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02 setembro 2014

Rir é o melhor remédio







Duas Rodas

Curso de Contabilidade Básica: Divulgação

O que leva um dirigente a, por vontade própria, tomar a decisão de divulgar as demonstrações financeiras da sua empresa? Esta é uma pergunta difícil de responder, já que na maioria dos casos os gestores só tornam público as informações contábeis por força de um regulador. Provavelmente a resposta poderá variar conforme cada caso e poderá ser resultante da vontade dos gestores e da influencia do ambiente onde a empresa está localizada.  

De uma maneira geral, gostamos de afirmar que a divulgação é positiva para a empresa. Mas esta é uma visão um pouco inocente. Divulgar é caro e pode gerar problemas, de diversas ordens, para a empresa e seus gestores. Além disto, divulgar expõe a gestão (vide, por exemplo, o caso que relatamos do Instituto Ronald McDonalds, que por sinal não respondeu a nosso pedido de informação adicional).

Existem também casos onde “não divulgar” é um ativo: é o caso dos bancos suíços. O mercado bancário da Suíça está assentado no segredo. Quem deposita seu (às vezes “o nosso”) dinheiro na Suíça gostaria que ninguém soubesse disto. Esta garantia é uma vantagem sobre um depósito comum, num banco brasileiro. Entretanto, uma pressão internacional está fazendo com que os bancos suíços comecem a serem mais transparentes. Isto inclui a publicação de demonstrações contábeis.

É interessante notar os efeitos que isto provoca. O modelo de negócio se altera, já que as autoridades provavelmente começaram a exigir mais detalhes. Para atender a lei, os bancos precisam fazer investimentos em tecnologia, por exemplo. E treinamento. E ...

Estas instituições centenárias perderão uma importante vantagem sobre seus concorrentes. E serão menos atrativas. Será que a evidenciação contábil irá abalar o sistema bancário suíço?


KPMG e BES

O problemas do Banco Espírito Santo chamaram a atenção para sua empresa de auditoria. A KPMG é responsável desde 2002 pelas contas do banco português. Em 2011 o BES renovou o contrato com a empresa de auditoria, apesar da recomendação em sentido contrário do regulador português. A argumentação da renovação é quase sempre a mesma: a KPMG conhecia as operações do banco e poderia fazer uma auditoria melhor por este motivo. Além disto, a KPMG também fazia auditorias para dezenas de empresas coligadas e veículos de investimento do BES fora de Portugal.

A Reuters anunciou que a KPMG resolveu reprovar as demonstrações do BES publicadas na segunda. A empresa afirmou que as demonstrações não forneciam ajustes e informações adicionais sobre o resgate do banco pelas autoridades:

A empresa de contabilidade disse que "a classificação, possibilidade de recuperação e realização dos ativos, como também de pagamentos de suas dívidas registradas nos resultados financeiros em 30 de junho são incertos". A KPMG disse também que o critério de avaliação dos ativos transferidos ao Novo Banco ainda não estão claros.
A KPMG acrescentou que as provisões feitas pelo BES para lidar com a dívida do grupo Espírito Santo vendida a seus clientes de varejo podem não ser suficientes e que o banco arrisca ter de fazer mais contingências, que até agora não foram especificadas

Frase

Contabilistas parecem contentes em viver com tal estranheza quântica. (The Economist, sobre o não reconhecimento das marcas na contabilidade) (Cartoon aqui)

Arte de rua



Fonte: Aqui

Listas: Empresas mais internacionalizadas

1. Odebrecht
2. Gerdau
3. InterCement
4. Stefanini
5. Metalfrio
6. Magnesita
7. Marfrig
8. JBS
9. Artecola
10. Ibope

Fonte: Fundação Dom Cabral, baseado em número de funcionários, ativos e faturamento fora do país.

01 setembro 2014

Palestrante

A campanha eleitoral é uma oportunidade para analisar o modo de sobrevivência dos políticos, tradicionais ou não. No domingo o jornal Folha de S Paulo revelou que a candidata Marina Silva recebeu mais de 1,6 milhão em palestras para empresários. O interessante é este trecho, agora do Estado de S Paulo:

Os valores de cada palestra de Marina variam conforme o cliente. Da Fundação Dom Cabral, por exemplo, uma instituição privada de ensino de Minas Gerais, ela cobrou R$15 mil. O Conselho Federal de Contabilidade pagou R$30 mil a Marina.

P.S.: Aqui o link do CFC sobre a participação de Marina Silva no evento do CFC. Afinal, foi despesa ou investimento?