Estatal exige controles robustos, e privatizar também oferece riscos
eficientes, negociadas em bolsa e cumprirem objetivos sociais. O caminho
é criar regras que as protejam contra mudanças de rumo que tendem a
surgir em cada governo, bem como blindá-las contra a corrupção. PhD em
administração, o pesquisador Sergio Lazzarini, do Insper, estudou por
mais de dez anos a atuação do Estado nas empresas do Brasil e em outros
países do mundo. Ele propõe a criação de uma lei específica para
detalhar como deve ser, por exemplo, o estatuto das estatais para
proteger os acionistas contra a intervenção do governo. Defende, ainda,
regras mais claras para a indicação de conselheiros e executivos e o
reforço das agências reguladoras de cada setor.
Em relação à
Petrobras, alvo dos crimes de corrupção investigados na Operação
Lava-Jato, Lazzarini cita, entre outras falhas que levaram ao quadro
atual, a tendência monopolista que se fortaleceu na empresa desde a
descoberta do pré-sal. Como exemplos internacionais que deveriam
inspirar a gestão da petrolífera, Lazzarini cita a Statoil, da Noruega,
como referência em eficiência e governança corporativa. "Enquanto na
Petrobras dos dez conselheiros três são independentes, na Statoil três
indicados e sete são independentes. O presidente é menos indicado em
função de ciclo político", diz.
Na visão do especialista, o
governo Dilma interrompeu a trajetória que a Petrobras seguia, de
reformas para dar mais transparência e governança à companhia.
Crítico
da política de "campeões nacionais" do BNDES, Lazzarini é cético sobre
perspectivas de mudanças no banco de fomento no curto prazo. "Não está
claro se o Luciano Coutinho tem real convicção de que o papel do BNDES
deve ser muito diferente do que foi até agora", diz Lazzarini, que
também vê a escolha de Aldemir Bendine para o comando da Petrobras como
um sinal não tão positivo do que deveria ser o início de um tempo de
mudanças para a estatal. "Tem que colocar ali uma pessoa que seja tipo
um Levy para a gestão, com outra perspectiva", diz.
No livro
"Reinventando o Capitalismo de Estado", lançado no Brasil esta semana e
escrito em parceria com Aldo Musacchio, professor associado da
International Business School da Brandeis University, Lazzarini explica
que há muito mais modelos de negócios entre o privado e o estatal do que
sugerem os debates polarizados. "A privatização também tem muitos
riscos. Há corrupção e problemas dos dois lados". A seguir, trechos da
entrevista.
Valor: No Brasil o debate sobre privatizações é bem
polarizado: quem critica a atuação do Estado geralmente defende que se
privatize o máximo possível. Você concorda?
Lazzarini: Não. O
que concluímos é que você pode ter estatais boas e bem geridas. Existem
momentos em que nem há ambiente político para privatizar - em uma
população que não é muito afeita a isso, como é o caso do Brasil-, a
melhor saída é você buscar uma melhora das estatais. No livro, coletamos
dados de 800 empresas negociadas em bolsa, estatais e privadas,
tentando compará-las, as similares, de mesmo setor. Em geral você não vê
diferenças muito grandes entre elas. Tem estatais ruins e estatais
muito boas. A coisa começa a ficar mais arriscada, nas estatais, quando o
governo aumenta a tentação de intervir, que geralmente vem quando há um
ciclo eleitoral, por exemplo. Algo do tipo ´ó, não vamos aumentar muito
o preço de tarifas porque vai pegar mal´. A privatização também tem
muitos riscos. Há corrupção e problemas dos dois lados.
Valor:
No livro o sr. usa modelos associados ao Leviatã para explicar a
atuação de governos nas empresas. O que predominou no Brasil?
Lazzarini:
Quando o pessoal fala em estatal versus empresa privada estão vendo
essa dicotomia que é muito simplista, há várias coisas entre esses dois.
Então nós criamos um novo modelo que foi surgindo depois dessas
privatizações e reformas que foram ocorrendo, que a gente chama de
Leviatã investidor majoritário. Estou falando de uma grande empresa,
listada em bolsa, que o governo controla, mas você tem investidores
privados participando, como a Petrobras, e outras estatais chinesas.
