Translate

03 agosto 2014

Ariano Suassuna ensinou



"Quem gosta de ler não morre só."

Via Blog da Dad

Ziauddin Yousafzai: Minha filha, Malala



O educador paquistanês Ziauddin Yousafzai lembra o mundo sobre uma simples verdade que muitos não querem ouvir: mulheres e homens merecem oportunidades iguais na educação, autonomia e independência. Ele conta histórias de sua própria vida e de sua filha, Malala, que foi baleada pelo Taliban em 2012, simplesmente por se atrever a ir à escola. “Por que a minha filha é tão forte?”, pergunta Yousafzai. “Porque eu não cortei suas asas.”

Da Companhia das Letras, o livro "Eu sou Malala" é sensacional.

02 agosto 2014

Rir é o melhor remédio



Via Facebook Ideias Contábeis

Fato de Semana

Fato da Semana: A divulgação dos resultados do Banco do Espírito Santo. Nesta semana esta instituição financeira portuguesa divulgou um prejuízo bilionário em euros. O principal motivo foi as decisões ruins de alocação de recursos, que agora estão sendo reconhecidos.

Qual a Relevância disto?  O banco é português, mas possui interesses em empresas de telecomunicações brasileiras. Mas o fato desta importante instituição financeira está em dificuldades, isto pode provocar um impacto no próprio sistema financeiro europeu.

Nestas situações a contabilidade é a mensageira das notícias ruins. As demonstrações publicadas mostram a situação ruim da instituição, mas pode lançar algumas discussões importantes sobre o momento que o BES fez o lançamento das baixas, por exemplo. Outra questão é a necessidade de aprimorar os mecanismos de controle interno e de governança corporativa.

Positivo ou negativo?Problemas podem ser positivos se as instituições reguladoras conseguirem melhorar seus mecanismos de gestão. Mesmo que isto tenha efeitos ruins sobre o mercado.

Desdobramentos: Como o regulador português irá agir diante do problema financeiro do BES? Provavelmente o BES seja “muito grande para falir” e deva receber algum tipo de socorro.


Outros fatos: muitos eventos: caso Santander, crise da Argentina, Código do IBGC, entre outros assuntos poderiam ser destaques na semana. 

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se o leitor está atento ao que foi notícia sobre a contabilidade:

1 – Esta empresa teve prejuízo de 126 milhões de dólares no trimestre e já avisou que isto irá piorar:

Amazon
Banco Espírito Santo
Vale do Rio Doce

2 – Esta ONG relatou uma série de problemas de controle interno. Recursos doados estavam sendo desviados para contas particulares:

Beneficência Portuguesa
Cruz Vermelha
Hemocentro do Brasil

3 – Esta figura esportiva possui problemas com o fisco brasileiro, no valor de quase um milhão de reais

Dunga
Felipão
Luxemburgo

4 – Foi colocado em audiência pública o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa pela seguinte entidade:

CPC
CVM
IBGC

5 – A Trifil foi condenada em quatro milhões de reais pela justiça por

Concorrência desleal
Dumping Social
Monopólio

6 – Uma pesquisa sobre evidenciação de dados orçamentários encontrou que

A legibilidade é muito fácil
O volume de acesso é reduzido
Os portais são pouco transparentes

7 – Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos trabalhou a questão tributária com

Os corredores de automobilismo
Os Herdeiros de pessoas famosas
Os Mortos Vivos

8 – A previsão orçamentária para os Jogos Olímpicos do Rio anunciada esta semana mostrou valores

Maiores do que aqueles divulgados anteriormente
Menores do que aqueles divulgados anteriormente
No mesmo montante daqueles divulgados anteriormente

9 – Este banco fez uma análise para seus clientes sobre a situação brasileira e as eleições. Mas suas conclusões não agradaram em nada os governantes do país, que pressionaram para que o autor da análise fosse punido (o arauto das notícias é sempre punido)

Banco do Brasil
Itaú
Santander

10 – A possibilidade de não pagamento de antigos credores está chamando a atenção da imprensa econômica mundial para este país da América do Sul:

Argentina
Bolívia
Venezuela

Se acertou 9 ou 10 = bom leitor e boa memória; 7 ou 8 = sem muita preocupação com o que acontece de importante no mundo contábil; 6 ou 5 = sorte ou azar?

Respostas: 1) Amazon; 2) Cruz Vermelha; 3) Dunga; 4) IBGC; 5) Dumping Social; 6) pouco transparentes; 7) Mortos Vivos; 8) Maiores; 9) Santander; 10) Argentina

A indústria pede socorro


A indústria pede socorro
Autor: Zeina Latif
em Artigos Instituto Millenium
28/07/2014
0 comentários.

Não seria exagero afirmar que a indústria é o setor que mais sofre hoje com o elevado custo-Brasil. E pode ser também o mais sensível a erros de política econômica. O desempenho preocupante da produção industrial nos últimos anos dá uma dimensão da urgente necessidade de ajustar a agenda econômica do país, sob pena de resultar em seu rápido encolhimento.

