Translate

27 abril 2015

400 páginas

O Valor Econômico revelou que durante a discussão do Conselho de Administração, a empresa apresentou 400 páginas de documentos na hora da reunião. Ninguém merece participar de um conselho deste jeito.

Cálculo simplório?

Segundo o Valor Econômico, a fórmula adotada para determina o valor da propina foi "simplório" (Cálculo de propina foi "simplório", dizem advogados). São vários aspectos considerados: o percentual utilizado, a falta do imposto, etc. Outros aspectos, que já apresentamos no blog (horizonte temporal, limitação ao imobilizado, etc), não foram considerados no texto.

Já comentamos em postagem anterior da dificuldade de fazer este cálculo. Prevaleceu a relação custo-benefício da informação e a tempestividade.

Pedaladas da Caixa

Segundo o Valor Econômico (TCU investiga "pedaladas" em contas da CAixa, 22 de abril de 2015, Murilo Camarotto), o TCU está investigando a contabilização indevida de mais de 700 milhões de contas que foram encerradas:

O relatório técnico preliminar aponta que a origem da irregularidade está na aprovação de normas internas da Caixa, entre 2009 e 2010. As resoluções autorizaram a movimentação dos recursos dentro da contabilidade. Segundo o banco informou ao TCU, os saldos das contas encerradas eram reclassificados para uma subconta do passivo, chamada "outros credores". Posteriormente, iam para a conta de resultado da instituição.

Durante o período de inspeção, a Caixa apresentou como "principal fundamento" para o reconhecimento desses valores como receita própria o fato de tratar-se de um "passivo contingente de exigibilidade remota", o que na prática significa tratar-se de um dinheiro que dificilmente será requerido por seus donos, especialmente pelo longo tempo de bloqueio das contas e as tentativas "infrutíferas" de localização dos titulares.


O TCU utilizou o conceito de receita para não aceita o procedimento da CEF. A empresa entende que estaria mantendo um passivo fictício e que apesar a contabilização, os valores estariam a disposição dos depositantes. Já o TCU defende que os recursos são do Tesouro Nacional, não do banco. E que a informação deveria ter sido mais transparente.

26 abril 2015

Rir é o melhor remédio

Diário e Número de palavras

Competência na Petrobras

Dúvida de um leitor sobre a Petrobras:

Se a corrupção dentro da Petrobrás já ocorre há alguns anos, essas perdas não deveriam ter sido reconhecidas através da reapresentação de balanço? Pelo o que eu entendi, as perdas foram reconhecidas todas no mesmo exercício - 2014. O que pra mim, fere o Princípio da Competência. 


Você tem toda razão. O mais correto seria reconhecer as perdas em cada um dos anos. A empresa justifica que isto não seria possível, já que não conseguiria fazer esta separação da amortização por exercício. Mas os problemas não seriam somente estes.

Em primeiro lugar, a empresa teria que refazer as demonstrações desde 2004 até 2014. Isto criaria um subconjunto de problemas, incluindo o fato do elevado custo da reapresentação e da mudança da empresa de auditoria, assim como dos Conselhos, que ocorreu neste período.

Em segundo lugar, colocar num único ano “facilitaria” para o investidor pensar que os problemas foram não recorrentes. Se você for usar a série histórica de desempenho da empresa, a retirada das amortizações é muito mais natural do que a distribuição do valor pelos anos da corrupção. Obviamente que esta medida tende a “melhorar” o desempenho da empresa.

Terceiro ponto é que isto poderia destacar mais alguns exercícios e isto teria impacto político. Imagine se o maior valor tenha ocorrido na época onde a Conselheira X (ou Y) fazia parte do Conselho de Administração?

Dos aspectos apresentados anteriormente creio que a relação custo-benefício seja o principal fator. Mais do que a imprecisão do cálculo, argumento utilizado pela empresa para justificar a decisão contábil.

História da Contabilidade Primeira Evidenciação no Brasil

Anteriormente postamos sobre a evidenciação do Theatro S João, antes da independência do Brasil (1). Tínhamos informado que as informações foram divulgadas em 1812 (2). Cometemos um erro. Na realidade as informações eram de 1812, mas foram divulgadas em 1813.

Este erro levou a outro: o Theatro S João não foi a primeira evidenciação no Brasil. Na realidade, a Livraria Publica apresentou, em 6 de março de 1812, no jornal Idade D´Ouro, as suas informações de receitas e despesas (4). É bem verdade que trata-se de poucas informações: uma linha de recebimentos de doadores e três linhas de despesas, sendo uma de salários, outra de compras e a última de despesas diversas:
A diferença é considerada “balanço em dinheiro efetivo”.

Quando se compara com as informações divulgadas pelo Theatro São João é razoável afirmar que a qualidade das informações do Theatro é bem melhor que da Livraria.

Um aspecto relevante: apesar disto mudar o pioneirismo, do Theatro para Livraria, da evidenciação contábil no Brasil, não altera o responsável. Afinal, o tesoureiro da Livraria foi também o mesmo do Theatro, ou Manoel José de Mello http://www.contabilidade-financeira.com/2015/04/historia-da-contabilidade-manoel-jose.html . O verdadeiro pioneiro da contabilidade brasileira.

É interessante notar que ambas as entidades eram do terceiro setor. As organizações sem fins lucrativas realmente foram pioneiras na evidenciação no Brasil. Em 1814, o Hospital da Misericórdia do Rio de Janeiro publica as primeiras informações contábeis trimestrais do Brasil (5), incluindo divulgação de números físicos de doentes e uma espécie de relatório de diretoria. Três meses depois, o mesmo Hospital divulgava as informações do primeiro trimestre, no final de abril (6), trinta dias após o término do período de apuração. No terceiro trimestre este Hospital levou somente 19 dias para fechar suas contas (7).

(1) http://www.contabilidade-financeira.com/2013/04/1812-e-o-theatro-de-s-joao.html
(2) http://www.contabilidade-financeira.com/2014/05/historia-da-contabilidade-cronologia.html
(3) Idade D´Ouro, 18 de junho de 1813, ed 49, p. 3 e seguintes.
(4) Idade D´Ouro, 6 de março de 1812, ed 19, p. 5.
(5) Gazeta do Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 1814, ed. 9, p. 4.
(6) Gazeta do Rio de Janeiro, 31 de abril de 1814, ed. 35, p. 4.
(7) Gazeta do Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1814, ed. 84, p. 4.

Estrutura Conceitual

A Fundação de Apoio ao CPC (FACPC), em conjunto com o IASB (International Accounting Standards Board) e o CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), realizarão encontro técnico para discutir os principais aspectos e propostas para futuras Normas Internacionais de Informação Financeira – NIIF (International Financial Reporting Standards - IFRS) relativas ao tema Estrutura Conceitual.

Serão realizadas apresentações seguidas de debate com representante senior do staff do IASB.

O evento acontecerá no dia 10/08/2015 (segunda-feira), em horário e local a serem definidos. As apresentações serão feitas em inglês com tradução simultânea e as participações são gratuitas e limitadas seguindo a ordem de inscrição.


Fonte: Aqui