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16 julho 2015

Rir é o melhor remédio

Bolívia conquista acesso ao mar (via Marginal Revolution)

Contabilidade e Automação

Desde que surgiram as primeiras máquinas tem-se afirmado que certas funções seriam substituídas e diversas profissões foram extintas (datilógrafos, por exemplo). A contabilidade foi uma das primeiras áreas das empresas onde o computador foi usado. Desde então, as previsões afirmam que o trabalho na contabilidade poderia provocar uma redução no número de vagas. A história tem mostrado que isto por enquanto não ocorreu.

Uma previsão recentemente divulgada mostra as áreas que seriam afetadas pela automação na área contábil. O percentual de probabilidade da automação seria o seguinte:

Preparadores fiscais - 98,7%
Lançamento contábil - 97,6%
Analistas de orçamento - 93,8%
Contadores e auditores - 93,5%
Analistas de pesquisa de mercado - 61,3%
Analistas financeiros - 23,3%
Examinadores financeiros - 17%
Gerentes financeiros - 6,9%

Mapa da pesquisa no mundo

Este é o mapa da pesquisa no mundo. Apesar da evolução recente, mostra a desigualdade na área, com pouca participação dos países menos desenvolvidos. Pesquisa exige dinheiro...

Links

Uma seleção de links do Quartz, um dos melhores endereços da internet:

Administração do tempo faz nossa vida pior

Uma proposta para economizar (ainda mais) espaço nos aviões (figura)

Dinamarca produz até 140% das necessidades de eletricidade usando o vento

Estudo canadense mostra que viver perto de árvores é bom para saúde

O que ocorre quando editamos os filmes de Hollywood para mostra a participação dos negros

15 julho 2015

Rir é o melhor remédio

Resenha: Quando roubar um banco

Como os autores, vou começar pela dedicatória que é uma graça: “Dedicamos este livro aos nossos leitores. Somos perpetuamente surpreendidos pelo seu vigor e agradecidos por sua atenção”. *.*

E aí começa a história. Há dez anos, quando os autores resolveram publicar o livro Freakonomics, decidiram também começar uma web page associada. Por acaso, o site oferecia uma função para blogs... E aí eles começaram a publicar e no livro “When to Rob a Bank” acompanhamos algumas experiências, além das postagens que eles consideram top hits.


As postagens no blog tendem a ser mais informais e casuais quando comparadas a escrita de um livro. Eles acrescentam que “[...] ter o blog nos deu uma boa razão para continuar curiosos e abertos em relação ao mundo”. Durante todos os anos eles continuamente se questionavam porque continuavam a blogar e não havia motivo óbvio já que é uma atividade não remunerada e não havia qualquer evidência que o blog os ajudasse a vender mais cópias do livro. Com o tempo eles perceberam a razão: “nossos leitores adoravam de ler o blog, e nós adorávamos nossos leitores. A curiosidade e inventividade e especialmente a diversão nos mantiveram ali”. E com o livro percebemos todo o espírito disso.


O início do livro, com o primeiro capítulo intitulado “o que blogs e garrafas de água têm em comum?” é super engraçado, com eles explicando como antigamente achavam um absurdo livros vindos de blogs serem publicados porque bastava a pessoa entrar no blog e ler tudo de graça. Mas aí... eles publicaram um.

Alguns textos não me interessaram tanto (especialmente os sobre planos de saúde estadunidenses) , enquanto outros me fizeram gargalhar alto. Eu ri muito quando, por exemplo, ele debateu no blog sobre a possibilidade de aeromoças (ou comissárias de bordo) ganharem gorjeta, já que elas prestavam um serviço similar aos de garçonete, por exemplo. Ele colocou várias justificativas plausíveis, os comentários do blog o deixaram bem animados e ele colocou a ideia em prática: tentou dar a tal da gorjeta. A comissária de bordo ficou ofendida e ralhou com ele. A forma como ele descreve a situação é hilária.

