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12 fevereiro 2014

Rir é o melhor remédio

Quando as pessoas dizem
"gostaria de ter tantos irmãos quanto você"
eu mostro a eles essa fotografia.


Enviado pela minha irmã caçula, a quem agradecemos. ;)

Resenha: The Cost Disease

Este livro de William Baumol é uma boa oportunidade para aqueles que não conhecem o teorema de Baumol-Bowen. Na década de sessenta estes dois pesquisadores constataram um aspecto importante ao analisar o desempenho nas artes: não era possível perceber a contribuição dos ganhos de produtividade neste setor. Usando um exemplo simples, no século dezoito era necessário um número de músicos para executar uma obra de Mozart. Mais de duzentos anos depois, a obra de Mozart continua demandando a mesma quantidade de músicos.

Baumol e Bowen notaram que em alguns setores a introdução das máquinas não estava influenciando a forma como a tarefa era executada. Nos dias de hoje, a popularização dos computadores pode aumentar a produtividade da indústria e de algumas prestações de serviços, mas não afetam estes setores. Uma consequência imediata deste ponto é que os preços destes setores imunes às máquinas tendem a aumentar acima da inflação. Já os setores onde ocorrem ganhos de produtividades, os preços historicamente aumentam abaixo da inflação.

Neste livro, escrito quase cinquenta anos após o teorema de Baumol-Bowen, o assunto é novamente discutido. Como o próprio título afirma, o foco é no aumento do custo da saúde. Baumol procura explicar a razão pela qual os computadores estão cada vez mais baratos, enquanto o custo da saúde é cada vez maior. A explicação encontra-se no teorema de décadas atrás. E os dados apresentados mostram que a previsão de Baumol e Bowen estava correta, não importa o país ou o período de tempo.

Um aspecto interessante para pensar no futuro das finanças públicas do Brasil: dentre os setores citados onde não ocorrem ganhos de produtividade, Baumol destaca saúde e educação. Justamente dois setores que mais recebem atenção dos governos brasileiros. Continuando a tendência anunciada por Baumol, isto significa que estes setores irão demandar gastar crescentes do Estado. Fica aqui um questionamento se os estudos de Baumol seriam uma boa justificativa para um comportamento já constatado há décadas nas finanças públicas: a participação crescente dos gastos públicos na economia. Ou lei de Wagner.

O livro é composto de 12 capítulos, distribuídos em cerca de 180 páginas e quase 70 de notas, citações e índice. É um livro pequeno, fácil de ler. Entretanto, um pouco repetitivo na sua mensagem. Para quem não conhece ou não tem acesso ao livro original, trata-se de uma referência importante no estudo de custos do setor de saúde. Nesta área, assim como na área de educação, é uma obra fundamental.

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Vale a pena? Somente para aqueles que estudam custos no setor de saúde e educação.

Listas: 6 alimentos que são capazes de turbinar o seu cérebro

Saiba como a alimentação pode ajudar a desenvolver seu raciocínio, prevenir o envelhecimento e melhorar a saúde do seu cérebro.
Por Fabrízia Ribeiro



Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock
Saber tocar um instrumento musical, falar uma língua estrangeira e resolver exercícios de lógica são excelentes maneiras de desenvolver o seu raciocínio. Mas, você já parou para pensar que tudo aquilo que você come pode exercer uma grande influência sobre o seu cérebro?

Entre os jovens, é possível notar facilmente os benefícios que os nutrientes presentes em certos alimentos podem trazer para os estudos. No entanto, as vantagens não se resumem apenas aos mais novos e podem ser desfrutadas por pessoas de todas as idades.

Então, para manter o seu cérebro sempre ligado, melhorar sua disposição e turbinar seu raciocínio, confira uma lista de alimentos que não podem faltar no seu prato.

1. Pimenta
Fonte da imagem: Reprodução/Pixabay

Um toque de pimenta na sua alimentação é o suficiente para aumentar sua atenção na véspera de uma prova ou exame importante. A vantagem é que o consumo de pimenta – de preferência as mais fortes – não resulta na ansiedade e na insônia que costumam acompanhar a ingestão de café.

