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25 maio 2015

Finanças Pessoais: Orçamento

Nove de cada dez livros de finanças pessoais colocam um destaque especial na necessidade de se ter um orçamento doméstico. Entretanto, talvez a grande maioria das pessoas não faça o que os livros de finanças pessoais recomendam. Ou seja, não se utiliza todo o potencial do orçamento doméstico.

Qual a razão de existir esta distância entre a prática e a teoria? Zimmerman, um autor conhecido dos acadêmicos de contabilidade, afirmava numa de suas obras que quando existe esta diferença é que a teoria não é boa. É bem verdade que ele estava falando da utilização maciça do sistema de custeio por absorção nas decisões das empresas, quando a teoria recomendava o uso do variável. Mas talvez a ideia dele possa ser também usada no orçamento doméstico.

Talvez um primeiro motivo para a não utilização do orçamento seja o fato das pessoas não perceberem seus benefícios, mesmo depois de ler os livros de finanças pessoais. Nestas obras, a abordagem é que cada pessoa deva fazer a anotação dos gastos. Mas “perder” tempo com o orçamento significa abrir mão da televisão, da conversa com amigos e outras atividades bem mais agradáveis.

Segundo, são anotações chatas, por serem detalhadas demais, ou por lembrar o fato do nosso orçamento ser muito “engessado”. Neste sentido, o orçamento lembra a listagem da dieta. Sabemos que precisamos emagrecer, mas precisamos de uma tonelada de boa vontade para olhar a lista dos alimentos recomendados e não recomendados.

Uma terceira razão é que o orçamento é ensino de maneira formal ou associado a uma planilha eletrônica ou colunas e linhas de um formulário. Nada animador para uma pessoa normal, que não sabe usar o Excel ou não consegue ver atrativos em preenchimento de colunas e linhas de folhas de papel.

Um quarto motivo é que o orçamento mostra a vida da pessoa. Quando um casal resolve listar as despesas e receitas, está discutindo muito mais do que dinheiro. Assim, reclamações sobre as compras supérfluas irão acontecer. Vale a pena o desgaste?

Finalmente, o orçamento é muito mais complicado do que parece na teoria. Nos dias de hoje, o dinheiro tornou-se uma abstração e inclui não somente o cartão de crédito, mas também os pagamentos eletrônicos.

(Continua)

Reconhecimento

A Petrobras informou nesta quarta-feira que a conclusão da operação que permitiu uma reversão de provisão de R$ 1,3 bilhão, relativa a um acordo sobre dívidas de distribuidoras de Eletrobras, ocorreu em 7 de maio, formalizando a conclusão de um processo de negociação iniciado em março.

A empresa incluiu o valor da reversão de R$ 1,3 bilhão em seu balanço do primeiro trimestre, apesar da assinatura do contrato ter ocorrido em meados do segundo trimestre.

Em comunicado enviado ao mercado, a Petrobras afirmou que a assinatura do contrato "formalizou a conclusão de um processo de negociação iniciado em março de 2015, portanto, no primeiro trimestre".
(Fonte: Brasil Econômico)

24 maio 2015

Nash

John Nash, professor de matemática da Universidade de Princeton e ganhador do Nobel de Economia (1994) faleceu, com sua esposa, Alicia Nash, num acidente de taxi. Nash ficou conhecido por seu trabalho na teoria dos jogos, onde propôs o "equilíbrio de Nash". E também por ter revelado sua luta com a esquizofrenia, no filme "Uma Mente Brilhante", Oscar de melhor filme de 2001.

Sua dissertação tinha 27 páginas e poucas referências. Mas revolucionou  a forma como entendemos o mundo. As aplicações da teoria desenvolvida por Nash possui aplicações em inúmeras áreas, com namoro ou futebol.

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Vício

História da Contabilidade: Temas diversos de contabilidade após a independência

Ao pesquisar a história contábil é comum esbarrar em temas interessantes, mas que não são suficientes para uma postagem completa sobre o assunto. Vamos tratar aqui de três temas diversos ocorridos logo após a independência do Brasil.

Papel do Imigrante
A vinda da Família Real para o Brasil trouxe a Aula de Comercio (1). Mas ao longo da história, muito provavelmente os imigrantes tiveram um papel relevante no desenvolvimento da nossa contabilidade, que ainda está por ser pesquisado (2).
No jornal Clamor Nacional, 4 de fevereiro de 1825 tinha o seguinte anuncio:

Hum Professor do Idioma Francez, de Escriptura, de Arithmetica, e de Guarda Livros, aprovado pela Academia de Paris, aonde ele professou seis annos, tem a honra de prevenir ás pessoas que desejarem aprender o Francez, e a contabilidade mercantil, que elle dá lições particulares de escripta, de Arithmetica (3)

