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15 novembro 2013

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Europa tenta aumentar a influencia sobre as IFRS

Segundo Huw Jones, da Reuters, a Comunidade Européia está procurando aumentar sua influência sobre as normas contábeis internacionais promulgadas pelo International Accounting Standards Board (IASB). Estas normas tornaram-se politizadas após a crise financeira e a suspeita de que tenha aumentado os problemas mundiais.

A Europa é o principal contribuinte financeiro para o Iasb, sendo um terço. Mas o velho continente para não estar satisfeito. O processo de endosso das normas pode mudar. E existem resistências a algumas normas. E a ênfase excessiva do Iasb na convergência com as normas dos Estados Unidos, já que sabe-se que este país não irá adotar estas normas num futuro próximo e previsível.

O Iasb aparentemente reagiu através de Michel Prada (vide postagem sobre este assunto), que alertou sobre o perigo da adoção "à la carte".

Crime na América Latina

O gráfico mostra a evolução da taxa de homicídio por cem mil habitantes para diferentes países da América Latina, de 2005 a 2012. Os valores e a figura foram obtidos de um relatório da ONU. Esta entidade estimou que o crime representa 8,70% da economia do Paraguai e 10,54% de Honduras. O crime reduz em dez meses a expectativa de vida da população brasileira.

Mas voltando ao gráfico. Eis um exemplo de como não fazer um gráfico. Observe o leitor que existe um país onde da taxa de homicídio cresceu substancialmente nos últimos anos; que país é este? É impossível concluir algo com este gráfico.

IFRS a la carte

Michel Prada, que preside a IFRS Foundation Board of Trustees, responsável pela supervisão do trabalho do Iasb, entidade responsável pelas normas contábeis internacionais, cunhou um termo interessante: IFRS à la carte.

Pradra fez um discurso na terça em Tóquio e lembrou a história do IASC, o antecessor do IASB, que permitia que os países usassem as normas internacionais como uma "referência". Assim, cada país poderia escolher a norma que achasse conveniente e propor alternativas para aquelas que discordasse da abordagem internacional.

Esta opção poderia levar ao dilema da ação coletiva, lembrou Prada. Neste tipo de situação, se todos fazem sua parte, todos estariam em melhor situação. Mas se alguns não fazem sua parte "todos perdem". Prada referia-se ao esforço realizado pelo Iasb para ter um conjunto de normas coerente, mas existem países que recusam a adotá-las. Assim, "todos" perderiam neste raciocínio. (Mas será que este seria um caso de dilema da ação coletiva?)

A crítica do Iasb está direcionada para os Estados Unidos e o Japão. Mas analisando detalhadamente, também poderia se aplicar ao Brasil, que adota a convergência à la carte. Devemos aqui lembrar que o Banco Central ainda não adotou todas as normas já promulgadas pelo CPC e que esta própria entidade tem feito mais do que "traduzir" as normas do Iasb. Ao contrário que ocorreu com a Europa em 2005, que adotou as normas de contabilidade internacional por atacado. (Uma observação importante é que Prada cita o Brasil como um exemplo de país que tem exigido as IFRS para a totalidade ou maioria das empresas com ações na bolsa)

Leia Mais: IFRS Honcho Castigates Countries for Taking “A La Carte” Approach to Accounting Standards - MICHAEL COHN - 13 de novembro de 2013

Auditores

As entidades reguladores da contabilidade dos Estados Unidos pretendem impor uma regra onde as empresas com ações negociadas na bolsa de valores informem o nome do partner que fez a auditoria na contabilidade, informou o Wall Street Journal. Atualmente naquele país só aparece o nome da empresa que fez a auditoria.

Esta alteração já tinha sido tentada em 2011, sem resultado. A atual proposta conta com a resistência dos auditores em razão do risco de litígio. A proposta abrange também a divulgação do nome dos subcontratados para fazer auditoria no exterior.

Frase

They would rather say less not more, because they’re very strongly aligned with management who are concerned about them usurping their role. (Francinne McKenna, ex-auditora, sobre a proposta de novo relatório do auditor)

Imposto no Futebol

O presidente da França, François Hollande, tem um projeto de aumentar o imposto de renda das pessoas ricas. Este projeto tem um poderoso grupo de interesse: os clubes de futebol. 

A proposta original era tribunar quem tem salário anual acima de um milhão de euros. Mas a resistência do judiciário fez com que Hollande mudasse: o empregador deverá pagar a diferença. Mas os clubes de futebol deverão pagar 44 milhões de euros por ano. Os clubes argumentam que a decisão refere-se a uma tributação retroativa, já que o contrato foi assinado anteriormente. 

Mas a principal questão é política: o volume de impostos é reduzido, mas a chance de provocar problemas financeiros nos clubes é grande.