Além disso, diferentes tipos de pimenta contêm altas concentrações de vitamina C, que são fundamentais para o funcionamento das células nervosas. Um estudo publicado recentemente no periódico Human and Clinical Nutrition ainda mostrou que o consumo de frutas ricas em vitamina C durante seis semanas é capaz de melhorar consideravelmente o humor das pessoas.

2. Semente de cânhamo
Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock

O segundo item da lista desenvolvida pela Discovery News é a semente de cânhamo, também conhecida por ser uma planta da família Cannabis. Embora o consumo da planta não ajude a memorizar informações antes de uma prova, por exemplo, as sementes de cânhamo podem ser ótimas aliadas do cérebro, pois são ricas em ácido alfa-linolênico (ALA).

Essa é uma substância importante na produção das membranas das células do cérebro, além de sua ação nas bainhas de mielina, o que acelera a transmissão de sinais e impulsos nervosos. Outros alimentos, como a chia, a linhaça e as nozes também são fontes de ALA.

3. Batata
Fonte da imagem: Reprodução/Pixabay

De acordo com o Discovery News, o cérebro de um adulto consume aproximadamente 20% da energia obtida através da alimentação ao longo de um dia. Quando se trata das crianças, essa porcentagem é ainda maior! Por esse motivo, manter os níveis de glicose no sangue estáveis significa mandar energia constantemente para o cérebro.

Níveis saudáveis de glicose podem ajudar na formação da memória, é o que indica uma longa pesquisa publicada no Neuroscience & Biobehavioral Reviews. Por esse motivo, alimentos ricos em amidos – como batatas cozidas – são uma fonte lenta e estável de energia, já que os carboidratos que eles contêm são absorvidos pelo organismo mais lentamente do que os açúcares comuns.

4. Semente de abóbora
Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock

Já deu para perceber que alimentos pequenos, como as sementes, escondem uma série de nutrientes fundamentais para o seu cérebro, não é mesmo? Sendo assim, outra opção que pode ser incluída no seu cardápio são as sementes de abóbora.

O benefício dessas sementes está no ferro, que é uma substância importante para que ocorra o transporte adequado de oxigênio do sangue. Sem a presença do ferro no organismo, a oxigenação do cérebro fica comprometida, afetando também a produção de neurotransmissores.

Alguns dos sintomas da falta de ferro são irritabilidade, problemas de concentração e perda de memória. Um estudo publicado no World Journal of Biological Psychiatryno ano passado revelou que a deficiência de ferro no tálamo – uma importante região do cérebro – pode contribuir para o surgimento de déficit de atenção e hiperatividade.

5. Amêndoas
Fonte da imagem: Reprodução/Pixabay

As amêndoas contém uma grande dose de vitamina E, substância fundamental para combater os efeitos do envelhecimento no cérebro. O nutriente também é importante para a cognição – processo mental que inclui a atenção, memória, aprendizado e outras funções cerebrais.

O periódico Neurorehabilitation and Neural Repair publicou os resultados de um experimento que mostrou que a vitamina E pode prevenir danos cerebrais e minimizar dificuldades no aprendizado depois de traumas sofridos no cérebro.

6. Sal iodado

Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock

Para potencializar os efeitos que você conferiu nos alimentos anteriores, que tal usar uma pitada de sal iodado para dar um sabor especial? Além de deixar suas sementes de abóbora e batatas cozidas ainda mais apetitosas, o sal trará benefícios para o seu cérebro.

Para prevenir uma série de doenças, boa parte do sal produzido atualmente no mundo contém iodo. A substância é importante para controlar a produção de hormônios na tireoide, já que a deficiência de iodo em adultos pode causar o surgimento de bócio, que é o aumento inadequado do volume da tireoide.

Pessoas que sofrem dessa doença podem apresentar problemas mentais e falhas no desenvolvimento físico. É sempre recomendável adicionar um pouco de sal iodado às suas preparações, tomando o devido cuidado para não exagerar.


