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21 maio 2014

Dividendos do BNDES

Dividendos do BNDES para cobrir as contas públicas
Editorial O Estado de S.Paulo


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) transferiu R$ 12,9 bilhões em dividendos para o Tesouro Nacional, em 2012, mais R$ 7 bilhões, em 2013, e quase R$ 3,9 bilhões, apenas no primeiro trimestre deste ano. Neste ano, os recursos não vieram de lucros contabilizados, mas das reservas estatutárias do banco, destinadas a "assegurar a formação de patrimônio líquido compatível com a expectativa de crescimento dos ativos" e a "garantir margem operacional compatível com o desenvolvimento das operações" do banco.

O Tesouro depende crescentemente dos dividendos das empresas estatais federais - com destaque para o BNDES - para melhorar o resultado primário (ou seja, apresentar saldo positivo antes de incluir as despesas com juros). Incluídos juros, há déficit nominal. No primeiro trimestre, o déficit nominal das contas públicas consolidadas foi de R$ 33 bilhões, ou 2,73% do PIB.

O superávit primário de março, último mês com dados disponíveis, foi de R$ 3,6 bilhões, dos quais cerca da metade (R$ 1,85 bilhão) obtida com a transferência de recursos da reserva técnica do BNDES.

A operação, ressalte-se, não é proibida, mas sua necessidade não foi devidamente explicada. Afinal, a operação foi feita em "caráter de urgência", por solicitação do Tesouro Nacional à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) em 26 de março, para liquidação até 31 de março, segundo o jornal Valor. O Tesouro informou que só "o BNDES é que se manifesta sobre o assunto". Mas, se o BNDES é um banco controlado pelo Tesouro - e partiu do Tesouro a ordem de transferência dos recursos da reserva estatutária, a operação deveria ser explicada pelo Tesouro.

O BNDES informou que a operação não causa impacto sobre o funcionamento do banco, "pois há margem para atendimento dos limites prudenciais antes da compensação". Pelo estatuto, a compensação deve ocorrer neste semestre.

Nos últimos anos, o BNDES recebeu vultosas transferências do Tesouro. Devia ao Tesouro, pelo balanço de 2013, R$ 400 bilhões, em valores corrigidos. Ou seja, grande parte dos lucros do banco - e das reservas acumuladas - só existe graças aos aportes do Tesouro, que agora quer dividendos do BNDES para ajudar o superávit primário. Mas será um pequeno alívio, pois não se acredita que a meta de superávit primário de R$ 99 bilhões (1,9% do PIB) em 2014 possa ser cumprida.

Resenha: Comunicação em prosa moderna

Admiro a língua portuguesa e em alguns momentos penso que, além de contabilidade, eu deveria ter cursado letras. Enquanto o momento não chega, ouso resenhar Othon Garcia com seu livro “comunicação em prosa moderna” que, ele gosta de ressaltar, não é uma gramática, mas um livro que preza pela comunicação, uma obra cujo objetivo principal é “ensinar a pensar, vale dizer, a encontrar ideias, a coordena-las, a concatena-las e a expressá-las de maneira eficaz, isto é, de maneira clara, coerente e enfática”.

Sei que muitos passaram por situações semelhantes: desde a minha época de graduanda vejo erros brutais de português. Meus, inclusive. Quem nos acompanha sabe que a prosa é imperfeita - o forte do contador passa longe da correção gramatical. E exatamente por isso vejo a importância de postar vídeos, buscar livros e, da forma que for possível, ajudar a nossa classe a se expressar melhor. O título do blog é Contabilidade Financeira, mas a intenção é que todos nós, das finanças e afins, nos aprimoremos não só quanto à teria da contabilidade, como em tudo o que for importante.

O livro da Garcia me parece perfeito para tudo isso. Como as orientações seriam mais fáceis se os alunos o acrescentassem às suas fontes consultadas! O sumário, por si, já me deixa com os olhinhos brilhando:

Primeira parte: a frase. Terceira parte: o parágrafo. Oitava parte: Redação técnica.

Ah se esta fosse uma leitura obrigatória nos cursos de contabilidade! Mas essa é uma história para outro tipo de postagem...

Não acho justo realmente resenhar este livro por ser uma obra de gigantes, no entanto a intenção é válida por ser uma indicação de leitura imprescindível.