Chamamos de Leviatã majoritário porque ele controla, mas como uma
empresa estabelecida, que pode ter outros objetivos, mas visa lucros. E
temos o Leviatã minoritário: em vez do Estado sair totalmente das
empresas ele preserva uns pezinhos, umas participações aqui e ali. No
Brasil foi um pêndulo assim: nós privatizamos, havia grandes estatais,
nós migramos para o privado, o governo preservou algumas majoritárias e o
BNDES se disseminou em empresas, e fundos de pensão. E isso foi durante
FHC e Lula 1, um pouco de Lula 2. Mas aí, no final de Lula 2 e começo
de Dilma 1, volta para o ´modelão´ das grandes estatais majoritárias
tentando intervir na economia. A Dilma chega lá e fala que não vai
aumentar o preço da gasolina, que bancos vão baixar juros, e no setor
elétrico toda aquela renegociação.
Valor: A grande diferença é o modelo de governança?
Lazzarini:
Sem dúvida. A Pemex (do México) é quase um departamento de Estado,
estatal típica. A Petrobras estaria em um nível intermediário e a
Statoil (da Noruega), seria o "benchmark" das estatais nesse setor
petrolífero. Enquanto na Petrobras dos dez conselheiros três são
independentes, na Statoil é o contrário: sete são independentes. O
presidente é menos indicado em função de ciclo político. Se fosse ver há
dez anos, a própria Petrobras estava em uma trajetória de melhoria da
sua governança, com listagem de ações na Bolsa de Nova York, o que em
tese te compromete a buscar padrões melhores de governança. O problema é
que essas ações não são suficientes para bloquear a tentação do governo
de intervir. Além de falar em melhorar governança, precisa criar uma
condição de entorno mais robusta para proteger as estatais de
intervenções discricionárias. Se o governo não tiver voz nas estatais,
porque ela precisa ser estatal? Não tem importância ela ter visão
social, mas precisa ter regra clara, bem definida, e estável. Não pode
ficar à mercê de um governante que vem e muda as regras do jogo. Não tem
importância falar: a Petrobras vai seguir uma banda de preços da
gasolina, essa banda está muito clara, todo mundo entendeu, que nem meta
de inflação. Governança é importante, mas não basta.
Valor: O que falta?
Lazzarini:
Criar um ambiente institucional robusto. Vale aqui no Brasil uma lei
mais clara sobre a atuação das estatais, sobre a indicação de
conselheiros e executivos, por exemplo. Reforçar as agências reguladoras
de novo. Temos evidências no mundo que se você tem uma agência
reguladora forte no setor é muito difícil o governo ir lá e enfiar o
dedo. Se temos uma agência reguladora forte no Brasil comparando o preço
de petróleo e derivados, por exemplo, não dá para o governo controlar. A
agência não deixa, porque é um preço do setor como um todo. Na Noruega,
na Statoil tem uma agência muito forte, a NPD (Norwegian Petroleum
Directorate). Outra medida seria ter aspectos de proteção dos
minoritários mais rígidos, com limites à intervenção que possam
prejudicar os minoritários. Ou seja, uma Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) mais ativa. A CVM já está com alguns direcionamentos bem
interessantes, por exemplo: ocorreu uma multa à Petros por ter votado de
forma alinhada ao acionista controlador.
Valor: No atual ambiente, está mais complicado ser empresa de economia mista no Brasil?
Lazzarini:
Sem dúvida. Isso é muito ruim porque justamente uma das vantagens das
empresas de economia mista é que você tem o setor privado ajudando a
capitalizar quando entra na empresa. A perda de reputação que foi gerada
com tudo isso foi muito, muito relevante. Não é fácil ter empresas
dessa ordem porque vai existir um conflito inerente entre o controlador,
que está perseguindo objetivos além de lucro, e minoritários, que
querem lucro. Não significa que isso não possa ser resolvido. A forma
como os países resolvem é como eu estava dizendo: agências reguladoras,
mandato claro.
Valor: Quais os bons exemplos?
Lazzarini:
A Noruega, os países nórdicos. No Chile, embora haja poucas empresas
estatais, tem a Codelco. Em Cingapura, a Singapore Airlines, que é do
Estado, mas referência no setor aéreo.