Bônus

Sol
Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock

O Sol está longe de ser um alimento, por isso não se encaixa exatamente na lista acima. No entanto, ele tem um papel tão importante para a saúde do seu cérebro que não pode ficar de fora da sua rotina.

Em vez de passar horas trancado no quarto ou em uma biblioteca para tentar absorver ao máximo os conteúdos aprendidos na escola ou na faculdade, prefira dedicar alguns minutos para tomar sol. Pode parecer estranho, mas é fundamental entrar em contato com os raios solares nos horários adequados para garantir a presença de vitamina D no seu organismo.

Quando o sol entra em contato com a pele, nosso corpo inicia o processo de síntese da vitamina D, que protege os neurônios do hipocampo – a região do cérebro que é responsável pela formação da memória. Esse nutriente também afeta o transporte de glicose até o cérebro, que é essencial para prover toda a energia que ele precisa para funcionar.


Fonte: Discovery News

Pesquisa Concentrada

A pesquisa científica em periódicos de economia está excessivamente concentrada. Uma análise de 76 mil artigos publicados entre 1984 a 2004 em 202 periódicos científicos da área mostram uma grande discriminação geográfica.

Neste período, 4 artigos foram publicados sobre o Burundi, mas mais de 36 mil sobre os Estados Unidos. Segundo os dados desta pesquisa, o PIB per capita justifica 75% das publicações entre os diferentes países. Ou seja, quanto mais rico o país, maior o grau de artigos aceitos nos periódicos de economia.

Uma questão triste desta história é que a discriminação geográfica continua no tempo. Os dados de 1985 são muito parecidos com os dados de 2004. É bem verdade que as publicações de instituições multilaterais, como Banco Mundial ou FMI, são mais abertas aos estudos de outros países. Mas o problema também atinge os principais periódicos da área. Por exemplo, em vinte anos, o American Economic Review, talvez a principal publicação da área, teve um artigo da Tailândia. Ou 39 da Índia ou 65 da China. E 2.383 artigos sobre os Estados Unidos.

A pesquisa realizada por Jishnu Das e outros pesquisadores conclui que o problema não é qualidade. Isto é preocupante, pois não permite um fluxo mais livre de ideias.

Pessoas Ruins vencem na Vida

Stumbling and Mumbling apresenta a receita para ser bem sucedido, baseado em pesquisas empíricas. Eis as recomendações:

1. Não seja bom. Um trabalho de Guido Heineck encontrou que pessoas menos agradáveis ganham mais.

2. Seja irracionalmente confiante. Pessoas com excesso de confiança parecem demonstrar mais competência que os outros. Eles falam mais alto e tem uma linguagem mais firme, que as pessoas confundem com competência.

3. Seja narcisista. Executivos mais narcisistas recebem mais, embora não desempenhe melhor seu trabalho.

4. Seja psicopata. As pessoas levemente psicopatas estão representadas em excesso nos conselhos das empresas.

Ou seja, o mundo do trabalho é um local de pessoas ruins.

Despesas Públicas de Janeiro

Eis uma reportagem confusa sobre a questão das despesas públicas do governo:

Em consequência das manobras de última hora para fechar as contas do ano passado, o governo Dilma Rousseff teve de arcar com um volume recorde de pagamentos atrasados em janeiro.

Dados preliminares do sistema de acompanhamento das despesas federais apontam que foram desembolsados no mês passado R$ 44,9 bilhões do Orçamento de 2013 -o equivalente a quase dois anos de Bolsa Família.

O primeiro parágrafo é um fato, já comentando anteriormente neste blog. Entretanto a melhor comparação é uma análise histórica, que é feita a seguir:

Pagamentos de despesas remanescentes são rotineiros no início do ano, mas esse montante não tem precedentes. Em janeiro de 2013, foram R$ 29 bilhões; em janeiro de 2012, R$ 26,3 bilhões.

Não foi um aumento tão expressivo assim: 10%. Sendo que boa parte é a mera inflação.

