A relação a seguir compara o trabalhos nas Big Four. É um levantamento para o Reino Unido e deve ser tomado com muita cautela:
Melhor pelo tamanho: Deloitte
Melhor pelo crescimento global: EY
Melhor para auditoria: PWC
Melhor para consultoria e assessoria: Deloitte
Melhor para as mulheres: EY
Melhor para a contratação de graduados: Todas
Melhor para o prestígio: PwC
Melhor pelo horário de trabalho: Nenhuma
Melhor para a felicidade dos funcionários: EY
Melhor pelo pagamento: EY
14 abril 2015
13 abril 2015
Curso de Contabilidade Básica Encerrando as Demonstrações Contábeis
Geralmente as demonstrações contábeis começam com o relatório da diretoria. Os gestores fazem uma saudação e, nas grandes empresas, uma grande descrição da empresa, dos negócios, do ambiente e outras informações relevantes. As demonstrações encerram com a data e assinatura das pessoas responsáveis pelas informações ou com o parecer dos auditores. Sobre as pessoas responsáveis, deve constar o nome e o cargo. E isto inclui o nome do contador/técnico, com seu número do CRC.
Vejamos o encerramento de uma concessionária de automóveis, a Frivel Friburgo Veículos, concessionária da Volkswagen e seu encerramento, que reproduzimos aqui:
Observe que o encerramento da empresa possui uma informação sobre a destinação do lucro, o local e a data e as pessoas responsáveis. Duas observações sobre a imagem acima. Primeiro, observe que o texto está truncado: “0 (um milhão e cem reais)” está sobrando no texto. É naturalmente que na pressa da preparação das demonstrações este tipo de erro pode ocorrer – e ocorre. (Só comete erro quem trabalha) O segundo ponto é da data; consta a data de 31 de dezembro e as informações referem-se ao exercício encerrado nesta data. O normal seria uma data após o encerramento, quando a empresa realmente fechou seu balanço e o diretor “assinou”.
Vejamos o encerramento de uma concessionária de automóveis, a Frivel Friburgo Veículos, concessionária da Volkswagen e seu encerramento, que reproduzimos aqui:
Observe que o encerramento da empresa possui uma informação sobre a destinação do lucro, o local e a data e as pessoas responsáveis. Duas observações sobre a imagem acima. Primeiro, observe que o texto está truncado: “0 (um milhão e cem reais)” está sobrando no texto. É naturalmente que na pressa da preparação das demonstrações este tipo de erro pode ocorrer – e ocorre. (Só comete erro quem trabalha) O segundo ponto é da data; consta a data de 31 de dezembro e as informações referem-se ao exercício encerrado nesta data. O normal seria uma data após o encerramento, quando a empresa realmente fechou seu balanço e o diretor “assinou”.
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes
Rodrigues (prelo)
12 abril 2015
História da Contabilidade Fábrica da Pólvora da Estrella
Não consegui muita informação sobre a Fábrica da Pólvora da Estrella. O Decreto 2555 de 1860 aprovou o regulamento da administração deste estabelecimento vinculado ao exercito. Nesta lei, no seu artigo 38, prevê a competência do escriturário para “fazer toda a escripturação que lhe for ordenada pelo director” (1). Típico do exercício. Sabe-se também que existia uma administração geral, que incluía um capelão e 59 escravos trabalhando, sendo 52 homens (2).
Mas o nosso interesse é recuar um pouco no tempo, mais precisamente vinte anos. Em 1840 esta fábrica apresentou seu desempenho financeiro, que correspondia basicamente a conta de receita e despesa e um quadro de dívida ativa e passiva (3). É bom lembrar que o primeiro documento corresponde a demonstração do resultado. Do lado esquerdo, a receita; à direita, a despesa. A receita começava com o saldo existente no “cofre” no dia 1º de julho de 1839, quando iniciava o ano financeiro (4). O valor era bem pequeno. Metade do total da coluna de receita refere-se a pólvora vendida para o Arsenal de Guerra, entre Junho e Abril. Quando somava-se outras vendas tinha 65% da receita. Outras pequenas receitas totalizavam 6%. Como as despesas eram maiores, para “bater” as contas de receitas e despesas, a Estrella fez um empréstimo no Arsenal de Guerra de 6 contos réis (5). Este valor era considerado como receita.
Do lado da despesa, a maioria era a despesa com pessoal, com destaque para “férias” dos mestres, operários, feitores, enfermeiros, apontador e pessoal dos armazéns. (6) O total do lado direito - da despesa – foi quase 21 contos de réis (mais precisamente 20.843 réis). Para “bater” as duas contas, somava-se o saldo final do cofre.
É possível perceber, portanto, que a conta de receita e despesa da Estrella era tipicamente uma conta de recebimento e pagamento.
O quadro de dívida ativa e passiva apresentava do lado esquerdo a pólvora fornecida a Marinha, Repartição da Guerra, Cassa de Correcção, além da pólvora vendida. Isto incluía “tiros pagos por as embarcações que desobederão ao Regulamento do Porto”, totalizando 250 mil réis. A dívida passiva referia-se a gratificações, “ferias”, aluguel, gêneros, entre outros itens. O total desta dívida passiva foi de 58 contos de réis, indicando um excesso de dívida ativa sobre a passiva de 192 mil réis. Uma grande diferença, sem dúvida nenhuma. Um “note bem” afirmava que do excesso “poderia contar-se seguramente com cento e vinte contos de réis de vantagem do Estabelecimento”.