Valor: Tais medidas seriam suficientes para blindar as estatais contra a corrupção?
Lazzarini:
Tem mais uma série de coisas. O código eleitoral brasileiro já
estabelece que nenhuma empresa que é concessionária de serviços públicos
pode fazer doações de campanha. Há o entendimento de que, por exemplo,
se um determinado ´grupão´ brasileiro tem uma subsidiária que é uma
concessão pública, o ´grupão´ pode doar. O que é um absurdo. Em vez de
proibir o financiamento privado de campanha eu faria o seguinte: empresa
que tem contrato relevante com estatal, não é só concessionária, não
pode fazer doação de campanha e isso valeria para o grupo inteiro. Se
determinado grupo tem contratos com a Petrobras, esse grupo e nem
nenhuma das suas subsidiárias controladas pode fazer doação de campanha.
Valor: E como se recupera a reputação da Petrobras?
Lazzarini:
Houve um dano quase irrecuperável. Antes de mais nada, acerta o balanço
direitinho, audita, urgente, essa é a prioridade zero. Depois vai
acertando a gestão. Já se colocou o [Aldemir] Bendine. O Bendine até fez
coisas interessantes no Banco do Brasil, mas ele é do governo, né?
Valor: É sinal de que o governo não entendeu a extensão do dano?
Lazzarini:
Acho que entendem, mas têm um pouco de limite, dado o modelo mental
deles. Porque o modelo mental da Dilma e equipe é que a estatal é um
instrumento de governo, e não do Estado.
Valor: É o caso de fechar capital?
Lazzarini:
Pois é. Me parece que esse pessoal não vê os "tradeoffs", o que isso
implica. Querer colocar a estatal ´embaixo do braço´ significa que eu
prejudico o modelo da estatal negociada em bolsa, sem dúvida. Então não
tenho certeza se entendem muito isso. Mas ainda há tempo da montagem do
conselho [de administração da Petrobras], vamos ver. Não creio que vá
haver mudança radical, como botar muita gente independente. Mas talvez
haja espaço para uma sinalização aqui e ali.
Valor: Há perspectiva de mudança neste sentido neste governo?
Lazzarini:
Previsibilidade não é muito fácil neste caso. Os sinais são confusos,
são trocados. Não sei dizer. Pode ser muito possível lá para frente, à
medida que a economia tome um choque negativo por causa das reformas,
que se busque outros tipos de intervenções na empresa. Na linha de
emprego, ou investimento. O Bendine já afirmou que vai reduzir
investimento, mas na hora do "vamos ver", em um momento problemático
para o investimento, veremos o que realmente será feito. No âmbito
macroeconômico acho que o pessoal até "engole" um Levy. Mas no micro é
realmente difícil desapegar. A ideologia é muito forte, de ter a máquina
em prol do Estado.
Valor: O mesmo serve para o BNDES? O sr é um crítico da política de "campeões nacionais" e dos repasses do Tesouro ao banco...
Lazzarini:
Acho que mais por necessidade do que por convicção. Porque, na cabeça
da Dilma, de várias pessoas do governo, a história é a seguinte: o BNDES
cresceu? Cresceu. Deveria ter crescido mais ainda. Por que o
investimento brasileiro não reagiu? Ué, se o BNDES não tivesse crescido o
investimento estaria ainda pior. E essa ideia continua. Agora o BNDES
chegou no limite, porque não dá mais para suportar esse nível de
desembolso com tanta transferência do Tesouro, com a dívida bruta
subindo, isso já afeta o risco de rating soberano - e isso a Dilma
observa.
Valor: O que o sr. achou da manutenção de Luciano Coutinho?
Lazzarini:
Coutinho é muito respeitado e profundo conhecedor dos mais diversos
setores do país. Foi, entretanto, o principal arquiteto de políticas
equivocadas do passado, como a dos "campeões nacionais". Não está claro
se ele tem real convicção de que o papel do BNDES deve ser bem diferente
do que foi até agora.
Valor: O sr. abre o livro falando da JBS. Foi um caso bem ou mal sucedido?
