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11 março 2014

Rir é o melhor remédio


Frequência e Previsibilidade da Auditoria

Sabemos que uma auditoria modifica o comportamento das pessoas. Se uma atividade está sujeita a um processo de auditagem, muito provavelmente as pessoas desonestas tenderão a agir com mais cuidado ou então a não fazer falcatruas. Mas se estas pessoas sabem que não serão auditadas, provavelmente cairão na tentação de praticar algum ato desonesto. Assim, a atividade de auditoria é um potente inibidor dos desvios numa organização.

Um estudo realizado por três pesquisadores europeus mostrou como os “sistemas de auditoria” influenciam nos indivíduos. Daí, Hogarth e Marie Villeval fizeram uma série de experimentos para verificar como elas agiam numa situação de fornecimento de bens públicos. Quando se tem um sistema de auditoria menos frequente e mais irregular, as pessoas acreditam que terão uma elevada probabilidade de serem auditadas. Segundo a pesquisa, este tipo de opção – com auditorias mais irregulares, mas também menos frequentes, são muito mais eficientes.

Em outras palavras, o segredo da boa auditoria é a incapacidade do desonesto fazer “previsões” sobre quando ocorrerá a auditoria. Isto já era de conhecimento de quem trabalha na área. A inovação é que não é preciso que a auditoria seja frequente. Pelo contrário, auditorias frequentes não produzem o mesmo efeito.

Para ler mais:
DAI, Zhixin; HOGARTH, Robin; VILLEVAL, Marie Clarie. Ambiguity on Audits and Cooperation in a Public Goods Game. IZA Discussion Paper 7932, janeiro de 2014.

Petrobras

A Petrobras parece que saiu em busca do dinheiro de terceiros:

A Petrobras deve precificar nesta segunda-feira uma emissão multibilionária de bônus no exterior. A estatal pode vender dívida em sua segunda oferta de seis partes em 10 meses. Os recursos devem ser usados para financiar os US$ 221 bilhões de investimento para os próximos cinco anos. A empresa levantou US$ 11 bilhões em uma venda de seis partes, em maio, o maior da história para um emitente de mercados emergentes.

A empresa não deverá captar tanto recurso, já que possui um endividamento no limite. Ou seja, tem o risco de ter sua nota rebaixada.

"Todo mundo sabe que eles precisam do dinheiro , e faz sentido para eles para aumentá-lo agora", Carlos Gribel , o vice-presidente para mercados emergentes da INTL FCStone Securities Inc., disse em uma entrevista por telefone de Miami.

As estimativas de preços iniciais, segundo o IFR, eram de Treasuries mais 260 pontos, Libor de três meses mais 246 pontos, Treasuries mais 340 pontos, Libor de três meses mais 298 pontos, Treasuries mais 360 pontos e Treasuries mais 370 pontos, respectivamente, de acordo com o IFR.


Caro ou barato? Considerando as taxas básicas, a empresa estará pagando de 2,5% a quase 4% a mais. Para uma empresa do porte da Petrobras, entre as maiores do mundo, que diz possui um ativo valioso, parece caro. Mas para as condições políticas e o risco, não é tão caro assim.

Logo após ter escrito esta postagem surgiu a notícia que a empresa conseguiu captar os 8,8 bilhões de dólares

Imposto de Renda

Em meio à temporada da entrega do imposto de renda no Brasil, a multinacional H&R Block estampa em seu site a seguinte promessa: "maior restituição ou menor imposto a pagar". Com esse mesmo lema, a empresa norte-americana conquistou seis de cada dez contribuintes nos EUA e espalhou escritórios por todo o país.

As mais de 11 mil "lojas", abertas nos últimos 59 anos, transformam a empresa numa espécie de Starbucks da contabilidade. Nas grandes cidades americanas, há quase uma em cada esquina. O desafio, agora, é adaptar a receita de sucesso à realidade das nações emergentes, sobretudo a do Brasil, onde a operação ainda é incipiente.

A H&R Block desembarcou no País há três anos a partir de uma joint venture com o grupo nacional Semco, do empresário Ricardo Semler. A parceria recebeu investimento de R$ 5 milhões no primeiro ano, com o objetivo de conquistar 30 mil contribuintes até o fim de 2012. Um ponto de partida tímido, se comparado aos 27 milhões de brasileiros que devem prestar contas ao Fisco neste ano. Mas é, segundo a multinacional, um primeiro passo considerável dentro de um país acostumado à familiar figura do contador.

Atualmente, estima-se que ao menos 40% dos brasileiros deleguem a um terceiro a responsabilidade de preparar a sua declaração de imposto de renda - seja um amigo, contador ou empresa especializada. Não há um consenso sobre esse porcentual, que pode chegar a 60%, segundo especialistas do setor.

Em todo o Brasil, há quase 500 mil contabilistas e 83 mil organizações contábeis registrados no Conselho Federal de Contabilidade. Mas é da outra fatia, daqueles que declaram sozinhos, que a H&R vem atraindo a maioria dos seus clientes, afirma Eduardo Wurzmann, presidente da operação brasileira.

