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29 abril 2014

Balanços e a Economia

Os primeiros resultados de companhias brasileiras líderes de vários setores, entre janeiro e março, reforçam a percepção generalizada de que a economia do País começou o ano devagar. Em suas divulgações, as empresas usaram adjetivos como “estranha” e “desafiadora” para definir a situação atual.

Em vez de produzir mais aço, a Usiminas resolveu vender mais energia para aproveitar os elevados preços da eletricidade no curto prazo. O Bradesco teve fraca expansão do crédito e aumento da inadimplência futura. Enquanto isso, a produtora de celulose Fibria manteve a produção de um ano atrás, enquanto construtoras seguiram desovando estoques de imóveis. A fabricante de cosméticos Natura classificou o ambiente como “mais desafiador” e reiterou um investimento menor neste ano.


Fonte: Estado de S Paulo, via aqui

Listas: Salários por equipe

As equipes que pagam a maior média anual de salários. Em primeiro lugar, Manchester City, time inglês.
Os maiores salários, pelo valor total. Barcelona em primeiro. 


28 abril 2014

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

História da Contabilidade: A Criação do Siafi

Ainda está por ser escrito um texto sobre a história do Siafi. Os textos existentes ou são parciais ou limitados ou ambos. Este é um desafio que precisa ser feito urgentemente. Muitos dos que implantaram o sistema estão se aposentando e logo mais não teremos mais condições de colher este valioso depoimento. O número de citações que encontrei no acervo de alguns jornais (Estado, Folha e Jornal do Brasil, principalmente) mostra que este tema foi pouco explorado pela imprensa na época. Insisto: precisamos que alguém assuma a tarefa de contar esta história. 

No ano de 1985 é eleito o primeiro presidente do Brasil após o fim do regime militar. Tancredo Neves, o eleito por voto indireto, não chega a tomar posse: é internado e falece no dia 24 de abril. O vice-presidente, Sarney, assume o cargo com questionamentos sobre seu passado de apoiador do regime militar. Para ajudar a governar o país, Sarney busca uma série de técnicos para tentar reduzir a inflação e melhorar a gestão pública. No inicio do ano seguinte, um ano após assumir o governo, o presidente criou a Secretaria do Tesouro Nacional com atribuição de controlar as finanças públicas, incluindo dos estados, municípios e empresas. O primeiro secretário nomeado foi Andrea Calabi, então com 47 anos (1), que era secretário-geral do Ministério do Planejamento.

No mesmo decreto criou-se o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo, que “começará a ser testado este ano para se implantado a partir de 2 de janeiro de 1987” (2). Segundo Calabi, o Siafi iria automatizar as informações, eliminar 3.700 contas bancárias e 8,5 milhões de documentos emitidos. A mudança na legislação implicou também na “criação” do caixa único do Tesouro Nacional (3): “com a nova sistemática, a partir do dia 1º de janeiro estará extinta a movimentação de recursos da União por meio de contas bancárias”.

A STN representou a incorporação da antiga Comissão de Programação Financeira (CPF) e da Secretaria Central de Controle Interno (Secin), além de ter mais atribuições (4). Com respeito ao Siafi, existiam os seguintes objetivos (5): (a) controle da execução orçamentária e financeira; (b) agilizar a programação financeira; (c) fazer com que a contabilidade fosse fonte de informações gerenciais em todos os níveis; (d) integrar e compatibilizar as informações; (e) obter transparência dos gastos públicos. Destes objetivos, podemos dizer que foram cumpridos, em parte, pelo Siafi (6). No seu início, o Siafi trabalhava com 3.500 unidades gestoras, sendo 2 mil on line e 1.500 off-line, com mil terminais de computadores e 150 micro-computadores (7).

Entretanto, os primeiros meses de implantação não foram fáceis: a falta de equipamentos, problemas no Serpro (8), falta de treinamento, rejeição em algumas esferas da administração pública foram alguns dos problemas enfrentados pelo Siafi. Os descontroles dos gastos públicos eram comuns no início (9).
Em 1988 o governo lança o que ficou conhecido, na época, como “folhão”. Ou seja, uma folha única de pagamento do pessoa da administração pública federal (10). Naquele momento, o governo já possuía um certo controle do destino dos recursos orçamentários, mas não tinha o detalhamento do número de funcionário, salários e gratificações pagas (11)

Siafi e a Política
Logo após sua criação, o Siafi começou a ser usado pelos representantes do povo para controle dos gastos públicos. Merece destaque, no primeiro momento, a figura do senador Suplicy (SP) e o deputado Carvalho (DF). Esta utilização nem sempre foi pacífica. Em 1991, já no governo Collor, o acesso dos parlamentares ao sistema foi interrompido depois que foi revelado que a Legião Brasileira de Assistência (LBA) e o Palácio do Planalto tinham comprado quatro quilômetros de seda pura para cortinas (12).

