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13 fevereiro 2015

Rir é o melhor remédio

Efeito Peltzman (mais aqui)

Honestidade: Homem versus Mulher

A discussão sobre a honestidade nos últimos anos tem saído do campo da ética e com a utilização de base de dados com técnicas estatísticas algumas pesquisas criativas estão esclarecendo muito sobre este assunto. Duggan e Levitt em 2002 publicaram um artigo no principal periódico de economia do mundo onde mostraram que mesmo numa cultura considerada moralmente superior existe corrupção. Usando dados da luta de sumô estes pesquisadores mostraram que diversas lutas apresentaram resultados combinados. Este artigo foi extensamente discutido na série Freakonomics. O importante desta pesquisa foi mostrar que o problema com a falta de honestidade ocorre em todo o mundo, não somente nos países pobres. Assim, não acredite quando alguém diz que um comportamento desonesto não ocorre no Japão ou na Suécia.

Mais recentemente o assunto rendeu um tipo diferente de pesquisa, conduzida por Dan Ariely. Ariely mostrou que a honestidade e a sua falta dependem de uma série de circunstâncias, algumas delas que não podem ser explicadas por um modelo econômico de racionalidade. As pessoas são mais desonestas conforme a inexistência de “trancas” nas portas onde o delito ocorre. Numa experiência agora famosa, Ariely aplicou um teste para diversos alunos; para um grupo permitiu que cada individuo corrigisse sua prova, informasse a nota, recebesse um prêmio proporcional a nota, sem nenhum tipo de verificação, já que a prova era picotada antes da entrega da nota. A nota deste grupo era superior aos demais, indicando que existia desonestidade no comportamento. O interessante é que era uma “pequena” desonestidade.

Uma pesquisa recente seguiu a trilha de Duggan e Levitt usando agora dados do tênis. A grande vantagem desta pesquisa é que o tênis é um esporte praticado separadamente por homens e mulheres. Assim, o resultado dos dois grupos pode ser comparado para verificar quem é mais desonesto.

Jetter e Walker analisaram o circuito profissional de tênis em mais de 300 mil partidas. Os jogadores de tênis são classificados conforme o número de pontos conquistados no último ano. Os melhores, como Nadal, Williams ou Federer, conquistam muitos pontos pois participam e possuem bom resultados nos principais torneios. Existem quatro grandes torneios que além de distribuírem uma grande quantidade de pontos para quem participa e tem bom desempenho também remunera muito bem os jogadores. Um jogador de tênis pode ganhar mais de 30% do dinheiro anual num destes quatro torneios, denominados de Grande Slam.

Assim, jogar um Grande Slam é muito importante para um tenista profissional, seja por ganhar pontos e melhorar sua classificação no ranking dos melhores jogadores, seja pela parte financeira, já que ganham muito dinheiro. Em geral para jogar um destes torneios é necessário estar entre os 104 melhores torneios. Assim, antes de começar um Grande Slam os organizadores olham a classificação dos tenistas e chamam estes jogadores. Mas antes de cada um destes torneios ocorre um conjunto de torneios menores. E esta é uma excelente oportunidade para os jogadores que estão próximo da 104ª. posição de ganhar pontos e melhorar seu ranking. Como a distância entre o centésimo colocado e o centésimo vigésimo é pequena, um desempenho razoável nestes torneios pode ser suficiente para colocar o jogador num Grande Slam.

Jetter e Walker olharam o que ocorre nestas partidas antes dos torneios mais relevantes. Quando Belucci joga contra Nadal pelos pontos de cada jogador é possível estimar as chances de cada jogador. Mas a pesquisa mostrou que os torneios anteriores aos Grandes Slams isto não ocorre. Ou seja, existe um comportamento inadequado no tênis profissional. Mas isto só ocorre no tênis masculino. No tênis feminino, por alguma razão, não existe uma combinação para favorecer a jogadora que está buscando obter pontos para participar de um grande torneio.

Os autores também observaram que os sites de aposta, que corresponderia a opinião do mercado, não consegue antecipar a esta situação.

O trabalho faz a constatação que o gênero é uma variável importante na questão da honestidade. Mas não consegue explicar a razão. Afinal, as mulheres são mais honestas que os homens em qualquer situação? Haveriam outras variáveis que influenciam esta questão?

JETTER, Michael; WALKER, Jay. Good Girl, Bad Boy: Corrupt Behavior in Profissional Tennis. IZA DP 8824, jan. 2015.

12 fevereiro 2015

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Brasileira é indicada para ser diretora administrativa do FMI

WASHINGTON  -  (Atualizada às 20h56) Ex-vice-presidente de Recursos Humanos e serviços corporativos da Vale entre 2001 e 2011, Carla Grasso foi indicada para ser vice-diretora-gerente e diretora administrativa (chief administrative officer) do Fundo Monetário Internacional (FMI) pela número 1 da instituição, Christine Lagarde. Carla vai exercer uma nova função no Fundo,” criada para alçar a gestão operacional e administrativa do Fundo ao nível de excelência exigido pelo papel e responsabilidades singulares da instituição em uma economia mundial em rápida transformação”, segundo nota divulgada pela instituição nesta quarta-feira. 

