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03 julho 2014

Listas: 10 cidades mais caras

Que tal descobrir exatamente quanto custa morar numa cidade antes de se mudar para lá? O cálculo do custo de vida envolve mais que preço do aluguel: transporte, alimentação, acesso à cultura e entretenimento, higiene pessoal e roupas. O Expatistan é um banco de dados que permite comparar os valores que se gasta em diferentes lugares. A lista é feita de maneira comparativa e colaborativa, uma espécie de Wikipedia dos preços.

Os valores são constantemente atualizados pelas pessoas que moram no local. Rio de Janeiro é a cidade mais cara do Brasil e está no 73º lugar (!!) no ranking, São Paulo fica em 108º e Brasília em 127º. Vale lembrar que o ranking não avalia o valor dos salários médios da população, porque é voltado para quem pensa em mudar de cidade e quer saber quanto custa viver em outros lugares. Confira quais são as cidades mais caras:

 1. Londres (Reino Unido)
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Na cidade mais cara do ranking, os preços de moradia, transporte e entretenimento são bem altos. O aluguel na região mais cara da cidade custa cerca de 4.472 dólares, 1 mês de transporte são US$ 210 e um almoço pode chegar a US$ 23. Em comparação com o Rio de Janeiro, Londres é 69% mais cara.

2. Oslo (Noruega)
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Os preços em Oslo são pouco convidativos para viajantes. Alimentação, entretenimento, roupas e cuidados pessoais são caríssimos na cidade. Ela só não passa Londres no ranking por conta dos custos de moradia e transporte relativamente mais baratos. O preço do aluguel é US$ 3.145, o transporte mensal sai por 104 dólares e um almoço custa US$ 43. A cidade norueguesa é 73% mais cara que o Rio.

3. Genebra (Suíça)
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A Suíça é o país mais caro do mundo de acordo com o ranking, já que três cidades do país estão entre as mais caras. Em Genebra, os preços de cuidados pessoais, alimentação e vestuário são bem altos. O preço do aluguel é US$ 3.949, um mês de transporte público custa 78 dólares e o almoço US$ 28. Na comparação com o Rio de Janeiro, Genebra é 61% mais cara.

4. Zurique (Suíça)
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Em Zurique, também na Suíça, é difícil de gastar pouco no dia a dia. O custo de vida na cidade é bem alto em todos os quesitos avaliados, mas ligeiramente mais barato no aluguel e transporte. A cidade é 66% mais cara que o Rio de Janeiro. O custo de aluguel é US$ 3.941, já o valor do transporte público chega a 88 dólares por mês e um almoço em média sai por US$ 31.

5. Nova York (Estados Unidos)
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Uma das cidades mais turísticas dos Estados Unidos também é um dos lugares mais caros do mundo para se viver. Sem dúvida, é o preço do aluguel que puxa Nova York para cima no ranking. Lá, a moradia pode custar 4,196 dólares. Já o almoço é um dos mais baratos da lista: US$ 16. O transporte tem o preço médio de US$ 113. Morar em Nova York é 44% mais caro do que morar no Rio.

6. Lausana (Suíça)
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Lausana é a terceira cidade Suíça no ranking. É lá que fica a sede do Comitê Olímpico Internacional (COI). Espere pagar US$ 3.168 por um mês de aluguel, 79 dólares pelo transporte público e 21 dólares num almoço médio. Lausana é 47% mais cara do que o Rio de Janeiro, com preços muito altos para alimentação e higiene pessoal.

7. Cingapura (Cingapura)
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A única cidade asiática no ranking das mais caras do mundo tem o maior número de famílias milionárias em dólares per capita do planeta. Em Cingapura, espere pagar US$ 3.906 pelo aluguel. São 75 dólares por um mês de transporte público e somente 10 dólares pelo almoço. A cidade é 46% mais cara que o Rio de Janeiro.

8. Paris (França)
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A cidade mais turística do mundo tem preços que não são para qualquer um. Em Paris, o aluguel pode sair por US$ 3.542, o transporte público mensal custa 90 dólares e um almoço 22 dólares. Paris é 35% mais cara do que o Rio de Janeiro.

9. São Francisco (Estados Unidos)
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São Francisco, na Califórnia, é a segunda cidade mais cara dos Estados Unidos. Viver lá custa mais do que em Boston, Chicago ou Los Angeles. A cidade é 31% mais cara do que o Rio de Janeiro. O aluguel na área nobre da cidade sai por 3.811 dólares. Um mês de transporte público custa US$ 66 e um almoço executivo 14 dólares.

