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06 dezembro 2013

Sorteio da Copa

Em todo sorteio da copa fica a expectativa da existência de um grupo muito forte onde um potencial candidato ao título deverá ser desclassificado. Chamamos este grupo de “grupo da morte”. Parece que no sorteio da Copa de 2014, realizado ontem, existiu um consenso que o grupo D (Uruguai, Costa Rica, Inglaterra e Itália) seria o grupo da morte uma vez que neste grupo temos a presença de três ex-campeões mundiais.

Usando o atual ranking da Fifa como parâmetro, calculamos a posição média de cada grupo. O grupo com média menor seria aquele mais forte em termos do candidato. Por exemplo, o grupo A, temos o Brasil (10º. no último ranking), Croácia (16º.), México (20º.) e Camarões (51º.). Fazendo a média temos 24,25. O resultado para os grupos foi o seguinte:

Grupo A – Brasil (10), Croácia (16), México (20) e Camarões (51) = 24,25
Grupo B – Espanha (1), Holanda (9), Chile (15) e Austrália (59) = 21
Grupo C – Colômbia (4), Grécia (12), Costa do Marfim (17) e Japão (48) = 20,25
Grupo D – Uruguai (6), Costa Rica (25), Inglaterra (13) e Itália (7) = 12,75
Grupo E – Suíça (8), Equador (23), França (19) e Honduras (41) = 22,75
Grupo F – Argentina (3), Bósnia (21), Irã (45) e Nigéria (36) = 26,25
Grupo G – Alemanha (2), Portugal (5), Gana (24) e Estados Unidos (14) = 11,25
Grupo H – Bélgica (11), Argélia (26), Rússia (22) e Coréia do Sul (54) = 28,25

O resultado mostra que o grupo da morte seria o “G”, da Alemanha. Mas o grupo D, do Uruguai, também seria difícil. O Brasil pegou um grupo relativamente fácil, já que seria duas vezes mais fácil que o grupo da morte.

Mas talvez a média não seja uma melhor opção para determinar o grau de dificuldade do grupo. O desvio-padrão da posição mostra a distância dos pontos em relação à média. Desvios menores seria um sinal de mais dificuldade. A lista a seguir mostra não somente o desvio, mas também o coeficiente de variação.

Grupo A – Brasil (10), Croácia (16), México (20) e Camarões (51) = 15,85 e 0,65
Grupo B – Espanha (1), Holanda (9), Chile (15) e Austrália (59) = 22,49 e 1,07
Grupo C – Colômbia (4), Grécia (12), Costa do Marfim (17) e Japão (48) = 16,68 e 0,82
Grupo D – Uruguai (6), Costa Rica (25), Inglaterra (13) e Itália (7) = 7,56 e 0,59
Grupo E – Suíça (8), Equador (23), França (19) e Honduras (41) = 11,88 e 0,52
Grupo F – Argentina (3), Bósnia (21), Irã (45) e Nigéria (36) = 15,93 e 0,61
Grupo G – Alemanha (2), Portugal (5), Gana (24) e Estados Unidos (14) = 8,58 e 0,76
Grupo H – Bélgica (11), Argélia (26), Rússia (22) e Coréia do Sul (54) = 15,85 e 0,56

Pelo critério do desvio padrão o grupo da morte seria realmente o do Uruguai, mas o Grupo G também será difícil. Mas o uso do desvio pode ser influenciado pelos valores menores da média. Mas isto é bom, já que o grupo da morte é aquele que possui  médias menores.

O uso do coeficiente de variação – a relação entre o desvio e a média – seria mais adequado para verificar o equilíbrio no grupo. E neste caso, o grupo E seria marcado pelo equilíbrio, e o grupo B, da Espanha, o mais desequilibrado.


Uma análise próxima foi realizada usando o ranking de Nate Silver, com conclusões um pouco diferente. O importante é notar que o ranking da Fifa foi usado para tentar equilibrar o sorteio, mas terminou gerando grupos mais fortes que outros. 

Rir é o melhor remédio

E viva a sexta feira!


América Latina e a dependência dos commodities

O gráfico a seguir mostra o comportamento do preço dos commodities e o volume de exportação da América Latina. A "marolinha" provocou uma derrubada nos preços entre 2008 e 2009, que teve reflexos na exportação. Mas entre 2010 e 2012, um novo ciclo de aumento nos preços, com reflexos nas exportações. Mas parece que o futuro não é muito promissor. 

O gráfico a seguir mostra o comportamento das exportações de diversos países, inclusive o Brasil. Todos eles estão caminhando dentro de um mesmo padrão. 

As melhores fotografias

Fim do ano e temos uma coleção de belas fotografias.

