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02 fevereiro 2014

Rir é o melhor remédio


Entrevista: Glauber de Castro Barbosa

O Glauber Barbosa é mestre em contabilidade pela Universidade de Brasília. Enquanto concedia a entrevista o famoso SIAFI resolveu nos boicotar e atrapalhar um pouco, mas mesmo assim conseguimos um bate papo interessante e construtivo.

Blog_CF: Glauber, por onde você anda? Há tempos não o vemos aqui pelo blog.
Glauber: Pois é. Leio o blog todos os dias, mas não tenho tido tempo de contribuir como antes. Atualmente trabalho na Setorial Contábil do Ministério de Educação  – MEC. Aqui somos responsáveis por dar suporte contábil a todas as unidades vinculadas ao Ministério, bem como dar conformidade contábil às operações feitas no Sistema Integrado de Administração Financeira – SIAFI, o que possibilita a extração das demonstrações. O início do ano é uma época complicada para os contadores não só na área privada, mas também na pública. Além das atividades que mencionei, também há a análise das demonstrações, mas isso ainda está engatinhando. Aqui a gente respira contabilidade, contudo, indiretamente, pois tudo é feito por meio de sistema (o SIAFI no nosso caso).

Blog_CF: “Respiram contabilidade”. Muito inspirador! Isso quer dizer que vocês também já aderiram as novas normas? Elas já te afetam?
Glauber: Começaram a afetar. Como uma das atividades é dar suporte contábil, nos baseamos sempre nas novas normas (no que já é possível do ponto de vista de sistema). Nessa linha, como o novo plano de contas vai ser implantado em 2015, estamos nos preparando para capacitar todas as unidades. Para isso constantemente participo de seminários, congressos e oficinas ligadas a área pública. A maioria ministrada pela Escola de Administração Fazendária – ESAF.

O mestrado foi essencial para me ajudar a desenvolver a parte de orientação (orientar as unidades), inclusive sou o professor da coordenação. Tenho a missão de ministrar cursos sobre as novidades da área. Outro aspecto que ajudou muito foi na elaboração de manuais, pois que faz um mestrado é treinado a escrever. Isso sem contar as inúmeras outros benefícios que o mestrado traz como o costume de estudar e aprender sempre mais, a vontade de ensinar e passar o conhecimento para frente, a capacidade analítica diferenciada do que aprendemos na graduação, a maturidade e a rede de contatos.

Blog_CF: Você poderia nos falar um pouco mais sobre o sistema utilizado?
Glauber: O SIAFI foi desenvolvido para ser operado na execução da despesa por pessoas sem conhecimento técnico da área contábil e financeira, o que aparentemente é uma vantagem. Claro que sempre nos traz problemas. Esses usuários, por não saberem o que está por trás do sistema, ou seja, as rotinas contábeis, costumam fazer muita lambança, e sobra pra gente quem entende arrumar.

Blog_CF: Que dicas você daria para os alunos que estão hoje na graduação e desejam estar na área pública como você?
Glauber: Aproveitem o curso ao máximo, todas as disciplinas, principalmente as basilares da contabilidade (Gerais e Teoria). Com as novas mudanças na Contabilidade Pública a tendência é que não tenha tanta diferença com a área privada, por isso eu friso novamente: seja muito bom nas matérias basilares, o resto é consequência. Outra dica boa, que pra mim foi importante, é fazer estágio na área. Isso ajuda a aprender, pois vemos na prática tudo o que o professor passa em sala de aula e, as vezes, temos dificuldade em visualizar no mundo real.

Blog_CF: O que você acrescentaria na grade curricular que prepararia melhor os alunos para a vida real?
Glauber: Infelizmente o meu curso foi muito fraco na área de contabilidade pública, o que deveria não ser tão característico já que estudei na Universidade de Brasília. Mas independente do que a sua universidade pode te oferecer, hoje em dia é fácil ter acesso a bons materiais e se aprofundar na matéria que te for interessante ou que você acredite ser importante para o seu futuro profissional. Entendo que as seguintes matérias são importantes para uma boa formação na área pública: Finanças Públicas, Administração Financeira e Orçamentária, Contabilidade Pública e Auditoria Governamental. Caso o seu interesse seja trabalhar como servidor, dê atenção especial a elas.


Diana Nyad: Não desista nunca, jamais.

Na escuridão total da noite, queimada por águas-vivas, engasgando com a água do mar, cantando para si mesma, tendo alucinações... Diana Nyad simplesmente continuou nadando. E foi assim que ela finalmente realizou o seu sonho de vida como atleta: nadar mais de 185 Km, de Cuba à Flórida, em condições extremas, aos 64 anos. Ouça a sua história.