10. Copenhague (Dinamarca)
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Fechando a lista das mais caras está Copenhague, na Dinamarca. A cidade é constantemente eleita um dos melhores lugares para se viver no mundo. Mas tamanha qualidade de vida tem um preço. No caso, são US$ 2.553 de aluguel por mês, 84 dólares pelo transporte público e 26 dólares é o valor médio de um almoço. Copenhague é 33% mais cara que o Rio.
Por Luíza Antunes via Superinteressante

02 julho 2014

Rir é o melhor remédio


Curso de Contabilidade Básica: Estoques de mais ou de menos

Ao comentar sobre a empresa Brasil Pharma, o jornal O Estadode S. Paulo (30 de junho de 2014, p. B1) afirma:

Outro grande tropeço ocorreu entre o fim de 2012 e o ano passado, quando o grupo formou um alto volume de estoque de medicamentos com prazo de validade curto, por conta de falhas em sistema de compras, afirmou uma fonte. O grupo negocia a devolução de produtos e tem dado descontos ao consumidor

Será isto verdade? Se sim poderíamos esperar um aumento no valor dos estoques. Mas o valor dos estoques é influenciado pela quantidade vendida. O cálculo do prazo de estocagem seria útil aqui para verificar se a empresa aumentou o volume de estoques. Existem outros dois efeitos, que é a negociação da devolução dos produtos e os descontos. A devolução pode deduzida na relação entre a receita bruta e a receita líquida.

Vejamos cada um deles usando as informações a partir do segundo semestre de 2012 (usamos este período pelo fato de ser a data da última grande aquisição da empresa). Em primeiro lugar, o prazo de estocagem da empresa:

Realmente o prazo de estocagem aumentou de 92 dias para 112 dias no terceiro trimestre de 2013. Mas nos dois últimos trimestres a empresa reduziu este prazo para 88 dias. Este fato parece ter sido confirmado pelos cálculos

Segundo lugar, ocorreu uma grande redução na margem da empresa: de 34% para 20% no último trimestre. Isto pode ser um sintoma de descontos, que tem reflexo na margem.

Um aspecto complementar é observar a relação inversa entre giro e margem. Em geral, quando uma empresa reduz sua margem obtém uma melhoria no prazo de estocagem (e no giro, por consequência). No caso da BR Pharma parece que a empresa reduziu sua margem e aumentou o giro; em outras palavras, a empresa está girando mais seus estoques em razão da redução da sua margem.

Finalmente, para verificar o efeito das devoluções, a relação entre receita líquida e a bruta encontra-se abaixo:

Aparentemente o aumento nas devoluções não está refletido nesta relação.


Pensar está se tornando algo obsoleto

Por Thomas Sowell

Embora seja humanamente impossível responder a todos os e-mails e cartas que os leitores me enviam, muitos deles são bastante interessantes e intelectualmente instigantes, tanto no sentido positivo quanto no sentido negativo.


Por exemplo, um jovem me enviou um e-mail pedindo as fontes em que eu havia me baseado para citar alguns fatos negativos sobre o desarmamento em um artigo recente.  É sempre bom checar os fatos — especialmente se você checar os fatos de ambos os lados da questão. 

Em contraste, um outro sujeito simplesmente me criticou por tudo o que eu havia dito nesse artigo.  Ele não pediu as minhas fontes e nem quis saber se elas existiam; ele simplesmente saiu fazendo afirmações em contrário, como se essas suas assertivas fossem automaticamente corretas pelo simples fato de estarem sendo pronunciadas por ele, algo que, em sua mente, invalidaria automaticamente tudo o que eu havia escrito.

Ele se identificou como médico, e as alegações que ele fez sobre armas eram as mesmas que haviam sido feitas anos atrás em uma revista médica — alegações que já foram inteiramente desacreditadas desde sua publicação.  Ele poderia ter aprendido isso caso houvesse me dado a oportunidade de responder às suas provocações, de um modo que nos engajássemos em um debate.  Porém, ele próprio deixou claro desde o início que sua carta não tinha o objetivo de gerar um debate, mas sim apenas de me acusar e me denunciar. 

Esse tipo de comportamento se tornou um procedimento padrão no mundo atual.

É sempre surpreendente — e apavorante — constatar quantos assuntos extremamente sérios não são discutidos seriamente hoje em dia; as pessoas simplesmente saem emitindo afirmativas e contra-afirmativas, tudo de maneira generalizada.  Seja em debates de internet ou até mesmo em programas de televisão, as pessoas simplesmente tentam calar seu opositor falando mais alto do que ele ou simplesmente recorrendo a frases de efeito de cunho emotivo.