A Reuters fez uma seleção de mais de 90 fotos, mas eu gostei muito destas quatro. A primeira, mostra o isolamento da tecnologia.
A segunda, novamente a tecnologia e a mania de fotografias. 

 As duas seguintes são maravilhosas. A da rosa foi postada aqui recentemente. Parece que tenho bom gosto.

A Time selecionou 10 fotografias. Muito fotojornalismo, como a imagem a seguir, do ataque ao shopping em Nairobi
O Denver Post selecionou mais de 100 fotografias, que ele disponibilizou sob a forma de slides. A fotografia 73, da lua e do Cristo Redentor, e a 18, das freiras na praia, são muito bonitas. The Rosevelts selecionou 80 fotografias. Duas em especial me agradaram: da manifestação no Brasil e de um cachorro.

China proibe Bitcoin

A China proibiu instituições financeiras de realizar quaisquer transações com o bitcoin, definindo-o como produto comercial, e não moeda. Com a disparada na demanda chinesa, o bitcoin registrou valorização de 5.000% neste ano. A proibição é parcial, porque o governo chinês permitiu a venda e compra dos bitcoins como produtos online, alertando que seus compradores devem arcar com todos os riscos associados a ele, como lavagem de dinheiro e criminalidade. Em declaração, o banco central da China defendeu que o bitcoin não é uma moeda porque não tem obrigações legais perante o governo. "Ainda que haja pessoas que o definam como 'moeda', o bitcoin não é emitido por uma autoridade monetária e não possui os atributos de uma moeda, que são a obrigação legal de pagamento e a fiscalização pelas autoridades"

Fonte: Aqui. Leia mais aqui, aqui e aqui (dica de João Marcelo, grato)

Ao mesmo tempo, o Banco Central da França demonstra preocupação com seu uso, pelo caráter especulativo.

Muito grande para falir

Existe uma frase que geralmente é aplicada para uma instituição financeira: "muito grande para falir". Neste caso, a instituição bancária é tão poderosa que sua falência pode colocar em risco toda uma economia. E isto não interessa as organizações que estão preocupadas com a estabilidade, incluindo neste bloco o governo e as entidades concorrentes. A existência de um potencial de contágio é usada como um critério para justificar o socorro. Isto ocorreu, por exemplo, durante a crise financeira mundial de 2008.

Entretanto, existe um risco nesta estratégia de salvar as instituições em risco: sabendo que serão salvas, estas mesmas instituições assumem um risco mais elevado do que deveria. Ou seja, sendo "muito grande para falir" a própria entidade todas decisões arriscadas.

Tivemos nos últimos meses uma queda de um império no Brasil. Depois de ter uma fortuna de mais de 30 bilhões de dólares, o empresário Eike Batista viu suas empresas, todas com um "X" no nome, perderem valor na bolsa de valores diante da desconfiança sobre a qualidade dos seus ativos. Quem acreditou na promessa de Batista de entregar uma empresa lucrativa perdeu muito dinheiro em 2013.

Mas depois de ser um fracasso, Eike parece que está conseguindo usar o receio de sua falência a seu favor. Com uma grande fila de devedores batendo na sua porta, o empresário está pouco a pouco convencendo aqueles que acreditaram e prestaram dinheiro para suas aventuras a continuar enviando dinheiro. Recentemente foi anunciado que o empresário conseguiu 250 milhões de dólares para tocar a OGX na tentativa de descobrir petróleo.

Por enquanto, o dinheiro é da iniciativa privada. Esperamos que instituições oficiais de crédito, que usam o nosso dinheiro, não aumente o valor do prejuízo.

Também esperamos que a investigação sobre a queda do império Eike seja investigada com rigor. Ontem foi noticiado que ex-executivos da LLX sugeriram que a CVM encerrassem um processo referente a falta de divulgação de informação mediante um pagamento de 600 mil reais. E que a CVM recusou a proposta. Que o rigor e a rapidez sejam considerados nas entidades reguladoras.

Mudanças nos conselhos

O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (4) o projeto que muda as normas para a composição dos Conselhos Federal e Regionais de Contabilidade. A matéria segue para sanção presidencial.

Esses conselhos serão compostos por contadores e por, no mínimo, um representante dos técnicos em contabilidade. Esse será escolhido nas eleições para a renovação de 2/3 dos plenários dos conselhos.A proposta modifica o Decreto-Lei 1.040/1969. Segundo o decreto, os conselhos são compostos por 2/3 de contadores e 1/3 de técnicos.

O projeto aprovado pelos senadores estabelece ainda que os ex-presidentes do Conselho Federal de Contabilidade terão assento no plenário, na qualidade de membros honorários, com direito somente a voz nas sessões. As novas regras devem ser implantadas a partir das próximas eleições dos conselhos.

Via aqui