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03 novembro 2013

OGX

Ainda sobre a empresa, mais revelações:

Em julho de 2012, a principal sala de reuniões da OGX, no 19º andar do edifício Serrador, no Rio, foi palco de uma discussão acalorada. Gerentes das áreas de exploração, reservatório e produção não chegavam a um consenso sobre um dado crucial para uma empresa de petróleo: o tamanho de suas reservas. A briga foi provocada por um levantamento feito a pedido de Luiz Carneiro, presidente da OGX. Ele acabava de substituir Paulo Mendonça em um momento delicado para a empresa, que tinha divulgado que os primeiros poços do campo de Tubarão Azul estavam produzindo 5.000 barris/dia, abaixo dos até 20 mil anteriormente previstos

Ou aqui:

Um ano antes de a real situação da empresa vir à tona, estudos feitos a pedido da diretoria da OGX, de Eike Batista, indicavam que as principais áreas de petróleo da empresa na bacia de Campos (RJ) poderiam ter reservas equivalentes a apenas 17,5% do que fora divulgado ao mercado, revelam documentos da petroleira obtidos pela Folha. As projeções pessimistas, fruto de avaliações de técnicos da OGX e confirmadas por uma prestadora de serviços externa, chegaram a provocar uma briga dentro da empresa e não foram tornadas públicas na época.

02 novembro 2013

Rir é o melhor remédio

Jovem, Adulto e Velho, tempo, dinheiro e energia.

Fato da Semana

Fato: OGX pede recuperação judicial.

Qual a relevância disto? A OGX representa a principal empresa do grupo empresarial Eike Batista. Financiado por investidores deslumbrados e por instituições financeiras governamentais (ou seja, nosso dinheiro), o grupo de empresas do empresário representava o símbolo de um país que se dizia emergente, mas que sobrevive à custa de exportação de commodities. Batista é o símbolo do empresário brasileiro, por suas conexões com a burocracia estatal e a grande capacidade de fazer negócios usando estas relações. A sua pretensão de ser o homem mais rico do mundo acabou diante da falta de credibilidade. A corrosão do seu império lembra um esquema Ponzi (uma pirâmide).

A queda da OGX passa por sua contabilidade: a divulgação dos fatos relevantes, a utilização de redes sociais para promoção dos seus negócios, a capacidade de divulgar informações inadequadas sem ser incomodado pelos reguladores e auditores, a demora de agir das empresas de ratings, a insistência do governo em colocar dinheiro público no negócio.

Positivo ou Negativo? Certamente ainda irá sobrar para a contabilidade. Será negativo também para auditores, reguladores, governança corporativa, entre outros. A OGX só não foi ruim para os executivos, que durantes anos receberam elevados bônus por desempenho que não existiu.

Desdobramentos – Pela análise histórica, a OGX dificilmente irá sobreviver. A grande maioria das empresas brasileiras não sobrevive a recuperação judicial, revelou recentemente o Estado de S. Paulo.

Outros eventos relevantes da semana: a acusação de que a CVM está anacrônica, as noticias sobre a norma de convergência do reconhecimento da receita ou a crítica do Banco Central da Europa às normas são acontecimentos importantes.

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão ao final.

1. Foi divulgada uma estimativa de que a Receita Federal poderá arrecadar 20 bilhões de reais a mais por ano com este instrumento

Convergência da contabilidade pública
Escrituração Contábil Digital ou Sped
Folha de Pagamento Digital ou eSocial

2. Uma estimativa mostrou que o pagamento da Petrobras pelo campo de petróleo Libra irá representar ____ % do seu caixa

10%
50%
80%

3. Estes funcionários, invejados por muitos, não podem sair do seu país, sob pena de serem presos

Banqueiros suíços
Espiões britânicos do MI6
Funcionários públicos da Comunidade Europeia

4. O parcelamento de dívidas tributárias parece não ser um bom negócio para o governo: recebe somente ___ do valor devido

10%
20%
30%

5. O Brasil não é muito vantajoso para fazer negócios. Um ranking do Banco Mundial colocou o país na seguinte posição mundial

116a posição
45a posição
84a posição

6. Esta entidade foi denunciada como anacrônica por um periódico de negócios brasileiro

CPC
CVM
Ibracon

7. É preciso melhorar os balanços. Refere-se a que setor?

Empresas de capital aberto
Empresas de petróleo
Instituições financeiras

8. É preciso melhorar os balanços. De que lugar?