Vale a pena: Sim, e muito. Você não sentará e lerá tudo de uma só vez. Também não precisará de caderno, se não quiser... isso porque a intenção não é o nazismo gramatical, mas a melhoria contínua.

Kaizen!

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Submarino: http://goo.gl/YH6BIY
Amazon: Comunicação Em Prosa Moderna


Correlação espúria

A correlação espúria é um grande inimigo da pesquisa científica. Ela surge de maneira inesperada, sem qualquer explicação plausível. Aqui um link para um sítio com diversos exemplos de correlação espúria. Na figura abaixo, a relação entre a taxa de divórcio no Maine e o consumo per capita de margarina nos Estados Unidos. O comportamento das duas variáveis é quase perfeito: uma correlação de 0,9926, sendo 1 o valor máximo. Mas não existe, aparentemente, nenhuma relação entre as duas variáveis, o que indica ser este um caso de correlação espúria.

Quando a correlação espúria aparece na pesquisa, a tendência é tentar criar uma teoria para explicar a existência de relação entre as duas variáveis. E que não possui explicação: a relação estatística deve-se ao acaso.

Listas: Os 20 melhores filmes

Segundo o ImdB (com ano e nota)

1. Um Sonho de Liberdade (1994) 9,2
2. O Poderoso Chefão (1972) 9,2
3. O Poderoso Chefão II (1974) 9,0
4. Batman - O Cavaleiro das Trevas (2008) 8,9
5. Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994) 8,9
6. Três Homens em Conflito (1966) 8,9
7. A Lista de Schindler (1993) 8,9
8. 12 Homens e uma Sentença (1957) 8,9
9. O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003) 8,9
10. Clube da Luta (1999) 8,8
11. O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (2001) 8,8
12. Star Wars: Episódio V - O Império Contra-Ataca (1980) 8,8
13. A Origem (2010) 8,7
14. Forrest Gump, o Contador de Histórias (1994) 8,7
15. Um Estranho no Ninho (1975) 8,7
16. Os Bons Companheiros (1990) 8,7
17. O Senhor dos Anéis: As Duas Torres (2002) 8,7
18. Guerra nas Estrelas (1977) 8,7
19. Matrix (1999) 8,7
20. Os Sete Samurais (1954) 8,7

Ah, sim, o 21o. lugar

21. A Cidade de Deus (2002) 8,7

Queda na fiscalização

O Ministério Público Federal abriu inquérito civil para investigar a redução, pelo governo Dilma Rousseff, do número de fiscalizações da Controladoria-Geral da União (CGU) em municípios que recebem verbas federais. A Procuradoria da República no Distrito Federal apura o porquê do corte de recursos para as auditorias em 2013, ano pré-eleitoral, medida que impacta as ações de controle e combate à corrupção. (...)

O ápice foi 2004, quando 400 municípios receberam a fiscalização da CGU. Nos dois últimos anos, 60, a cada ano, foram (serão) fiscalizados.

Melhor investimento

Esqueça os títulos do governo, arte e até mesmo selos: vinho tinto superou [estes investimentos] por todo o século 20.

Pelo menos é o que uma pesquisa realizada por uma equipe de acadêmicos da Universidade de Cambridge, HEC Paris e Universidade de Vanderbilt, Nashville e Tennessee mostra.

O Warren Buffett do mundo vinhos finos poderia ter obtido retornos reais anualizados de 4.1 % entre 1900-2012, batendo títulos do governo, arte e selos, embora as ações britânicas teriam dado retornos anualizados de 5,2%.


Mas vinho é investimento? Não é um bem de consumo?

Manipulação

A Comunidade Europeia acusou o JPMorgan Chase, o HSBC e o Crédit Agricole de manipulação da taxa de juros. Como esta taxa de juros era usada para determinar os custos dos empréstimos bancários, o prejuízo pode ter sido de trilhões de dólares. Em dezembro a União Européia já tinha multado um grupo de instituições financeiras no valor de 2,3 bilhões de dólares.

Os bancos que reconheceram a participação na manipulação tiveram um desconto nas multas em 10%. E outros bancos já tinham feito um acordo prévio: Barclays, Deutsche Bank, Royal Bank of Scotland e Société Générale.