01 fevereiro 2014

Rir é o melhor remédio

Eduardo e Mônica

Fato da Semana

Fato da Semana: O apelo do IFAC pela convergência contábil no mundo atual. O IFAC chamou a atenção para o aumento da divergência de tratamento de diversos países na contabilidade. Isto não se resume somente a questão da adoção das normas contábeis. A entidade lembra que as normas de auditoria e códigos de ética para os preparadores das informações contábeis não estão convergindo. Lembrou o IFAC, como exemplo, a questão do rodízio, onde alguns países estão rejeitando a proposta, enquanto outros estão incentivando sua existência.

Qual a relevância disto? O IFAC é a entidade internacional que reúne os profissionais contábeis. Com 130 membros – o Brasil é representado pelo CFC e Ibracon – sua posição deveria expressar o sentimento dos contadores. Ao apelar para a convergência, o IFAC lembrou que a questão não se resume aos projetos conjuntos Iasb e Fasb, mas também a outras discussões relevantes. Este aumento da divergência pode dificultar a comparabilidade entre os diferentes países e a adoção de experiências bem sucedidas.

Positivo ou negativo? Será que a divergência é ruim? Quando existe a padronização excessiva, isto inibe experiências novas, que podem ajudar no progresso da profissão. Para uma entidade internacional, parece que a busca da convergência em diversos pontos parece ser natural. Mas quando olhamos de maneira mais crítica, a regulação é inibidora da criatividade. Apesar deste ponto, considero que a posição do IFAC foi relevante para chamar atenção para discussão de diversos assuntos relevantes, como o código de ética.

Desdobramentos – O apelo do IFAC pode ter consequências se for considerado, pela própria entidade, como uma “missão”. No curto prazo não deve ter desdobramentos.

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se o leitor está atento ao que foi notícia no nosso blog.

1 – Este país é o maior devedor do mundo na atualidade
Brasil
Estados Unidos
Japão
Rússia

2 – Nesta instituição financeira pública, os dirigentes emprestavam, mas não esforçavam para cobrar
BB
BNB
BRB
Caixa

3 – O governo brasileiro criou uma linha de crédito de R$1,2 bilhão para
Cuba
Escritórios de contabilidade
Pequenas e Médias Empresas
Um curso sobre as IFRS

4 – Este regulador recebeu 3 milhões de dólares para desempenhar suas funções
Fasb
Fundação IFRS
Gasb
IFAC

5 – O valor da questão anterior foi doado por uma entidade sem fins lucrativos de qual país?
China
Comunidade Europeia
Estados Unidos
Japão

6 – O Parlamento Europeu deverá votar uma reforma para as empresas de auditoria relacionadas com
Normatização dos papeis de trabalho
Parecer de Auditoria
Remuneração dos trabalhos
Rodízio nas empresas

7 – A votação deverá ocorrer, segundo previsão, em
2017
Abril de 2014
Dezembro de 2014
Outubro de 2014

8 – A justiça dos Estados Unidos está julgando Jerome O´Hara e George Perez. Os dois são programadores e foram criativos na criação de operações fictícias durante o o escândalo
Da falência da Enron
Da pirâmide financeira de Madoff
Das contas secretas do cartel mexicano
Das hipotecas imobiliárias

9 – Esta empresa está de mudança para os Estados Unidos, mas terá ações em Nova Iorque e Milão
Fiat
Magazine Luíza
Rhodia
Zara

10 – Numa pesquisa da Deloitte constatou-se a preocupação na implantação das normas de leasing. Os executivos citaram as dificuldades vinculadas a área
De Conformidade
De TI
Fiscal
Legal

Respostas: (1) Brasil; (2) BNB; (3) Cuba; (4) Fundação IFRS; (5) Estados Unidos; (6) Rodízio nas empresas; (7) Abril de 2014; (8) Madoff; (9) Fiat; (10) TI.

A importância do microciclo de estudos

Principalmente nesse contexto de retomada do ano, no qual o tema do planejamento de estudos ganha ainda mais importância, um conceito que não pode ser ignorado consiste na ideia do microciclo de estudos. Mas o que é isto?

O microciclo consiste numa unidade de duração do planejamento de estudos.

Para entender o sentido deste conceito primeiramente é necessário entender a diferença entre duração e tempo. A duração corresponde ao lapso temporal que vai do início ao fim da execução do planejamento de estudos, consistindo na diferença em termos de dias, semanas ou meses, entre a data inicial e final dos estudos. Já o tempo tem relação com o quanto se tem de horas para investir nos estudos, ao longo de cada unidade de duração ou de toda a jornada de preparação para o concurso público.