É bem verdade que nem sempre os imigrantes foram recebidos de braços abertos. Em alguns casos houve protestos contra a importação de profissionais estrangeiros. Em 1838 o A Aurora Fluminense reagia a entrada de três “estrangeiros” ajudados pelo Marques de Barbacena, que seriam empregados no tesouro público como “mestres de escripturação e contabilidade” (4). Os três eram de nacionalidades distintas: francês, alemão e inglês. (5)

Responsabilidade contábil dos governantes
Em 1827 foi publicada a Lei de 15 de outubro de 1827 sobre a responsabilidade dos Ministros e Secretarios de Estado e dos Conselheiros de Estado (6). O ponto importante desta norma é que talvez tenha sido a precursora da Lei de Responsabilidade Fiscal. Talvez até mais avançada, já que existiam penas severas para seu descumprimento. Eis o que afirmava o artigo sexto da referida lei:

Art 6º São responsaveis por dissipação dos bens publicos:
§ 1º Ordenando, ou concorrendo de qualquer modo para as despezas não autorizadas por lei, ou para se fazerem contra a fórma nella estabelecida, ou para se celebrarem contractos manifestamente lesivos.
§ 2º Não praticando todos os meios ao seu alcance para a arrecadação ou conservação dos bens moveis, ou immoveis, ou rendas da nação.
§ 3º Não pondo, ou não conservando em bom estado a contabilidade da sua repartição.
As penas para os delictos designados nos arts. 5º e 6º são as mesmas applicadas aos que estão comprehendidos no § 1º do art. 3º, inclusive a reparação do damno.(7)

Fantástico, não? A punição era a remoção da Corte, no máximo de três anos e no mínimo de um ano, além de reparar o dano.

Entidades
Como funcionavam as entidades naquele período? Uma análise nos estatutos pode ajudar a decifrar um pouco a história. A Sociedade de Instrucção Elementar do Rio de Janeiro publicou seus estatutos e alguns itens podem ser destacados (8). A sociedade era composta, obviamente, por sócios, sendo que os sócios efetivos pagavam uma entrada e prestação mensal de 500 reis. Este era o valor máximo para os sócios correspondentes. O estatuto também constava a destinação dos recursos.

Na parte contábil, o destaque era para a demonstração da receita e da despesa. No artigo 24 da sociedade tinha que toda receita ou despesa deveria ser escriturada. A cada mês, o tesoureiro deveria apresentar o “estado da receita e despesa”, podendo ser aprovado ou rejeitado.


(1) http://www.contabilidade-financeira.com/2015/05/historia-da-contabilidade-aula-do.html
(2) Comentamos no passado sobre Stanislaw Kruzynski
http://www.contabilidade-financeira.com/2014/02/historia-da-contabilidade-stanislaw.html
(3) Clamor Nacional, 4 de fevereiro de 1825, ed 89, p. 4.
(4) A Aurora Fluminense, 28 de julho de 1838, ed 72, p.3
(5) Sobre o Marques de Barbacena, já comentamos anteriormente em http://www.contabilidade-financeira.com/2015/03/historia-da-contabilidade-orcamento.html
(6) Já indicamos aqui que antigamente as normas eram numeradas pelas datas de sua publicação. Isto não representava um problema, já que no passado o governo promulgava poucas normas.
(7) Ver http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei_sn/1824-1899/lei-38389-15-outubro-1827-566674-publicacaooriginal-90212-pl.html . O interessante é a origem da lei é legislativa, num país onde se tinha um grande poder concentrado no imperador. Em 3 de agosto de 1826 o projeto foi encaminhado da Câmara para o Senado, conforme O Universal, 1 de setembro de 1826, ed 177, p. 3. O projeto encaminhado tinha a mesma redação final da lei.
(8) A Aurora Fluminense, 18 de julho de 1831, ed 509, p. 2-4.

23 maio 2015

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Vício

Fato da Semana: Nota de Repúdio do presidente do CFC (semana 20 de 2015)

Fato da Semana: Nota de repúdio do presidente do Conselho Federal de Contabilidade ao senador Aécio Neves, que comparou a política do ministro Levy a trabalho de contabilista. O sentido pejorativo da frase foi criticado pelo presidente e reações acaloradas entre os profissionais ocorreram quase que imediatamente.

Qual a relevância disto?
A posição da nota reacendeu, para alguns, o segundo turno da eleição. A confusão sobre a posição do CFC provoca algumas reflexões interessantes.

Esta é aquela situação “perde-perde” ou “se ficar o bicho pega...”. Se o presidente do CFC não fizesse a nota, passaria uma mensagem de frouxidão para alguns; com a nota, ficou parecendo que o “dilmou”.

Positivo ou Negativo – Negativo, não pela nota, mas pelo episódio.

Desdobramentos – Talvez o desdobramento é isto ser usado em eleições futuras. Contra o candidato.