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26 maio 2014

Rir é o melhor remédio


Curso de Contabilidade Básica: Escândalo

Quando uma empresa estiver envolvida num escândalo, o usuário da informação contábil deve ter um cuidado redobrado com as informações. Em muitos casos ele pode estar numa situação onde não é possível obter informações contábeis sobre a empresa.

No dia 25 de maio o jornal O Estado de S Paulo apresentou a seguinte denúncia sobre o Grupo Bertin:

O economista Lucio Bolonha Funaro costuma ser lembrado no meio empresarial por duas peculiaridades: ter temperamento forte e ser citado, investigado, acusado ou chamado a depor (varia de caso a caso) em boa parte das grandes investigações de lavagem de dinheiro ocorridas no Brasil dos últimos dez anos.

A lista de casos em que seu nome esteve relacionado é vistosa. Operação Satiagraha, contra desvio de verbas públicas. Caso Banestado, que denunciou evasões de divisas. CPI dos Correios, que rastreou operações suspeitas de fundo de pensão de estatais. Hoje, é mais lembrado como o operador que aceitou a delação premiada no escândalo do Mensalão. Funaro tem pelo menos uma dezena de empresas, segundo consta em processos que ele moveu contra alguém ou de outros nos quais ele é o alvo. Recentemente, porém, ocupou-se de negócios de terceiros, especificamente no grupo Bertin.

Em um processo movido por Maurício Cury de Vecchi, gerente de projetos da Gaia Energia, empresa do grupo Bertin, Funaro é citado como aquele "contratado para 'salvar' tudo o que for possível e enviar ao exterior". O grupo estaria "se preparando para uma possível 'quebra' em 2014", diz o texto do processo.

Observe as últimas frases. São acusações graves e a contratação de um especialista em lavagem de dinheiro. Se você acessar o endereço da empresa na internet não irá encontrar muita informação. No item “Relação com Investidor” consta a composição acionária; um breve texto sobre o modelo de governança corporativa; a lista dos comitês existentes; e a estrutura organizacional. No item “na mídia”, onde estariam as notícias sobre o grupo, o último item é de 2011.

Informações obtidas na internet apresentam uma empresa com vendas de quase 4 bilhões de reais e prejuízo de 334 milhões em 2012. Um endereço do grupo possui somente informações da JBS. A Wikipedia informa que o grupo possui 35 mil funcionários.

Uma pesquisa no Diário Oficial do Estado de S Paulo torna possível encontrar as demonstrações contábeis do Infra Bertin Participações, que não possui ressalva do auditor, Triangulo do Sol, Atlantida Bertin, entre outras demonstrações.

É preciso um pouco de paciência para encontrar estas informações.

Informação privilegiada

O Supremo Tribunal Federal vai analisar suspeitas de que o senador José Sarney (PMDB-AP) teria recebido informação privilegiada ao resgatar R$ 2,159 milhões do Banco Santos. O resgate ocorreu em 2004, um dia antes de ser decretada a intervenção na instituição financeira.

Observe que somente agora, dez anos depois, isto será analisado.

O caso foi encaminhado ao STF pela Justiça Federal em São Paulo. Como há suspeita de participação de um parlamentar em irregularidades, eventual investigação ou processo tem de tramitar no Supremo, que é o tribunal responsável no Brasil por analisar inquéritos e ações penais contra congressistas.

Somente agora??

Relator do caso, o ministro José Antonio Dias Toffoli remeteu anteontem a documentação para a Procuradoria-Geral da República para que o órgão se manifeste. Em fevereiro, o Ministério Público Federal em São Paulo havia concluído que existiam "elementos concretos de possível prática de delito". Em seguida, foi determinada a remessa para o Supremo.


Novamente, somente agora? Todos sabiam disto...

'Amigos íntimos'. Na época, os procuradores ressaltaram que havia uma relação estreita de amizade entre o senador e o então controlador do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira. Segundo os integrantes do Ministério Público Federal, existia uma "proximidade de Sarney com Edemar" porque os dois seriam "amigos íntimos há mais de três décadas".

Entre os fatos citados pelos procuradores para tentar comprovar as relações de amizade entre o senador e o banqueiro, os procuradores afirmaram que Edemar e sua mulher foram padrinhos de casamento da filha de Sarney, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney.

Crime. Na Justiça Federal Criminal em São Paulo tramitou ação na qual foi apurado se o banqueiro cometeu crime contra o sistema financeiro. Edemar Cid Ferreira foi condenado a 21 anos de prisão pelos crimes de gestão fraudulenta, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Mas a defesa recorreu.