Referências
(1) Folha de S Paulo. Sarney cria secretaria para controlar as finanças públicas. 11 de março de 1986, p. 10.
(2) Folha de S Paulo. Sarney cria secretaria para controlar as finanças públicas. 11 de março de 1986, p. 10.
(3) MARTINS, Fernando. Governo cria caixa única do Tesouro Nacional. Jornal do Brasil, 26 de dezembro de 1986, ed 261, p. 16.
(4) O Estado de S Paulo. Déficit público: Calabi quer presença de empresários no combate. 12 de janeiro de 1987, ed 34590, p. 27.
(5) O Estado de S Paulo. Déficit público: Calabi quer presença de empresários no combate. 12 de janeiro de 1987, ed 34590, p. 27. Obviamente que o Siafi serviu também a outros propósitos. Um deles: a receita federal começou a verificar se valores pagos pelo governo às empresas estavam sendo declarados. NASTARI, Jocimar. Receita descobre fantasmas. O Estado de S Paulo, 28 de maio de 1989, ed. 35052, p. 58.
(6) É difícil afirmar que o Siafi seja um sistema gerencial.
(7) O Estado de S Paulo. Déficit público: Calabi quer presença de empresários no combate. 12 de janeiro de 1987, ed 34590, p. 27.
(8) Presidente do Serpor sai e critica “fisiologismo” da gestão anterior. Folha de S Paulo, 10 de fevereiro de 1988, p. 6.
(9) Vide, por exemplo, Tesouro libera verbas desnecessárias. Jornal do Brasil, 4 de abril de 1988, p. 14 ed. 358.
(10) Folha salarial será unificada. O Estado de S Paulo, 9 de abril de 1988, ed 34825, p 39.
(11) Funcionário público terá folha unificada. Jornal do Brasil, 10 de julho de 1988, p. 35.
(12) EVELIN, Guilherme. Collor autoriza parlamentares a fiscalizar despesas do governo. O Estado de S Paulo, 21 de novembro de 1991, ed. 35827, p. 6. É interessante notar que nesta época o Siafi ainda não tinha sido implantado na sua totalidade em razão da expressão “O presidente Collor determinou também que nenhum órgão do governo fique fora do Siafi”. Isto incluía o Congresso, já que nem a Câmara nem o Senado eram integrados ao sistema. Somente em 1993 é que isto iria ocorrer. A notícia foi revelada pelo senador Suplicy. Vide também EVELIN, Guilherme. Governo federal limita acesso a contas públicas. O Estado de S Paulo, 9 de abril de 1991, ed. 35756, p. 5 e outras reportagens sobre a briga de Suplicy e o Departamento do Tesouro Nacional. Naquele momento técnicos do governo liberaram, secretamente, senhas do Siafi para o Jornal do Brasil. 

Falácia do Jogador, Mão Quente e Jogos de Azar

A falácia do jogador refere-se a uma série de “erros” cometidos no jogo de azar. A sua origem é acreditar que as chances de jogo futuro dependeriam do ocorrido no passado. Um exemplo muito simples mostra isto. Se uma pessoa jogou uma moeda e tirou 5 caras, a chance de tirar coroa num próximo lançamento permanece em 50%. Ou seja, os lançamentos realizados não influenciam na aposta do próximo lançamento.

Outro conceito relacionado com esta falácia é o da “mão quente”. Num jogo de basquete, quando um jogador acerta três arremessos seguidos, os espectadores costumam afirmar que ele está com a “mão quente”. Assim, acredita-se que este jogador deveria tentar novamente um arremesso. No entanto, as pesquisas mostraram que a “mão quente” não existe na prática. Isto é coerente com a falácia do jogador, já que os dois conceitos estão inversamente relacionados.

Uma pesquisa conduzida numa bolsa de aposta, com quase 400 mil apostas, tentou verificar o que ocorre na prática com os jogadores. E resultou numa descoberta surpreendente: existe a mão quente. Dois pesquisadores de Londres verificaram o que ocorria com as pessoas que ganharam uma aposta numa rodada. Eles descobriram quando um jogador ganha uma aposta, a chance de ganhar a próxima aposta aumenta. Eis o que informa o gráfico:

O gráfico mostra na linha pontilhada a probabilidade de vencer do jogador que venceu anteriormente. A linha com o triangulo apresenta a chance real da aposta do jogador. É possível perceber que o jogador que vence as apostas anteriores aumentam suas chances de vitória na aposta seguinte. Um dado obtido pelos pesquisadores informa que o jogador que venceu seis apostas possui 76% de chance de vencer a próxima aposta. E o jogador que perdeu seis vezes, terá 23% de chance de vencer a sétima aposta. Os achados da pesquisa provariam que existe a “mão quente”. Isto contradiz a falácia do jogador.

Os pesquisadores, no entanto, acharam uma possível justificativa para o resultado surpreendente. Eles acreditam que os jogadores já sabem da falácia do jogador. Ao ganhar a primeira aposta, os jogadores ficam mais conservadores na sua aposta. Eles passam a escolher apostas com maior probabilidade de vencer. Já os perdedores, sabendo da falácia, resolvem arriscar mais na próxima aposta.

Este é um fato interessante que indica que ao descobrir os vieses, falácias e enganos, o ser humano ajusta seu comportamento.

Leia Mais:
Kiersz, Andy. Researchers Tested The 'Gambler's Fallacy' On Real-Life Gamblers And Stumbled Upon An Amazing Realization

Research Digest. Getting to grips with implicit bias.

O artigo original é
XU, Juemin; HARVEY, Nigel. Carry on winning: The gamblers’ fallacy creates hot hand effects in online gambling. Cognition. Volume 131, Issue 2, May 2014, Pages 173–180.

Auditoria

O Center for Audit Quality desenvolveu uma lista de indicadores de qualidade do trabalho de auditoria. Na realidade não seria efetivamente “indicadores”, mas fatores, como conhecimento da equipe, experiência, alocação de recursos nas áreas de risco, entre outros. Como estes elementos foram desenvolvidos recentemente, o ano de 2014 será um teste se o trabalho do CAQ poderá ser útil para avaliar a qualidade da auditoria.

Já o International Auditing and Assurance Standards Board (IAASB) apresentou um documento, o International Standard on Auditing 720 sobre a responsabilidade do auditor e outras informações. O prazo para comentários é até 18 de julho.