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09 junho 2014

Trabalho tem que dar trabalho

Como todo semestre, solicito aos meus alunos um artigo. Neste semestre não foi diferente. Aprendo muito lendo estes trabalhos, com seus acertos e erros. Em geral os alunos acreditam que as notas dos trabalhos devam ter uma distribuição assimétrica à direita. Mas numa avaliação honesta, as notas de artigos deve ter uma distribuição mais próxima a normal: algumas poucas notas boas, a maioria mediana (entre 4 e 6) e alguns trabalhos ruins.

Um dos aspectos que um avaliador se leva em consideração é se o trabalho “deu trabalho”. Se um artigo usou o exemplo de uma empresa, calculando cinco índices, entre dois anos provavelmente o artigo não “deu trabalho”. Agora imagine um texto que usou muitas empresas, com mais anos, este artigo certamente “deu trabalho”.  É bem verdade que existem artigos onde os autores deixam de valorizar o trabalho que tiveram na pesquisa.

Talvez por este motivo o estudo de caso seja uma opção inadequada em muitos casos. Um estudo de caso deve ser bem escrito e aprofundado. Parece fácil, mas não é. E para que isto seja possível é preciso muito suor.


Voltando a questão dos artigos que estou terminando de corrigir, as minhas notas refletem um pouco a vontade de ler bons trabalhos. Ou a frustação de ler trabalhos não bons. Talvez isto explique por que não sou chamado para participar de comissões examinadoras de trabalhos de conclusão de curso. Menos mal: antes ser conhecido por ler cuidadosamente os trabalhos e valorizar os melhores do que ser o “queridinho” do TCC. 

Evidenciação dos tributos adiada

A Lei 12.741, que prevê a informação do valor aproximado de ICMS, IPI, ISS, PIS/Cofins, IOF e Cide, foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em dezembro de 2012 e entraria em vigor a partir de junho do ano passado. O prazo foi prorrogado por um ano e, agora, por mais seis meses.

A fiscalização até o fim de 2014 será "exclusivamente orientadora", de acordo com medida provisória (MP) publicada ontem no Diário Oficial da União. Só a partir do primeiro dia de 2015, poderão ser aplicadas punições, inclusive multas.

A segregação por ente federativo - o quanto de imposto fica com a União, com o governo estadual e a prefeitura - foi estabelecida no decreto, também publicado ontem, que regulamenta a Lei. O Estado apurou que esse ponto foi uma condição da Receita Federal, que era reticente ao modelo que já está sendo usado por algumas empresas porque dá margem à interpretação de que todo o valor recolhido vai para o governo federal. (...)


Fonte: Aqui

Listas: Profissões que mais crescem

Fonte: Estado de S Paulo, 7 de junho de 2014, H5 (a variação de médicos é esta mesma)

08 junho 2014

Rir é o melhor remédio

Gatinhos ou Shakespeare?

Jason Potts explica a razão pela qual a internet está cheia de vídeos de cachorrinhos, gatos e outras bobagens, mas pouco Shakespeare: trata-se de uma aplicação inversa do Teorema de Alchian-Allen.

É uma questão de custos relativos. Quando você move algo ou impõe qualquer custo fixo, o item de maior qualidade sempre vence, porque agora tem um custo relativamente menor em comparação com o item de qualidade inferior.

A idéia interessante é que isso também se aplica no sentido inverso - ou seja, quando remover um custo fixo. A internet faz isso: ele remove um custo de transporte (...) Seguindo o Teorema Allen-Alchian isso deve significar o oposto. Itens de baixa qualidade são agora relativamente mais barato e itens de alta qualidade são agora relativamente mais caros.

Letras na Amazônia

A casa de apostas Paddy Power fez um desenho na floresta amazônica para homenagear a seleção inglesa. Realmente um mau gosto e exagero.

Quem é o sócio?

Continua o mistério: quem é sócio da JBS? O Estado de S Paulo tinha apurado uma estranha mudança acionária. Uma empresa denomina Blessed, com sede em Delaware (um estado dos EUA conhecido por abrigar conglomerados), além das famílias Bertin e Batista.

Os sócios informados por meio do formulário de referência entregue à CVM na última terça-feira são as seguradoras US Commonwealth Life e Lighthouse Capital Insurance, com sede em paraísos fiscais, como informou reportagem do Estado no último domingo.

A empresa informou ainda que Colin Murdoch-Muirhead, um cidadão das Ilhas Bermudas, é o principal acionista pessoa física das duas companhias.

Até sexta-feira, a Blessed detinha 13% do capital total da JBS, mas esta participação foi reduzida em uma reestruturação societária, ficando então com apenas 6,6%, ou algo em torno de R$ 1,5 bilhão, considerando o valor de mercado da companhia.

Nessa reestruturação, tanto a Blessed quanto a Bertin passaram a ser acionistas da J&F Investimentos, que reúne os negócios da família Batista. Isso significa que as duas empresas são agora sócias também do Banco Original e da Eldorado Celulose, entre outros negócios.

As duas seguradoras são empresas idênticas (possuem cada uma 50% da Blessed) e estão registradas em países diferentes - Porto Rico e Ilhas Cayman. Seus sites na internet têm praticamente o mesmo conteúdo. Apenas as imagens dos países e os nomes e logomarcas das seguradoras são diferentes. Os sites possuem também as mesmas informações sobre Colin Murdoch-Muirhead, informado pela JBS como sendo o principal acionista pessoa física.

Muirhead foi o sócio fundador das duas seguradoras e no seu currículo consta uma passagem como executivo sênior da área de empresas e private bank do HSBC Bermuda Bank.

(...) Nos últimos dias, a CVM exigiu essa abertura. Em nota o JBS disse que "por exigência da CVM, o JBS solicitou à Blessed que disponibilizasse as informações, o que foi feito". Na sexta-feira, executivos da empresa disseram ao Estado que "a Bolsa ou a CVM nunca tinham feito tal exigência".

Em outro texto o jornal informa

A Operação Ararath, que investiga crimes financeiros no Mato Grosso, identificou que o empresário Wesley Mendonça Batista, presidente da JBS, empresa que detém a marca Friboi no Brasil, tem ligações com empresas rastreadas nas investigações, a Global Participações Empresariais e a Confiança Participações Empresariais.

Elas estão interligadas por membros da família de Fernando Mendonça França, que é um dos principais investigados. Segundo o relatório técnico a que o Estado teve acesso, a rede que reúne essas empresas é tão intrincada que a PF concluiu ser preciso ampliar as investigações sobre elas.

A empresa JBS cresceu baseado num forte apoio do governo. Diante das notícias acima é natural supor que uma possível explicação para este caso seja a tentativa de descobrir quem realmente possui ações na empresa.