Lazzarini:
Isso é o BNDES que deveria mostrar, ou abrir os dados para que alguém
faça essa conta direitinho. Um tempo atrás tentei fazer a conta de
exatamente quanto entrou e saiu em cada um desses campeões nacionais e é
um inferno: entra capital acionário, depois entra debênture, depois se
renegociam ações e não se sabe o preço da renegociação. Então, ao que
tudo indica, não temos evidências de que deveria ter sido investido
tanto em uma única empresa.
Valor: O problema é a impossibilidade de comparar o custo de aplicação do dinheiro do Tesouro?
Lazzarini:
Sem dúvida. Eu dei R$ 8 bilhões para a JBS e no que isso resultou? Tudo
isso foi mais no ímpeto do próprio Luciano Coutinho de querer criar
grandes multinacionais, empresas globais. Está muito na cabeça dele que o
processo de desenvolvimento vem da criação de grandes empresas quando
provavelmente é o contrário: você cria condições para o país ser
competitivo e aí as empresas começam a se desenvolver.
Valor: O sr. vê na história recente do Brasil algum exemplo de boa prática de capitalismo de Estado?
Lazzarini:
Pesquisamos o BNDES de 95 a 2002, e vimos que naquele momento, em que o
Brasil estava em uma crise importante associada a emergentes, o BNDES
até fez diferença melhorando o desempenho de determinadas empresas em
que ele investiu. Mesmo assim, você teve algumas condições muito
particulares, por exemplo: nossos estudos indicam que você dá recursos
para uma subsidiária de um grande grupo e uma outra não está indo bem, o
que o grupo faz: pega recursos aqui e passa para lá. Como vimos no caso
do Eike Batista, da Portugal Telecom. Quando eu apoio uma empresa
individual, que tem incentivos para ser competitiva, como a Embraer, por
exemplo, aí a coisa vai.
Valor: Há outros exemplos além da Embraer?
Lazzarini:
A Aracruz, por exemplo, que mais para a frente teve um problema de
derivativo. Em termos das grandes estatais, eu acho que durante o
processo de privatização e depois quando nós estávamos reformando as
estatais, a Petrobras estava melhorando.
Valor: Em 2009, a Petrobras parecia um case de sucesso.
Lazzarini:
Sim, tinha bons índices de governança, o México queria copiar. Mas o
duro, de novo, é que volta a tentação do governo. Até as estatais
estaduais, que em geral eram mais blindadinhas, veja o que aconteceu em
São Paulo. Na crise hídrica, a presidente da Sabesp avisando que ia dar
problema e o governo postergando, por quê? Por causa do ciclo eleitoral.
Valor: Como reforçar as agências reguladoras?
Lazzarini:
Já existe o marco e está estabelecido que elas precisam ter nomeações
técnicas, referendadas pelo Senado. É seguir esse modelo. Tem que ser o
técnico, aquele cara brigão, que não arreda pé. O duro é que o modelo do
governo atual não é de agência reguladora. É pró-forma, para regular o
´varejinho´, mas o grande atacadão é meu.
Valor: Há críticas à CVM, mas não predomina a visão de que o governo a controla...
Lazzarini:
É, mas tem alguns problemas. Estava conversando com o conselheiro
minoritário da Petrobras, e ele estava me dizendo o seguinte. Se o
minoritário quer usar a CVM para abrir um processo contra a Petrobras,
ele vai usar a Advocacia-Geral da União, que não é totalmente
independente. Você conseguiria fazer um grande processo contra uma
grande estatal no Brasil? Você conseguiria fazer um processo antitruste
forte? E tem outra condição muito forte que é a condição competitiva. A
estatal precisa estar em uma condição de competição, não pode ser uma
"monopolistazona". O governo sabe que se mexer em uma empresa que está
enfrentando competidores vai detonar a empresa com grande prejuízo. Se a
empresa é monopolista, o governo tem renda, tem pré-sal, pode fazer
tudo que é bandalheira que ninguém vai perceber, porque tem uma pilha de
recursos disponíveis. É muito importante garantir mais competição no
setor. O que aconteceu com a Petrobras? Passou a monopolizar toda a
parte de extração.
Valor: Qual o efeito da crise na Petrobras para a imagem do país?