Uma boa parte desses valores se refere ao pagamento de aposentadorias e pensões do mês de dezembro, que somaram R$ 15,1 bilhões no mês passado. Outros gastos, no entanto, são menos usuais.

Uma vez que a base dos aposentados está aumentando, é natural que este valor aumente.

A equipe do ministro Guido Mantega (Fazenda) teve de improvisar para cumprir a meta de poupar R$ 73 bilhões no ano passado para o abatimento da dívida pública.

No último bimestre, foi reaberto o programa que concede vantagens para o pagamento de dívidas com a Receita Federal, o que proporcionou um salto da arrecadação.

Aqui o texto mudou de foco. Agora é o superávit do final de 2013. Mas não foi só o reescalonamento da dívida: tivemos também as privatizações (que o governo não chama por este nome), as manobras contábeis com o BNDES e CEF, entre outros.

Ainda assim, várias despesas do Orçamento do ano passado acabaram só sendo pagas em janeiro. O governo nega, no entanto, que a intenção tenha sido melhorar as contas de dezembro.

Este é um processo natural, que ocorre todo ano.

Um caso atípico foi o repasse de R$ 6,6 bilhões aos Estados e municípios. Segundo as explicações oficiais, trata-se da parcela a que os governos regionais têm direito da receita extra do final do ano.

Outro salto nos gastos aconteceu no pagamento do seguro-desemprego e do abono salarial, que passou de R$ 0,3 bilhão, em janeiro de 2013, para R$ 1,3 bilhão no mês passado.

Agora o texto volta a falar do início do ano.

Apesar do volume anormal de despesas atrasadas, o governo promete um saldo expressivo nas contas de janeiro. O mês normalmente é favorável para o Tesouro Nacional, devido ao calendário dos tributos.

Mas o ano promete. As contas serão difíceis de fechar: falta o que privatizar, é ano de eleição e temos os gastos públicos com a Copa.

Comperj

Sobre a obra do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em construção, um texto sobre atrasos, aumento no orçamento entre outros aspectos:

Projetado em 2006 por US$ 6,5 bilhões, terá sua primeira unidade inaugurada, na melhor das hipóteses, cinco anos depois do programado, em agosto de 2016, por pelo menos US$ 13,5 bilhões (R$ 32 bilhões, pelo fechamento de sexta-feira).

O valor compreende apenas uma refinaria (165 mil barris/dia), a menor de um total de duas previstas. Produzirá combustíveis e é uma das esperanças da Petrobrás para reduzir importações, que chegam a cifras bilionárias por mês e castigam as ações da petroleira.

Em oito anos, o projeto já foi alterado várias vezes, o preço inflado e houve anos de atraso pela dificuldade de chegada de equipamentos. A unidade petroquímica que batizou o empreendimento não sairá como planejada inicialmente. A segunda refinaria, para 300 mil barris/dia, quase o dobro da primeira, ainda não tem investimentos garantidos. Essa é uma das incógnitas em relação ao plano de negócios, que a companhia pode levar a apreciação no Conselho de Administração no próximo dia 25.


Como já afirmamos várias vezes nestes blog, este caso é mais comum do que se pensa. Trata-se do conceito de cost overrun. Trata-se de um incremento no custo ou orçamento, envolvendo valores inesperados ou subestimativa do custo real durante a fase de planejamento. Existem inúmeros exemplos de obras que sofreram com este problema: Canal de Suez (20 vezes o valor estimado), Opera de Sidnei (15 vezes) e Concorde (12 vezes).

Existem diversas explicações para este fenômeno. Uma delas é o excesso de otimismo. Em geral as pessoas são otimistas na sua visão de futuro. Isto é passado para os projetos das empresas.

Outra explicação é um erro básico de probabilidade. A chance de um evento negativo ocorrer numa determinada fase de um projeto como a construção de uma refinaria pode ser reduzida. Entretanto, como muitos eventos estão interligados, a probabilidade de ocorrer eventos negativos torna-se elevada. Ou seja, sempre existirá atrasos neste tipo de obra.