O setor industrial parece mais vulnerável do que os demais em dois pontos principais: a carga tributária e o impacto da deficiente infraestrutura. O ambiente legal e regulatório tampouco ajuda, trazendo também insegurança jurídica ao setor.

A carga tributária na indústria de transformação equivalia a 44% do PIB do setor em 2008, segundo a FGV. Enquanto isso, o peso para a agropecuária era de 16%; para construção, 22%; e para serviços e comércio, 24%. Este quadro pode estar associado à cumulatividade da estrutura tributária, que penaliza cadeias produtivas mais longas. Aliado a isso há a enorme complexidade do sistema tributário, que implica custos para o cumprimento das regras, retirando eficiência do setor.

A infraestrutura falha também penaliza mais a indústria. Segundo o IBGE, os coeficientes técnicos da matriz insumo-produto indicam a maior dependência da indústria em infraestrutura de transporte e armazenagem em relação aos demais setores. Ainda que, por exemplo, a agropecuária sofra bastante com a baixa qualidade e elevado custo da logística, os dados mostram que o problema impacta mais a indústria.
Outro exemplo é energia elétrica, item que coloca o Brasil no grupo dos países com tarifa mais elevada. Mais uma vez, é a indústria o setor mais penalizado pela maior dependência neste insumo.
O efeito final é a perda de eficiência e de produtividade das empresas e do país

Somam-se a isso as regulações ambientais e trabalhistas e normas de segurança no trabalho. Não faltam exemplos de distorções causadas pela regulação falha. Por exemplo, no caso da NR-12, que estabelece normas de segurança de máquinas e equipamentos, a legislação, que é retroativa, é mais dura do que o observado na experiência internacional. O cumprimento da norma pelas empresas envolve custos elevados, sendo às vezes proibitivos, já que o parque industrial brasileiro está defasado. Também não faltam exemplos de exagero na legislação trabalhista, com excessiva intervenção do estado nas relações de trabalho.
Apesar de bem intencionado, o governo acabou criando um emaranhado de regras e regulações que tornam o dia-a-dia do empresário, particularmente da indústria, muito difícil. Adicionalmente, a indústria sofre com a insegurança jurídica, em todas as esperas de governo, incluindo impostos a cumprir e o próprio cumprimento da legislação.

O efeito final é a perda de eficiência e de produtividade das empresas e do país. A literatura empírica é rica em evidências da importância, não apenas da infraestrutura, mas também do ambiente legal e regulatório para definir diferentes ganhos de produtividade entre países, entre indústrias em um mesmo país ou mesmo entre firmas.

Todos estes fatores – carga tributária, infraestrutura, ambiente legal e regulatório – afetam a produtividade do setor, com repercussões também no investimento e na gestão das empresas. O ambiente desafiador acaba muitas vezes desviando o foco da empresa de seu próprio negócio. Ficam prejudicados o investimento em TI e P&D, bem como o aperfeiçoamento de práticas de gestão. São fatores que agravam o problema, reduzindo adicionalmente os ganhos de produtividade da economia, conforme também indicado na literatura empírica.

A reação do governo às dificuldades da indústria não tem sido frutífera. Apostou-se na proteção do setor e na adoção de políticas setoriais. Ou seja, em vez de corrigir as distorções, criam-se outras. Barreiras tarifárias e não-tarifárias ao comércio, política de conteúdo nacional, isenções tributárias a produtos, crédito subsidiado a empresas desestimulam a inovação e a busca de eficiência. Políticas setoriais muitas vezes acabam protegendo o produtor menos eficiente e punindo aqueles que não obtiveram benefícios e proteção. O resultado para a economia como um todo pode ser perverso. Jogo de soma negativa.

O retrato da indústria é alarmante. E a resposta à crise global de 2008 foi um divisor de águas, causando a partir de 2010 um grande desvio entre a produção doméstica, estagnada, e a crescente produção mundial. Ficamos para trás. Por um lado, os excessos de estímulo à demanda se traduziram em encarecimento da mão-de-obra. Por outro, a fraca agenda de reformas estruturais e os equívocos da política setorial implantada afetaram os ganhos de produtividade. Com ganhos salariais superando ganhos de produtividade, a indústria sucumbiu. Ironicamente, a intenção do governo era estimular a indústria.

As margens de lucro do setor sofrem, pois, diferente do setor de serviços, que consegue repassar a pressão de custos para os preços finais, a indústria não tem a mesma flexibilidade pela potencial concorrência com o produto importado. A indústria sofre nas duas pontas.

Como resgatar o setor? Para começar, diagnósticos corretos e medidas horizontais. As distorções são tantas, que mesmo pequenos ajustes podem fazer muita diferença. Para avançar, precisamos dar alguns passos para trás, desmontando a confusão criada.

Zeina Latif é doutora em economia pela Universidade de São Paulo (USP) e economista-chefe da XP Investimentos. Trabalhou no Royal Bank of Scotland (RBS), ING, ABN-Amro Real e HSBC. Atua como consultora, sendo sócia da Gibraltar Consulting. Escreve colunas semanais para o Broadcast da Agência Estado.

A Mulher-Ombreira