A alternativa é considerar somente aquele passivo que gera despesa financeira, retirando as contas como fornecedores, obrigações fiscais, passivos com partes relacionadas, dividendos a pagar, provisões, entre outras contas. Mas parte desta dívida poderia ser paga com a reserva de caixa e equivalentes existente na empresa. Assim, um número interessante para verificar o endividamento de uma empresa é o conceito de dívida líquida.
A dívida líquida refere-se ao volume de empréstimos e financiamentos menos o caixa e equivalentes. Representa a quantidade de dinheiro que a empresa necessita para zerar o passivo que gera despesa financeira.
Vamos verificar como podemos calcular este índice para a Arteris, um empresa que faz gestão de estradas no Brasil. Inicialmente reproduzimos parte do ativo:
O volume de Caixa e Aplicações Financeiras de curto prazo da empresa é de R$987 milhões. A seguir parte do passivo da empresa:
O valor de empréstimos e financiamentos corresponde a R$5.061 milhões (R$968 mais R$4.093 milhões). Como a empresa possui R$987 milhões de ativos de maior liquidez (caixa e equivalentes), a necessidade de recursos para liquidar os empréstimos e financiamentos é de: R$5.061 milhões – R$987 milhões = R$4.074 milhões.
Vejamos agora como a empresa apresentou estas informações. A figura abaixo foi retirada das demonstrações encerradas no final de setembro. O valor não corresponde ao que encontramos já que a empresa considerou também R$88 milhões de aplicações financeiras de longo prazo (marcamos este valor na primeira imagem da postagem).
Observe que a dívida líquida aumentou nos últimos doze meses, indicando que o endividamento oneroso da empresa tem crescido com o passar do tempo. A informação da dívida líquida deve ser considerada como complementar aos índices tradicionais de endividamento.
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Rodrigues (prelo)