Brasil
Comunidade Europeia
Estados Unidos

9. Esta empresa de auditoria comprou uma consultoria, a Booz Co, por US$1 bilhão

EY
KPMG
Price

10. Segundo um jornal, o Iasb está preparando para reduzir

As notas explicativas
O relatório de administração
O tamanho do balanço patrimonial

Acertando 9 ou 10 questões = medalha de ouro; 7 ou 8 = prata; 5 ou 6 = bronze

Respostas: (1) Folha de Pagamento Digital ou eSocial; (2) 10%; (3) Banqueiros suíços; (4) 10%; (5) 116ª; (6) CVM; (7) Instituições financeiras; (8) Comunidade Europeia; (9) Price; (10) notas explicativas

OGX: Quem paga a conta

Tudo indica que a conta do calote de Eike Batista vai sobrar para os acionistas minoritários, para os credores estrangeiros e para os fornecedores de suas empresas. O empresário está fazendo de tudo para livrar os bancos e, principalmente, o governo de amargar prejuízos. A OGX entrou nessa semana com o maior pedido de recuperação judicial da América Latina, deixando para trás R$ 11,2 bilhões de dívidas não pagas. Pode causar espanto, mas não há dívidas bancárias envolvidas. A maior fatia - quase R$ 8 bilhões - é com investidores do exterior, que compraram os títulos de dívida da empresa. As únicas dívidas bancárias da OGX estavam na subsidiária OGX Maranhão, que produz gás na bacia do Parnaíba. Se a OGX Maranhão tivesse sucumbido, Itaú BBA, Morgan Stanley e Santander teriam tomado um calote de R$ 200 milhões cada um. Na véspera da recuperação judicial da petroleira, o fundo Cambuhy, do banqueiro Pedro Moreira Salles (Itaú Unibanco) topou injetar dinheiro na empresa.

Fonte: Folha de S. Paulo

Padronização nos Bancos

Os bancos terão que publicar mais informações sobre os riscos, composição de capital e o cumprimento de regras, a partir de 30 de junho de 2014. Essa publicação será padronizada e assim será possível fazer comparação com todas as instituições financeiras no mundo.

Essa medida, publicada nessa quinta-feira (31) pelo Conselho Monetário Nacional, complementou a regulamentação de Basileia 3, um conjunto de recomendações para a estrutura de capital das instituições financeiras. As regras de Basileia 3 refletem as lições tiradas da crise econômica internacional. A ideia é garantir que as instituições financeiras tenham recursos reservados para absorver choques em momento de crise. As economias integrantes do G20 (as 20 maiores economias mundias) assumiram o compromisso de implementar as recomendações de Basileia 3.

Entre as informações que os bancos terão que divulgar estão as reservas de lucro, os instrumentos de dívidas subordinadas (usadas para reforçar o capital dos bancos) e deduções, como de ágios e créditos tributários, por exemplo.

Segundo o chefe do Departamento de Regulamentação Prudencial e Cambial do Banco Central (BC), Caio Ferreira, o objetivo é dar transparência para que os investidores possam analisar os dados. Segundo Ferreira, o BC já tem acesso a essas informações, de forma até mais detalhada, para fazer a supervisão do setor no país.

Outra medida para complementar a regulamentação das regras de Basileia 3 no país foi a elevação do capital próprio dos bancos nos casos de empréstimos com valor a partir de R$ 100 milhões a grandes empresas.

Nesses casos, o fator de ponderação passou de 75% para 85% usado no cálculo do capital próprio das instituições financeiras. De acordo com Ferreira, a medida foi tomada para equiparar a regra brasileira com o padrão internacional.

Também foram criados critérios para o BC determinar se uma instituição financeira poderá converter instrumentos de dívidas em ações para ampliar capital.

Outra resolução estabelece procedimentos qualitativos para determinar o preço de ativos financeiros pouco negociados no mercado. A ideia é que o banco tenha uma política clara para ditar o valor desses ativos. Além disso, será necessária uma análise de instituição independente sobre os preços dos ativos. Segundo Ferreira, são poucos os ativos dos bancos que têm baixa negociação no mercado. "A maior parte são instrumentos líquidos, amplamente negociados no mercado", disse.

De acordo com Ferreira, outras resoluções estabelecem ajustes que" garantem que os bancos vão continuar seguros em termos de exigência de capital", além de darem esclarecimentos sobre as regras de Basileia 3 às instituições financeiras.


Fonte: Brasil Econômico