Lazzarini:
Muito ruim. No exterior todo mundo sabe da Petrobras, sempre perguntam o
que está acontecendo. A Petrobras é uma empresa muito relevante, pode
continuar sendo estatal. É uma pena que haja essa mentalidade incorreta
de que o petróleo é nosso e a Petrobras tem que fazer tudo. Tem que
deixar a Petrobras em áreas que ela é relevante: essas pesquisas
modernas para descobrir novos campos, outros tipos de combustíveis. E
não ficar em todo leilão a Petrobras tem que ir com 30%. É um
contrassenso. As pessoas não entendem que, nesse caso, competição é
melhor. Quanto mais houver empresas, mais vão querer aceitar dar mais
petróleo para o Estado. Ficamos com mais petróleo se houver mais
empresas.
Valor: Como as empresas vão se financiar, num ano em que o BNDES deve encolher e elas precisariam mais do mercado?
Lazzarini:
As empresas vão ter dificuldade de financiamento por problemas que o
governo criou. Se houver piora das condições macroeconômicas, é porque o
governo não fez um bom trabalho. Não adianta então agora pegar esse
banco para remendar o problema que o próprio governo criou. É preciso
uma agenda de reformas, como o Levy está propondo, e tem que ter uma
agenda planejada, gradual, de redução desse gigantismo do BNDES, jogando
para áreas que realmente importam.
Fonte: aqui
26 fevereiro 2015
Concursos públicos
O colega Matias-Pereira participou de um programa na TV Futura. Gostei muito do seu comentário sobre concursos públicos:
Sobre os concursos públicos, como são realizados hoje, o Sr. sugere alguma alteração?
A forma de recrutamento, por meio dos concursos públicos no Brasil, está ultrapassada. Os candidatos passam por um processo de preparação para os concursos que os treinam para compreender as especificidades das provas, e por um processo de decorar a matéria. Esse processo é massacrante e inútil nas atividades do candidato aprovado. Entendo que devemos utilizar no processo de seleção, especialmente para as carreiras de maior relevo, bancas (modelo de seleção de concursos de professores das universidades federais, por exemplo), onde se buscará mensurar as capacidades específicas do candidato para aquela tarefa.
Sobre os concursos públicos, como são realizados hoje, o Sr. sugere alguma alteração?
A forma de recrutamento, por meio dos concursos públicos no Brasil, está ultrapassada. Os candidatos passam por um processo de preparação para os concursos que os treinam para compreender as especificidades das provas, e por um processo de decorar a matéria. Esse processo é massacrante e inútil nas atividades do candidato aprovado. Entendo que devemos utilizar no processo de seleção, especialmente para as carreiras de maior relevo, bancas (modelo de seleção de concursos de professores das universidades federais, por exemplo), onde se buscará mensurar as capacidades específicas do candidato para aquela tarefa.
25 fevereiro 2015
Links
Moody's rebaixa a nota da Petrobras
A agência de classificação de risco Moody's rebaixou na noite desta
terça-feira a nota da Petrobras para grau especulativo. Isso significa
que as ações da empresa não são mais consideradas um investimento seguro
para investidores. O rebaixamento ocorre após investigações da Polícia
Federal apontarem um esquema bilionário de desvio de dinheiro por meio
de contratos da estatal, no âmbito da Operação Lava Jato. Em decorrência
da descoberta dos desvios, a empresa tem dificuldades em
contabilizá-los em seu balanço e, até agora, não conseguiu concluir a
divulgação de seus resultados financeiros do ano passado. A nota da
dívida da Petrobras foi rebaixada em dois degraus para Ba2, ante Baa3. A
Moody's manteve a classificação da estatal em revisão para novo
rebaixamento.
Segundo a Moody's, o rebaixamento reflete a crescente preocupação com as investigações da Operação Lava Jato e as pressões sobre a capacidade da estatal de honrar suas dívidas. A agência aponta que a atual situação financeira da Petrobras, cujo endividamento [ops, é dívida, caro jornalista] ultrapassa 300 bilhões de reais, pode levar ao calote de alguns de seus credores. Por isso a empresa não deve permanecer no rol de companhias com grau de investimento, diz a agência. "O rebaixamento também reflete a expectativa da Moody's de que a empresa será obrigada a fazer reduções significativas na estrutura de sua dívida nos próximo ano", afirma a nota emitida pela Moody's
[..]
