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10 abril 2014

Rir é o melhor remédio

Isto ainda vai acabar mal...





Decisão e Taxa de Desconto

Quando estudamos matemática financeira aprendemos que o fator de desconto das decisões cresce exponencialmente com o passar do tempo. Uma consequência disto é que um investimento que traz retorno em um ano terá uma atratividade maior que outro investimento, com os mesmos valores, que tem retornos em dez anos. Neste modelo bastante conhecido, antecipar recebimentos e postergar pagamentos seria a decisão mais racional.

Entretanto, as pesquisas na área comportamental tem mostrado que as pessoas não tomam decisão desta forma. Ao contrário do que aprendemos na matemática financeira, a taxa de desconto não é constante no tempo. Seria, em lugar disto, “quase-hiperbólica”. Se tivermos dois investimentos, com mesma taxa de desconto e mesmo valor presente, a decisão racional seria indiferente. Na vida real, as pessoas tendem a dar um peso maior para o fluxo que ocorre mais cedo. Assim, se você oferecer para um indivíduo $1.000 hoje ou $1.200 em um ano, as pessoas tendem a escolher a primeira opção. Peça aqui a preferência pela recompensa antecipada. Mas se a escolha for $1.000 daqui a dez anos ou $1.200 em onze anos, a preferência será a segunda opção.

Uma conhecida experiência relacionada com o desconto hiperbólico ocorreu com crianças de quatro anos. Elas eram colocadas num recinto com um prato e um doce marshmallow. Prometia as crianças se não tocassem no doce receberiam o doce em dobro em alguns minutos. Este experimento pode ver visto a seguir:

Algumas crianças tiveram muita dificuldade em resistir à tentação; outras, não conseguiram. A dificuldade delas é visível no vídeo. Para as crianças, a taxa de desconto é muito alta; assim, comer dois pedaços mais tarde tinha um desconto muito alto, fazendo valer a pena aproveitar um pedaço imediatamente.

A questão da taxa de desconto está, portanto, relacionada com nossas decisões diárias. A tatuagem é outro caso onde entender a questão do desconto pode ajudar a explicar a propagação. Sendo uma atitude irreversível, a tatuagem deveria ter uma elevada taxa de desconto. Mas as pessoas parecem subestimar a chance dos gostos mudarem no futuro. As pessoas que fazem isto são mais prováveis de optarem pela tatuagem.

Leia mais
Hyperbolic discounting. Wikipedia
Dynamic inconsistency. Wikipedia
MISCHEL, W., SHODA, Y., RODRIGUEZ, M., (1989), Delay of Gratification in Children, Science; May 26, 1989.
DE PAOLA, Maria; SCOPPA, Vincenzo. Procrastination, Academic Sucess and the effectiveness of a Remedial Program. Iza Discussion Paper 8021, março de 2014
Tattos, Options e Cognitives Biases. Stumbling And Mumbling 

PwC e Booz & Co


A PwC anunciou a compra da consultoria estratégica Booz & Co em um negócio avaliado em USD 1 bilhao. O acordo foi anunciado como uma “fusao” apesar da diferença entre as receitas anuais globais da PwC (USD 32,1 bi) e da Booz (USD 1 bi) ser gritante. A intençãoé melhorar os serviços de consultoria da PwC.

Informações do G1 detalham que:
A Booz & Company passa a se chamar "Strategy&" (a pronúncia, explica o comunicado, é Strategy and).
Segundo a consultoria, juntas, PwC e Strategy& irão oferecer ao mercado uma "solução completa que vai desde a concepção até a execução".
O Conselho da PwC Strategy& será presidido por Tony Poulter, sócio da PwC e líder global da Consultoria de Negócios, e terá o sócio Otavio Maia como membro. Cesare Mainardi será o CEO da Strategy&, após desempenhar esta mesma função nos últimos dois anos à frente da Booz & Company.
A PwC possui mais de 180 mil funcionários e uma rede de escritórios em 157 países. A Booz, por sua vez, tem 57 escritórios e 3 mil funcionários globalmente.

Gráfico: gastos com propaganda


Via The Wall Street Journal

I don't speak no english: A falha do Ciência Sem Fronteiras

A gente já leu no blog que muita verba foi remanejada para o Ciência Sem Fronteiras, aí vamos ler o jornal e nos deparamos com uma falha épica: os alunos são devolvidos ao Brasil por não saerem inglês. Eu sabia que eles não sabiam, você sabia que eles não sabiam, a Capes sabia que eles não sabiam. Alguém me explica a lógica de tudo isso?

Foi publicado no Globo (grifo nosso):
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação (MEC), está convocando pelo menos 110 bolsistas do Ciência sem Fronteiras (CsF) a voltarem ao Brasil sem realizarem estágio. São 84 estudantes fazendo intercâmbio em universidades no Canadá e 26 em instituições da Austrália, que não atingiram proficiência em inglês, desde que viajaram, há seis meses.
Segundo o comunicado enviado pela Capes aos alunos, eles devem regressar ao Brasil ao fim do curso de inglês em abril para retormar as atividades em universidades brasileiras, já que não alcançaram “nível de conhecimento linguístico ou rendimento necessários para ingresso no semestre acadêmico”.
Os universitários em questão não foram aprovados originalmente para universidades canadenses e australianas. Eles haviam sido selecionados para estudar em Portugal, em um edital de 2012. No entanto, em abril de 2013, o MEC cancelou o convênio com instituições portuguesas pelo CsF para estimular o aprendizado de uma segunda língua.
Na época, a Capes divulgou que os estudantes inscritos para bolsas de estudos em Portugal poderiam transferir as inscrições para Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá, França, Alemanha, Itália ou Irlanda. Ainda segundo a Capes, 9.691 candidatos que apresentaram pontuação acima de 600 pontos no Enem tinham qualificação condizente com os critérios do programa e não era “viável alocar esse elevado número de estudantes nas instituições portuguesas”.
Para os estudantes que transferiram suas inscrições em universidades portuguesas para outros países não foi exigido o nível de proficiência em idiomas pedido nos editais específicos para os demais programas.

Os alunos foram aprovados para cursos em Portugal, a Capes os enviou para outro país para incentivar o aprendizado do inglês, eles não atingiram o nível desejado... De quem é a culpa?

A minha reação natural?


Listas: As maiores cidades do mundo

Fonte: Aqui