro, você se pergunta por que não pode ter essas coisas já que você também as merece, não é mesmo? Mas se afaste disso, se mantenha longe da tentação encontrando dentro de você a confiança no seu estilo de vida, sabendo o que você realmente pode (e quer) comprar. A grama do vizinho pode parecer mais verde, mas você não está vendo as cobranças, dívidas, empréstimo, que vem com tudo isso.

E você? Já cometeu algum desses erros? Pode nos ajudar com alguns outros pontos?

19 julho 2015

História da Contabilidade: Contabilidade reflete seu tempo

É muito comum as pessoas pensarem na contabilidade como algo frio, exato e imparcial. Entretanto, trata-se de uma ciência social, refletindo as características do ambiente onde ocorre. Percebemos bem este ponto ao analisar a história da contabilidade em diversos aspectos: na utilização de tecnologia, nos termos empregados, nos conceitos dos “mestres” entre outros.

Nas últimas postagens estamos concentrados em estudar os anos de 1830 da história da contabilidade no Brasil. E vamos usar um recém-conhecido nosso, Burnier, um nome que ficou um pouco esquecido na história da contabilidade, mas que foi resgatado por nossas pesquisas. Para mostrar como a contabilidade reflete seu tempo, título desta postagem, vamos usar um pequeno texto escrito por Burnier para O Despertador, em 29 de março de 1838 (edição 3, p 2-3). Neste texto Burnier dirige-se ao Caixeiro, uma profissão que seria a “porta mais acessível e mais comum por onde se entra para a profissão comercial” (1). Além disto, como o comércio daquela época era “pequeno” em relação aos dias atuais, provavelmente o caixeiro fazia outras funções, inclusive a escrituração.

Burnier afirma que com os conhecimentos adquiridos pelo caixeiro e o acúmulo de capital, o caixeiro poderá, no futuro, “negociar por sua conta”. Para isto considera cinco condições essenciais para que o “caixeiro possa chegar a negociante”. A primeira é “conhecimentos para exercer bem o gênero de comércio em que se ocupa”. Este conhecimento, Burnier dividiu em essenciais e acidentais, uteis ou auxiliares. Entre os conhecimentos essenciais temos a língua materna, escrituração e contabilidade, noções especiais do negócio, modo de negociar legitimamente e noções do sistema monetário e do câmbio.

A segunda condição é a diligência e cuidado no serviço e esta qualidade seria mais proveitosa para o caixeiro do que para o dono do comércio. Conseguir esta condição pode significar, em outras palavras, obter um bom nome na praça.

A terceira condição talvez seja polêmica nos dias de hoje: “fidelidade para com o amo”. Segundo Burnier, “é admirável a harmonia que existe entre os interesses do amo e do caixeiro; se a fidelidade preserva o amo de grandes danos e lhe dá a segurança de sua propriedade, dá também ao caixeiro a certeza de sua ocupação, melhoramento progressivo de condição, meios pecuniários, honra, estima pública e todas as facilidades de um estabelecimento independente e próspero”. (2) Para explicar melhor este ponto, Burnier usa uma analogia: “a honra do homem nesta parte é tão delicada como a da donzela; e a violação dessa honra tem nele as mesmas consequências: uma vez postergado esse preceito, as reincidências são quase inevitáveis; a pureza do primeiro estado nunca mais volta; a progressão para o total abandono do pejo e dos sentimentos da virtude é quase infalível”.

A quarta condição é a “economia no emprego de suas soldadas”. Soldada corresponde ao salário do caixeiro. Para que o caixeiro torne-se negociante é necessário que ele faça poupança do seu salário, formando um capital, até se estabelecer com independência.

A quinta condição também seria polêmica nos dias atuais: “o caixeiro deve ter docilidade ou submissão: sem submissão as ordens do amo, não poderá ganhar sua afeição, nem do público comercial; antes, atrairá contra si indisposição geral, será forçado a mudar de casa [mudar de emprego] sucessivamente e sempre com descrédito e piorando de fortuna; será mesmo difícil e muitas vezes impossível encontrar novos arranjos, vendo-se abandonado e reduzido a miséria e a todas as suas consequências.”(Itálico no original)



(1) Ao contrário das postagens tradicionais, fizemos uma modernização no português de Burnier para tornar a leitura mais agradável.
(2) Observe o leitor que esta condição é contrária a Agency Theory, mas isto é outro assunto. Devemos lembrar aqui que as cidades eram “pequenas” e a “fama” de um profissão era um bem valioso.

Rir é o melhor remédio