A Moody's afirmou, em nota, que tem acompanhado as informações de que a Petrobras deve divulgar seu balanço auditado pela consultoria PriceWaterhouseCoopers no final de maio. Contudo, afirma que não há indícios suficientes de que a data se cumprirá. "A Moody's entende que a empresa está direcionando seus esforços para trabalhar com auditores e divulgar os balanços assim que possível, e que também está agindo para melhorar sua liquidez. Contudo, a Moody's não enxerga, ainda, nenhum sinal confiável de que os balanços estarão disponíveis em nenhuma data próxima", afirma a nota.
Fonte: aqui
Segundo a Moody's, o rebaixamento reflete a crescente preocupação com as investigações da Operação Lava Jato e as pressões sobre a capacidade da estatal de honrar suas dívidas. A agência aponta que a atual situação financeira da Petrobras, cujo endividamento [ops, é dívida, caro jornalista] ultrapassa 300 bilhões de reais, pode levar ao calote de alguns de seus credores. Por isso a empresa não deve permanecer no rol de companhias com grau de investimento, diz a agência. "O rebaixamento também reflete a expectativa da Moody's de que a empresa será obrigada a fazer reduções significativas na estrutura de sua dívida nos próximo ano", afirma a nota emitida pela Moody's
[..]
A Moody's afirmou, em nota, que tem acompanhado as informações de que a Petrobras deve divulgar seu balanço auditado pela consultoria PriceWaterhouseCoopers no final de maio. Contudo, afirma que não há indícios suficientes de que a data se cumprirá. "A Moody's entende que a empresa está direcionando seus esforços para trabalhar com auditores e divulgar os balanços assim que possível, e que também está agindo para melhorar sua liquidez. Contudo, a Moody's não enxerga, ainda, nenhum sinal confiável de que os balanços estarão disponíveis em nenhuma data próxima", afirma a nota.
Fonte: aqui
Dez mitos da avaliação
Segundo Damodaran estes são os dez mitos da avaliação:
Mito 1 - Se você tem a taxa de desconto e o fluxo de caixa, você obtem o fluxo de caixa descontado (FCD);
Mito 2 - O FCD é um exercício de modelagem e processamento de números, sem espaço para criatividade e fatores qualitativos
Mito 3 - Não é possível usar o FCD quando existe muita incerteza. Sendo assim, o FCD é inútil para mercados emergentes ou durante crises, por exemplo
Mito 4 - O parâmetro mais relevante é a taxa de desconto e se você não acredita na Teoria Moderna de Carteiras você não pode usá-lo
Mito 5 - Há algo de errado se a maior parte do seu valor é proveniente do valor residual
Mito 6 - O FCD exige muitas suposições e por isto pode ser manipulado para chegar a qualquer valor
Mito 7 - O FCD não pode ser usado para mensurar marca ou outro intangível
Mito 8 - O FCD apresenta uma estimativa conservadora
Mito 9 - Se o FCD muda ao longo do tempo deve ter algo errado
Mito 10 - É um exercício acadêmico, inútil aos investidores e outras pessoas do mundo real
Acrescento:
Mito 11 - Avaliação é FCD
Mito 1 - Se você tem a taxa de desconto e o fluxo de caixa, você obtem o fluxo de caixa descontado (FCD);
Mito 2 - O FCD é um exercício de modelagem e processamento de números, sem espaço para criatividade e fatores qualitativos
Mito 3 - Não é possível usar o FCD quando existe muita incerteza. Sendo assim, o FCD é inútil para mercados emergentes ou durante crises, por exemplo
Mito 4 - O parâmetro mais relevante é a taxa de desconto e se você não acredita na Teoria Moderna de Carteiras você não pode usá-lo
Mito 5 - Há algo de errado se a maior parte do seu valor é proveniente do valor residual
Mito 6 - O FCD exige muitas suposições e por isto pode ser manipulado para chegar a qualquer valor
Mito 7 - O FCD não pode ser usado para mensurar marca ou outro intangível
Mito 8 - O FCD apresenta uma estimativa conservadora
Mito 9 - Se o FCD muda ao longo do tempo deve ter algo errado
Mito 10 - É um exercício acadêmico, inútil aos investidores e outras pessoas do mundo real
Acrescento:
Mito 11 - Avaliação é FCD
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