02 dezembro 2014
01 dezembro 2014
Jean Tirole e a economia brasileria
Amigos e colegas de academia de Jean Tirole, professor francês que levou o Nobel de Economia nesta segunda-feira, afirmaram que não se surpreenderam com a premiação — e que muitas de suas pesquisas acabaram influenciando o mercado brasileiro. Tirole é acadêmico da Universidade de Toulouse e é considerado um dos grandes pesquisadores no campo da concorrência e competitividade.
Ao site de VEJA, Patrick Rey, também professor do Instituto de Economia da Universidade de Toulouse, disse que Tirole sempre foi um professor excepcional e que não é de hoje que o colega era um dos favoritos a vencer o Nobel de Economia. Os dois escreveram juntos artigos na área de regulação e competição de mercado, incluindo um voltado ao setor de telecomunicações. Rey mencionou a gratificação que é ter um francês faturando o prêmio, tradicionalmente vencido por americanos, e lembrou o nome dos outros dois compatriotas vencedores: Gérard Debreu, em 1983, e Maurice Allais, em 1988.
Glen Weyl, pesquisador do Microsoft Research New England, falou com entusiasmo sobre a premiação e destacou a contribuição dos estudos de Tirole também para o Brasil. "À medida que o Brasil se desenvolve, ele vai se tornando um dos mais ativos países em questões antitruste, impedindo fusões entre grandes multinacionais e empresas brasileiras. Os princípios por trás dessa política pró-competitividade vêm dos trabalhos de Jean. Muitas reformas dos governos de Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma também se beneficiaram de suas pesquisas", disse Weyl. "Olhando por este lado, Jean fez uma contribuição fundamental para a política econômica e economia do Brasil", completou.
[...]
O professor da FGV e do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Aloisio Araújo, citou a influência dos trabalhos de Tirole na abertura do setor elétrico brasileiro à iniciativa privada e a divisão entre geradoras, distribuidoras e transmissoras. O Brasil baseou-se, segundo ele, no modelo inglês, que, por sua vez, foi inspirado pelas pesquisas de Tirole e Jean-Jacques Laffont, seu parceiro de trabalhos sobre regulação.
"Ainda há muito para o Brasil aprender com suas pesquisas, especialmente na área de competição. A pergunta que deveria ser debatida é se o Brasil tem um índice de concentração muito elevado em alguns setores, como o de telefonia celular", disse ao site de VEJA. O estudioso afirma que o tema é pouco discutido no Brasil. Exemplo disso, segundo Araújo, é a inexistência das discussões sobre regulação no debate eleitoral.
Fonte: aqui
Adoção das IFRS no Brasil e as Big Four
Um levantamento de dados realizado por Tatiane Sá conduziu ao seguinte gráfico:
A percentagem diz respeito ao número de empresas que escolheram uma das Big Four para fazer o relatório de auditoria. Como as empresas permaneceram constantes ao longo da série e dizem respeito as companhias abertas, o gráfico mostra um aumento expressivo na participação do mercado pelas quatro grandes empresas. De 56,6% para os balanços encerrados no final de 2008 o valor atinge a 74,7% em 2011. O percentual diminuiu nos dois últimos anos.
Parece que as empresas de capital aberto buscaram entre 2008 a 2011 a expertise das Big Four. E após o processo de adoção das normas estas empresas aumentaram em 10% participação no mercado.
A percentagem diz respeito ao número de empresas que escolheram uma das Big Four para fazer o relatório de auditoria. Como as empresas permaneceram constantes ao longo da série e dizem respeito as companhias abertas, o gráfico mostra um aumento expressivo na participação do mercado pelas quatro grandes empresas. De 56,6% para os balanços encerrados no final de 2008 o valor atinge a 74,7% em 2011. O percentual diminuiu nos dois últimos anos.
Parece que as empresas de capital aberto buscaram entre 2008 a 2011 a expertise das Big Four. E após o processo de adoção das normas estas empresas aumentaram em 10% participação no mercado.