(1) Decreto 2555 de 1860
(2) Ministério da Fazenda. Proposta e Relatório. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1869. Este é um documento bem interessante, pois se trata da proposta de lei orçamentária.
(3) Publicado no Correio Oficial, Ed. 57, p. 4, 1840.
(4) Observe que isto é diferente do nosso costume de coincidir o ano financeiro com o ano civil.
(5) Moeda da época
(6) Acredito que o termo “férias” significava, aqui, remuneração.
Mas o nosso interesse é recuar um pouco no tempo, mais precisamente vinte anos. Em 1840 esta fábrica apresentou seu desempenho financeiro, que correspondia basicamente a conta de receita e despesa e um quadro de dívida ativa e passiva (3). É bom lembrar que o primeiro documento corresponde a demonstração do resultado. Do lado esquerdo, a receita; à direita, a despesa. A receita começava com o saldo existente no “cofre” no dia 1º de julho de 1839, quando iniciava o ano financeiro (4). O valor era bem pequeno. Metade do total da coluna de receita refere-se a pólvora vendida para o Arsenal de Guerra, entre Junho e Abril. Quando somava-se outras vendas tinha 65% da receita. Outras pequenas receitas totalizavam 6%. Como as despesas eram maiores, para “bater” as contas de receitas e despesas, a Estrella fez um empréstimo no Arsenal de Guerra de 6 contos réis (5). Este valor era considerado como receita.
Do lado da despesa, a maioria era a despesa com pessoal, com destaque para “férias” dos mestres, operários, feitores, enfermeiros, apontador e pessoal dos armazéns. (6) O total do lado direito - da despesa – foi quase 21 contos de réis (mais precisamente 20.843 réis). Para “bater” as duas contas, somava-se o saldo final do cofre.
É possível perceber, portanto, que a conta de receita e despesa da Estrella era tipicamente uma conta de recebimento e pagamento.
O quadro de dívida ativa e passiva apresentava do lado esquerdo a pólvora fornecida a Marinha, Repartição da Guerra, Cassa de Correcção, além da pólvora vendida. Isto incluía “tiros pagos por as embarcações que desobederão ao Regulamento do Porto”, totalizando 250 mil réis. A dívida passiva referia-se a gratificações, “ferias”, aluguel, gêneros, entre outros itens. O total desta dívida passiva foi de 58 contos de réis, indicando um excesso de dívida ativa sobre a passiva de 192 mil réis. Uma grande diferença, sem dúvida nenhuma. Um “note bem” afirmava que do excesso “poderia contar-se seguramente com cento e vinte contos de réis de vantagem do Estabelecimento”.
(1) Decreto 2555 de 1860
(2) Ministério da Fazenda. Proposta e Relatório. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1869. Este é um documento bem interessante, pois se trata da proposta de lei orçamentária.
(3) Publicado no Correio Oficial, Ed. 57, p. 4, 1840.
(4) Observe que isto é diferente do nosso costume de coincidir o ano financeiro com o ano civil.
(5) Moeda da época
(6) Acredito que o termo “férias” significava, aqui, remuneração.
11 abril 2015
Fato da Semana (semana 15 de 2015)
Fato da Semana: A condenação das pessoas envolvidas no escândalo da Santyam. A empresa Satyam atua na área de serviços, incluindo desenvolvimento de software. Diversas grandes empresas eram (são) clientes da empresa: GE, Caterpillar, NCR, entre outras. Há alguns anos, em 2009, o então presidente da empresa, Ramalinga Raju, afirmou que existiam problemas na sua contabilidade. Esta confissão chocou já que Raju era considerado um guru pelos indianos. Na época o auditor era a PwC, através do seu braço indiano. A SEC multou a auditoria. O empresário foi preso e liberado no final de 2011.
Qual a relevância disto? Escândalo na Índia como fato da semana? A adoração e decepção Raju parece muito com o que ocorreu no Brasil com outro empresário. A empresa de auditoria é a mesma que não viu os problemas na Petrobras. Talvez possamos aprender com a Índia, que levou executivos para prisão.
Positivo ou Negativo – Positivo, se pensarmos que isto é mais um caso onde é possível pensar que o mundo é justo (não é, mas é sempre bom ter esperança). Mas será que a prisão do auditor é a solução?
Desdobramentos – O escândalo da Satyam foi muito importante, pelo tamanho da empresa, pelo fato de incluir um empresário de “sucesso”, auditoria, BRICs etc. Um bom estudo de caso.
Qual a relevância disto? Escândalo na Índia como fato da semana? A adoração e decepção Raju parece muito com o que ocorreu no Brasil com outro empresário. A empresa de auditoria é a mesma que não viu os problemas na Petrobras. Talvez possamos aprender com a Índia, que levou executivos para prisão.
Positivo ou Negativo – Positivo, se pensarmos que isto é mais um caso onde é possível pensar que o mundo é justo (não é, mas é sempre bom ter esperança). Mas será que a prisão do auditor é a solução?
Desdobramentos – O escândalo da Satyam foi muito importante, pelo tamanho da empresa, pelo fato de incluir um empresário de “sucesso”, auditoria, BRICs etc. Um bom estudo de caso.
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