Assim, o microciclo corresponde a uma unidade de duração, podendo ser uma semana, uma quinzena, três ou até quatro semanas. Trata-se, portanto, de uma unidade de duração que o candidato vai definir, para que, de forma seqüencial, repita o clico de matérias estudadas.

Por exemplo, se o candidato define que vai estudar um determinado número de matérias, estabelecendo quando vai estudar cada matéria ao longo da semana, considerando que esta semana de estudos começa na segunda-feira e termina no domingo, de modo que a cada segunda-feira retoma as mesmas matérias, significa que tem um microciclo de 7 dias, começando na segunda e terminando no domingo, coincidindo, no acaso, com o conceito de semana.

Porém, o candidato pode achar que o microciclo de 7 dias é pequeno para ver todas as matérias que pretende ver de forma cíclica, ou seja, a cada micro unidade de duração do seu plano de estudos. Daí pode aumentar esta unidade de duração, por exemplo para 14 dias. Pode ser também que o candidato queira trabalhar com microciclos de 7 dias, mas não começando na segunda-feira, o que não coincide com o conceito formal de semana.

Exatamente para garantir esta flexibilidade existe o conceito de microciclo, não se limitando ao de semana, que é engessado, pois tem 07 dias e começa na segunda-feira terminando no domingo.

Para os candidatos que trabalham em regime de plantão é praticamente impossível trabalhar com uma semana de estudos de 07 dias. Além disto, como a vida destas pessoas só se renova a cada 15 dias ou mais, pelo fato de que dentro de duas semanas tende a existir variações nos turnos de trabalho, fica inviável trabalhar com (micro)ciclos de 07 dias.

Na realidade, quando o candidato define o seu microciclo está definindo o seu tipo de grade de horários e matérias. Na metodologia do Sistema Tuctor, por exemplo, para montar a grade primeiro o candidato define o microcilo, ao informar que dia começa (o seu microciclo) e quantos dias terá. Apenas depois o algorítimo do sistema, juntamente com a reunião de uma série de outros dados, montará a grade de matérias.

Mas uma grande questão importante, que intriga e faz quebrar a cabeça de muitos candidatos, é: qual o tamanho ideal do microciclo?

Para a busca de uma resposta, primeiro é fundamental entender o motivo da definição de microciclos.

Do ponto de vista psicopedagógico e cognitivo, primeiramente, esta definição é importante para que o candidato organize a distribuição das matérias num determinado universo temporal específico e delimitado, como por exemplo uma semana.

Além disto, esta definição vai permitir que o candidato adote o modelo de grade simultânea, com a qual está sempre estudando várias matérias e, de forma cíclica, reiterando o contato com estas matérias. Vale lembrar que este modelo de grade é diferente da grade modular, na qual se estuda uma matéria totalmente e por completo para, em seguida, passar a outra e assim sucessivamente.

Outro aspecto relevante é que esta quebra do plano de estudos em unidades de duração também é importante pela ideia de fragmentar a caminhada do processo de preparação, o que tem repercussões do ponto de vista emocional e motivacional.

Se imagino uma preparação sem enxergar um final ou num prazo muito longo, tendo a me desanimar. Mas se crio condições para enxergar universos temporais menores, como uma semana, esta angústia diminui ou pode acabar. Ou seja, passo a trabalhar com horizontes de curto prazo e visualizáveis.

Esta noção tem suas bases na andragogia, campo do conhecimento centrado na educação de adultos (diferente da pedagogia, centrada na educação de crianças).

Assim, de modo a encontrar o tamanho ideal do microciclo, os seguintes critérios podem ser considerados:

- ser a quantidade de dias suficiente para estudar todas as matérias a cada unidade de duração: ou seja, se em uma semana, considerando as matérias que devem ser estudadas e o tempo disponível, é possível estudar todas as matérias, o microciclo de 7 dias é viável;

- permitir que cada matéria possa ser estudada num tempo mínimo razoável: se apesar de teoricamente ser possível estudar todas as matérias num microciclo de 7 dias, mas algumas matérias não terão mais de 30 minutos para estudo, não faz sentido considerar um microciclo de 7 dias;

- não ser tão longo: se o microciclo for muito longo você irá apurar os seus resultados em termos do que foi estudado depois de muito tempo. E esta falta de feedback pode comprometer a motivação e disposição para os estudos.

Portanto, reflita sobre o prazo de microciclo ideal. Tente racionalizar o seu planejamento de estudo adotando este conceito. E ao mesmo tempo procure contribuir para se manter com a motivação aos estudos elevada.

Por Rogério Neiva, aqui. Imagem, aqui. Enviado por Nina Porto, a quem agradecemos.