Fontes...
Um texto publicado no Valor Econômico (Lava-Jato faz banco adotar cautela em crédito a empresas, 28 de nov de 2014) ajuda nossa reflexão sobre a relevância das fontes citadas nos jornais. Recentemente criticamos um jornal que usou "especialistas" que não eram bem especialistas. Agora o Valor afirma:
Segundo fontes de bancos ouvidas pelo Valor, que pediram para não ser identificadas, o crédito tende a ficar bem mais restritivo caso as empresas, e não apenas seus executivos, sejam consideradas responsáveis por atos ilícitos. Nesse caso, o financiamento a essas empresas esbarraria nas normas de conduta das instituições financeiras.
E dá-lhe "um vice-presidente de um banco de médio porte", "um alto executivo de um banco estrangeiro", "executivo de crédito de um banco de varejo", "uma fonte graduada de um banco nacional", entre outras fontes não identificadas.
Segundo fontes de bancos ouvidas pelo Valor, que pediram para não ser identificadas, o crédito tende a ficar bem mais restritivo caso as empresas, e não apenas seus executivos, sejam consideradas responsáveis por atos ilícitos. Nesse caso, o financiamento a essas empresas esbarraria nas normas de conduta das instituições financeiras.
E dá-lhe "um vice-presidente de um banco de médio porte", "um alto executivo de um banco estrangeiro", "executivo de crédito de um banco de varejo", "uma fonte graduada de um banco nacional", entre outras fontes não identificadas.
Petrobras
A empresa Petrobras divulgou um comunicado ontem sobre os problemas com a operação da Polícia Federal Lava-Jato:
Segundo o comunicado, “importantes medidas” foram adotadas desde que as denúncias e investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, alcançaram a Petrobras. A companhia destaca a criação, aprovada pelo conselho de administração, da diretoria de governança, risco e conformidade.
“Em sessenta dias, essa nova diretoria estará exercendo suas funções, após a conclusão do detalhamento de sua estrutura e modelo de atuação”, diz a companhia. A missão do novo diretor será “assegurar a conformidade de processos e mitigar riscos nas atividades da companhia, dentre eles os de fraude e corrupção, garantindo a aderência a leis, normas, padrões e regulamentos, internos e externos à companhia”.
A companhia também listou as medidas adotadas no aprofundamento das investigações, entre elas a constituição de comissões internas de apuração e a contratação de dois escritórios de advocacia independentes especializados em investigação.
“Concomitante às investigações e ao aprimoramento de sua governança, a Petrobras seguirá com as medidas jurídicas visando ao ressarcimento dos supostos recursos desviados e eventuais sobrepreços, bem como dos danos à imagem da companhia”, diz o texto.
Segundo o comunicado, “importantes medidas” foram adotadas desde que as denúncias e investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, alcançaram a Petrobras. A companhia destaca a criação, aprovada pelo conselho de administração, da diretoria de governança, risco e conformidade.
“Em sessenta dias, essa nova diretoria estará exercendo suas funções, após a conclusão do detalhamento de sua estrutura e modelo de atuação”, diz a companhia. A missão do novo diretor será “assegurar a conformidade de processos e mitigar riscos nas atividades da companhia, dentre eles os de fraude e corrupção, garantindo a aderência a leis, normas, padrões e regulamentos, internos e externos à companhia”.
A companhia também listou as medidas adotadas no aprofundamento das investigações, entre elas a constituição de comissões internas de apuração e a contratação de dois escritórios de advocacia independentes especializados em investigação.
“Concomitante às investigações e ao aprimoramento de sua governança, a Petrobras seguirá com as medidas jurídicas visando ao ressarcimento dos supostos recursos desviados e eventuais sobrepreços, bem como dos danos à imagem da companhia”, diz o texto.