Segundo o executivo, o potencial de ganhos por aqui é grande. "Mesmo se olharmos apenas para os 40%, teremos 10,8 milhões de pessoas pagando ao menos R$ 100 por declaração, o que já representa um mercado bilionário", destaca Wurzmann. Para não ficar atrás na disputa, a empresa trabalha com uma tabela de preços competitiva: R$ 99 pela declaração chamada básica e R$ 175 pela complexa (sem limitações de fontes de rendimento, deduções e bens).

Para o presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon), Mario Elmir Berti, a estratégia pode se aplicar a grandes centros, mas não é a realidade do Brasil. "Os números mostram um mercado muito pulverizado. Além disso, os serviços de pessoa física e jurídica geralmente estão atrelados. O contador que faz para a empresa já faz para o empresário", diz Berti.

A H&R sabe disso e não quer bater de frente com a categoria. Ao contrário, está atrás de parcerias. "Queremos ficar com o que os contadores consideram a parte chata. Ou seja: o imposto de renda", diz Robert Turtledove, presidente da área internacional da empresa.

Sem revelar números da operação brasileira, Wurzmann diz apenas que a filial cresceu 500% em 2013, o que despertou especial interesse da matriz. A multinacional fechou o ano passado com uma receita total de R$ 6 bilhões - 90% dessa receita vem dos EUA e o restante está dividido entre Canadá, Austrália, Brasil e Índia.

Malha fina. Com o aumento da renda do brasileiro, cresce também o número de contribuintes e, consequentemente, a quantidade de pessoas presas na malha fina da Receita Federal. Em 2013, foram 711,3 mil documentos retidos por erros ou omissões, contra 604,3 mil em 2012. A falta de correção integral da tabela do IR, que já acumula defasagem de 61,4%, também contribui para acentuar o quadro. Isso porque os reajustes abaixo da inflação aumentam o alcance do Fisco sobre a nova classe média.

Mas não são apenas os irregulares da malha fina que brilham aos olhos da H&R. A empresa também quer atrair aqueles que "acham" que sabem declarar impostos. Ideia que Turtledove resume em uma frase: "Você provavelmente é muito bom no seu trabalho e no que faz, mas não presuma que você seja bom em declarar impostos". Segundo o executivo, metade dos norte-americanos que elaboram os próprios documentos cometem imprecisões.

Para chegar até o brasileiro, a multinacional foca investimentos na parte digital. Nada de milhares de escritórios espalhados pelo País, como nos EUA, porque imóvel no Brasil é muito caro, diz Turtledove. Ele afirma que tudo por aqui pode ser feito online: do atendimento ao envio dos documentos. Outro pilar é a parceria com diferentes empresas para vender os serviços contábeis aos funcionários. Atualmente, são cerca de cem companhias parceiras.

Outro obstáculo à expansão da multinacional está no forte empenho do Fisco brasileiro para automatizar a declaração, deixando o contribuinte cada vez mais independente. Este ano, por exemplo, a Receita inicia o processo de preenchimento automático dos documentos. Quem tem certificação digital (cerca de 1 milhão de pessoas) já conta com o benefício.

Nascido no Zimbábue, formado na África do Sul e hoje vivendo nos Estados Unidos, Turtledove diz não se assustar com as diferenças regionais e com os obstáculos brasileiros. Ele garante que a H&R tem um trunfo universal: "Nós falamos a língua dos impostos."


A Starbucks do imposto de Renda - Bianca Pinto Lima - Estado de S Paulo, 10 de março

Patrimônio Negativo

Sobre Eike Batista, a sua situação não seria muito adequada:

Segundo dados da "Bloomberg", o patrimônio pessoal de Eike está negativo em US$ 1,2 bilhão. Desde o pico, de US$ 34,5 bilhões, em março de 2012, quando foi considerado o oitavo homem mais rico do mundo pela agência, a queda é de 103,47%. 

Depois de vender barcos, jatos, investimentos em fast food e o controle de algumas de suas empresas, o empresário ainda encara uma dívida de US$ 3,5 bilhões, que foi contraída quando as ações de suas companhias de capital aberto estavam sobrevalorizadas. 

Eike contraiu em seu nome US$ 2 bilhões em empréstimos do fundo soberano de Abu Dhabi, o Mubadala, e mais US$ 1,5 bilhão em empréstimos que tinham ações de suas empresas como garantias. "Foi um ato de megalomania que acabou pegando Eike no contrapé", define uma fonte próxima do empresário, que não quis se identificar.

120 anos depois...

O Barclays foi auditado pela PwC por 120 anos. A pressão dos reguladores e a investigação sobre a conformidade realizada pelo Financial Reporting Council fez com que a instituição resolvesse mudar a história.

A seguir cenas de um comercial com Phil Mickelson, famoso golfista, com o boné da PwC e camiseta do Barclays.

Listas: As maiores quedas no valor de mercado do mundo

Entre as 500 maiores empresas do mundo