O Banco Santos e a Santos Corretora de Câmbio e Valores sofreram intervenção do Banco Central por causa de um suposto "comprometimento da situação econômico-financeira" da instituição. O BC informou que o rombo era de R$ 2,3 bilhões.

Na época, a imprensa divulgou a informação de que quando determinou a retirada do dinheiro, Sarney recebeu em Brasília o controlador do banco para uma reunião fora de sua agenda oficial. O senador presidia a Casa. Até a conclusão desta edição, a assessoria do senador não havia se manifestado.

Resultado da Copa...

A presidente Dilma Rousseff tinha razão. O Brasil sediará a "Copa das Copas". Dados oficiais da Fifa apontam que, pelo menos do lado financeiro e de marketing, o Mundial que começa em poucas semanas baterá todos os recordes da história do futebol.

Ela será a Copa mais cara, a mais lucrativa, a que distribuirá maiores prêmios, a que será vista por um número inédito de pessoas, a que mais teve ingressos pedidos e a que terá em campo os craques mais caros da história do futebol. Das seleções aos clubes, dos atletas aos cartolas, todos sairão do Brasil com um volume de dinheiro inédito nos bolsos.

A renda [receita] da Fifa ultrapassará a marca de US$ 4 bilhões, mais de US$ 800 milhões acima do que a entidade obteve na África do Sul em 2010. Mas a entidade insiste que nunca gastou tanto com um evento quanto a Copa no Brasil. No total, o investimento [despesa] da Fifa teria chegado perto de US$ 2 bilhões.

Para ter o direito de transmitir a Copa, redes de televisão pagaram um valor recorde para a Fifa: cerca de US$ 1,7 bilhão. A expectativa é de que a audiência seja recorde. Na final da Copa em 2010, 530 milhões de pessoas assistiram a Espanha levantar o troféu. Desta vez, os números devem bater essa marca. No Brasil, mais de 14 mil jornalistas foram credenciados para o evento, outro recorde.

Os estádios também bateram recordes, com gastos feitos no Brasil de mais de R$ 8,5 bilhões para as doze arenas, três vezes o que a CBF havia indicado para a Fifa em 2007. O valor é ainda o equivalente a tudo o que a Alemanha e a África do Sul gastaram em duas Copas do Mundo, juntas.
[A comparação deve ser levada em consideração o número de estádios]

Outro recorde é o número de pedidos de ingressos. No total, mais de 11 milhões de pessoas enviaram seus pedidos para os 3 milhões de ingressos disponíveis. Só para a final no Maracanã, a Fifa poderia ter preenchido cinco estádios com os pedidos que recebeu.

Copa no Brasil baterá todos os recordes financeiros da história do futebol - Jamil Chade - O Estado de S. Paulo

Receitas extraordinárias

O governo federal aposta em uma arrecadação extra de R$ 24,3 bilhões em impostos neste ano para fechar a meta de superávit primário para as contas públicas, principal indicador sobre o desempenho da política econômica. Mais da metade desse valor, ou R$ 12,5 bilhões, devem entrar nos cofres federais com a aprovação do programa de refinanciamento de tributos atrasados, o chamado Refis, cuja reabertura está sob análise do Congresso Nacional.

No ano passado, receitas não recorrentes totalizaram R$ 36 bilhões e foram cruciais para atingir a meta para as contas públicas. Em 2014, o governo espera poupar ao todo R$ 99 bilhões, equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), para pagar juros da dívida.


Fonte: Aqui

A rigor estas receitas não deveriam ser consideradas para fins do desempenho das contas públicas. Seriam correspondentes as receitas não recorrentes.

Uma forma de ter estas receitas extraordinárias é através do aumento de empresas que irão aderir ao Refis:

Em 2013, a desoneração da folha de salários custou R$ 13,2 bilhões ao Tesouro Nacional. Em compensação, o governo arrecadou R$ 21,8 bilhões com a reabertura do "Refis da crise" e a renegociação de dívidas fiscais de bancos e multinacionais brasileiras no exterior. Neste ano, outros R$ 12,5 bilhões do Refis devem engordar os cofres públicos, como previsto no decreto de reprogramação orçamentária divulgado ontem.

Listas: Ordem no ranking da competitividade

2010 = 38o.
2011 = 44o.
2012 = 46o.
2013 = 51o.
2014 = 54o.

Fonte: IMD. Mais informações, aqui