Há inúmeras maneiras de fazer parecer que se está argumentando sem que na realidade se esteja produzindo absolutamente nenhum argumento coerente.

Décadas de educação escolar e universitária simplificada — para não dizer idiotizante — certamente têm algo a ver com a atual situação, mas isso não explica tudo.  A educação não somente foi negligenciada no sistema educacional atual, como também já foi quase que completamente substituída pela doutrinação ideológica.  A doutrinação que hoje é feita por professores e instituições supostamente educacionais é amplamente baseada na simples vocalização das mesmas pressuposições básicas e não-comprovadas de sempre.

Se as instituições educacionais de hoje — desde escolas a universidades — estivessem tão interessadas em diversidade de ideias quanto estão obcecadas com diversidade racial e sexual, os estudantes ao menos adquiririam experiência ao ver as pressuposições que existem por trás de diferentes visões, e entenderiam a função da lógica e da evidência ao debaterem tais diferenças.  No entanto, a realidade é que um estudante pode passar por todo o seu ciclo educacional, desde o jardim de infância até seu doutoramento, sem entrar em contato com absolutamente nenhuma visão de mundo que seja fundamentalmente diferente daquela que prevalece dentro do espectro de opiniões autorizadas e politicamente corretas que domina o nosso sistema educacional.

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No que mais, a perspectiva moral da visão ideológica predominante é completamente maniqueísta: as pessoas imbuídas dessas ideias realmente se veem como anjos combatendo todas as forças do mal — seja o assunto em questão o desarmamento, o ambientalismo, o racismo, o homossexualismo, o feminismo ou qualquer outro ismo.

Um monopólio moral é a antítese de um livre mercado de ideias.  Um indicativo desta noção de monopólio moral dentre a intelligentsia esquerdista é o fato de que as instituições que estão majoritariamente sob seu controle — escolas, faculdades e universidades — são justamente aqueles que usufruem muito menos liberdade de expressão do que o resto da sociedade.

Por exemplo, ao passo que a defesa e até mesmo a promoção da homossexualidade é comum nos campi universitários — e comparecer a palestras e aulas que fazem tal promoção é frequentemente algo obrigatório nos cursos introdutórios —, qualquer crítica ao comportamento homossexual é imediatamente rotulada de "reacionarismo", "preconceito" e "incitação ao ódio", sujeita a imediata punição.

Enquanto porta-vozes de vários grupos raciais e étnicos são livres para denunciar com veemência "os brancos" por seus pecados passados e presentes, verdadeiros ou imaginários, qualquer estudante branco que similarmente venha a denunciar as transgressões ou os desvarios de grupos não-brancos garantidamente será punido, se não expulso.

Até mesmo estudantes que não defendem ou não promovem absolutamente nada podem ter de pagar um preço caso não concordem com a lavagem cerebral que ocorre nas salas de aula.  Recentemente, nos EUA, um aluno da Florida Atlantic University que se recusou a pisotear um papel em que estava escrito a palavra "Jesus", a mando de seu professor, foi suspenso pela universidade.  Felizmente, a história veio a público e gerou uma onda de protestos fora do mundo acadêmico.

A atitude deste professor pode ser descartada e ignorada como sendo um caso isolado de extremismo, mas o fato é que o establishment universitário saiu solidamente em sua defesa e atacou implacavelmente o estudante.  Tal atitude mostra que a podridão moral que impera na academia vai muito mais além do que um simples professor adepto da doutrinação e da lavagem cerebral.

Estamos hoje vivenciando todo o esplendor do anti-intelectualismo que se espalhou por metástase ao longo de todo o mundo acadêmico.  As universidades se tornaram tão dominadas por uma insistência na inviolabilidade de um determinado pensamento grupal, que qualquer professor "forasteiro", que não compactue com a predominância deste pensamento gregário, não mais pode falar a respeito de um determinado assunto sem antes ter sido devidamente credenciado por seus pares.  Uma simples pesquisa sobre o tratamento dispensado a acadêmicos que ousam questionar a santidade do aquecimento global mostra bem esse ponto.

Já houve uma época em que um curso universitário era considerado um meio de introduzir as pessoas a uma ampla gama de assuntos que lhes permitiria pensar e falar inteligentemente sobre várias questões que estivessem afetando suas vidas.  O pensamento coletivista — que hoje é predominante no meio universitário — rejeita tal ideia, conferindo o monopólio de determinadas questões apenas àquelas pessoas que são reconhecidas como "especialistas" por seus pares.