A executiva entrou na Vale em 1997, ano da privatização da companhia. Em 2014, Carla colaborou com a campanha à presidência do senador Aécio Neves (PSDB-MG). 

“Carla traz para sua nova função um legado de liderança extraordinária, raciocínio estratégico e sólida experiência em gestão operacional. Realizamos um extenso processo seletivo de alcance mundial para preencher esta posição nova e crucial para o FMI. Tenho plena confiança de que encontramos uma gestora e líder formidável para integrar nossa equipe”, afirmou Lagarde. 

“Estou feliz por juntar-me ao FMI”, disse Carla, segundo comunicado divulgado pela instituição. “O FMI é uma das organizações internacionais mais respeitadas do mundo e eu estou muito ansiosa em poder trabalhar com meus novos colegas de direção, bem como com o talentoso pessoal do Fundo, para ajudar a fortalecer ainda mais a instituição, em um momento em que a instituição deve responder às necessidades de uma economia mundial em rápida transformação e as de todos os seus países membros.” A executiva afirmou ainda ser “um prazer especial poder voltar a Washington depois de ter trabalhado junto ao FMI e no Banco Mundial no início da minha carreira”.

Carla vai assumir o cargo no FMI em 2 de fevereiro, depois de a indicação ser aprovada pela diretoria-executiva do Fundo. Trata-se de um procedimento normal para todas as nomeações. Ela tem cidadania brasileira e italiana, de acordo com a nota da instituição. A executiva coordenar as áreas de orçamento, recursos humanos, tecnologia, serviços gerais e auditoria interna, além de também supervisionar as atividades do FMI nas áreas de desenvolvimento de capacidades e formação.
Além de trabalhar na Vale, Carla foi secretária de Previdência Complementar entre 1994 e 1997, e também teve  posições de assessoria e coordenação nos ministérios da Previdência, Fazenda e Planejamento, assim como no Gabinete da Presidência da República do Brasil. Ela também foi consultoria do Banco Mundial, quando trabalhou com assuntos ligados a países de baixa renda, tratando da revisão dos gastos públicos. Além disso, Carla foi mulher de Paulo Renato de Souza, ministro da Educação no governo Fernando Henrique Cardoso, morto em 2011.

Carla Grasso tem mestrado em política econômica pela Universidade de Brasília (UnB). Ela deu aulas de Economia Internacional e Economia Monetária da Pontifícia Universidade Católica de Brasília e de Matemática Econômica do Centro Universitário do Distrito Federal. No ano passado, foi professora de educação executiva no Insper, em São Paulo.

Fonte: aqui
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Ansiedade e Taxa de Juros

Anxiety and uncertainty are weighing on individuals even where the overall economy is growing.
Some of this angst is the fallout from advances in information technology. The Internet, ubiquitous computing, robotics, 3-D printers and the like are wonderful advances, yet they may also be personal threats: For some, the technologies may eliminate our jobs or potential future jobs, or make them less lucrative. For others, they may bring new riches.

Even people with moderately high incomes have reason to be uncertain. Some college professors, tenured or not, might lose their jobs in the face of massive open online courses, while others prosper from them. Lawyers might find less demand for services that can be supplanted by computerized legal research tools. News and entertainment media have already faced huge technology-related job losses.


Along with this enormous problem is the psychic cost of growing income inequality. Poor people, who see themselves slipping further and further behind, are hurting, of course. What’s less obvious is that yawning inequality also seems to be preoccupying the rich. For example, an Oxfam report issued last month, “Richest 1 Percent Will Own More Than All the Rest by 2016,” was the focus of many nervous conversations at the recent World Economic Forum in Davos, Switzerland, which I attended. Davos is a gathering of the global elite yet even many of those in such rarefied circles are wondering whether they and their friends and loved ones will lose their privileged status in the future.

Such fears are not measured by the usual consumer confidence indexes. The University of Michigan Consumer Sentiment Index reached its highest level since 2004 in January. But this index, and others like it, look ahead only into the short term and report about perceived aggregate conditions rather than individual risks.
I suspect that there is a real, if still unsubstantiated, link between widespread anxieties and the strange dynamics of the economic world we live in today — a link that helps to explain why it’s not just short-term interest rates that are very low, but long-term rates, too. Understanding long rates might also help explain why stock market prices are so high in some countries and why real estate prices have come up in many places since the financial crisis.

In the United States, for example, the 30-year Treasury bond yield hit a record low on Jan. 30 of 2.25 percent, and the 30-year fixed-rate home mortgage reached 3.59 percent as of Feb. 5, also a very low level. The rate for 30-year Treasury Inflation Protected Securities was just 0.52 percent on Jan. 30. These unusual rates cannot be attributed entirely to the Federal Reserve, because it stopped quantitative easing in October, and rates have dropped since then. While other central banks certainly are affecting global interest rates, something else is going on.