Listas: Os melhores livros do Financial Times
Economia
Fragile by Design: The Political Origins of Banking Crises and Scarce Credit - Charles Calomiris e Stephen Haber
Microeconomics: A Very Short Introduction - Avinash Dixit
Political Order and Political Decay: From the Industrial Revolution to the Globalisation of Democracy - Francis Fukuyama
Stress Test: Reflections on Financial Crises - Timothy Geithner
How to Speak Money = John Lanchester
Thrive: The Power of Evidence-based Psychological Therapies - Richard Layard e David Clark
European Spring: Why Our Economies and Politics are in a Mess and How to Put Them Right - Philippe Legrain
House of Debt: How They (and You) Caused the Great Recession, and How We Can Prevent it from Happening Again - Atif Mian e Amir Sufi
War: What is it Good for? The Role of Conflict in Civilisation, from Primates to Robots - Ian Morris
Capital in the Twenty-First Century - Thomas Piketty
The Dollar Trap: How the US Dollar Tightened its Grip on Global Finance - Eswar Prasad
The Euro Trap: On Bursting Bubbles, Budgets and Beliefs - Hans-Werner Sinn
Negócios
Dragnet Nation: A Quest for Privacy, Security and Freedom in a World of Relentless Surveillance - Julia Angwin
The Second Machine Age: Work, Progress, and Prosperity in a Time of Brilliant Technologies - Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee
Hack Attack: How the Truth Caught Up with Rupert Murdoch - Nick Davies
Shredded: Inside RBS, the Bank that Broke Britain - Ian Fraser
The Boom: How Fracking Ignited the American Energy Revolution and Changed the World - Russell Gold
A Bigger Prize: Why Competition Isn’t Everything and How We Do Better - Margaret Heffernan
The Innovators: How a Group of Hackers, Geniuses and Geeks Created the Digital Revolution , by Walter Isaacson
Flash Boys: Cracking the Money Code - Michael Lewis
The Shifts and the Shocks: What We’ve Learned – and Have Still to Learn – from the Financial Crisis - Martin Wolf
Fonte: Aqui
Fragile by Design: The Political Origins of Banking Crises and Scarce Credit - Charles Calomiris e Stephen Haber
Microeconomics: A Very Short Introduction - Avinash Dixit
Political Order and Political Decay: From the Industrial Revolution to the Globalisation of Democracy - Francis Fukuyama
Stress Test: Reflections on Financial Crises - Timothy Geithner
How to Speak Money = John Lanchester
Thrive: The Power of Evidence-based Psychological Therapies - Richard Layard e David Clark
European Spring: Why Our Economies and Politics are in a Mess and How to Put Them Right - Philippe Legrain
House of Debt: How They (and You) Caused the Great Recession, and How We Can Prevent it from Happening Again - Atif Mian e Amir Sufi
War: What is it Good for? The Role of Conflict in Civilisation, from Primates to Robots - Ian Morris
Capital in the Twenty-First Century - Thomas Piketty
The Dollar Trap: How the US Dollar Tightened its Grip on Global Finance - Eswar Prasad
The Euro Trap: On Bursting Bubbles, Budgets and Beliefs - Hans-Werner Sinn
Negócios
Dragnet Nation: A Quest for Privacy, Security and Freedom in a World of Relentless Surveillance - Julia Angwin
The Second Machine Age: Work, Progress, and Prosperity in a Time of Brilliant Technologies - Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee
Hack Attack: How the Truth Caught Up with Rupert Murdoch - Nick Davies
Shredded: Inside RBS, the Bank that Broke Britain - Ian Fraser
The Boom: How Fracking Ignited the American Energy Revolution and Changed the World - Russell Gold
A Bigger Prize: Why Competition Isn’t Everything and How We Do Better - Margaret Heffernan
The Innovators: How a Group of Hackers, Geniuses and Geeks Created the Digital Revolution , by Walter Isaacson
Flash Boys: Cracking the Money Code - Michael Lewis
The Shifts and the Shocks: What We’ve Learned – and Have Still to Learn – from the Financial Crisis - Martin Wolf
Fonte: Aqui
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