Este método educacional que recorre à intimidação e à simples repetição de frases de efeito de cunho emocional evidencia a completa falência do sistema educacional.  Se professores universitários — teoricamente a nata intelectual da sociedade, pessoas que por vocação e profissão deveriam ser as mais rígidas seguidoras do rigor intelectual — agem assim, como podemos esperar que o restante da população apresente discernimentos mais profundos? 

Para sobreviver e progredir, seres humanos precisam saber pensar.  Porém, estamos cada vez mais terceirizando esta função para acadêmicos, que por sua vez pautam o conteúdo da mídia.  Tal terceirização de pensamento ajuda a explicar por que há hoje uma escassez de pensamentos originais e significativos. 

O fracasso do sistema educacional vai muito além da ausência de um aprendizado útil.  O real fracasso está naquilo que de fato é ensinado — ou melhor, doutrinado — nas salas de aula, algo evidenciado pelos formandos que as universidades cospem para o mundo, seres incapazes de apresentar qualquer resquício de pensamento original. 

Jamais se preocupe em se aprofundar em qualquer assunto: os "especialistas" cujos empregos se resumem a promover a agenda do establishment político e cultural já têm tudo explicado para você.

Franco, Real, Copa e Inflação

O economista Gustavo Franco é torcedor do Botafogo e está acompanhando os jogos da Copa do Mundo. Um dos formuladores do Plano Real, que completa 20 anos durante o Mundial, ele diz que o "futebol se tornou uma metáfora exata das causas da inflação" no Brasil.

"Alguns estádios foram construídos com um dinheiro que não existe, aumentando a dívida do governo. Se queríamos exemplos de irresponsabilidade fiscal que todos entendessem, a Copa foi um espetáculo", disse Franco, que presidiu o Banco Central de 1997 a 1999, à Folha.

Próximo ao PSDB, ele defende que o próximo governo faça uma discussão "transparente" sobre o orçamento e critica a administração Dilma Rousseff. "É preciso fazer quase uma comissão da verdade para saber o que houve com as contas públicas." 

Franco diz que a alta de preços preocupa, mas nada comparável à hiperinflação que o Plano Real derrubou. Para o economista, o país fez progressos institucionais contra o "comportamento inflacionista dos políticos".

Folha: Vinte anos depois do lançamento do real, a inflação ainda preocupa?
Gustavo Franco - A inflação é uma doença que vai nos ameaçar sempre. Infelizmente tivemos um episódio crítico, que foi a hiperinflação. Por isso, nosso organismo é mais sensível que o de outros países a essa doença. O que significa que precisamos ter mais cautela pelo resto da vida. É como o alcoolismo: não existe cura, só abstinência.

Folha: A inflação se aproxima do teto da meta estabelecida pelo governo. É preocupante?
Não é comparável a 1992 e 1993, mas é grave. A experiência dos vizinhos demonstrou que uma inflação, que pode até parecer pequena, se torna desestabilizadora. 

Na Argentina, a situação degringolou quando a inflação chegou a 15%. Foi uma esbórnia de controle de preço e ocultação de informação. Na Venezuela, a inflação subiu para 60% e, retirados os controles, já se parece com hiperinflação. É uma inflação dolorida, porque gera escassez. 

Esses países demonstraram que existe uma fronteira, entre 10% e 15%, que é muito perigosa. Será uma tragédia histórica se a inflação escapar e entrarmos na trajetória de Argentina e Venezuela.

Folha: O Brasil corre esse risco?
O risco existe, mas é pequeno. Temos progressos institucionais que nos defendem. O Banco Central hoje tem outro status. A lei de responsabilidade fiscal representou uma tomada de consciência da população da importância de proteger a moeda e as finanças públicas. É isso que nos salva hoje de um governo que, na ausência dessas condições, sabe-se lá o que estaria acontecendo.

Folha: Como o próximo governo deve controlar a inflação?
O próximo governo precisa recompor os pilares de uma economia sadia, que foram abandonados por questões ideológicas. 

Temos que falar da responsabilidade fiscal em todas as suas dimensões e não apenas em superavit primário. É preciso fazer quase uma comissão da verdade para saber o que houve com as contas públicas nos últimos tempos. 

O segundo ponto é o câmbio flutuante. O que está em jogo é o relacionamento do Brasil com o mundo. Com o Plano Real, abrimos o país para a economia internacional. Recentemente houve um recuo perigoso em direção a ideias dos anos 1950. 

Também existia no Brasil a percepção de que o governo gostava da liderança.

Folha: O Plano Real se baseou em juros altos para estabilizar a inflação. Como resolver isso?
Não concordo com a premissa. O Plano Real foi calcado em fundamentos macroeconômicos, fiscais, monetários e cambiais. Para isso utilizou todas as âncoras disponíveis: política monetária, fiscal e cambial. 