One puzzle is that many people are willing to lock up their savings at these paltry rates for decades. When rates are this low, there may seem to be very little incentive for people to save. Yet according to the Bureau of Economic Analysis, personal saving as a fraction of disposable personal income stood at 4.9 percent for the United States in December. That may not be an impressive level, but it’s not particularly low by historical standards. The answer may be that all this uncertainty impels them to do that.

In a classic 1978 paper, “Asset Prices in an Exchange Economy,” a University of Chicago economist, Robert Lucas, presented a mathematical model that shows that increased uncertainty about future incomes can indeed push up all asset prices and push down expected returns, even in perfectly efficient markets.
When there is unusual uncertainty about the future, and if not enough new business initiatives can be found to increase the supply of good investments, people will compete to bid up existing investable assets. They may go so far in bidding up prices that even though the assets may have horrible prospects, people will still want to hold them because they feel they have to save somewhere.


There is a great deal that we don’t know about market movements. Interest rates and prices generally reach extreme levels when there is an unusual confluence of many precipitating factors, like anxiety, and others as well. We are usually puzzled by this multiplicity.

And, because markets are really not very efficient, the effect of these varied factors tends to be amplified through emotional feedback. For example, when people start to see rates or prices changing, some of them take action: They are enticed into the market when prices are rising, and often leave when prices fall. We then are typically surprised by the extent of apparent market overreaction to precipitating factors that we didn’t think were really on everyone’s mind.

At the moment, anxiety does not seem to be the basis of much public discussion of asset pricing. That’s understandable: There may be no real benefit from bringing up the effect of these diffuse fears on market strategy with your tax preparer, lawyer or financial adviser, who surely will not have an authoritative opinion on what to do about them.

Anyone can tell you that there is no certainty about the effect that new technologies will have on job security in coming decades: There is a risk, but it is hard to quantify for general categories of jobs, and nearly impossible to calculate for individuals. Yet these concerns have effects on investor decision-making through the emotional component of our actions — what John Maynard Keynes, the great British economist, called our animal spirits.

Uncertainties about individual economic fortunes can affect asset prices through an important indirect channel, government policy, which is swayed by popular concerns. Raghuram Rajan, governor of the Reserve Bank of India, in his book “Fault Lines: How Hidden Fractures Still Threaten the World Economy” (Princeton 2010) argued that governments were more tolerant of excessive credit expansion when their citizens were upset about rising inequality. Governments, he said, use expanded credit in a desperate effort to placate a dissatisfied electorate. Credit expansion can create housing bubbles and an illusion of wealth for many people, for a while, at least. The idea is: “Let them eat credit.”

But with rising anxiety about our economic lives and about the state of the markets, we need something more substantial than credit expansion to help us. We all need to think hard about the underlying mechanisms producing individual uncertainty and inequality, and we need to devise financial and insurance plans to help us to deal with whatever looms ahead.

Robert J. Shiller is Sterling Professor of Economics at Yale and has released a new Third Edition (Princeton 2015) of his book “Irrational Exuberance.”

Paparazzi

Esta jaqueta é para confundir os paparazzis. Feita sob encomenda, utiliza um tecido que impede a luz dos flashes.

Curso de Contabilidade Básica: Grandes números

Quando começamos a aprender a analisar as demonstrações contábeis deparamos com uma primeira pergunta: por onde começar? Geralmente as demonstrações apresentam muitas informações, que tomam dezenas (e até centenas) de páginas. Para responder a esta questão uma regra simples é começar pelos grandes números.

Vamos mostrar isto na prática usando as demonstrações da BrasilCap, uma empresa vinculada ao Banco do Brasil, que negocia títulos de capitalização. Se você conhece um pouco de mercado financeiro sabe que este é um negócio extremamente lucrativo, já que a empresa capta dinheiro barato e recompensa seus “investidores” com sorteios ou resgate de prêmios. É algo tão bom que o gerente fica insistentemente oferecendo para você comprar.


A seguir temos a reprodução do ativo da demonstração encerrada em 31 de dezembro de 2014 da empresa:

A regra dos grandes números força você a olhar os itens do ativo que são os de maior valor. Observe que esta empresa possui 13 bilhões de ativos, sendo que 9,9 bilhões são aplicações de curto prazo e 2,3 bilhões aplicações de longo prazo. Somando estes dois números nós temos 12,2 bilhões ou 94% dos ativos da empresa.

Agora vamos olhar o outro lado:

A empresa possui 11,4 bilhões em “provisão para resgates” ou 88%. Este passivo corresponde aos valores que a empresa deve manter para pagar seus “investidores”.

A próxima etapa é ir para as notas explicativas para verificar onde a empresa está alocando o ativo e a composição das provisões judiciais.