Também ri quando, no capítulo “Estávamos Apenas Tentando Ajudar” – foi a postagem que gerou mais cartas e correspondências desde a história da relação entre crime e aborto publicada no primeiro livro (leia aqui). Na postagem original ele diz que se fosse um terrorista com recursos limitados e quisesse maximizar o terror, organizaria vários ataques simultâneos, em diversos locais do país. Teria que ser aleatório para cada um achar que seria uma possível vítima, de preferência fechando o comércio, porque quando isso acontece as pessoas tem mais tempo para pensar em seus infortúnios e então o medo aumenta, e se possível fazendo com que o governo tenha que publicar diversas leis e gastar um bocado para lidar com a situação. E o que isso causou? Diversas correspondências questionando se ele era um traidor, um imbecil, ou ambos. Também pediram que ele fizesse uma postagem listando formas de combater o terrorismo. Se você ler com desapego, puramente racional e sem considerar as “emoções do absurdo” é um capítulo extremamente inteligente e bem versado.

Então esse é o espírito do livro.

Vale a pena? Você pode dar uma passada no blog e ler algumas postagens se ainda não o fez. Caso goste do que lê, vale sim a pena comprar o livro. Ainda não há a versão traduzida, mas fique atento caso ler em inglês não lhe seja agradável. Eu comprei o e-book e pretendo comprar o livro físico tão logo seja possível (leia-se: quando houver promoção, mais provavelmente no Black Friday).
E a resposta para a pergunta do livro? Simplificando, qualquer dia é um bom dia para roubar um banco, desde que você não resolva agir no mesmo dia que outros ladrões. Isso porque vocês entrarão no caminho um do outro e ainda terão que dividir o produto.


LEVITT, Steven D.; DUBNER, Stephen J. When to Rob a Bank: ...And 131 More Warped Suggestions and Well-Intended Rants. Harper-Collins, 2015.

Se decidir comprar o produto, sugerimos escolher um de nossos parceiros. O blog é afiliado aos seguintes programas:
Amazon Brasil
Americanas
Submarino
ShopTime
SouBarato.com.br

Evidenciação: Livro adquirido com recursos particulares, sem ligações com os escritores ou a editora.

Telebras Copa

Existe certo consenso de que a Copa do Mundo só deu prejuízo. Exceto para Fifa, seus cartolas e algumas empresas (rede de televisão, patrocinadores etc). No mais, a conta foi paga pelo contribuinte e pelo governo. A Telebras Copa é a prova que isto não é verdade. O seu resultado, divulgado recentemente, quase seis meses após o fechamento do exercício, mostra um lucro respeitável.


Em primeiro lugar, a empresa é um caso raro onde o lucro líquido, de R$125 milhões de reais, é superior a receita bruta de serviços, de R$124 milhões. A razão disto está (a) na ausência de tributos; (b) no custo muito baixo (R$1,9 milhão); e (c) na receita financeira maior que a despesa financeira (R$2,6 milhões versus R$8,5 mil). Em segundo lugar, as demonstrações estão assinadas pelo contador e pelo “representante legal da empresa”.

Outro fato interessante é que esta empresa foi criada por “tempo determinado”, conforme nota explicativa 1, "constituída em 07 de março de 2013, funcionará por tempo determinado, desde a data de sua criação até a data do término dos eventos da Copa do Mundo de 2014”. Ao analisar as demonstrações da controladora, a Telebras, temos a seguinte nota: Ocorre que, do ponto de vista da Controlada, os eventos ainda não terminaram, em virtude de possuir direitos a receber, discutidos administrativamente, portanto, o seu encerramento ainda não foi efetivado. As Atas da 1ª (primeira) Assembleia Geral Ordinária de Acionista (AGO) e da 1ª (primeira) Assembleia Geral Extraordinária de Acionista (AGE) de 31/10/2014, justamente pelo que aqui fica esclarecido, introduziram alteração do artigo 2º do seu Estatuto Social, que trata da “Duração da Sociedade”. Uma vez encerrada, a Controlada será incorporada pela Companhia, o que deve acontecer ainda em 2015.

Para entender a lucratividade da empresa seria interessante verificar sua finalidade. Ainda na nota explicativa 1: “tem por objetivo a prestação de serviços de telecomunicações à Fédération Internationale de Football Association – FIFA e seus parceiros e conveniados.” Mas isto torna o resultado incoerente. Se sua finalidade é a prestação de serviços de telecomunicações, o mesmo deve ter algum custo. E a DRE é clara em mostrar que este é irrisório. Como que uma empresa presta serviço de telecomunicações sem custo?

Observe agora a DVA da empresa:

Ocorreu uma aquisição de “materiais, energia, serviços de terceiros e outros” no valor de 1,9 milhão. Outro ponto interessante é que a empresa distribuiu R$125 milhões de dividendos para seu controlador. Isto é mais do que a receita gerada pela empresa em 2014.