A política monetária foi usada de forma pesada em alguns momentos, quando a política fiscal não pode ser utilizada. A política cambial também. Depois que a situação fiscal melhorou em 1997 e 1998, foi possível mudar.

Folha: Como baixar os juros?
Esse dilema ficou na cabeça do governo, que acha que a única maneira de reduzir a inflação é subir os juros. É perfeitamente factível reduzir os juros se houver uma política fiscal correta. 

O atual governo tentou reduzir os juros sem responsabilidade fiscal e teve que voltar atrás. Esse é o governo dos juros altos tanto quanto qualquer outro.

Folha: Qual foi o principal mérito do Plano Real?
Reduzir uma inflação que chegou perto de 12.000% ao ano para 1,6% em 1998, sem praticamente nenhuma alteração do desemprego.

Folha: E qual foi o principal defeito?
É difícil apontar um defeito no plano de estabilização. Só que a estabilização não resolve todos os problemas. Muitas reformas poderiam ter sido feitas, mas foram interrompidas. Só que aí entramos em outro processo, que é a recomposição do crescimento.

Folha: Até a desvalorização em 1999, vocês mantiveram o câmbio fixo por tempo demais?
O câmbio valorizado não foi um desejo, mas um problema que tivemos de lidar. Até perto da crise da Rússia (1998), o Brasil sofria uma enxurrada de dólares. A dificuldade de fazer o câmbio desvalorizar era grande –situação parecida com o que viveu o governo Lula em 2008. 

Tínhamos duas alternativas: deixar flutuar o câmbio e fazer uma maxidesvalorização, ou sustentar a política cambial, fechar um acordo com o FMI, deixar o tumulto passar, e fazer uma flutuação fora da crise. Escolhemos a segunda opção.

A experiência recente do PT destrói o argumento de que estávamos mantendo o câmbio artificialmente valorizado. O dólar estava quase em R$ 1,50 quando veio a crise de 2008 e bateu em R$ 2,50.

Folha: Você teve dúvidas de que o Plano Real funcionaria?
Tive dúvidas e certezas todo o tempo. Nesse ramo, você tem convicções muito fortes, mas não controla todas as variáveis. A dúvida é saudável porque te deixa mais vigilante aos imprevistos. E por mais esperto que esteja, o imprevisto sempre vai ser pior do que você esperava.

Folha: Que tema hoje mereceria um novo Plano Real?
É preciso continuar o processo que começamos. O brasileiro chegou perto de entender as causas da inflação e estabelecer instituições que evitem o comportamento inflacionista dos políticos. 

Nos últimos anos, esse comportamento voltou. A inflação começou a subir e a reação popular foi forte. O futebol ajudou muito porque se tornou uma metáfora exata das causas da inflação. 

Nada pode ser mais ilustrativo da forma como as finanças públicas são conduzidas do que os estádios superfaturados e a discricionariedade de como um político determina que um banco federal coloque R$ 1 bilhão para construir um estádio do nada.

Folha: Mas os manifestantes pediam para gastar em saúde e educação e não para economizar...

Esse debate é maravilhoso e deveria ocorrer no orçamento. É aí que as pessoas devem dizer que querem escola e hospital em vez de estádio. Isso confrontado com a disponibilidade de dinheiro. 

Em muitos casos, os estádios são construídos com dinheiro que não existe, aumentando a dívida do governo. Se queríamos exemplos de irresponsabilidade fiscal que todo mundo entendesse, a Copa foi um espetáculo. 

Cada estádio é um exemplo de um rombo de mais ou menos R$ 1 bilhão. Se esse dinheiro existia, por que não foi utilizado para outra coisa? 

O próximo governo precisa de uma proposta de orçamento transparente. Nunca organizamos direito nosso orçamento, que é o centro econômico de qualquer democracia digna desse nome.

Fonte: "Copa é exemplo de irresponsabilidade Fiscal". Indicado pelo querido Vladmir, a quem agradecemos.

Comitê de Auditoria da Petrobras

A presidente da Petrobras concedeu uma entrevista onde falou de diversos temas. A certa altura, duas perguntas sobre o comitê de auditoria:

Listas: Atrizes poderosas

1. Jennifer Lawrence (foto)
2. Sandra Bullock
3. Angelina Jolie
4. Scarlett Johansson
5. Jennifer Aniston
6. Amy Adams
7. Gwyneth PAltrow
8. Maryl Streep
9. Cameron Diaz
10. Natalie Portman

Fonte: Forbes